Rick

Olhei a Kate mexer em alguns jornais embaixo do balcão e colocar em cima da mesa. E vir se sentar na minha frente.

– Podem ser outros que estão atacando! Mas te garanto que isso não é vampiro! – ela falou.

– Eu também acho que não... – parei a fala quando senti uma dor invadir meu corpo.

Coloquei a mão de onde vinha à dor, senti o liquido quente descer e a dor aumentar.

– Rick o que foi? – a Kate falou me olhando.

Pressionei o lugar na cintura onde saia o sangue e toda a dor. Levantei-me da cadeira e levantei a camiseta para olhar. Tinha um buraco jorrando sangue.

Encostei-me à parede e deslizei sentando no chão.

– Rick... – a Kate se aproximou e me olhou surpresa. – O que está acontecendo?

Minha mente estava trabalhando devagar e totalmente confusa. Mas consegui me lembrar de que a Claire tinha saído para ir visitar o Felipe no hospital.

– Rick o que é isso? – ela perguntou de novo se afastando um pouco por causa do sangue.

– A Claire... – falei com uma voz totalmente baixa.

– A conexão! – ela refletiu. – Onde a Claire está?

Rugi com a dor que só aumentava e estava fazendo minha mente embolar as informações. Senti que ia perder a consciência logo, logo.

– Rick, onde a Claire está? – a Kate voltou a perguntar se abaixando do meu lado.

– Ela... – respirei com dificuldade.

– Rick! – a Kate segurou meu rosto com as mãos. – Olha pra mim e diz!

Tentei respirar e manter os olhos abertos, mas tinha algo me forçando a deixar tudo me dominar.

– Rick! Rick! Abre os olhos e diz onde a Claire está!

– No hospital! – respirei. – Foi ver o Felipe! Vai atrás dela Kate!

– E você?

– Vou ficar bem se você achar ela! Vai...

– Rick! Não, não!

A maldita escuridão tomou minha mente e todo o meu corpo.

***

Claire

– Acho que precisa de ajuda dominadora! – ouvi a voz familiar e automática olhei para cima encontrando o pior herói de todos.

– Você não!

...

– Preferia o atirador? – ele deu um sorriso torto.

– Fica longe de mim! – falei enfiando a unha no machucado para tentar retirar a bala.

– Só oferecendo ajuda amor! – ele olhou em volta.

– Prefiro morrer a receber a sua ajuda! – tentei sorrir.

– Hum... Adoro seu jeito revoltado Claire! – ele deu um sorriso.

– Vai embora... – minha respiração estava ficando cada vez mais difícil.

– Deixe-me te dizer uma coisa minha querida! – ele se abaixou do meu lado. Retirou minha mão e num movimento rápido colocou dois dedos no buraco do tiro e retirou a bala. Gemi de dor e estiquei a mão para detê-lo. – Essa é uma bala especial! – ele a olhou atentamente.

– Uma bala usada para deter mutantes poderosos como você! – ele colocou-a na minha mão. – Aquele cara lá atrás não é um agente da FEM como está pensando. – olhou o papel perto de mim. – É um caçador contratado... Um caçador de vampiros!

– O que? – tudo doía.

– Parece que a querida FEM arrumou outro métodos de pegar vocês! – ele esticou a mão e tocou meu rosto com a ponta dos dedos. – É uma bala banhada com um agente químico que faz você perder a consciência, ficar mais fraco e impotente!

Minha visão estava ruim, e tudo girando a minha volta.

– Agora está tudo girando... Depois você vai perder a consciência... E seria o tempo suficiente para leva-la embora!

Vi seus olhos negros pela ultima vez e a escuridão tomou conta.

...

Abri os olhos ainda com dificuldade e fitei o teto claro. Pisquei algumas vezes e me sentei devagar no sofá onde estava.

Olhei em volta notando a sala de estar meio familiar. Esfreguei os olhos e prestei mais atenção na decoração. O sofá escuro, uma estante de vidro com vários tipos de bebidas, um tapete...

Eu estava na casa da Kate. Levantei numa lentidão tremenda e logo me dei conta de que tinha levado um tiro.

