Herdeiros E O Filho Do Lorde escrita por Castebulos Snape


Capítulo 14
Não devo explodir coisas por prazer


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, eu ia postar antes, mas, quando eu finalmente consigo internet, explode com um raio, Zeus me odeia. Ou é uma macumba muito doida do Voldy. Vou postar dois hoje. Espero que gostem.



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POV.: Kate Stevenson

Eu procurei Bi em toda a parte depois da aula do Neville, mas não a encontrei em lugar nenhum, estava prestes a ficar preocupada, quando Vlad me disse que a tinha visto com Fred, o que explicava muita coisa. Dei de ombros, eu não podia ficar controlando a viva da minha irmã, então convidei Vlad para dar uma volta nos jardins, para conversarmos.

Passamos a manha inteira nisso, matei a aula do Fliwtch, mas não vamos pensar nisso, falando sobre nossas vidas, sobre nosso bixinhos de estimação. Infortúnio estava duas vezes maior do que da primeira vez que eu o vira. Descobri que Vlad foi criado pela avó, que é trouxa, seu avô era bruxo e se pai também, ele e sua mãe tinham morrido depois da guerra, quando alguns comensais se esconderam na casa da família. Ele não se lembrava dos pais assim como eu não me lembrava da mina mãe, gostei mais do que nunca dele por isso.

Quando estávamos voltando para o castelo, perto da hora do almoço, Vlad ficou tenso de repente. Procurei algum problema, mas só vi um menino da Grifinória na nossa frente. Um asiático de cabelo de tigela, pele pálida, menor que Bi (e isso é um belo esforço) e roupas puídas demais para terem sido compradas para aquele ano. Vlad segurou minhas roupas.

– Oi, Higgy! – os olhos oblíquos pararam em mim – Essa é sua namorada? – ele deu um horrível sorriso de lado – E ai, gata? – bufei, guardando a varinha que tinha puxado inconscientemente. Era só um idiota – Que tal largar esse imbecil e ficar com alguém de uma categoria mais alta?

Revirei os olhos. Homens, essa raça que se acha mais que tudo.

– E posso saber onde está essa tal pessoa com categoria mais alta? – ele rosnou – Você certamente que não é! Com essa sua altura você não é mais alto nem que minha cobra.

Ele ergueu o lábio em desprezo.

– Não posso fazer nada se você não sabe o que é um homem de verdade.

Oh, esse prego! Moleque desse se achando!

– Ok, então saia da frente, homem de verdade – ele aperta algo dentro da manga, e eu percebi que tinha sido burrice colocar a varinha no lugar – eu tenho assuntos a lidar com minha irmã, ela está me saindo saidinha demais – sim, eu tenho sim que me cuidar da vida da minha irmã!

Suas sobrancelhas se ergueram.

– Que ótimo! Pode ir para o Salão, mas ele fica! Eu tenho assuntos a lidar com o estupido ali, ele ainda não levou a surra do dia.

Ótimo, valentões de Hogwarts, eu preferia os marotos do que esse anão de jardim

Ele puxou a varinha me fazendo recuar meio passo, seu olhar dizia que ele sabia usar bem aquela coisa. Eu guardava minha varinha no cós da saia, embaixo do sobretudo, ele perceberia se eu a pegasse e Vlad já estava com as mãos para cima. Sonserinos!

– Pena, porque eu não vou deixar você machucar meu amigo. Afinal quem é você?

– Kyo Nakama – tentei segurar o riso, mas não consegui. Era meu sonho conhecer alguém chamado Nakama! – À suas ordens, gata. Parece que você gostou do meu nome, mas depois eu cuido de você, posso fazer você rir mais ainda – ele me deu uma piscadela.

O cara fez menção de erguer sua varinha para o Vlad, mas eu abri os braços, mostrando que ele precisaria atingir nós dois, não acho que ele ia achar bom machuca a “gata” aqui.

Mais que inferno! Será que não tem ninguém para ajudar com isso nesse maldito castelo?

– Quantos anos você tem garoto?

– Ele é terceiranista, Kate – meu queixo caiu aquele prego tinha 13 anos? Ri de novo, e aproveitei para tentar agarrar minha varinha, sem conseguir – Vai para o Salão, eu já, já vou estar lá com vocês.

