Fogo Celestial escrita por Kika


Capítulo 10
Delirando


Notas iniciais do capítulo

Agora no dia certo, capítulo novinho chegando rsrs

Muito obrigada a todos que deixaram seus lindos comentários, eles realmente me animam muiiiiitooooo..

Obrigada também para quem não deixa comentários, mas acompanha a história!!

Bjos e boa leitura



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Assim que eles atravessaram o portal o bruxo que o estava mantendo aberto o fechou, e não parecia nada surpreendido pela quantidade de pessoas que saíram eram cinco vezes maior do que ele viu entrar.

A este ponto Clary mal podia manter os olhos abertos. A falta de sangue a estava deixando inconsciente, mas parecia que tinha mais do que isso. Ainda assim ela pediu para que Magnus e Jace colocassem Alec no chão.

- Mas por que? Você mesma disse que ele não tinha muito tempo, agora você quer parar?! – Isabelle disse expressando sua ansiedade.

- Ele precisa... de outra runa. O veneno já está concentrado em um único ponto. – Clary alcançou em sua cintura a sua estela que ela havia encontrado jogada no meio do caminho enquanto eles iam para o portal e junto ela achou seu par de adagas sai, o que a deixou muito feliz, pensar em perder aquelas adagas realmente a feriu mais do que o ferimento em sua carne.

Magnus e Jace com apenas um olhar de concordância entre eles, abaixaram Alec na grama fresca do parque, Magnus manteve a cabeça de Alec em seu colo e acariciava seus cabelos com uma expressão muito rara em seu rosto, preocupação.

- Você vai ficar bem. – Ele dizia. – Clary sempre faz loucuras, mas no fim tudo fica bem.  Você vai ficar bem. –  E ele continuou sussurrando as palavras enquanto Clary alcançava o ombro de Alec.

Ao longe ela ouvia como se fosse um zumbido Isabelle completamente cética.

- Ela não cura nem a si mesma, como vocês podem acreditar que ela vai fazer alguma coisa por Alec? Ele precisa dos irmãos do silêncio, e agora!

Simon só se aproximou e sem dizer uma palavra a abraçou. Jace estava ao lado de Alec e via com atenção o desenho que Clary fazia bem ao lado da outra runa que ela havia feito mais cedo, esta ia se tornando outra runa desconhecida aos olhos de Jace.

Alec estremeceu, e continuou tremendo como se todo o calor de seu corpo houvesse sido roubado. Clary terminou a runa, e cambaleou para o lado permanecendo sentada no chão. Ela realmente não parecia bem e Jace não entendia por que ela não fazia uma iratze, a vontade que ele tinha era de pegar a própria estela e fazer ele mesmo uma runa de cura em Clary, mas ele estava evitando ficar muito perto dela, custasse o que custasse e assim ele estava se focando em Alec que não parecia nem um pouco melhor do que ela.

- Ele vai sentir dor agora. – Foi tudo o que ela disse, e somente a tempo de todos verem os olhos de Alec estalarem abertos, suas costas arquearem fora do chão e sua mão agarrar o lugar onde a runa tinha sido colocada. Ele não gritou, mas era visível em sua face apertada e no ardor de seus olhos, que ele estava em agonia.

Magnus ainda segurava sua cabeça em seu colo, agora com mais força e ainda murmurava que tudo ia ficar bem, parecia que era a única coisa que ele podia fazer.

Jace ajoelhou-se e pegou a mão de Alec, a que não segurava com força seu ombro.

- Aguente firme. – Ele disse no ouvido de seu parabaita. E assim eles permaneceram Jace não podia dizer quanto tempo, talvez poucos minutos ou horas, para ele pareceram décadas, até que um sutil brilho alaranjado se projetou do ombro de Alec e como se em um passe de mágica, que poderia muito bem ser, o rosto de Alec relaxou, ele soltou seu ombro e todo o seu corpo ficou mole na grama.

- O que? Alec? Você esta bem?

- Estou bem Magnus. Eu não sinto nada.

- Ó que bom, graças ao Anjo. – Izzy veio se ajoelhar ao lado do irmão também.

