Quatro Elementos: O Confronto escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 6
Ódio e Amor, o poder dos sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores!
Mais uma semana agitada por aqui! Volta as aulas, ferias morreram, agora só em dezembro! O My God!!
Bom, esse capítulo não saiu exatamente como eu esperava e nem tem momento HOT, mas só um pedacinho para deixarem vocês na curiosidade no capítulo que vem!
Aliás hoje tem a revelação do porque a conexão do Rick e Claire! Vocês vão deduzir bem aqui com a explicação Expert da Liz!! Quero deixar que se tiver alguma coisa confusa é só me falar! OK
Obrigado a todos os comentários e mais uma vez venho dizer: não sejam leitores fantasmas, deixem comentários, não custar nada né povo!
Hoje foto do personagem de novo! Fiz essa montagem e gostei bastante do resultado assim como outras aqui! Espero que gostem também!
Sem mais delongas ai vai o capítulo de hoje! Beijão seus lindo e ate semana que vem!
Boa leitura!! :) :) :)



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– Uma bruxa? E original? – perguntei a Liz que me olhava.

– Sim! – ela sorriu. – As bruxas originais restaram apenas três no mundo. Eu sou a segunda bruxa original.

– Onde estão as outras?

– Por aí! Nunca encontrei nenhuma das outras duas! – ela falou mexendo no cabelo loiro.

– Você disse que pode me ajudar. Eu acho que preciso mesmo de ajuda! – sorri.

– Sim! – ela sorriu. – Geralmente os dominadores têm tantas perguntas.

– Como sabe? Já viu outro antes?

– Conheci o outro dominador da terra que estava antes de você!

Olhei confuso e ela riu.

– Sou mais velha do que pensa!

– Nesse caso, você está ótima!

– Imortalidade das bruxas originais!

– E o que são as outras bruxas então?

– Na verdade são feiticeiras que aprendem a dominar magia com o tempo. As originais já nascem assim.

– Entendi, mas por que não nascem mais bruxas originais?

– A linhagem devia ser seguida, mas houve um massacre e como eu te disse restaram apenas três! Não tive tempo de seguir minha linhagem. Para se criar outro bruxo original, pai e mãe devem ser bruxos originais e as minhas chances acabaram!

– Como sabe que os outros dois não são bruxos?

– São bruxas! Apenas sei!

– E o que você está fazendo no hospital? Quer dizer, aqui não é perigo de alguém descobrir?

– Como eu te disse antes, todo dom vem à responsabilidade. Eu estou aqui porque posso fazer algo pelas pessoas, posso ajuda-las e lá fora não vou poder fazer nada, porque bruxas são caçadas desde que a população se entende por população! – ela suspirou. – Aqui é o ultimo lugar aonde vão nos procurar.

– Você pode curar as pessoas?

– Não exatamente! Estou por aqui tem muito tempo e posso ajudar com alguns truques. Curar não é bem a palavra certa.

– Então você pode ajudar a Bia! Fazer alguma coisa pra ela voltar! – falei animado.

Ela abaixou o olhar e suspirou.

– Sou uma equilibrista da natureza assim como você. Não posso ir contra a natureza e sua escolha.

– Que escolha? Matar ela?

– Eu não sei! Mas não posso fazer feitiços contra outros equilibristas como os quatro elementos e não posso lutar contra a natureza!

– Não pode fazer nada?

– Infelizmente não! – ela me olhou com tristeza. – Só tempo vai dizer o que a natureza quer.

Suspirei e me senti mal por isso.

– Vocês não estão conectados e isso é ótimo!

Olhei surpreso para ela.

– Acha que se descobri sobre você, não ia saber sobre ela ser a dominadora? – ela ergueu uma sobrancelha.

– Pensei que não soubesse!

– Sou melhor do que pensa.

Sorri e ela retribuiu.

– O que sabe sobre a conexão? – perguntei, afinal era uma grande duvida.