– Não mesmo. Esse imbecil Grifinório vai dar o fora, e você vem comigo – apontei para Kyo, aproveitando para colocar o braço atrás das costas e apanhar a varinha. Ele ergueu mais as sobrancelhas, e deu um passo para o lado, acompanhei – Você vai ficar longe do meu amigo. anda, Vlad, vamos comer.

Segui para a entrada, ele fez menção de apontar a varinha dele para mim com vontade. Vlad ergueu a dele para tirar a varinha de Kyo, mas o Grifinório desviou o ataque e tirou a varinha do loiro.

Kyo, riu, sarcástico, para mim, com se fosse o vitoriosos. Tudo que Vlad poderia fazer era se encolher e esperar o impacto, eu não consegui me manter calma quando o vi tão indefeso, a raiva subiu por meu corpo e eu ergui a varinha, percebendo que a ponta tremia com a força que eu colocava no aperto, antes mesmo de perceber:

– Bombarda máxima! – o chão aos seus pés explodiu, lançando-o longe, com uma pedra do tamanho de um melão prendendo-o no chão, tentando puxar ar. Vlad se jogou no chão, sendo coberto por pó e pedaços pequenos de pedra. E uma pedra maior que minha cabeça passou por me ouvido, assobiando e me fazendo gelar – Nunca mais tente ferir um amigo meu, está entendendo? Ou eu mato você!

– Stevenson! – gritou alguém atrás de mim. Minha mente ficou escura, como um antigo quadro negro e uma única palavra surgiu lá, como se escrita com giz: Fudeu. Levantei minha cabeça para Neville, estava vermelho de raiva, mãos na cintura e olhos assustadores.

Improvise, disse a mim mesma, só improvise, Katherina!

– Prof. Longbottom! – cumprimentei, tentando parecer inocente, até ergui o braço, pondo-o na cabeça, tentando esconder o estrago. Eu estava perdida – Como é que o senhor está hoje? Feliz, bem-humorado, satisfeito com a vida, sabe eu tô com muita fome, não é Vlad – Me virei para ele, o pobre estava estirado no chão, com as mãos na cabeça, parecendo um traficante quando era pego – Estamos morrendo de fome, o senhor não? – ele estreitou os olhos – Então o que estamos esperando? Vamos para o Salão Principal.

Segui, tentando passar por ele, mas sua mão me impediu, empurrando minha testa para trás, me impedindo de sair do lugar.

– Esta manhã, Stevenson? Eu estou furioso está manhã, garota – soprou entre os dentes. Notei gatíssimo – De onde foi que você tirou que podia explodir o pátio de entrada do castelo? Quem te deu essa ordem maldita? – Só Jesus na causa, gato, talvez do mesmo lugar que você tirou que podia matar Naguini!

– Bem, querido – só que não – professor, foi a única coisa que pensei em fazer quando Kyo apontou a varinha para Vlad, que estava desarmado, não podia deixar que ele machucasse meu amigo! – Não foi a mesma coisa que você fez quando era mais jovem?

– E tinha que causar todo esse estrago? Cinquenta pontos a menos para a Sonserina, e está de detenção – minha boca caiu. Ele tá me zoando, né? – Duas semanas, comigo, mais tarde, as seis.

– Mas eu tenho Quadribol! – eu sempre quis dizer isso! Cara é muito legal!

– Não me importa, pensasse nisso antes de fez isso tudo! Higgy, leve Nakama – se eu não estivesse tão furiosa e assustada, riria – para a enfermaria e você, Stevenson, vá para seu salão comunal e não saia de lá, não quero vê-la perambulando por ai,

– E meu almoço? Professor, eu estou com fome! O senhor não tem o direito de me privar de comida! – eu sorriso satisfeito apareceu ali, ele me odiava a ponto que querer me ver passando fome?

– Você merece! O trabalho que teremos para arrumar isso aqui vai ser imenso! Sai da minha frente! – ele apontou para a entrada, como se tivesse muita autoridade sobre mim.

– Depois o Sev que é implicante! – resmungo.