Levantei a camiseta procurando o local, tinha uma enorme mancha de sangue na roupa, mas nada de machucado. Talvez me curei mais rápido!

Vi o meu celular no outro sofá e fui direto para pega-lo. Olhei as mensagens e tinha varias ligações da Kate e mensagens também.

Onde você está?

Estou indo ai!

Neguei com a cabeça. Notei que alguém tinha enviado uma mensagem do meu celular respondendo as dela. Dizia:

Consegui sair de lá e vir ate a sua casa! Encontre-me aqui!

A Kate respondeu:

Estou indo! Não sai dai!

Não sei como fui parar ali e nem porque, mas... Vi um papel dobrado em cima de uma mesinha perto do sofá. Peguei o papel e abri.

“Considere isso um pedido de desculpas”

Balancei a cabeça não acreditando que ele tinha mesmo me ajudado e me trazido ate aqui. E pedindo desculpas por ter tentado matar meus amigos e a mim?

Pedido negado!

Peguei o celular de novo e disquei o numero. Chamou algumas vezes ate ele atender com uma voz rouca.

– Claire! Você encontrou a Kate! Graças a deus!

– Na verdade não encontrei!

– O que?

– Estou na casa dela!

– Se não a encontrou como está na casa dela espertinha?

– Digamos que tive uma ajudazinha!

– Ajuda de quem? – ele parecia confuso.

– Rick, você pode vir aqui?

– Posso né!

– Então vem que eu te falo!

– Tudo bem! Só vou trocar essa roupa que quase me viu sangrar ate a morte!

– Você está bem? – perguntei só por perguntar mesmo.

– Acho que sim! – ele deu uma daquelas risadas lindas dele. – Já que sentimos a mesma coisa, então...

– Eu sei!

– Daqui a pouco a gente se vê!

– Tchau!

Desliguei o telefone e suspirei aliviada. Parece que o meu ajudante tinha partido. Sentei-me no sofá e quase pulei dele mesmo quando a porta se fechou.

– Ai meu deus Claire! – a Kate entrou correndo e me abraçando, logo soltando rapidamente e se afastando acho que por causa do sangue na minha roupa.

– Onde você estava? E como chegou aqui? O que aconteceu?

– Calma Kate! – me sentei no sofá. – Está tudo bem comigo!

– Tá! Mas como chegou aqui? – ela se sentou na ponta do sofá, um pouco longe de mim.

– Adivinha só quem me ajudou? – ergui uma sobrancelha.

– Sei lá Claire! Quem? Ou melhor, quem atirou em você?

– Primeiro: o seu vampiro gostoso me trouxe ate aqui!

– O Jonny? – ela se levantou.

– O próprio!

– Ele? Mas...

Levantei-me e peguei o papel lhe entregando.

– Está me dizendo que o Jonny te trouxe pra cá?

– Ele evitou que um cara maluco que atirou em mim me matasse ou sei lá o que queria!

– Quem atirou em você? – ela me olhou preocupada de repente ignorando o fato de o vampiro ter me ajudado. O vampiro que há algumas semanas atrás tentou nos matar.

– Eu não sei! O Jonny disse que é um caçador e não tem nada a ver com a...

– O que Claire?

– A FEM! Kate, a FEM abriu uma busca pelos quatro elementos!

***

Felipe

O jardim estava meio seco e sem vida. Já fazia um tempo que nós não tínhamos vindo aqui. Eu não gostava de ver as plantas dessa maneira, como se estivessem tristes, fracas.

Aproximei-me de algumas rosas vermelhas que na verdade estavam murchas. Passei a ponta dos dedos sobre as pétalas e deixei minha força passar para elas que logo pareciam melhores.

Dei um sorriso bobo ao perceber que podia ajuda-las, mas havia prometido a minha mãe que não faria isso de novo.

Tudo bem que ela não precisava saber e... Era uma promessa e eu não quebraria!

– Não tenho te visto aqui no jardim! – ouvi a voz delicada atrás de mim.

Virei-me dando um sorriso.

– Já faz um tempo que não venho aqui! – falei.

– É bom te ver! – ela sorriu.

– Bom te ver também Vi! – me aproximei sorrindo torto.

Vi seu rosto corar sobre a pele clara. Ela mexeu nos cabelos ruivos e colocou uma mecha atrás da orelha.