- Você vai voltar a sentir em algumas horas. – Clary falou com uma voz muito arrastada.

- O QUE? Ele ainda não esta bem? Mas você disse...

- Quando eu disse que não sinto nada, eu quis dizer isso Izzy. Não há mais dor, mas eu também não sinto parte alguma do meu corpo.

- O que quer dizer que ele vai continuar tendo que ser carregado.

- Isso mesmo Simon. – Concordou Alec exibindo um tímido mas feliz sorriso e em seguida olhou de soslaio para Magnus.

- Vamos lá, você precisa de uma cama para descansar. – Magnus colocou o braço de Alec novamente em seus ombros e Jace imediatamente fez o mesmo. Eles começaram a caminhar assim como Isabelle e Simon logo atras, não foram muito longe até perceberem que Clary ainda estava no chão.

O bruxo que havia aberto o portal para ela estava agora ao seu lado, ele disse alguma coisa e ela não respondeu, assim ele deu as costas e foi embora. Todos esperaram, mas ela ainda continuou no chão, imóvel. Magnus estava impaciente.

- Você precisa de ajuda para caminhar também?

Ela não respondeu.

- Simon, você poderia fazer as honras? Como vê eu e Jace já estamos fazendo nossa parte.

Simon voltou para pegar Clary, mas quando ele se abaixou para ajuda-la a se levantar ela recuou.

- Eu não vou a lugar algum com você.

- A você quer calar essa boca. – retrucou Isabelle aproximando-se também de Clary. – Você acabou, sabe-se lá como, de salvar meu irmão e se recusa a usar uma iratze você não acha realmente que nós vamos deixar você aqui, assim não é?! Vamos lá Simon me ajude aqui.

Izzy e Simon posicionaram Clary como ele e Magnus faziam com Jace e ela estava tão fraca que não conseguiu, apesar de ter tentado, afastar os dois. Conforme Alec ia visivelmente melhorando Clary ia piorando, ela desmaiou na metade do caminho para o instituto.

Quando eles chegaram ao instituto, Magnus tevê de se encarregar sozinho de Alec, para Jace ajudar Isabelle com Clary, já que Simon não podia entrar. Clary era nada mais do que um peso morto até mesmo sua respiração era quase inaudível.

Ao virar uma esquina de um dos corredores do instituto, eles deram de cara com Maryse e os Irmão do silêncio, ao que parecia ele estava indo em bora. Não mais. Jace pensou.

Ao ver Alec sendo carregado Maryse correu em sua direção.

- O que aconteceu? – Ao verificar que Alec estava acordado e não parecia ter mais do que alguns arranhões e contusões no rosto, sua mãe se virou e finalmente viu Clary, desacordada. – De novo não. – Ela disse. – O que aconteceu dessa vez?

“Levem-na para uma cama, ela precisa de cuidados” disse o irmão do silêncio, e Jace ficou surpreso ao ver que era Zacharyah parecendo já totalmente recuperado e disposto a cuidar daquela que o deixou precisando de cuidados.

Sem responder a Maryse eles obedeceram o irmão, Magnus se encaminhou para o quarto de Alec enquanto ele e Izzy levaram Clary para a enfermaria.

- Alec esta bem? Ele não precisa de cuidados também? – Perguntou Maryse percebendo que o filho não estava com eles.

- Ele já foi cuidado.

- Uma iratze foi o suficiente? Ele parecia muito abatido.

- Clary cuidou dele.

- Como assim?

- Eu não sei mãe, eu só sei que ela cuidou.

Após deixar Clary na cama da enfermaria, o irmão do silêncio instruiu para que todos saíssem. Ele ficou lá por mais de uma hora e só saiu uma vez para pedir mais toalhas limpas. Mais de uma vez foi possível ouvir não gritos, mas com certeza gemidos de dor.

Maryse tinha ido ver Alec, e quando voltou disse que ele já estava bem, e já tinha seus movimentos totalmente de volta, Isabelle soltou um suspiro e Jace relaxou um pouco.