– O que disse? – ele ergueu a mão, por um segundo achei que estava ameaçando de me bater, mas ele não era tão idiota assim, Sev mataria ele, eu mataria ele.

– Nada! – cuspo e saio correndo.

Quem aquele infeliz pensa que é? Só porque não gosta de mim, não quer dizer que deva me perseguir por ai! Será que não tem nada de melhor para fazer da vida?

Viro para descer os degraus das masmorras, e esbarrei com força em alguém, sendo jogada com toda a força no chão. Me levantei, pronta para quebrar o nariz de quem fosse, era bem o que eu estava precisando, bater em algo. Mas era o Sev e eu não podia bater nele!

– Ei, Katherina! Para onde esta indo? O Salão fica para o outro lado? – seus olhos

Ótimo, se ele soubesse o que Neville fez ia dar merda. Eles nunca tinham se dado bem, Neville quase me batera e me colocara em detenção, Sev ia a matar ele.

–Estou sem fome, vou deitar, que eu tenho aula daqui a pouco.

Ele me segurou pelos ombros, se abaixando na à minha altura. Ele só fazia aquilo para nos acalmar ou para mediar às coisas

– O que aconteceu? – seu bom-humor se fora, ele estava mortalmente serio. Eu tinha que contar, não é? Uma hora ou outra ele saberia e ia ficar zangado por eu não ter contado. Eu só não tinha como saber se ele mataria alguém por isso.

– Vou perder meus treinos de Quadribol – Era verdade! – Não poderei ir. Vou estar... Em outro lugar

– Por quê? – ele agarrou meus braços – Você se esforçou tanto para entrar no time, quase morreu para conseguir isso, agora me diz que vai faltar aos treinos? Kate, você é masoquista?

– Não! – Será que ele andou fumando raiz de mandrágora? – Eu disse que vou perdê-los e não faltar a eles! Quer dizer que algo, fora dos meus domínios vai me impedir de comparecer aos meus treinos! Não é como se eu fosse faltar para passear por ai com minha cobra de estimação, sabe? Eu não sou tão irresponsável assim!

– Eu sei que não o é! Só fiquei surpreso por não poder ir logo ao Quadribol! Por quê?

E lá vai bomba

– Em resumo – e desatei a falar a toda velocidade – Eu explodi o pátio da frente para ajudar Vlad e quase mato um idiota da Grifinória, Neville apareceu viu a bagunça, me deu detenção na hora do treino e eu tô indo.

Quase me solto dele, mas suas mãos estavam bem seguras em mim.

– Detenção? Na primeira semana de aulas? – ele não pareceu se importar com o resto, apenas com o fato de eu estar em detenção, como um bom pai faria – Acho que isso é um recorde!

– Eu sei, me desculpa – fiz minha cara de anjo, quase afável – Por favor, eu só quero ir para minha cama, e descansar antes das minhas próximas aulas! Por favor, Sev! Eu estou muito cansada com tudo que aconteceu de ontem para hoje.

Ele suspirou, me deu um beijo na testa e me mandou ir para a cama logo de uma vez.

– Espere ai! Você que foi o Neville que te deu a detenção?

Mas eu já estava dentro do Salão comunal.

Seis horas em ponto eu estava na frente da sala de Neville, mas ele não estava lá. É claro que não! Quanto mais eu esperasse plantada (sem trocadilhos), mais ele se divertiria com isso. O pior é que eu estava em um beco sem saída. Se eu saísse dali ele poderia chegar e alegaria que eu não tinha chegado no horário, e ainda deixou a porta aberta para eu entrar e ele ainda me dar uma bronca por entrar ali sem sua presença.

Me sentei no chão frio e duro, estava com fome por não ter comigo nada o dia inteiro, estava com muito frio, mesmo estando agasalhada, e estava furiosa. Imaginei aquele infeliz rindo de mim enquanto eu não podia fazer nada contra ele.

Meia hora depois, quando eu já estava fechando meus olhos de cansaço, passos se aproximaram calmamente pelo corredor. Ele estava com uma pilha alta de livros flutuando ao seu lado e um monte de pergaminhos equilibrado em meus braços.