– Lipe, eu trouxe um presente! – ela sorriu tirando uma caixinha do bolso da blusa de frio. – Soube que fez 11 anos!

Ela se aproximou me entregando a caixinha.

– Obrigado Vick! – dei um sorriso. – Não precisava de nada disso!

– Os amigos dão presentes aos outros no dia do aniversario!

Assenti e abri a caixinha encontrando um pingente de forma retangular e que tinha uma frase escrita: “O futuro é o amanhã!”.

– Não precisa nem usar! É só para não se esquecer de mim!

– Muito obrigado Vi! – sorri me aproximando e estendi os braços. – Nunca vou me esquecer de você! – nos abraçamos.

– Também nunca vou me esquecer de você! – ela se afastou e ficamos nos encarando.

Seus olhos azuis pareciam esperar alguma coisa minha e percebi suas bochechas corarem mais uma vez.

Afastei-me dela e puxei uma das rosas que tinha ficado boa pelo meu toque.

– Não é muito, mas... Amigos dão presentes! – dei um sorriso mostrando os dentes.

– é linda! – ela sorriu como se tivesse com vergonha. – Obrigado Felipe!

Ela se aproximou lentamente como se tivesse sem coragem e ficou a centímetros do meu rosto. Suas bochechas estavam vermelhas e arregalei meus olhos quando ela colocou seus lábios nos meus. Por instinto me aproximei mais e deixei aquela nova sensação me levar.

Um beijo calmo e doce. Exatamente como o primeiro beijo deve ser.

Ficamos nos olhando por longos segundos ate ela dar um sorriso lindo e seus olhos azuis brilharem.

Ela segurou minha mão e tudo parou, vieram imagens rápidas e às vezes embaçadas. Alguns homens, varias arvores, frio, medo, raiva.

Pude ver uma mulher, cabelos pretos, sorriso bonito. Prédios, outra garota de olhos cor de chocolate, cabelos castanhos, um sorriso encantador.

Beijo doce, sangue, dor, grito, hospital, perigo, mais arvores e eu tentava correr. Um sorriso delicado vinha de uma loira que parecia mais uma boneca. Ironia vinda de um rapaz com olhos estranhos, outra garota com um sorriso amigável...

Mais um beijo com a garota de olhos castanhos, suas mãos tocarem meu rosto, minhas mãos descerem pelo seu corpo, um gemido dela, minha respiração falhar...

– Eu te amo Felipe! Eu te amo, eu te amo...

– Estou aqui, estou aqui, estou aqui...

– Todos têm uma missão...

– Sou totalmente sua... Sua...

– O passado sempre volta... Volta... Volta

Soltei sua mão lhe encarando.

– Sempre que quiser saber o futuro, me procure! – ela deu um sorriso e beijou o canto da minha boca.

Fiquei olhando ela se afastar e minha mente um pouco confusa com as imagens que acabei de ver. Seria assim o futuro? O meu futuro...

– Obrigado Vick! - sussurrei

Abri os olhos e os fechei de novo, senti uma pontada no peito. eu nunca tive sonhos com a Vick, mas esse foi tão real, uma lembrança do passado, na verdade uma boa lembrança.

– Ele está acordando! – uma voz feminina.

– Dê-lhe os medicamentos e colete o sangue para as analises! – voz masculina.

– Eu mesma vou fazer os analises! – a voz feminina de novo.

– Tudo bem Liz! – a outra voz respondeu. – Qualquer novidade comunique!

Ouvi a porta se fechar e alguns passos no quarto. Minhas pálpebras estavam pesadas e tudo em mim parecia trabalhar de uma forma lenta demais.

Abri os olhos com dificuldade encontrando as paredes brancas e as luzes. Senti uma mascara de oxigênio e alguns tubos por ali. Meus olhos mal se mantinham abertos e tudo parecia muito distante.

– Tudo vai ficar! Você vai ficar bem Felipe! – vi a medica loira me olhar meio preocupada.

Fechei os olhos de novo perdendo a consciência mais uma vez.

***

Rick

Olhei a Claire mais uma vez que deu um sorriso tímido e se virou para a Kate.