– A conexão é sempre um mistério e cheia de surpresas que nenhum de nós vai saber. – sorriu. – A conexão elementar é movida a sentimentos. Sentimentos que sejam fortes o suficiente para liga-la, aqueles que mais existem e comandam os outros.

Ela segurou meu braço e o virou devagar para o lado onde tinha a marca.

– Sabe para que ela serve? – perguntou desviando da sua explicação da conexão.

– Não! – respondi mesmo assim.

– Serve para indicar que você é o grande dominador, mas o que eu considero mais importante. Indicar o que se passa com seus sentimentos. – ela deslizou a mão por cima da marca que estava diferente e eu nem reparei. – Não é todo mundo que tem esse privilegio, mas os dominadores têm por tal motivo. A conexão pode mata-los lentamente sem que percebam e aqui está a sua guia. – ela colou a mão em cima da marca.

– Sua guia para te mostrar como anda sua mente. Conexão movida a ódio e amor! Os lideres dos sentimentos são aqueles que os conectam e desconectam.

– Tem um jeito de desconectar?

– Claro que sim! Tudo que vai, volta! Tudo que liga, desliga! A conexão acontece quando um sentimento desses dois é explicito e sentido. Isso é a fortaleza que os conecta.

– Explicito? Quer dizer, dito em voz alta? Por exemplo.

– Exatamente! Quando um sentimento é falado pelos dois dominadores e sentido, principalmente sentido!

– Quer dizer que eu só preciso dizer um sentimento e vou estar conectado?

– Não! Se sentir ódio ou amor e disser isso pela a dominadora da água que não o seu elemento contrario.

Então se a Claire e o Rick estão conectados é porque sentem algum sentimento um pelo outro e falaram isso para ambos.

Talvez o amor? Não, com certeza não.

Ódio? Eles não gostavam mesmo um do outro e talvez seja...

– Eu odeio você por isso! Odeio por nos condenar a morte!

Só pode ter sido isso, ou melhor, essa briga que a Claire teve com o Rick no dia em que a gente foi lá e deu tudo errado com a Jeniffer.

– E como faz para desconectar? – perguntei olhando ela passar a mão no cabelo.

– Sentimento contrario a aquele que os conectou!

Dei um olhar confuso e ela sorriu.

– Se você se conectar pelo amor só precisa odiar a mesma pessoa! Precisa sentir um sentimento contrario só isso! – ela deu de ombros. – E eu particularmente acho mais fácil você amar alguém que odiou do que odiar alguém que ama!

– Para mim os dois são difíceis!

Ela sorriu e se levantou.

– Bom... Acho que esclareci algumas coisas! Quando precisar é só me falar!

– Obrigado Liz! – sorri.

– Imagina Felipe!

Ela acenou e saiu do quarto em silencio.

Talvez se o Rick e a Claire se gostassem mais poderiam desfazer a ligação e tudo ficaria certo! Eles só precisavam saber como e isso eu teria que avisar quando algum deles vir ate aqui.

***

Claire

Tudo estava passando lentamente como se o tempo tivesse contra mim ou algo do tipo. Cinco dias se passaram e nem deu tempo de ir ver o Felipe ou a Bia. Eu e Rick saímos umas três vezes para procurar pela tal matilha que pode estar na cidade e não encontramos foi nada.

Mais uma manha entediante e chata. Fiquei de ir treinar e ensinar algumas coisas para Lucy junto com o Rick e não poso deixa-los esperando.

Fiz um coque nos cabelos, vesti um short, blusa de mangas e tênis. Não ligo para roupas, na verdade não ligo nada para roupas.

Sai do quarto me rastejando pelo corredor e me arrependi disso quando dei de cara com a Jullya.

– Oi Claire! Indo encontrar seu dominador?

Levantei o olhar e ela tinha uma expressão sínica no rosto.

– E se eu tiver? Te incomoda? – dei um sorriso.

– Nem um pouco! Só toma cuidado porque ele adora pular a cerca!

– Obrigado pelo seu aviso gentil! Mas a vida ainda é minha, então... Fica na sua que é melhor!