– Stevenson! Pelo menos, você é pontual – estreitei os olhos para ele, engolindo meia dúzia de respostas, seu sorriso sórdido se ampliou – O que está fazendo ai afinal? De pé! Vamos!

Me pus de pé, apenas para receber os livros em meus braços. Eram pesados, cheiravam a poeira e estavam mal equilibrados.

Ele abriu a porta com um movimento na varinha e acendeu as velas com a mesma facilidade. Sua sala era repleta de plantas pelas paredes e por cima de alguns moveis. Demorei alguns segundos para perceber que as plantas se mexiam, e mais alguns segundos para notar que uma delas capturara uma aranha do tamanho da minha mão e estava engolindo a pobre.

Neville tirou aquele peso de mim, mas eu não conseguia tirar os olhos das plantas. Ele sorriu ao perceber que eu estava com medo delas.

Mudei minha atenção para seus papeis, não lhe daria mais satisfação demonstrando mais ainda meu medo. Se fosse qualquer outra pessoas eu perguntaria o que eram todos aqueles papeis, mas como era Longbottom, o que não ia de jeito nenhum com minha cara, fiquei na minha.

– Você vai escrever algumas coisas para mim hoje – E amanhã, e depois de amanhã, e depois... Que grande primeira detenção essa! Ei, eu já tinha escutado aquilo em algum lugar! Umbrige! E ironia!

– Ok – me sentei na frente da rama de pergaminhos que ele colocou na mesa para mim e peguei uma pena na minha mochila. Ele mal escondia a satisfação – O que escrevo?

– Não devo explodir coisas por prazer. Trinta vezes – ele se sentou, observando cada reação minha. Me perguntei se ele não via que estava sendo como Belatriz, se vingando dela em cima de mim daquele jeito, transformando minha vida em um inferno e eu nem tinha fito nada de tão errado assim minha vida inteira.

– Mas não foi por prazer, foi necessidade!

– Cinquenta vezes – engoli em seco, sua voz estava calma e ele se pôs a corrigir alguma coisa – Necessidade... – Ponderou um pouco a palavra – Não tinha ideia que precisava tanto assim de atenção.

– Tudo bem, professor, mas prometa que não ficará marcado em minha mão ou em qualquer outro lugar para sempre, não quero esse tipo de coisa escrita em mim.

Ele ergueu os olhos, furioso, ia ter volta, mas eu tinha colocado o dedo na ferida, se fizesse com que se sentisse mal, pelo menos eu tinha conseguido isso.

– Setenta vezes – apertei a mandíbula – E se soltar mais um pio, eu juro que vão ser cem vezes, nem que eu tenha que ficar aqui até amanhã!

Assenti, eu é que não queria ficar ali com ele até o sol raiar, eu já estava com fome, tinha, pelo menos, que descansar um pouco.

Não devo explodir coisas por prazer.

Mesmo que não tenha sido por prazer.

Não devo explodir coisas por prazer.

Mesmo que seja o certo a se fazer.

Não devo explodir coisas por prazer.

Nem para ajudar um amigo.

Não devo explodir coisas por prazer.

Mesmo que o próprio imbecil que esta me forçando a fazer isso já tenha feito coisa pior.

Logo minha mente caiu em abstinência, me mandando para o fundo de minha consciência, onde aconteciam coisas mais interessantes, e minha mão passou à agir sozinha.

Apenas notei com a visão periférica quando ele largou a pena e me observou curioso, depois seus olhos se voltam para a pilha de livros e pergaminhos em cima da mesa, como se tentando entender algo, mas aquilo não me importava, eu só queria sair dali, já até perdera a conta de quantas frases já tinham ido.

– Só não entendo uma coisa – sua voz me trouxe a realidade. Ergui os olhos para ele – Como você, em sua primeira semana de Hogwarts, consegue executar Bombarda com tanta perfeição?

Não devo explodir coisas por prazer.

– Professor, eu tenho um Patrono Corpóreo, Bombarda é fácil para mim – não coloquei nem um pingo de arrogância na voz, mas seu queixo se contraiu, como se sentisse um pouco dela em mim – Eu não sei como faço, apenas faço.

