Herdeiros E O Filho Do Lorde escrita por Castebulos Snape


Capítulo 18
Medo de Plantas


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora, minhas provas vão começar logo e eu to louca na quimica



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POV.: Kate Stevenson

Ted foi a companhia mais perfeita do mundo, ele era educado, gentil, divertido, atencioso, lindo... E não parecia ter papas na língua, como eu, então falou mal de Neville a cada vez que eu olhava em seu relógio;, riu toda vez que eu jogava alguma coisa no lago, gritando para os sereianos deixarem de ser covardes e revidarem; uivou para o céu quando eu o chamei de Lobinho; fez os olhos brilharem dourado e fingiu brilhar ao sol quando ri de Crepúsculo. A cada vez que eu ria de suas bobagens seu cabelo ia do rosa ao roxo, do roxo ao laranja, e assim por diante. Sua ple também ia nessa, cada vez mais vermelha com o passar das horas. E os olhos verdes ficaram azuis aos poucos assim que me viu chegar perto no começo da tarde.

Quando faltavam dois minutos para as seis eu olhei o relógio dele e entrei em pânico. Lhe dei um beijo na bochecha (seu cabelo berrando mais que a Murta que Geme) e corri para a sala de Neville, que ficava do outro lado do castelo. Se eu chegasse um minuto atrasada ele sem duvidas me daria um sermão, falaria coisas horríveis e me daria mais detenções.

Lamentei profundamente ainda estar de detenção por Sev ter dispensado Ted da dele, disse que tinha assuntos importantes à resolver, eu adoraria ter podido ficar com Ted até tarde, observado as estrelas, e conversado sobre nossas vidas. Eu mal sabia sobre ele, não tínhamos chegado no passado ainda, estávamos ainda no presente, depois de falar um pouco do futuro.

Mas eu tinha Neville em minha cola, se eu faltasse à detenção ou falasse qualquer coisa, ele me daria uns tapas, o que eu não queria, definitivamente. Por dois motivos: eu não sou masoquista e tenho medo do lado comensal do Sev.

Quando cheguei na porta de Neville, estava completamente sem folego, sem estrutura para continuar e sem vontade para bater na porta. Me encostei na porta, apoiando minha mãos nela, já era seis em pontos, mas eu nem queria saber. Meus pulmões não queriam saber.

Por sorte ou azar, eu era pontual, ou seja, previsível. E Neville queria ser mau comigo, me assustando e se fazendo de muito foda, o que ele não era. Então a porta se escancarou, como na noite anterior, mas, já que meu peso estava todo nela, eu fui com tudo ao chão, caindo aos pés de um professor de Herbologia muito surpreso.

– Ai – resmunguei, com a testa entre os sapatos dele, sapatos cheios de graxa, só para constar. Minha cabeça rodou – É péssimo ser previsível.

– De onde você esta vindo, garota? – ele nem se dignou em tirar os pés.

– Lago – apontei na direção e deixei a mão cair de novo. Me sentei de pernas cruzadas, curvando o corpo para frente, quase tocando o chão com a testa – É longe, eu corri, porta, chão... Eu quero morrer – me deixei cair para trás, respirando em arquejos.

Quase pude sentir seu revirar de olhos. Suas mãos agarraram minhas roupas, me puxando de supetão para me colocar sobre os pés. Nossos rostos quase se tocaram, se seus lábios não estivessem recuados sobre os dentes em um rosnado, eu teria tido meu primeiro beijo com Neville Longbottom, nunca, nem nos tempos depois da guerra e das coisas fodásticas que ele fez, isso foi uma coisa boa.

– Infelizmente eu não posso realizar seu desejo, seria incrível fazê-lo, mas eu não posso, quero muito manter esse emprego – seus olhos pareceram ficar maiores, percebi que sua barba já podia ser realmente considerada uma barba – Agora você vai se recompor e entrar. Agora.

– O senhor é tão gentil.

Ele me jogou para dentro, quase me jogando de volta ao chão. Não era um dia para ser engraçadinha, obviamente. Me endireitei e olhei em volta, procurando alguma pista sobre o que ele faria comigo hoje. Ou o que aquele elfo colocara no chá.