Ela suspirou e ficou meio sem graça.

– Agora se me der licença, eu vou encontrar meu dominador! – fiz questão de falar isso e passar quase trombando nela.

Garota mais chata! Apesar de que eu não queria que todos ficassem sabendo que eu e o Rick estávamos... Sei lá o que a gente tinha.

Entrei na quadra e lá estava o Rick socando o saco de boxe com toda a força. Senti seu perfume de longe e não segurei um sorriso. Seus cabelos estavam meio molhados e bagunçados. Estava sem a camisa deixando os músculos a mostra totalmente atraente. Estava com uma calça jeans ou sei lá o que.

Vasculhei o ambiente rapidamente procurando a Lucy que não estava ali.

Andei devagar e escorei na grade de proteção e fiquei observando ele que se virou e deu um sorriso encantador e voltou o que estava fazendo.

Eu tinha que parar com isso. Parar de ficar tendo essas sensações perto dele ate porque eu sei que ele pode ouvir meu coração assim como eu posso ouvir o dele.

Ele parou e tirou as luvas em silencio depois veio na minha direção parando na minha frente.

– Olá! – falou sorridente se aproximando.

– Oi Rick! – respondi me afastando um pouco.

– Senti saudade! – ele me puxou para um abraço grudento.

– Ah não Rick! Suor! – virei o rosto e ele me virou para ele de novo.

– Você gosta! – ele colocou os lábios nos meus num beijo quente e bom. De novo a sensação de que senti falta dele.

Passei os braços no seu pescoço e fiquei na ponta dos pés ate ele se inclinar e aprofundar o beijo. Soltei sua boca e o abracei respirando seu perfume.

– Porque ficou fugindo de mim o dia todo ontem? – perguntou se afastando para me olhar.

– Estava cansada! – passei a mão no seu cabelo castanho meio ruivo.

– Cansada? – ele ergueu uma sobrancelha.

– Cansadíssima! – o puxei pelo pescoço. – Mas hoje não estou nem um pouco!

– É mesmo? – ele mordeu os lábios.

– É sim! – o beijei.

Eu não resisto e preciso disso, ou melhor, preciso dele!

O beijo logo se acelerou e foi ficando quente. Ele voltou à postura normal e tive que ficar na ponta dos pés ate ele passar as mãos na minha cintura me tirando chão. Travei as pernas a sua volta e sua mão deslizou pela minha coxa subindo e levantando minha blusa junto.

Mordi seu lábio inferior e entrelacei os dedos no seu cabelo o prendendo no beijo. Ele segurou minha nuca se soltando e afastando um pouco para descer beijos pelo meu pescoço.

Voltou de novo na minha boca e deu um sorriso malicioso. Ele deslizou uma das mãos por dentro da minha blusa passando lentamente para me provocar.

Passei as mãos pelas suas costas e deslizei as unhas o arranhando de leve e ele em resposta apertou minha coxa um pouco mais cima me fazendo gemer no seu ouvido.

O puxei rapidamente para um beijo sufocante e ele me pressionou mais na proteção de grade.

Desci as pernas e os braços o empurrando em seguida. Passei por debaixo do seu braço e corri pela quadra dando um sorrisinho para ele que me olhou curioso.

Ele andou lentamente ate mim e segurou meu braço me puxando para ele. Segurei seu braço passei uma das pernas o pegando de surpresa.

Ele caiu e deu um sorriso divertido. Passei as pernas a sua volta e deslizei ate conseguir beija-lo.

Ele deslizou uma das mãos pela minha perna e subiu lentamente ate a cintura.

Ouvi passos rápidos e outro meio lento logo atrás vindo em direção à quadra. Soltei-me do Rick deitando do seu lado.

– Lucy chegando! – falei meio sem ar.

– Percebi! – ele falou devagar voltando sua respiração ao normal.

Ficamos deitados respirando lentamente para tudo voltar ao normal.