Não devo explodir coisas por prazer.

– E quem lhe ensinou isso? Snape?

Não devo explodir coisas por prazer.

– Muita gente me ensinou isso, você entre elas – suas sobrancelhas se contraíram – E Severus nunca nos ensinou nada fora da escola, ele tem senso de responsabilidade – Noção do perigo – Nos livros, quem usou Bombarda?

Não devo explodir coisas por prazer.

– É impossível aprender algo apenas lendo seu nome em um livro – suas mãos se fecharam – Existe a pratica e ela é extremamente necessária! Você não pode simplesmente levantar a varinha e fazer!

Não devo explodir coisas por prazer.

– Mas é assim que eu faço! Não sei como, professor, acho que tenho alguma facilidade ou sei lá o que! Vai ver puxei mais que Ofidioglocia de Voldemort – ele fechou os olhos, como se contendo a raiva – Não sei de verdade.

Não devo explodir coisas por prazer.

– Você já tentou todos os feitiços que aparecem nos livros?

Não devo explodir coisas por prazer.

– Alguns apenas, estou indo por ordem, os últimos que tentei foram Estupefaça e Enerveante.

Não devo explodir coisas por prazer.

– Conseguiu os feitiços? Machucou alguém?

Não devo explodir coisas por prazer.

Não devo explodir coisas por prazer.

– Não! Eu não machuquei ninguém! Vlad foi voluntario! – ele estreitou os olhos, não acreditando nem um pouco em mim – Ele ficou desacordado e acordou com o Enerveante, só ficou um pouco tonto, mas fez uma piada logo depois que se sentou, então estava bem.

Não devo explodir coisas por prazer.

Meu pulso começou a doer consideravelmente, e a articulação estalou um pouco. Mas eu precisava acabar aquilo se queria sair de perto de Longbottom.

Não devo explodir coisas por prazer.

Não devo explodir coisas por prazer.

– E você sabe sobre todos esse feitiços apenas lendo?

Não devo explodir coisas por prazer.

– Eu sou fanática sobre esse mundo, professor, nunca foi apenas um livro, sempre foi uma vontade insana de ser real, pareceu um sonho quando descobri que tudo era verdade. Os fãs desses livros são loucos! Sabem tudo sobre todo esse mundo!

Ele assentiu, um brilho orgulhoso surgindo por trás dos olhos.

– Então você sabe tudo sobre essa escola, sobre as pessoas que apareceram naquelas paginas, os professores, alunos...

Não devo explodir coisas por prazer.

Ele bem que está merecendo ser explodido, e com muito prazer!

– O senhor! Professor, vamos direto ao ponto – Não devo explodir coisas por prazer – Nós dois abemos que o senhor não gosta de mim, por causa de Belatriz Lestrange, minha avó. Saiba que nem eu nem minha irmã gostamos dela, temos nojo de ter algum parentesco com aquela criatura asquerosa. Sei porque a odeia, eu entendo, mas não é nossa culpa, o senhor não pode descontar em nós o que ela fez com o senhor. Não somos ela – contei as frases com os olhos, tinha usado três pergaminhos e meio de vinte centímetros para terminar – Terminei por hoje, senhor. Até amanhã.

Seu rosto estava contorcido de dor, os olhos cheios de ódio. Não tinha adiantado de nada. Me levantei e sai, antes que ele viesse com sua resposta.

Quando desci para as masmorras novamente, Sev me segurou pelos ombros, me parando no meio de um passo. De soltei de suas mãos, agarrei sua cintura e me escondi entre os panos pretos.

– Quentinho – inalei profundamente, sentindo meu corpo relaxar com sua presença e o cheiro das ervas.

– Você é maluca – Nossa, quando foi que ele descobriu? – Como foi sua primeira detenção?

– Cansativa. Não vou explodir coisas por prazer, setenta vezes! – ele riu – Meu pulso tá doendo, tá? Essa é a pior detenção da historia de Hogwarts! Poderia ser uma ida a floresta negra, um nado no lago, limpar a sala dele, alimentar as plantas carnívoras... Mas não! Escrever! E uma injustiça porque não foi por prazer!