Estranhamente ele sorriu quando eu me voltei para ele. Sua mão foi ao meu ombro, dedos longos e pesados; então desceu por minhas costas, me dando um choque, subiu e desceu, puxando o ar entre os dentes. Previ, sentindo uma ânsia de vomito vinda do puro pavor, uma coisa mais que desagradável. Pode me chamar de covarde, mas quase chorei, achando que ele realmente... Depois das palmadas e daquela mão estranha, eu desconfiava que aquilo logo passaria dos limites.

– Que vamos fazer hoje, professor?

– Vamos nos divertir um pouco – arregalei os olhos, sua mão me colocou para andar – Nos últimos dias eu tentei ser bastante severo com você, mas hoje, vai ser algo mais calmo, e eu vou ajudá-la... que tal isso? – Seu corpo de encostou no meu, quase familiar. Sorrindo – É uma coisa que só pessoas de extrema confiança podem fazer – ele virou meu corpo para as planta – Você vai alimentar meus bebês hoje.

– Não! – seus olhos castanhos se voltaram para mim, eles já dão medo normalmente, mas ali pareciam piores, não sei era por causa da proximidade, das olheiras, da vermelhidão pouco saudável ou da sua mão em minha cintura – Eu tenho medo das plantas carnívoras, professor, tudo, qualquer coisa, menos isso!

– Você vai fazer o que eu mandar – a gentileza se fora de sua voz, voltando ao desprezo – Venha cá – pegou meu braço com força, provavelmente, deixando marcas. Colocou um pedaço de carne, em minha mão, fazendo meus dedos segurarem a carne com força – É só aproximar um bom pedaço de carne delas que minhas lindinhas já se animam.

Era como um desenho animado, a carne balançou perto de uma planta com cinco hastes, de onde saiam pequenas flores em forma de cálice, com pétalas com de rosa e fundo vermelho; a planta pareceu se virar completamente para minha mão. As pétalas se abriram, mostrando pequenos espinhos em seus interiores, e abocanharam a carne, quase levando meus dedos junto graças a Neville, que colocou minha mão quase que nas bocas das plantas.

Gritei, achando que meus dedos seriam levados pelas plantas, mas o professor a puxou na hora, me fazendo tremer quando as mandíbulas de pétala se fecharam. Ele gargalhou, parecendo um louco.

– Com medo, Stevenson? Acha que não pode nem alimentar plantas?

Travei o queixo, ele ia fazer uma refeição daquilo, não importa o que eu fizesse. Assistir as plantas estraçalharem a carne, tentando me convencer de que aquilo era completamente irracional e estupido, que eu podia com plantas! Ou não...

Ele riu mais, como se aquilo fosse a mais doce vingança de todas.

– Por que você faz isso? – deixei escapar baixinho, me arrependendo quase de imediato. Ele agarrou minha mão, enterrando suas unhas em mim, me fazendo ficar apoiada em seu peito.

– Porque eu posso – me deu outra palmada, me fazendo gritar – Porque é bom ouvir seu grito – e me puxou mais para perto – E porque você merece! Isso e muito mais, monstrinho.

Você é o monstro!

Ele ergueu a mão, achei que ia simplesmente me bater e me colocar de volta ao trabalho, mas se deteve por um instante. Por mais esquisito que ele estivesse, por mais violento, e doentio, ele não era burro, ou louco. Se eu chegasse para Sev com o rosto roxo de um tapa na seguraria o comensal, ele ia simplesmente matá-lo.

– Faça o que eu mandei, garota, ou eu juro que vou quebrar todos os seus dentes. Agora!

Corri para fazer o que ela mandava. Meu medo irracional de plantas que mordem não era maior que o medo extremamente racional dele. Meus joelhos estavam trêmulos, não pela possibilidade de ter os dedos devorados, e sim por não poder ver qual era a expressão dele. Se era a expressão furiosa, que normalmente significava um tapa no traseiro, ou se era a expressão de contentamento, que significava aquela mão estranha que sobre e desce por meu corpo.

Pude adivinhar como estava sua expressão quando seus mão subiu para o meu ombro e ele se colocou exatamente atrás de mim. Deslizou os dedos por meu cabelo, parecendo saborear a sensação de cada fio em sua mão. Tentei não demonstrar nojo, e nem respirei até que ele saísse de perto de mim de uma vez.