– Tá dormindo? – abri os olhos encontrando a Lucy inclinada me observando.

– Ainda não! – sorri e me sentei abraçando ela que estendeu os braços.

– Estavam treinando juntos? – a Claudia perguntou se aproximando.

– Digamos que sim! – o Rick respondeu me olhando brevemente.

– Sei! – ela revirou os olhos. – Treino de verdade agora!

– Sim senhora! – o Rick se levantou e estendeu a mão para mim.

Assim que levantei me aproximei um pouco dele, ou o suficiente para falar no seu ouvido.

– Depois a gente termina a brincadeira! – me afastei e segui a Claudia que estava indo para o centro da quadra.

Ele riu e depois assentiu.

É! Talvez eu esteja mesmo gostando disso, ou gostando dele!

***

Felipe

A Liz disse que poderia me conceder algumas respostas se eu entrasse em contato com a Bia e ela poderia me ajudar.

Já havia se passado cinco dias e eu estava me sentindo super bem e acho que aguentaria facilmente.

Ela disse que eu só preciso dormir e que a outra parte ela faria.

– É como se tivesse mesmo acontecendo! – ela trancou a porta e colocou algumas velas perto da minha cama. – Você vai senti-la, ouvia-la, vai ser tudo muito real, mas como se fosse uma hipnose! Eu vou te ouvir e vou controlar para que fique bem e se eu ver que tem algo errado e que ela quer te puxar... Eu paro tudo!

– Me puxar? – olhei ela acender as velas e vir ficar de frente para mim.

– Quando se está em coma à pessoa precisa voltar ou ficar. Ela confia em você e acha assim que se leva-lo com ela tudo aqui vai ficar melhor!

– Quer dizer a morte?

– Exatamente!

– Você fala como se ela estivesse morta e fosse um espirito.

– Ela não está morta se é isso que quer saber! Mas a mente da Bianca não está mais aqui, ela precisa voltar com ajuda. – ela segurou minhas mãos. – Você é a ajuda dela!

Assenti enquanto ela virava meus braços e colocou a sua mão direita em cima do meu símbolo.

– Pronto?

– Pronto! – respondi.

Ela pressionou meu braço em cima do símbolo elementar e uma dor terrível me atingiu. Meu corpo reagiu estremecendo, senti algo dentro de mim gritar para sair. Meus olhos mudaram rapidamente e tenho certeza que ouvi alguma coisa se trincar.

Não segurei o grito que saiu da minha garganta estalando meus ouvidos. Fechei os olhos e em seguida senti que a dor havia sumido.

Senti as luzes brancas piscarem e abri os olhos vendo o teto branco. Nada me doía mais e parece que meu corpo estava pronto para ficar de pé.

Resolvi colocar as pernas para fora da cama e ficar sentado. Foi uma sensação boa e pude ate respirar melhor. Encostei os pés no chão e fiquei de pé.

Olhei em volta do quarto em silencio assim como o resto do hospital. Andei passos lentos ate a porta e a abri. Olhei os dois lados do corredor que permanecia silencioso e totalmente vazio.

O teto e paredes brancas com as mesmas luzes do quarto. Sai do quarto e andei alguns passos pelo corredor.

Parei assim que a avistei a alguns metros de mim parada bem no meio do corredor com um vestido branco. Deu um sorriso e estendeu a mão como se me chamasse.

Sorri de volta e fui a sua direção andando mais depressa. Assim que cheguei segurei sua mão que estava totalmente fria, fria ate demais.

Entrelaçamos os dedos e eu senti como se uma parte de mim estava indo embora. Ela deu um sorriso, mas vi tristeza em seu olhar e algo novo que não consegui deduzir.

– Você precisa ouvir com atenção Felipe! – ela falou e senti meu coração se acelerar ao ouvir sua voz.

Assenti e olhei seus olhos castanhos.

– O passado está voltando para nos destruir e você precisa me prometer uma coisa.

– O passado? – perguntei meio confuso. Não era isso que eu esperava quando fosse vê-la.

