Eliza narrando

EU NÃO DEIXEI ROLAR PORCARIA NENHUMA, no meio da agarração, quando a gente já tinha até subido para o meu quarto, e o Alex começou a tirar a minha blusa, eu gelei, travei, ramelei, broxei, tudo junto. Quando eu dei por mim, eu estava só pensando se teria sido assim que o Leo fez. E eu odeio admitir, mas era o filho da mãe que estava na minha cabeça enquanto o Alex estava na minha cama. Eu perdi um milhão de desculpas pro Alex antes dele ir, ele como sempre um fofo disse que estava tudo bem e que ele ia esperar eu estar pronta. Mal sabe ele que eu já perdi o cabaço (embora não me lembre).

[...]

Passou uma semana e eu estava tendo prova todos os dias, e o Leo faltava todos os dias também. Eu estava achando muito estranho, ele tá no último ano, não deve ter largado tudo agora no final.

Eu estava na rodinha com as meninas quando o Leo chegou, não achei que era algo sério até ver a cara dele hoje, chegou pálido, desanimado, e já foi logo sentando. Pedi para as meninas esperarem e fui lá falar com ele.

Eu:- Tá tudo bem?

Ele fez mais ou menos com a mão e eu olhei preocupada para o Lucas.

Lucas:- Ele ficou internado uns dois dias, depois ele foi mandado para casa, mas tinha que ficar de cama.

Eu:- Tá melhor?

Leo:- Ainda não... – Até a voz dele soava desanimada.

Eu:- Porque veio hoje? Ficasse descansando.

Felipe:- Ele veio te ver Eliza!

O Leo o fulminou com o olhar e eu dei um tapa em seu ombro.

Leo:- Vou fazer algumas provas na coordenadoria.

Eu:- Se precisar de algo me avisa!

Eu voltei para a rodinha com as meninas, logo o sinal bateu e eu dei uma última olhada no Leo, ele sorriu e eu sorri de volta. Então fui para a sala.

[...]

Alex:- Oi – ele me deu um beijo- Quer fazer algo hoje?

Eu olhei para a porta da coordenadoria da onde o Leo estava saindo.

Eu:- Eu tenho que estudar, a gente se fala depois?

Alex:- Claro!

Dei um beijo nele e sai discretamente, rápido, atrás do Leo.

Como eu imaginava, ele não estava de carro, mas também não estava de skate.

Eu:- Quer companhia?- Eu disse caminhando ao lado dele.

Leo:- Relaxa, eu sei que não é a sua direção.

Eu:- Mas eu quero te acompanhar!- Peguei o braço dele e entrelacei o meu e ele olhou para mim sorrindo.

Quando chegamos na porta da casa dele, o Leo olhou para mim e me convidou para entrar. Achei super estranho entrar lá depois do que tinha acontecido, hesitei um pouco, mas aceitei. Acabei passando a tarde lá. Almoçamos, a Olga, empregada dele, é uma ótima pessoa e fez um almoço muito bom pra mim e uma sopa para o Leo, depois ele me ajudou com a prova de Geometria. Foi imensamente estranho subir para o quarto do Leo depois de tudo o que tinha acontecido ali, mas com o tempo eu fui ficando a vontade.

Eu:- Olha só, jamais imaginaria que você seria tão bom em alguma matéria!

Ele sorriu, estávamos muito próximos, muito mesmo, colados um no outro lado a lado.

Leo:- É o meu pequeno segredo! Não conte a ninguém!- Eu ri.

Eu:- Seu segredo está seguro comigo!

Leo:- Eu sei que está!- Ele disse ainda sorrindo.

Depois de tudo, eu via um Leo diferente daquele projeto de marginal, claro que isso não excluía as tatuagens e os alargadores, mas agora eles pareciam meros detalhes pra mim, as atitudes que ele tem tido, eliminaram de vez qualquer impressão ruim que eu tinha dês de que tinha pichado a parede da Sra. Morello (que ela nunca descobriu quem foi). Ele ainda era o mesmo Leo todo errado, mas agora parecia tão mais atraente para mim.

Percebi que estávamos se encarando a um tempo, e ambos com um sorriso no rosto.

Leonardo narrando

Estávamos ali parados, se olhando e eu podia analisar bem de perto todos aqueles detalhes que inconscientemente eu havia colocado no meu quadro. Os olhos dela pareciam sempre tão brilhantes, eu pensei em colocar o cabelo dela atrás da orelha, mas me recusava fazer qualquer gesto que pudesse acabar com aquele momento. Não quis me mexer, me recusei a isso. Eu queria muito roubar um beijo dela, mas da última vez que o fiz (conscientemente) tinha dado o maior rolo.

Quando reparei era ela quem estava alternando os olhares entre os meus olhos e os meus lábios, cheguei um pouco mais perto e esperei por ela, que não hesitou em ir ao meu encontro.

Nos envolvemos no beijo, eu coloquei uma mão na sua cintura e outra em sua nuca a trazendo mais pra perto de mim. O beijo foi esquentando e ela subiu no meu colo com uma perna de cada lado e as duas mãos na minha cintura me segurando colado a ela.

Comecei a descer os beijos para seu pescoço e ela não parecia reclamar, muito pelo contrário. Cheguei a por a mão no primeiro botão da blusa dela, e ela já estava arrancando a minha blusa fora. A Olga bateu na porta. A Eliza parou e tapou a própria boca.

Olga:- Senhor, quer algo? Um suco? Um lanche?- Ela disse sem abrir a porta.

Leo:- Não Olga, obrigado!

Olha:- Tudo bem então!

Eu permaneci sem me mexer e com os olhos arregalados do susto até o momento em que os passos da Olga não foram mais ouvidos e a Eliza caiu na gargalhada.

Leo:- Como você pode rir num momento desses?

Eliza:- Eu não acredito que isso aconteceu!

Ainda estávamos na mesma posição. Ela no meu colo de frente pra mim, com a blusa aperta o suficiente para ver o sutiã e o começo da barriga e eu sem camisa.

Leo:- Nem eu!- Passei a mão no cabelo.

A Eliza se jogou na cama e eu não estava entendendo como ela parecia tão tranquila quando ela quase foi parar nua na minha cama de novo.