- Eles me contaram o que aconteceu. Muito imprudente da parte de vocês entrarem em um portal para outra dimensão sem avisar a Clave, sem avisar ninguém, sem me avisar. Vocês poderiam estar mortos, e por mais que procurássemos corpos não encontraríamos, simplesmente porque estaríamos procurando na dimensão errada.

- Mãe não há corpos. Nós estamos bem, ou... quase.

- Vocês são apenas crianças Isabelle e Sebastian estava lá. Você sabe o que isso significa?

- Mais do que você imagina. Ele estava tão perto e eu não pude fazer nada. Sabe – Isabelle começou meio tímida – se não fosse por Clary, talvez você tivesse corpos para procurar afinal. – Ela terminou com a voz fina. – Desculpe.

Maryse a abraçou e foi neste momento que o irmão do silêncio saiu da enfermaria.

- Como ela esta?

“Fraca. Ela perdeu muito sangue e o que causou o ferimento estava claramente envenenado, o problema é que eu não pude identificar o veneno e nenhuma runa curativa parece funcionar nela”

- Acho que ela sabia que não funcionaria, ela se negou todo o tempo a fazer uma iratze.

“Bem, então isso provavelmente quer dizer que ela sabe o que a envenenou, mas no estado em que esta não será capaz de dizer. Eu vou levar uma amostra de seu sangue para a cidade do silêncio e ver se algum irmão é capaz de identificar o veneno e conseguir um antidoto. Até lá, ela tem que comer e se manter hidratada. Maryse, se você não a quiser no instituto, eu posso leva-la comigo para a cidade...”

- Ela fica aqui! – Maryse foi rápida em afirmar. – Não importa que ela esteja fugindo da Clave, ela acabou de salvar meus dois filhos, ela fica enquanto precisar ficar.

“Muito bem, ela esta consciente, mas delirante, seria bom que alguém ficasse com ela. Como esta o caçador de sombras? Quero vê-lo antes de ir.”

Com isso Maryse e irmão Zacharyah dirigiram-se para o quarto de Alec, e Jace e Izzy entraram na enfermaria.

Como irmão Zacharyah disse Clary estava acordada, tão pálida que poderia ser confundida com um vampiro, deitada na cama imóvel seus olhos com profundas manchas arrocheadas estavam cravados nos anjos pintados no teto.

- Clary? – Chamou Jace, tão suavemente que foi quase inaudível.

- Benjamin? – Clary disse, tirando os olhos do teto e olhando diretamente para Jace. – Você sempre disse que os anjos eram reais, apenas não eram da maneira como nós imaginamos, - Ela suspirou pesadamente – tudo o que eu vejo são eles pintados em tetos ou esculpidos em mármore. Se eles são reais, onde eles estão Benjamin?

- Clary, do que você esta falando?

- Irmão Zacharyah disse que ela estava delirando Jace. Ela esta fora de si.

Isabelle se sentou na cadeira ao lado da cama de Clary e Jace acabou deitando-se na cama ao lado. Clary por sua vez fechou os olhos por tanto tempo e sua respiração estava tão estavel – na medida do possível -  que eles pensaram que ela havia dormido, mas um tempo depois ela abriu os olhos e desta vez eles estavam muito focados. Ela tentou sentar na cama, mas acabou fazendo uma cara de dor e ficou como estava, Isabelle se inclinou para ela e perguntou:

- Você esta bem?

- Eu preciso do meu caderno. – Ela falou apressada.

- Ela ainda esta delirando.

- Eu não estou delirando Jace. Eu preciso do meu caderno de desenhos.

Jace percebeu pelo seu tom de voz e também pela sua convicção que ela realmente não estava delirando. Levantando-se da cama ele perguntou:

- Por que você precisa do seu caderno agora, não acho que você esteja em condições de desenhar.

- Eu preciso dele, mas não consigo ir até ele.

- Claramente. – Jace afirmou.

- A, cale a boca Jace. Por que você precisa do caderno Clary? Onde ele esta?

- A três horas atrás você a odiava, agora esta me mandando calar a boca para defende-la. Eu tenho que dizer Izzy você é um tanto volátil.

Isabelle ignorou o sarcasmo e se focou em Clary esperando por sua resposta.