– Como o Felipe está? – a Kate perguntou.

– Ele parece tão vulnerável a qualquer um que tocar nele! – a Claire suspirou. – Me senti mal de vê-lo daquele jeito!

– Mas ele não tinha melhorado? – perguntei.

– Tinha! A médica disse que alguém entrou no hospital e cortou os fios dos aparelhos que estava ajudando ele a respirar ou coisa e tal! – a Claire explicou.

– Alguém tentou matar o Felipe, você quis dizer! – a Kate olhou incrédula.

– E eu só acho que deve ser a Jeniffer! A médica disse que uma garota foi visita-lo também. Disse que se chamava Caroline e eu também acho que pode ser ela se passando por alguém!

– Nós precisamos encontrar essa sanguessuga logo, antes que invente de ir matar o Felipe a Bianca! – falei.

– Maldita! – a Kate resmungou. – Se ela tocar no Felipe de novo, eu juro que eu mesma vou mata-la!

– Se ela está se passando por essa tal de Caroline, acho que nós devíamos ficar mais tempo perto do hospital. Assim ela não vai aparecer lá e se aparecer nós arrancamos a cabeça dela. – a Claire falou.

– É uma boa ideia! – a Kate sorriu.

– Fora esse problema ai, você disse que FEM abriu uma caça aos quatro elementos? – perguntei bebendo um vinho da Kate.

– Isso não é nada bom! Estavam caçando os vampiros antes e agora isso? – a Kate falou se sentando do meu lado.

– Não estou nem ai se estavam caçando vampiros! Não sou um! – falei dando um sorriso e a Kate me lançou um olhar mortal. – Tudo bem! Sem que eles encostem na minha loira!

– Melhorou! – ela sorriu.

– O Jonny disse que não são agentes da FEM e sim caçadores especializados! – a Claire falou.

– E você vai mesmo acreditar nesse cara? – perguntei.

– Não é isso Rick! Mas eu vi o cara que atirou em mim!

– Supondo que sejam caçadores, por que a FEM pediria a ajuda deles?

– Talvez não esteja conseguindo agir sozinhos!

– Isso é estranho demais! – a Claire refletiu.

– Sabem o que eu acho? – as duas me olharam. – Eles vão nos achar a qualquer momento, então eu sugiro que os achemos primeiro!

As duas se entreolharam e depois se viraram para mim com um sorriso aprovando.

...

Tomei um banho rápido e sai com a toalha enrolada na cintura.

Olhei meu rosto no espelho. Meus cabelos molhados ficavam castanhos, sem aquele toque ruivo de quando secavam. Os olhos também ficavam castanhos como se o fogo tivesse apagado.

Ri do meu pensamento idiota e passei a mão no cabelo o deixando meu desgrenhado. Sorri para a imagem no espelho e sai me arrependendo logo em seguida.

– A não! – cobri o rosto com as mãos. – Não podiam esperar com que eu saísse!

– Relaxa ai Rick! Não estamos nus! – ouvi a voz da Aline.

– Ainda bem né! – tirei a mão do rosto olhando os dois que estavam sorrindo.

– Por favor, quando forem... Vocês sabem! Avisem-me que eu saio primeiro!

– Nós vamos! – a Aline falou dando um sorrisinho.

– Obrigada! – falei entrando no banheiro de novo.

– Estou brincando Rick! – ela gritou do lado de fora.

Vesti minha roupa rapidamente e sai deixando o celular em cima da minha cama.

– Aproveitei enquanto podem! – falei da porta e a fechei.

Pensei um pouco no que ia fazer enquanto isso, já que meu chefe resolveu me dar férias adiantadas.

– Vou visitar minha amiga Claire! – falei comigo mesmo e segui pelo corredor rumo ao quarto dela.

Cheguei à porta e respirei sentindo seu perfume delicado. Bati na porta uma única vez e a ouvi levantar e logo se abriu.

– O que você quer? – ela falou friamente.

Dei um sorriso ao olhar ela de cima abaixo como sempre fazia. Estava usando uma camiseta e um short curto.

– Conversar! – sorri torto. – Deixei os pombinhos lá para fazerem o que precisam fazer!