– Você deu sorte de ser só isso, e, principalmente de ser Longbottom. Se eu estivesse dando sua primeira detenção, seria criativo o bastante para convencer à senhorita a nunca mais se meter em confusões

Revirei os olhos, iludido.

– Vai nessa, Sev. Em toda a minha vida, nunca conseguiram me fazer ser uma boa menina – bati os cílios duas vezes, olhando para ele, me fazendo de inocente.

Ele se soltou de mim.

– Vá para a cama, amanhã você tem aula. E eu espero que seja um dia tranquilo, pelo menos um desde que vocês chegaram.

Fechei a cara.

– A culpa não é nossa se as coisas acontecem perto da gente.

– Sei... Cama, mocinha!

Adoro quando me chamam de mocinha!

No dia seguinte, Bi brigava comigo, normal.

– Detenção? Kate, estamos em Hogwarts há quatro dias! Quatro, você já quase foi morta, entramos para os times das casas, poderíamos ter terminado essa semana pacificamente, mas você tinha mesmo que explodir as coisas por ai?

A mesa da Sonserina estava em silencio, olhando, incrédulos para a Corvinal que gritava comigo, sentada em nossa mesa.

Eu não estava nem ai para nada, só comia. Como todas as vezes que ela tentava me dar uma bronca, eu a ignorei, saboreando meus ovos, e eu acho que ela já tinha percebido isso, só que não pararia até ter desabafado.

– Ela impediu Kyo Nakama – abri meu sorriso Colgate, olhos ainda na comida, mas notei o olhar dela em mim, minha irmã sabia muito bem o que eu estava pensando – de me enfeitiçar de novo, disse, ontem, quando a enfermeira falou que ele tinha quebrado as costelas, que nunca mais queria me ver na frente dele, para deixa-lo em paz! – ele olhou sua comida e franziu a testa – Fico me perguntando o que Duran dirá...

– Detenção? – como se saído do chão Duran grita atrás de mim, fazendo eu agarrar minha varinha.

– E já é tu Satanás? Eu já não te mandei embora, Satanás? Tu já voltou? – metade da mesa rio, a outra metade murmurou algumas injurias. Recalque, senhores, o mesmo que bate no meu cabelo ruivo e volta.

Ele me ignorou. Esse povo que não tem medo de morrer, eu não entendo.

– Será que você não pensa nas consequências que acarretarão ao time? – eu podia aguentar minha irmã estragando meu café da manhã, mas aquela criatura? – Eu poderia tirá-la do time sabia disso? – estreitei os olhos. Nós dois sabíamos que ele não me tiraria do time, eu era boa demais. Ele só estava tentando se impor, e não ia funcionar – Só não farei isso porque daria muito trabalho – me viro para encará-lo, ele estava merecendo uma surra – Só me diga uma coisa, Stevenson, qual é o seu problema?

Me levantei da mesa, derrubando minha cadeira, já com o punho erguido para quebrar a cara daquele idiota, mas uma mão interceptou o soco e me puxou para si. O cheiro de grama e terra molhada de Ted me deixou desconcertada, nem me lembrei de estar zangada.

– Vá com calma, Sonserina!

Duran pareceu perceber que perderia um dente ou dois e se retirou, mantendo um pouco da arrogância. Bi estava um pouco surpresa, eu quase nunca apelava para uma violência física tão direta como aquela, mas sabia que não era impossível. Vlad parecia mais decepcionado do que surpreso, seus olhos diziam: “Não teria valido a pena!”, mas teria sim. Annaelly, sentada em sua mesa, estava com os olhos arregalados. Fred estava com seu melhor sorriso de aprovação do mundo. E Ted tinha reprovação nos olhos, mas seu sorriso não escondia seu orgulho.

– Posso saber o que está acontecendo aqui? – Nem precisei me virar para saber que era Neville, a ultima pessoa que eu queria ver naquele momento.

E, pela segunda vez em menos de 24h, eu improvisei. Me virei para ele, quase deixando o sorriso radiante minguar quando vi seus olhos faiscantes.

– Prof. Longbottom! Bom dia – me encostei no peito de Ted, buscando algum apoio – Bom ver o senhor! Hoje no mesmo horário na sua sala, não?

