Draco olhou sério para Harry, e depois para Hermione.

- Ele já sabe de tudo.

- Por que você contou?

- Você conta para Pansy e Zabini e eu não posso contar para o Harry? Não, Malfoy, menos. Harry estava lá, na torre.

- Potter estava... Vendo tudo? – Draco se virou para Hermione, que assentiu. Draco fitou Potter novamente, Harry deu um risinho de escárnio.

- Você fica lindo chorando, Malfoy.

- Cale a boca, Potter. E, quanto a não confiar em mim, lamento dizer; mas eu e ela já fizemos coisas que eu acho que você não ia gostar de saber, se não confia em mim. – Hermione murmurou um “Por Merlin” e abaixou a cabeça. Draco riu o mais alto que o seu estado permitia, e Harry corou até os fios de cabelo.

- Se você tiver feito alguma coisa com ela que eu ache que foi... foi errado, aí sim, Malfoy, você vai se ver comigo. – Harry tirou a varinha do cós das calças. Malfoy riu.

- Tipo o quê, Potter? Ir a praia é crime, agora?

Harry gaguejou.

- Vocês... Vocês foram à praia? – Hermione procurou um buraco para se enfiar, mas infelizmente não havia nenhum na enfermaria da escola. – Como vocês fizeram isso?

- Aparatamos, Harry. – Hermione respondeu, antes que Malfoy pudesse responder. – Mas não se preocupe, eu sei me cuidar. Malfoy se acha demais, só isso.

- E, aliás, só agora que eu te vi com esse pijama, da outra vez você acordou antes que eu. Realmente, você fica melhor com ele do que eu. – Draco riu, malicioso. Harry disse confuso:

- Da... da outra vez...? Por Merlin, Hermione. Vocês...?

- Não Harry, não é nada do que você tá pensando. A gente só... Dormiu. – Hermione deu um tapa leve no ombro do namorado.

- É isso aí, Potter. E a Hermione também está grávida. O quê você acha disso?

Harry empalideceu, enquanto olhava para Hermione.

- Cala a boca, Malfoy. Deixa de ser idiota. – Ela se virou para Harry. – Ignora, Harry. O Draco é um idiota.

- Cuidado, Sangue-Ruim. Eu posso ser idiota, mas sou mais forte que você. – Harry se assustou ao ouvir Malfoy se referir a Hermione assim, mas a garota riu.

- Vai fazer o quê? Me jogar de um penhasco, como naquele dia? Eu posso repetir o feito. – Hermione riu cínica.

- Quer tentar? – Draco aproximou o rosto de Hermione, e a garota aproximou o seu rosto do garoto. Castanhos nos cinzas, cinzas nos castanhos. Ela sentia a respiração do menino no pescoço e...

- Ok! Eu não preciso ver isso, parou. – Harry levantou a voz, prevendo uma catástrofe iminente. – Depois vocês fazem isso.

Draco riu, Hermione corou. Ela abaixou os olhos para o colchão. Viu a mão de Draco.

- Malfoy, que coisa é essa? – Hermione levantou a mão direita do namorado, que estava repousando atravessada sobre o corpo dele. Nas costas da mão do garoto estava escrito na carne “Prepare-se”.

- Belatriz fez em mim. – Draco virou a mão. – Que amor de tia a minha, não? Isso foi logo depois que eu larguei você na enfermaria. Aí ela... – Draco estremeceu, e Hermione deu um beijo na bochecha do namorado.

- Não precisa falar disso, Malfoy. – Hermione disse, Draco assentiu e riu. – Agora vai ficar tudo bem, certo? Acabou.

- Não, Hermione. Eu desobedeci ao Lord das Trevas, e ele vai vir atrás de mim. Vai mandar alguém me pegar, e é bem provável que eu morra. Mas você vai ficar bem. – Draco beijou a mão da garota. – Eu me viro com o resto, mas não acabou mesmo.

Uma lágrima pingou no travesseiro do garoto. Draco aproximou seu rosto do dela, mas virou-se e disse:

- Ei, Potter, dá licença. Vai encontrar a sua namorada Weasley. – Harry deu as costas pra eles e foi embora.

- Agora eu posso?

- Pode.

Draco e Hermione se beijaram. O gosto de menta voltou, um pouco mais fraco. Logo se separaram, Draco já estava sem fôlego.

- Você precisa descansar. – Ela sussurrou. Draco concordou e bocejou. – Depois a gente se vê, ok?

- Hermione. – Draco a chamou, quando ela fez menção de se levantar. – Amanhã tem mais um passeio a Hogsmeade, vamos?

- Pode ser. – Ela sorriu. – Vamos ficar no vilarejo, dessa vez, certo?

- Não. – Draco riu cínico. – Eu enjoei daquele lugar, vou te levar pra outro, mais divertido.

- Ata. – Hermione riu. – Vai dormir, Malfoy.

Ela saiu do espaço da maca 12, e andou até Gina, Rony e Harry.

- Gina; - Hermione puxou a garota. – Tem alguma roupa para me emprestar? Não posso sair daqui desse jeito...

- Já trouxe pra você. – Gina piscou. – Seu vestido deve ter ficado uma coisa. – Elas riram enquanto Hermione assentia, e depois ela andou até o banheiro e se trocou. Encontrou seus amigos e eles saíram para o jardim. Não teriam aulas hoje.

- Sabia que o Snape fugiu, Hermione?

- Não, sério? – Ela piscou.

- Pois é. Harry disse que foi ele que matou o, a desculpa Hermione, o Dumbledore morreu. – Rony se virou para a amiga para abraçá-la, mas ela se afastou do garoto e abraçou Gina, fingindo que chorava. Depois de um tempo, suas olheiras faziam parecer que chorara mesmo. Ela perguntou para Harry como foi que aquilo aconteceu, e Harry contou a história para a garota, como se ela não soubesse de nada. Aos poucos, começaram a conversar sobre a escola, os colegas e como eles achavam que Hogwarts ia ficar.

- Eu acho – disse Gina – que, com ou sem Dumbledore, Hogwarts ainda vai ter certas dificuldades com certas mudanças. – Hermione e Harry riram, ela um pouco mais envergonhada, ele mais sério. Rony se virou, confuso.

- Por que eu tenho a impressão de que só eu não sei de alguma coisa?