– Prometa que independente do que aconteça e do que te digam você não vai confiar. – ela disse ignorando minha pergunta.

– Por que isso agora?

– Porque não tenho muito tempo para te dizer outras coisas e isso é o mais importante. – vi seus olhos brilharem cheios de água. – Prometa.

Ela puxou minha outra mão e me olhou.

– Tudo bem! Eu prometo!

Ela sorriu e se afastou soltando minhas mãos.

– Lembre-se que tudo acontece por um motivo!

Puxei suas mãos de novo.

– Me desculpe! Eu não consigo mais... Não tenho mais forças! – uma lagrima desceu pelo seu rosto.

– Eu não entendo! – olhei suas mãos frias.

– Acabou. – outra lagrima. – Eu não consigo!

Finalmente veio na minha mente do que ela estava falando.

– Não, não! – engoli a dor que vinha me sufocar. – Tudo vai ficar bem!

– Da ultima vez isso não funcionou!

– Você vai ficar bem e...

– Não! – ela se aproximou tampando minha boca com a ponta dos dedos. Senti meu corpo se arrepiar com o seu toque gélido. – O tempo acabou!

Fiz uma expressão de confusão e ela se afastou rapidamente andando pelo corredor.

– Espera! – falei indo atrás dela.

O corredor branco ficou confuso e a minha mente ficou girando tentando alcança-la.

– Não! – sussurrei me agachando no chão com as mãos na cabeça.

Senti as lágrimas descerem pelo meu rosto sem permissão e a dor que engoli voltar me sufocando.

– Não! – sussurrei de novo passando as mãos no cabelo.

– Felipe mantenha o foco! Mantenha o foco, mantenha o foco... – ouvi uma voz delicada na minha mente.

Senti a dor aumentar e as lagrimas descerem com mais força. O que estava acontecendo?

– Respira, respira devagar... Se concentre... Se concentre... – a voz de novo.

Tentei respirar, mas já estava quase soluçando por causa do choro descontrolado.

– Respire devagar Felipe!

Fechei os olhos e respirei lentamente ouvindo o som do meu coração acelerado.

– Muito bom! Muito bom! – ouvi a voz elogiar na minha mente.

Levantei a cabeça e a vi de novo.

– O tempo acabou Felipe! O tempo acabou para todos nós! – ela disse.

– Bia...

– O tempo acabou para nós Felipe!

– O que? – falei com uma voz fraca.

– Acabou!

Fiquei de pé pronto para ir ate ela, mas senti alguma coisa nos meus pés e olhei para baixo, arregalei os olhos ao ver o sangue espalhado pelo chão.

– Acabou! – ela gritou fazendo meus ouvidos tremerem.

Ela começou a gritar fazendo o eco se espalhar pelo correndo vazio.

Coloquei as mãos nos ouvidos tentando abafar o som dos seus gritos que estavam consumindo minha mente.

Tirei as mãos dos ouvidos e estavam sujas de... Sangue.

O chão branco havia sido tomado pelo liquido vermelho.

A dor voltou a me sufocar e o cheiro de sangue a me deixar ainda mais perdido.

– Felipe respira! – a voz dizia na minha mente.

– Eu não consigo, eu não consigo, eu não consigo! – cai de joelhos e olhei para frente ainda ouvindo a Bianca gritar freneticamente.

– Mantenha o foco! Isso é o poder tentando te dominar...

– Não, não, não!

Tudo começou a girar na minha mente: a voz, o grito, a dor.

Felipe... Felipe... Felipe...

– Não! – gritei ouvindo o eco evadir o local.

O ambiente voltou como se eu tivesse voltado no tempo.

Estava ofegante e senti o suor descer pela minha testa. Olhei confuso o quarto e os olhos azuis preocupados perto de mim.

– Felipe tudo bem! Você está de volta! – ela falou.

Minha mente parecia confusa e não consegui me focar no ponto certo.

– Felipe! Olha para mim! – ela segurou meu rosto nas mãos e me fez encara-la. – Tudo bem! Tudo bem!