– Estava tentando ler, mas... – ela suspirou. – Entra Rick!

– Muito obrigado! Você está educada hoje!

Ela deu um sorrisinho e abriu caminho para mim.

A cama estava bagunçada e com dois edredons e um livro perto do travesseiro. Dei um sorriso e sentei na cama deitando logo em seguida deslizando para dentro dos edredons.

– Sai dai droga! – ela gritou.

– Para de ser chata! E esquece o que eu falei de você estar educada hoje! – suspirei. – O que custa dividir a cama comigo?

– Não é porque deixei você entrar que quer dizer que pode deitar na minha cama!

– Eu sou limpo está bem! Pode cheirar se quiser! Acabei de tomar banho.

– Não é isso não! Eu é que não quero você ai! - ela gritou puxando meu braço.

– Como você é egoísta Claire! – segurei sua mão a puxando. – Mais eu não sou! Podemos dividir!

Puxei-a para cima de mim e segurei seus braços impedindo dela sair.

– Para! – ela berrou.

– Calma sua chata! – comecei a rir da cara dela.

– Me solta agora Rick! Você está me machucando! – soltei seus braços e ela levantou rapidamente levando com ela os edredons.

– Claire! – reclamei.

– Sai daqui! Anda! – ela apontou para a porta. – Me arrependi de ter te deixado entrar!

– Nossa! Como você é chata! – me levantei e parei perto da porta. Ela se deitou e cobriu com os edredons.

– Você ainda está aqui! Sai Rick! – ela me encarou. Sentei-me na beira da cama e sorri.

– Sabe que eu gosto quando fica brava! – comentei.

Ela revirou os olhos e senti seu pé me chutando para que eu saísse. Passei rapidamente deitando do lado dela e me cobrindo também.

– Não Rick! – ela me empurrou.

– Só um pouquinho! A Aline está lá no quarto com o Alisson! Se eu quiser ver sexo em 3D eu compro alguns DVDs e...

– Já entendi! Que droga! – ela bufou. – Fica quieto então e bem longe de mim.

– Tudo bem! – sorri me remexendo.

Fiquei olhando ela lendo o livro em silencio. Aproximei-me para ver a capa.

– Que livro é esse? – perguntei.

– Romance!

– Não sabia que gostava de romances!

– É um romance com drama! – ela me olhou brevemente e depois voltou sua atenção para o livro.

– Ah sim! – suspirei.

Por um momento me lembrei da fala da Lucy em questão da Claire.

– Se você não agir e pegar ela de jeito nunca vai conseguir um beijo!

Talvez a Lucy tivesse razão. Talvez a Claire estivesse esperando com que eu agisse.

Aproximei um pouco, tirei o livro das suas mãos. Joguei meu peso ficando em cima dela.

– Sai! – ela gritou batendo a unha no meu braço.

– Ai sua louca! – segurei suas mãos e ela ficou se debatendo em baixo de mim.

– Eu vou te matar! – ela me lançou um olhar mortal.

– A Claudia disse que agora nós dois somos só um corpo... E eu queria provar isso fisicamente! – dei um sorriso malicioso.

Ela rugiu e se debateu mais.

– Sai daqui! – ela estava quase vermelha de raiva.

– Qual seria o problema Claire? – aproximei mais.

– Fica longe! – ela se debateu mais uma vez.

– Para de ser chata! – fiquei a centímetros dela sentindo sua respiração descontrolada.

Era como se ela tivesse ate medo de mim, ou queria, mas não podia. Era isso que eu tinha impressão.

– Por que você fica fazendo isso comigo? – ela soltou um suspiro.

– Porque eu quero isso! – aproximei colocando meus lábios nos seus e senti meu corpo estremecer junto com o dela.

Começou um beijo rápido e extremamente bom. Ela retribui como se tivesse mesmo esperando e logo ficou intenso demais. Invadi sua boca com a língua e fui soltando seus braços devagar ate ela enlaçar meu pescoço me puxando para mais perto.

Senti o fogo começar a invadir meu corpo, passei a mão na sua cintura. Seu beijo tinha um leve toque doce e viciante. Ela entrelaçou os dedos nos meus cabelos e mordeu de leve meu lábio inferior causando arrepios.