– Isso mesmo – estreitou os olhos, me fazendo agarrar as roupas de Ted – Então, o que é que estava acontecendo aqui? E não me venha com suas armações, garota.

Armações, ele nunca viu uma de minhas armações.

Me virei para Ted, mandando que seguisse minha dança com os olhos.

– Sabe, senhor? Nos não conseguimos nos conter! – passei os braços por seu pescoço, arregalando os olhos para que fizesse alguma coisa, e ele passou as mãos pela minha cintura. Ergui uma sobrancelha. Ele sorriu de lado e se inclinou um pouco para a frente – Principalmente quando estamos tão perto assim um do outro.

O Salão se silenciou, e as vozes grossas da mesa dos professores abaixaram até se calarem também, eu soube imediatamente que ia dar em merda. Uma merda maior do que a original.

– A gente se ama! – Ted parecia encantado com a ideia, que fez, fugindo da razão por um segundo, meu coração tremer nas bases. Ele se inclinou para me beijar, mas um arrepio que subiu na minha coluna mês fez perder um pouco as esperanças.

– Posso saber o que a senhorita esta fazendo? – a mão fria de Severus agarrou minhas roupas me arrastando para longe de Ted, que ficou completamente desolado. Percebi um pessoal da Grifinória se levantando, como se preparando para a tempestade que vinha.

Severus, com os olhos em Ted, puxou a varinha, quase pude ver a sombra do comensal de anos atrás no fundo de seus olhos. Me senti importante por dois segundos, até me lembrar que ia dar mesmo merda. Foi quando BI surgiu do nada, segurando a mão dele que estava com a varinha e apontando-a pra seu próprio peito.

O pessoal que tinha se levantado, provavelmente o time de Quadribol, arrastou Ted para longe, mas seus olhos verdes estavam em mim, cabelos em rosa berrante, uma explosão de alegria que me trouxe uma saudade meio idiota de Ninfadora, mesmo que eu nunca a tivesse conhecido.

A mesa da Sonserina se esvaziou, exceto por Vlad, que não sabia bem o que fazer, quando Sev puxou a varinha. Logo o resto do Salão se alvoroçou, vendo a situação e o barulho se tornou quase infernal.

Uma das mãos de Bi tentaram soltar minha gola de Sev que me olhava furioso, se esforçando loucamente para respirar com calma, sem muito sucesso. Eu não conseguia desviar os olhos dele nem por um segundo, mas eu conseguia ver a expressão surpresa e contraditória de Neville com o canto dos olhos, era como se ele soubesse o que fazer, uma parte dele quisesse fazer por ser o certo, mas uma outra parte quisesse muito ver o circo pegar fogo.

Hermione, saída do nada, caída do céu mandada pelos anjos celestiais, agarrou o outro lado da minha gola e passou a ajuda Bi a me soltar, mas Sev nem estava prestando atenção nelas, eu não sabia se era fúria pura e simples ou ciúmes puro e simples, são sabia que poderia ser bem destruidor.

Neville finalmente reagiu, tirando a varinha do inferno das pedras, e apontou para nós, e quando eu digo nós, digo nós sua varinha ia do meu rosto à varinha de Sev a cada segundo. A professora de Feitiços nem se abalou, apenas olho nos olhos de Sev, mesmo que ele estivesse olhando para mim, e continuou a tentar me tirar.

Parei por um segundo, percebendo que estava sim puxando minha roupa dele.

– Vocês vão mesmo rasgar minha farda?

Eles pararam por um milésimo de segundo, Sev olhou rapidamente em volta, parecendo notar Neville e sua varinha pela primeira vez. Hermione, soltou o ar pela boca, como para se acalmar. Me arrisquei a olhar em volta, não tinha mais ninguém quase nas mesas, eles deviam ter saído de fininho quando aquilo engrossou.

– Soltem-na – a voz autoritária me fez gelar, ou aquilo acabava ou virava uma merda pior na certa. Me desafiei a olhar por cima dos ombros de Sevie e Neville, Minerva estava com uma expressão grave e dura, engoli em seco. Mais um belo dia na família Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

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