Respirei devagar e olhei seu rosto.

– Tudo bem! Você foi ótimo! – ela soltou meu rosto devagar e sorriu.

– Tinha algo errado Liz! – falei me lembrando do modo como a Bianca agiu.

– Alguns são confusos! Talvez ela precise de tempo! Você ainda não tem controle total do seu elemento e ele não me deixa ir mais longe na sua mente, é como um escudo que me bloqueia!

– Tempo! Ela disse alguma coisa sobre o tempo estar acabando! – falei e a Liz me olhou confusa.

– Como assim?

– Eu não sei! Ela disse isso. Eu não me lembro de bem.

Ela mexeu no cabelo e abaixou a cabeça pensando, depois me olhou meio assustada e surpresa.

– O que foi? Você alguma coisa?

– Acho que vai precisar de ajuda! De muita ajuda!

***

Claire

Finalmente a Lucy se cansou de correr e lutar. Eu estava começando a ficar entediada.

– Ei, ei! Quero sua companhia hoje! – o Rick falou me puxando assim que ia sair da quadra.

Revirei os olhos e sorri. Coloquei a mão no bolso e tirei a chave.

– Vou falar com a Kate, então pode ficar me esperando. – coloquei a chave na sua mão.

– Chave de onde?

– Do meu quarto seu bobinho! – ri da sua expressão.

– Tó começando a gostar disso. – ele sorriu.

– Eu já estou gostando! – me aproximei e beijei sua bochecha. A gente se vê mais tarde!

Ele assentiu e se virou esperando a Lucy.

...

Peguei o telefone e digitei rapidamente.

Pode conversar agora?

Passou alguns minutos e a Kate respondeu.

Com certeza! Já estou em casa, passa aqui!

Ergui a cabeça olhando a rua e atravessei. Digitei de novo.

Estou indo aí!

Ela respondeu:

Te espero! :) :)

Suspirei e fundo e andei mais depressa. Passei do lado de uma banca de jornal e olhei rapidamente o jornal em destaque.

Voltei pegando o jornal para ler a manchete:

Policia decreta sinal de alerta!

Toque de recolher começará hoje à noite em todo o Rio de Janeiro, devido às mortes violentas que tem acontecido na cidade. Moradores andam assustados e temem o que está acontecendo.

FEM vai entrar na briga a procura dos seus supostos mutantes envolvidos!

Então quer dizer que a FEM resolveu agir agora e tentar pegar o tal assassino?

– Quanto é? – perguntei ao homem da banca.

– Vinte e cinco centavos! – respondeu.

– Vou levar um! – tirei o dinheiro e lhe entreguei.

Sai rapidamente indo rumo à casa da Kate.

Bati duas vezes e a porta logo se abriu.

– Oi Claire! – ela deu um sorriso desanimado.

– Oi Kate!

– Entra! – me deu caminho para entrar.

– Obrigado! – me sentei no sofá e ela me estendeu um copo. – Sabe, todas as vezes que venho aqui eu fico bêbada!

– Isso não é bom? – ela sorriu enchendo o meu copo.

– É ótimo! – estendi o copo num brinde.

– Minha cabeça está a mil! Não sei com o que me preocupar mais. Se com o Felipe, a Bianca, as mortes, a conexão sua e do Rick ou o fato de que não sabemos o que fazer! – ela disse se sentando também.

– Quanto à conexão, eu e o Rick estamos nos dando bem com ela!

– Ah claro! O sexo...

– Não Kate!

– Não estão se dando bem ou não estão fazendo sexo?

– Estamos nos dando bem e o sexo é...

Ela começou a rir e depois fez cara seria.

– É um brinde?

– É um extra! – falei e ela riu alto.

– Não é um extra mais Claire. É normal agora!

– Não! É só... – suspirei vencida. – Isso não devia estar acontecendo!

– E por que não?

– Porque não está certo. O Rick devia continuar sendo... O Rick chato de sempre!