Olhei para onde seus olhos estavam e me deparei com o Barão Sangrento. A expressão do fantasma estava desconfiada, me perguntei o que ele estava pensando, se era algo ruim como ele estar se preparando para... não quero nem pensar nisso. Ou algo péssimo como nós dois tendo um caso ou algo assim.

– O que faz aqui, Barão? – Neville se afastou mais de mim e se sentou atrás da mesa. Sem tirar os olhos do fantasma – Continue o que estava fazendo, Kate, lembre-se do que eu estava falando, não aproxime muito os dedos, elas vão leva-los – e sorriu, fazendo meu medo irracional rir junto.

– Vim deixar um recado para Katherina, Professor – Neville indicou que tudo bem, com uma expressão amigável, mas, assim que o fantasma se voltou para mim, dando as costas para ele, o homem pareceu mudar completamente, como um cão quando passa de uma língua para fora para um rosnado – Snape disse que você irá passar a noite com ele e sua irmã em seus aposentos – aquilo era novo –, deve pegar suas coisas em seu dormitório e me chamar para que eu a leve até ele sem que se perca novamente nas masmorras. Entendeu?

Novamente, foi só uma vez, oras!

– Entendi, Barão. Diga a Sev que eu só me perdi uma vez!

Ele riu, era um som tão estranho que até Neville ergueu os olhos, surpreso.

– Eu adicionei esse parte eu mesmo – abri a boca, indignada, ele nem para me ajudar naquele dia! –, porque, por mais engraçada que você estivesse naquelas corredores sem ter para onde ir e sem saber de onde estava vindo, não é algo prático.

– Obrigada, Barão, pode ir, eu tenho uma detenção para acabar.

Neville ergueu as sobrancelhas para mim, era como se dissesse: Virei uma companhia tão boa assim? Minha vontade era de responder: Você não me irrita tanto quanto ele.

Eu me virei para as plantas, mas algo chamou minha atenção para ele de novo. O ouvi puxando ar, seu rosto ficou pálido, seus olhos pareceram crescer e suas veias surgiram em alguns lugares, deixando-o com uma aparência horrível.

– Professor? – ele agarrou minha camiseta, me puxando para si, olhos sanguinários dizendo claramente o que iria fazer assim que colocasse as mãos em meu pescoço, mas ele não estava forte o bastante para isso, mal conseguiu sustentar a mão em mim. Sentei-o, observando procurar ar, me perguntando o que havia de errado e se eu teria tempo de chamar ajuda.

Foi quando uma energia estranha e poderosa me jogou no chão com toda a força. Fiquei vesga por um segundo. Ouvi um estalo forte e vi Neville beber um liquido de um frasco que o mesmo elfo lhe colocava na boca.

Não havia preocupação no elfo, não era como se estivesse servindo a seu senhor, era como se estivesse impaciente demais para esperar que ele se recuperasse.

Depois de empurrar aquilo na garganta de Neville, o elfo sumiu, eu nem tive reação, apenas quando vi que a respiração do homem estava se normalizando que consegui ficar de pé. Por mais que Neville Longbottom fosse cruel comigo, eu não poderia deixa-lo morrer a mingua, ou algo assim.

– Professor o senhor está bem?

Ele ergueu a cabeça para mim, olhos vermelho e expressão de ódio. Eu teria ficado apavorada, se não tivesse ficado preocupada, ele estava pálido, doentio e ainda respirava com dificuldade, tinha algo errado ali. Voltei à realidade, aquela coisa que deixa a gente apavorada, quando ele quebrou um de seus jarros à vinte centímetros da minha mão. A planta lá secou instantaneamente e virou pó.

– Fora!

Não esperei para ver o que ele faria, agarrei minha mochila e corri para a porta, batendo-a atrás de mim. Mas a pulga não saiu de trás da minha orelha, tinha alguma coisa muito errada com Neville Longbottom, algo a ver com aquele elfo, aquela poção... algo que, pelo que eu vi, poderia mata-lo e, pelo que eu senti, poderia me matar.


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