- Eu preciso da runa. Meu caderno esta no galpão, com o resto de minhas coisas.

- De que runa você precisa? Clary, você sabe o que envenenou você?

Clary tossiu violentamente e um fio espesso de sangue saiu por entre seus lábios. Jace se apressou e limpou o sangue com uma toalha.

- Ok. Não importa. Que galpão é esse? Eu mesma vou buscar.

Clary deu o endereço a Isabelle e disse onde encontrar seu caderno, ela saiu imediatamente, como se conseguir o caderno de desenhos fosse salvar a vida de Clary.

- Você tem a aura dourada Jace, mas ela é mais sombria do que nunca foi.

- Tudo bem, agora você esta delirando de novo.

Clary não disse mais nada, nem Jace, agora ele ocupava a cadeira onde Izzy estava. Clary as vezes tossia e a cada ataque fios de sangue saiam de sua boca, Jace estava sempre ali para limpar. Algum tempo depois Maryse apareceu.

- Como ela esta?

- Eu não sei. Não me parece bem. Ela pediu pelo caderno de desenhos e Isabelle foi buscar.

- O caderno de desenhos?

- Sim, acho que ela só estava delirando.

- Você acha que anjos da guarda existem? – Clary perguntou para Maryse.

- Eu acho, que as vezes, as pessoas que estão ao nosso lado são nossos anjos da guarda. – Maryse disse muito emocionada, era estranho ver essa emoção nela que esta sempre tão centrada e fria – Você... com certeza, foi um anjo da guarda para meus filhos hoje.

Clary riu, então.

- Eu não sou um anjo, eu nunca vi um anjo e eu não acredito em anjos.

Jace percebeu com espanto que ela estava chorando. As lágrimas escoriam pelas bochechas de Clary e parecia que ela nem era consciente disso.

- Eu só queria que fosse verdade.

- O que? O que você queria que fosse verdade? – Maryse perguntou se aproximando e limpando as lágrimas que ainda caiam pela face de Clary.

Ela não respondeu, ao invés disso levantou a mão esquerda, como se quisesse tocar os anjos do céu pintado no teto. Jace pensou que talvez ela estivesse dizendo que queria que os anjos fossem verdadeiros.

***

Assim que o irmão do silêncio saiu do quarto Magnus sentou-se na cama ao lado de Alec, e ficou ali, simplesmente olhando-o com uma leve ruga entre os olhos.

- O que foi Magnus? Ele disse que eu estou bem.

- Sim, ele disse.

- Então, o que há com você?

Magnus segurou a mão de Alec que estava sobre seu peito entrelaçou seus dedos e a apertou, apertou tanto que Alec soube com certeza que havia algo errado. Ele não disse nada só continuou olhando para a mão dos dois juntas.

- Fale comigo Magnus.

- Eu pensei que fosse perder você hoje. – Disse Magnus com uma voz muito pequena. – Eu realmente pensei que fosse perder você, e tudo que eu podia pensar era que eu realmente afastei você de mim. Todo esse tempo Alexander, - Magnus suspirou e levantou o olhar encontrando enfim o olhar de Alec. – uma eternidade inteira, e eu pensei que já estivesse acostumado a perder as pessoas que estão ao meu redor, nunca é fácil, nunca, mas com o tempo você se acostuma com as coisas. Mas não com você Alec. Eu não posso perder você.

Magnus abaixou a cabeça, colocando a testa nas mãos dos dois juntas.

Alec sentia seu coração disparado no peito. Depois de todo esse tempo, ele imaginou que Magnus o tinha esquecido, ele com certeza devê ter experiência em esquecer relacionamentos que não deram certo, mas vendo a maneira como ele havia ficado do seu lado, como ele segurava sua mão e sussurrava que tudo ficaria bem, ele tevê uma pequena chama de esperança, chama essa que agora se derramava de seu peito.

- Você não me perdeu Magnus, e nunca perderá.

- Mas eu vou. Você sabe bem disso. Um dia você vai partir e eu vou continuar e não haverá sequer o alento de imaginar que um dia nós nos reuniremos em algum outro lugar.

- Eu pensei que você não se importasse com isso. – Sussurrou Alec.