– E o que ele é agora? – ela estava com uma expressão divertida.

– É perfeito! – abaixei a cabeça.

– Claire! Se isso é sentimento novo, por que fugir?

– Eu só não quero me apegar a ninguém. Não quero, porque vou perdê-lo depois.

– Quem te garante isso? Não podemos viver sozinhos.

– É medo. Só isso. – olhei para ela que suspirou.

– Não precisa ter medo daquilo que te faz bem! – ela segurou minha mão.

– Talvez! – sorri. – Mas não vim aqui falar de mim e o Rick. Vim falar sobre aquele garoto que apareceu na noite dos lobos!

– O Erick?

– Esse mesmo! O Rick disse que ele já apareceu outras vezes e que tem alguma coisa a ver com mãe da Bianca.

– É verdade! Quando a Bia o Rick ainda namoravam ele apareceu aqui em casa com alguns vampiros loucos tentando nos matar, e depois disse que só queria falar com a Bia.

– Eu disse pro Rick que ele me lembra da Bianca e eu queria saber o que você sentiu dele?

Ela refletiu alguns segundos.

– Para ser sincera ele lembra mesmo a Bia e quanto ao que senti foi... Preocupação, curiosidade e... Segredo!

– Então ele esconde alguma coisa!

– Provável que sim!

– Não sei! Mas você já pensou na possibilidade de que ele pode ser parente dela ou alguma coisa assim?

– Parente?

– Como um irmão.

– Não teria condições de ele ser irmão dela, já que a Bianca deixou a casa da mãe dela há uns nove ou dez anos atrás. Ele me parece ter uns dezessete anos ou dezoito. – ela deu de ombros. – Não estaria escondido no porão o tempo todo! – ela riu.

– Ele é um mutante! Talvez seja por isso!

– Pelo fato dele se transformar num animal?

– Animais crescem mais rápido que humanos. – falei dando de ombros.

– Se tornam adulto mais rápido.

***

Kate (especial)

Eu e a Claire concluímos que ou o garoto era irmão da Bia e teve alguma ajuda em crescer, ou ele era um parente distante que ela nunca conheceu.

Terminamos a nossa conversa e ela disse que precisava ir, pois o Rick a estava esperando. Não disse nada a ela, mas senti afeto nessa relação louca deles e acho que ela já sabe disso.

Eu fico feliz por eles e triste por saber que a Bia não tinha melhorado.

Eram tantas coisas para minha cabeça que eu não fazia ideia por onde começar.

Abri a porta de casa e entrei me rastejando ate o sofá. Tinha levado a Claire ate a porta e resolvi que estava na hora de conferir a cozinha e ver meu estoque de “comida”.

Fiquei olhando a paisagem de mato da janela da minha cozinha. Ótimo lugar para morar!

Virei rapidamente para a sala quando ouvi um barulho de passos. Não tinha nada lá, talvez eu estivesse ouvindo coisas.

Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e andei cautelosa ate a sala. Ouvi alguém passar atrás de mim e me virei encontrando novamente o nada.

– Tudo bem Kate! – repeti para mim mesma.

Virei-me para escada e fitei o alto dela. Subi os degraus silenciosamente e abri a porta do meu quarto fazendo um barulho horrível.

Olhei em volta e não tinha nada de diferente, andei ate a cama e nada demais ali. Suspirei e me virei para sair.

Não tive tempo de respirar ou pensar. Só senti meu corpo cair em cima da cama e o seu peso em cima de mim, sua mão deslizar lentamente pela minha barriga ate subir no pescoço pressiona-lo devagar.

Olhei seus olhos negros e seu perfume invadiu minha mente. Deu um sorriso malicioso e falou com a mesma voz rouca e sedutora:

– Sentiu saudades?



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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado e acho que vcs fazem ideia de quem é né!
Desculpem pelos possíveis erros aí!
O que será o recadinho da Bia para o Lipe?
Vamos saber em...
agora beijão e comentem, favoritem sei lá! RSRS



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