- Nome por favor .

- Você-sabe-quem.

- Não... eu não sei. Não me lembro do senhor por aqui antes ! Nome ?

- Sou  Aquele-que-não-deve-ser-nomeado.

- Sinto muito , senhor , mas preciso do nome para preecher a ficha.

- Lord Voldemort.

- Esse é seu nome de vilão ou de batismo ?

- E o que isso importa ? – perguntou irritado.

- Já disse , senhor , é para a ficha !

Voldemort perdeu a paciência.

- Avada kedavra !

Nada aconteceu. Tentou novamente e novamente nada aconteceu.

- Seus poderes de vilão não funcionam aqui , senhor. Nome ?

Bufou de raiva antes de responder em voz baixa , quase inaudível.

- Thomas Servolo Riddle.

- O que disse , senhor ? Eu não ouvi.

- THOMAS SERVOLO RIDDLE ! Ouviu agora ? – perguntou entredentes.

- Perfeitamente , senhor. Agora só mais algumas perguntinhas...

Dez minutos depois , um Voldemort terrivelmente furioso era conduzido à uma sala com várias cadeiras dispostas num círculo. A maioria delas já estava ocupada , então acabou se sentando entre uma velha com uma cesta cheia de maçãs vermelhas e suculentas e um sujeito com um gancho no lugar da mão direita.

- Acho que já podemos começar... – disse um homem sentado quase de frente pra ele com uma prancheta na mão – Para quem não me conhece , sou o doutor Steven Burns , psicólogo , estou aqui pra ajudar vocês a descobrir onde estão errando. Bom , como temos um novo visitante hoje , acho que deveríamos deixar que ele fosse o primeiro a falar. – todos olharam pra Voldemort em expectativa.

- Eu ? – todos acentiram – E o que exatamente eu deveria falar ?

- Conte-nos o seu problema. Pode começar dizendo o seu nome.

- Certo... Meu nome é Voldemort !

- Oi Voldemort ! – disseram em uníssono.

- Meu problema começou a uns dezessete anos atrás , quando surgiu uma profecia que dizia que eu seria derrotado por alguém nascido no final de julho. Eu , como um bom lord das trevas, fui até a casa do garoto para eliminar de vez qualquer ameaça futura , mas as coisas não saíram bem como eu tinha em mente.

- Aqui diz que o Larry...

- Harry.

- É. Harry. Aqui na sua ficha diz que ele te derrotou quando tinha apenas um ano de idade !

- Humpf ! Aquilo foi sorte de principiante ! Tudo culpa daquela sangue-ruim !

- De qualquer forma , deve ter sido bastante traumático. Como você se sente em relação a isso?

- Eu odeio aquele garoto ! Por culpa dele passei treze anos sem um corpo próprio !

- Crianças são uma praga ! – manifestou-se o cara do gancho , ganhando vários acenos em concordância.

- É claro que eu tentei acabar com ele depois. – continuou Voldemort – Usei um de meus servos , soltei um basilisco , fiz com que ele participasse de um torneio em que as chances de sair morto eram de noventa por cento , o torturei pessoalmente ,duelei com ele , fiz com que tivesse pesadelos horríveis e de quebra acabei causando a morte do padrinho dele. Eu.Fiz.Tudo.Isso.Com.Ele.E.Ele.Insiste.Em.Não.Morrer ! – disse pausadamente , pontuando cada palavra com uma batida no chão com o pé.

- Devia fazer ele andar na prancha ! – sugeriu o cara do gancho.

- É muita humilhação pra um bruxo das trevas como eu ! – disse com uma expressão derrotada no rosto.

- Pelo que pude perceber , senhor Voldemort , esse garoto não é a causa dos seus problemas. – disse o psicólogo.

- COMO NÃO ? – berrou indignado – Se ele tivesse morrido como deveria , o mundo teria sido consumido pelas trevas e eu estaria feliz , torturando e matando todos os sangue-ruins do planeta !

- Provavelmente. – ponderou – Mas o seu problema começou bem antes do garoto. Mais precisamente no momento em que a profecia foi feita.

- Então quer dizer que a culpa é da profecia e não do Potter ?

- Exato ! Se a profecia não tivesse sido feita , você não teria ido atrás do garoto e não teria acontecido nenhuma essas coisas que você contou. E você estaria feliz , torturando e matando qualquer inocente que tivesse a infelicidade de cruzar seu caminho.

- Obrigado , doutor ! – disse com os olhinhos brilhando – Vou agora mesmo pôr um fim nisso !

- Mas o que você vai- Voldemort já havia saído pela porta - ... fazer ?

xxx

O salão principal de Hogwarts estava cheio e barulhento como sempre. Os alunos conversavam e riam entre uma garfada e outra de seu jantar , tudo perfeitamente normal... Até as portas se abrirem num estrondo e por elas passar ninguém mais , ninguém menos que Lord Voldemort !

O silêncio que se instalou era quase sepulcral , quebrado apenas pelos passos de Voldemort que ecoavam pelo salão. Harry foi o primeiro a se recuperar do choque.

- Não vou morrer sem lutar ! – disse pondo-se de pé e apontando o que tinha nas mãos de forma bem ameaçadora para Voldemort.

- Pretende me matar com essa coxa de frango , Potter ? – perguntou debochado. Harry corou intensamente ao perceber que havia ameaçado Voldemort com uma coxa de frango assada. Largou a carne no prato e pegou a varinha , apontando-a para Voldemort. – Guarde isso , Potter , não vim aqui matar você ! – e continuou andando , deixando um confuso Harry pra trás.

- E veio matar quem então ? – Harry perguntou depois de um tempo.

Voldemort não respondeu e continuou andando , até parar em frente à mesa dos professores. Mais precisamente em frente à professora de advinhação , Sibila Trellawney.

- Avada Kedavra !

O corpo sem vida da professora tombou pra frente , a cabeça mergulhando totalmente na tigela de sopa.

- Eu disse que ela era uma farsa ! – disse Hermione – Se fosse mesmo advinha , tinha previsto isso ! – e sorriu em triunfo pra ninguém em particular.

- Continuem o jantar ! – disse Voldemort , saindo do salão sob os olhares perplexos de muitos e uma salva de palmas entusiasmada de alguns sonserinos e grifinórios ex-alunos da falecida !

FIM