O Testamento escrita por Vitória Linhares


Capítulo 6
Capitulo 06


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei e peço perdão... tava sem inspiração, sei que esse capitulo não ta tudo isso, mais uma parte importante da vida da Bella, foi introduzida aqui.. Espero que gostem.



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Depois de passar horas com meus irmãos, era tão bom chama-los assim, voltei pra casa pra ter um tempinho com minha mãe, eu sentia que ela precisava disso.

Assim que entrei em casa, já conseguia sentir o cheiro vindo da cozinha, Sue tinha caprichado por que só o cheiro já tava começando a me sustentar. Dei boa noite pra ela e fui pro meu quarto tomar banho e encontrar minha mãe.

Assim que entrei em meu quarto a primeira coisa que eu fiz foi tirar o sapato e o vestido, por que se tem uma coisa de que eu gosto mais até eu café, é ficar so te sutiã e calcinha no meu quarto, eu realmente amo a sensação de liberdade que isso me dá.

Tomei meu banho rapidamente, botei uma roupa confortável e mandei um sms pra minha mãe:

Torre?

E já fui pro lugar que se tornou meu lugar preferido no mundo, ele era o meu mundo, onde eu guardava meus livros, que eram muitos, eu gosto muito de ler, gosto de aprender sobre coisas novas, sou muito curiosa. Se gosto de um escritor tento ler o Maximo que eu puder dele, e assim formei minha própria biblioteca. Minha “torre” era um pouco escura, tinha um ar meio medieval, parecia que vivia a luz de velas, eu gosto disso, as ficar sozinha no escuro era uma válvula de escape de todos os meus pensamentos e de tormentos passados, o que não eram poucos, nenhum dos dois.

Foi só eu sentar que minha mãe já estava batendo na porta, eu prontamente a abri e a deixei entrar. Assim que fechei a porta novamente, ela já me tinha em seus braços, me abraçando com tanta força que fiquei com um pressentimento que tinha alguma coisa acontecendo e ela não tava me contando. Me soltei e olhei em seus olhos, não consegui identificar o que via neles, mais parecia grave.

–Mãe, o que aconteceu ? Por que você ta assim ? Você ta me assustando.

Ela suspirou e me puxou pra sentar no chão, em seu colo, sei que tava velha pra isso mas apreciei a iniciativa.

–Querida, eu to com medo de te deixar ir e acontecer algo com você, eu não vou estar lá, assim como da outra vez. Isso ta me matando filha, eu não vou ser capaz de te proteger, era o meu único trabalho, te proteger e eu não fui capaz de fazê-lo, e isso me acompanha todo o dia, esse arrependimento, sei que faz tempo, mas meu coração de mãe não consegue esquecer.

Ela acabou de falar e já estava chorando novamente, assim como eu. Essa era uma lembrança dolorosa para nos duas, um fato do passado que marcou a nossa historia. Me remexi em seus braços e fiquei frente a frente com ela, peguei seu rosto em minhas mãos e pela segunda vez olhei bem em seus olhos, e consegui reconhecer o sentimento que estava lá antes, a dor e a tristeza.

–Mãe, faz muito tempo, ele se foi, Graças a Deus, ele esta longe de nós. Eu não culpo a senhora pelo que aconteceu, nunca culpei. Me dói saber que a senhora ainda se sente assim, mas eu mudei, fiz as aulas de defesa, as de tiro, ando com seguranças e tem o chip, a senhora sempre sabe onde eu to, eu to segura mãe, a senhora me deixou segura. O passado não vai se repetir mãe, não deixarei isso acontecer, a senhora tem minha palavra.

Como se fosse possível ela começou a chorar mais ainda.

–Mama, eu amo a senhora, e sei que tudo que a senhora faz é para o meu bem. E tudo o que eu faço é pra deixar a senhora saber que isso ta funcionando. Ficamos anos sem falar sobre isso, por que agora mãe ? Só por conta da viagem ao Texas? Eu vou ficar segura lá mãe, mais segura do que aqui se a senhora pensar bem, lá é bem longe daquele lugar, posso levar um segurança se a senhora quiser, eu explico pro advogado, se for te acalmar, eu faço.

Já mais calma ela passa as mãos por meu rosto, como se quisesse lembrar de cada parte dele, me puxou novamente ara seus braços.

–Querida, obrigada. Apesar de tudo pelo o que você passou, você é a melhor filha que eu poderia querer, e eu te amo muito. Sei que depois de tudo, nos duas mudamos, e gostei de ver que você ainda se esforça. Eu tenho muito orgulho de você querida. Me anima saber que você não me culpa, mas eu vou continuar me culpando até o fim minha filha, vamos dizer que também faz parte do meu trabalho. Ficar longe de você por um ano vai ser difícil, mas eu sinto que você precisa disso, minha princesa, ficar longe daqui e conhecer seus irmãos mais a fundo, continuo me preocupando, mais sou mãe, é isso eu que faço.

Em seus braços eu fiquei por um bom tempo, nos duas, só curtindo a presença uma da outra como não fazíamos a tempos. Quando a Sue nos chamou pra jantar, o assunto entre nós duas já tinha suavizado, entramos na cozinha rindo, jantávamos lá junto com a família da Sue, minha mãe não gostava que tratassem a Sue como se ela não existisse, pra ela e pra mim, a Sue era da família.

Phil tinha viajado para fazer uma entrevista em Los Angeles naquela tarde, então aproveitei pra dormir com minha mãe, eu precisava disso, assim como ela. Parecíamos melhores amigas, conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo.

Quando acordei no dia seguinte, ela já tinha ido trabalhar. Me levantei já me preparando pra tudo que eu teria de fazer esses nove dias, quer dizer oito. Vai ser uma semana puxada, mas mesmo assim eu me sentia bem leve.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.. desejo comentários se não for pedir muito ;)



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