Violet Hill [HIATUS INDEFINIDAMENTE] escrita por Black


Capítulo 13
Demônios


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo não tem muito haver com a fanfic, não sei bem. Esse nome é uma homenagem ao meu amigo Jão, bom loiro, está ai.
Hoje de chorar aqui certo? Eu sei, sou uma filha da mãe por demorar tanto e nem ter conseguido responder os reviews em dia (perdão Larih), é que reviews especiais merecem que eu pense mais antes de respondê-los sabe? A pessoa que o escreveu me toca de tal forma que eu não posso simplesmente responder qualquer coisa.
Então se até hoje eu não respondi seu review, não foi porque eu esqueci. É que ainda estou pensando em que palavras usar.

Acho que eu nunca chorei tanto com uma recomendação como a da Larih (u/332480/), cara você simplesmente pegou a minha obra e a transferiu para uma frase: "Nada grita mais que o silêncio." Você foi capaz de entender a filosofia imposta por detrás de cada linha de Violet Hill e eu chorei, imensamente ao constatar isso.
Obrigado Larih



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E eu decidi, estava na hora de focar em algo menos superficial que Violet Trent, por hora pelo menos. O emprego que Ian me arrumou na oficina de seu pai merecia certa atenção, porque era esse emprego que me manteria em Hove por mais algum tempo. Então pela lógica eu precisava dele.

E depois eu precisava ir pedir desculpas a coisinha do cabelo cor de repolho roxo, porque me arrependendo ou não eu tinha que pedir desculpas. Em partes por tê-la beijado e em outra parte por ter gostado – mesmo que essa última ela não precisasse saber – agora eu só tinha que ir a Carter Motors e saber se o emprego ainda era meu.

O cheiro de óleo de motor e suor pairava no ar e mesmo o uniforme não sendo as camisas que eu estava acostumado a usar, era melhor esse emprego do que perder para o meu pai. Não, definitivamente eu não perderia para Don Sattle. Foi difícil não se sentir intimidado com os 1,96 que Ivan Carter tinha, agora eu sabia de onde o Ian tinha puxado sua altura. Definitivamente os Cartes eram pessoas altas, de pele bronzeada e cabelos pretos puxados em um estilo hard rock ou como deveria ser um rabo de cavalo.

– O emprego é seu garoto – Ivan falou, limpando as mãos – Ian pode te mostrar o básico hoje, esteja preparado para começar amanhã.

Tão rápido quanto apareceu, o pai do Ian sumiu. Deixando-me sozinho com o Carter mais novo que exibia um recente corte na sobrancelha adornado com pontos e esparadrapo sujo.

– Você está uma gatinha – disse apontando para a testa do meu amigo.

– Vá à merda Sattle, vamos vista isso. Temos trabalho – falou azedo me jogando um macacão jeans.

No geral o trabalho nem eram tão difícil, limpar, desentortar e remontar algumas engrenagens e arrumar os problemas existentes nos carros dos queridos cidadãos de Hove, era um saco sem fim. Mas, era esse saco que manteria a luz e a comida na minha casa pelo decorrer dos próximos meses, então esse saco era algo necessário.

Despreparado para o trabalho pesado meu estômago logo roncou exatamente as 12 e 57, não acho que foi uma simples coincidência, afinal já se passava da hora do almoço.

– O supermercado fica a uma quadra – Ian falou, limpando o suor da testa – Você pode ir lá e comprar alguma coisa?

– Defina alguma coisa – murmurei.

– Comida babaca, c-o-m-i-d-a. Alimento, feliz?

– Muito – falei saindo do galpão – Eu já volto.

A distância entre o supermercado e Cater Motors era relativamente pequena, então não tinha a necessidade de eu usar a Harley, por mais que eu quisesse muito usá-la. As ruas de Hove eram gradativamente normais, com idosos jogando xadrez na calçada, crianças brincando no jardim e adolescentes sussurrando nas varandas.

Tudo pacatamente normal, até você cruzar com determinado ser de cabelo roxo.