Não resisti e passei as mãos levantando sua blusa fina sentindo sua pele macia e quente. Ela passou as pernas na minha cintura colando nossos corpos. Deixei sua boca e comecei beijando seu pescoço sentindo seu perfume delicado. Comecei a dar leves mordidas, ela gemeu baixinho me puxando pelo cabelo para outro beijo quente.

Ela deslizou as mãos retirando minha camisa o mais rápido possível e arranhou minhas costas, segurei sua nuca e a beijei com vontade. Eu estava ficando sem ar quando soltei sua boca e voltei a beijar seu pescoço. Tirei os edredons e joguei em algum lugar, voltei o tinha começado a fazer. Fui descendo com beijos pelo seu corpo, tirando sua blusa, descendo seu short devagar...

***

Claire

Senti seus beijos no meu umbigo e não segurei mais um gemido. Ele subiu de novo e me beijou. Seu beijo era quente, era bom demais, era um vicio.

Arranhei suas costas mais uma vez e notei sua temperatura extremamente quente. Talvez eu estivesse mesmo esperando isso que estava acontecendo, porque não queria que ele parasse. Talvez fosse por causa da tal conexão.

– Rick! – tentei falar e minha voz saiu rouca e baixa. Gemi de novo quando senti sua mão apertar minha coxa.

Não, eu não queria que ele parasse de maneira nenhuma. Sua língua quente deslizou pelo meu pescoço, ate ele morder minha orelha e meu corpo inteiro se arrepiar e pedir por mais.

– Ri... – gravei as unhas no seu ombro quando senti sua mão no meu sutiã.

Puxei seu rosto e o beijei. Acho que poderia deixar isso terminar, ou não! Dessa vez eu invadi sua boca com minha língua e deixei essa sensação entrar pelo meu corpo. Era algo novo, forte, algo que eu queria que continuasse.

Juntei as forças e forcei seu corpo conseguindo ficar por cima dele.

O beijei passando a língua na sua boca e descendo para o pescoço para sentir seu perfume que tanto achei provocante varias vezes. Ele me puxou pela cintura, mas juntei o pouco de consciência que ainda me restava e o soltei.

– Para! – gritei o empurrando, jogando uma rajada de ar e ele caiu da cama.

Tentei respirar e ele me olhou totalmente confuso, não sei se porque acabei de parar tudo, ou por tê-lo derrubado da cama.

– Ficou doida Claire? – ele me olhou incrédulo com a mão na cabeça.

– Sai do meu quarto agora! – me levantei e o fiz levantar também, já abri a porta o jogando para fora.

– Claire eu n... – bati a porta na cara dele e não ouvi o que ele falava.

Sentei-me na cama e respirei tentando colocar meus pensamentos em ordem. Eu deixei ir longe demais, ou melhor, não devia nem ter começado.

Fui fraca e me deixei levar por ele mais uma vez. O que está acontecendo comigo? Estou ficando doida ou algo do tipo? Era como se um imã me puxasse.

Fiquei um tempo sentada na cama ouvindo a respiração baixa do Rick do lado de fora. Talvez eu queira mesmo ele, ou será só atração?

Coloquei as mãos na cabeça e suspirei. Eu estava sim de calcinha e sutiã pronta para... Pensamentos idiotas Claire, muito idiotas...

Sinto-me totalmente culpada, mas... Se devo me sentir assim tem que ter um bom motivo.

Enrolei-me na toalha e suspirei decidida. Abri a porta e ele quase caiu porque estava escorado nela. O puxei para dentro, o empurrei na porta a fechando.

– Ainda tem um tempo pra mim? – soltei a toalha e ele me olhou mais confuso ainda.

Abriu a boca para responder.

– É! Você tem! – o beijei interrompendo sua fala que ia sair. Passei os braços no seu pescoço ficando na ponta dos pés pela diferença na nossa altura.

O empurrei em cima da cama e subi rapidamente passando as pernas a sua volta e me sentando no seu colo.

– Me dê o seu melhor! – falei com um sorriso malicioso. Ele levantou uma sobrancelha e não pensou muito, deu um sorriso de aprovação e quando dei por mim ele já estava por cima num beijo quente e totalmente desejado.