Ai fode tudo não é Evan?

Eu diria que foder não era a palavra mais apropriada para o momento, bagunçar as coisa talvez. Mas não foder, porque teoricamente Violet não fodeu com nada ainda, nem comigo. Ela apenas capturou a minha atenção de uma forma muito doida e isso eu não poderia negar.

Passeando entre as prateleiras de biscoito recheado, comida instantâneo e vendo crianças pirracentas rolarem no chão implorando aos pais por uma barra de chocolate, eu decidi que a prioridade no momento era vencer a aposta com meu pai e mostrar que eu não precisava ser como ele, e depois salvar a Violet consequentemente mostrando a Ella que eu não era um fraco.

Optei por macarrão instantâneo de carne para mim e para o Carter, regados com uma boa quantidade de queijo ralado e Coca-Cola para ajudar a descer. Não era um banquete divino, mas pelo menos era comestível.

E adivinhem meu espanto ao perceber que a voz do caixa, ou da caixa nesse momento era a que eu mais gostava de escutar, só que agora era a que eu menos queria ouvir?

– São onze e cinquenta – Violet murmurou de cabeça baixa.

– O que você está fazendo aqui? – perguntei até meio ríspido.

– Eu trabalho aqui Evan – grunhiu entre dentes – Vai pagar no dinheiro ou no cartão?

– Dinheiro – falei abrindo a carteira em um movimento robótico.

Violet abriu a caixa registradora, me devolveu meu troco e embalou minha compra. Tudo isso sem me dirigir o olhar ou soltar seu casaco, que ela puxava para tapar os pulsos a todo o momento. Uma teoria se formou na minha mente, mas Trent não poderia ser tão maluca e depressiva ao ponto de se alto mutilar, ou poderia ?

– Que aconteceu nos seus pulsos? – perguntei sem desviar os olhos.

– Nada, eu apenas estou com frio.

– Vamos, me deixe ver – pedi.

Ela suspirou em desagrado e estendeu os pulsos para mim, brancos e com veias, nada de cortes ou roxos aparentes. Apenas pequenas linhas brancas de outros machucados em cicatrização e algumas manchas de pontas de cigarros que adornavam o polegar.

– Você se queima – disse invicto.

– Não – riu, escondendo as mãos novamente – Ela me queimou.

Eu sabia muito bem a quem aquele ela se direcionava, a falecida senhora Trent. Progenitora e aparentemente causa de uma cabeça vazia e pesadelos a noite da parte do monstrinho. Talvez fosse melhor eu deixar de lado, talvez fosse melhor eu parar de encará-la afinal o ar entre nós dois era tão pesado e palpável que eu quase podia pegá-lo na mão.

Eu sabia que era arriscado ficar perto de Violet, ainda mais depois da concretização de que eu não era o melhor dos caras a controlar meus impulsos perto de uma garota. Mas, era inevitável, eu tinha, precisava ficar perto dela. Era uma vontade insana que me corroía, osso por osso.

– O que você teme Violet?

– Eu temo deixar as pessoas se aproximarem Evan – disse quase que em sussurro – Eu temo machucá-las novamente, porque eu sei que no fim foi falhar. Sabe por quê? As pessoas são más, e antigamente era incrível a minha incapacidade cognitiva em pensar, que ainda existiam pessoas boas no mundo, mesmo sabendo que o amanhã seria pior e com a certeza de que no fundo, nada mudaria. Por favor, Evan, saia.

E lembra daquilo que eu disse sobre colocar meu emprego como prioridade máxima? Pois é, apaguem essa merda.


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Notas finais do capítulo

Eu gostaria de chegar aos 200 reviews, será que conseguimos isso? Gente não custa não é?
Bom eu acho que o dedo não vai cair por deixar um review pra mim.
Fora que me deixaria putamente feliz :3

Desculpas novamente pela demora, meu aniversário de 15 anos é esse mês e minha vida está uma bagunça completa.

Aqueles que desejam bater um papo comigo, whats está ai.

Até.