Isso pareceu trazer de volta um pouco de vida aos olhos de Magnus, vida e raiva.

- Como não? – Ele soltou a mão de Alec e em um salto estava fora da cama. – Por que você acha que eu me afastei?

- Eu fui o único a ir atrás do livro com Camile, para encontrar uma maneira para que pudéssemos ficar juntos, você nunca mostrou interesse algum.

- Você não sabe o que isso significa não é mesmo?

- Do que você esta falando?

- Mortalidade e Imortalidade Alec. Ambos são terrivelmente ruins, deixar de ser mortal não é ganhar a vida eterna, é sim, perder toda a vida que esta a sua volta. Deixar de ser imortal depois de ter visto e aprendido e principalmente perdido tanto, tem que ter uma causa excepcional. Não me entenda mau Alec, você é minha causa excepcional, mas depois do que aconteceu com Camile, você agindo pelas minhas costas em um assunto de tal importância e principalmente um assunto que deveria ter nos unido e não... isso. – Magnus exitou por alguns segundos -  Isso me fez pensar se realmente deixar minha imortalidade seria a coisa certa a fazer. Você esta começando a viver agora, você nem sequer beijou outra pessoa além de mim Alec, talvez daqui a um ou dois anos você já tenha se cansado.

“Então, mesmo que seja possível eu não sei se posso abrir mão da minha imortalidade e com certeza não posso fazer você abrir mão da sua mortalidade. Você não sabe o que é ser imortal.”

- Eu não quero beijar outra pessoa. E você também não sabe o que é ser mortal.

Alec havia escutado as palavras de Magnus com espanto. Dentro de tudo o que ele imaginou que se passava com Magnus para tê-lo deixado a insegurança não era uma das opções. Mas aqui estava ele, finalmente abrindo seu coração, finalmente dizendo do que ele tinha medo. E Alec faria o mesmo.

- Você tem medo. Eu também tenho Magnus, mas não é porque eu tenha alguma duvida do que eu sinto por você, ou porque eu ache que daqui a algum tempo eu vou querer outro alguém que não seja você. Porque eu não tenho e eu não vou, mas eu tenho medo de que você venha a perceber que eu sou pouco pra você, eu pensei que já tivesse percebido. Depois de tudo o que viu, tudo o que você tevê, como você disse eu estou apenas começando a viver, o que eu posso te oferecer?

Magnus mais uma vez se aproximou da cama, e traçou a linha do maxilar de Alec com as pontas dos dedos.

- Você nunca se deu muito valor não é mesmo?! – Ele disse meio melancólico. – Eu não preciso de nada além de você. Do jeito que você é, foi assim que eu me apaixonei por você. Mas realmente Alec, onde eu estou nisso tudo para você?

Era uma pergunta retórica Alec percebeu, mas ainda assim ele daria uma resposta para ela, uma que ele nunca havia dado antes, mas ele não poderia deixar que tudo acontecesse sem dizer.

- Você esta aqui. – Alec bateu o punho no peito, bem em cima do coração. – E você vai ficar aqui, se eu viver a curta vida de um caçador de sombras ou a eternidade é aqui que você vai ficar, sempre. No meu coração.

Magnus fechou os olhos com as palavras de Alec e um minuto depois estava sentado ao seu lado com as duas mãos em seu rosto. Ele segurava e o olhava tão intensamente que Alec pensou que fosse sufocar, e então quando ele estava prestes a falar alguma coisa Magnus o beijou. Tão forte e desesperadamente que ele ficou sem ar, sem chão, sem mundo.

Fazia tanto tempo que seus lábios não se tocavam, mas eles ainda eram os mesmos, a mesma ternura e macies, o mesmo gosto. O que não era o mesmo era a urgência com que Magnus o beijava, isso não era tipico dele e por um terrível momento isso o apavorou.

Quando seus lábios se afastaram, somente alguns centímetros, foi o suficiente para que Alec visse as lágrimas na face de Magnus. Ele estava chorando, realmente chorando, o pavor de Alec só aumentou ao ver as lágrimas. Ele tinha que fazer alguma coisa.

- Eu te amo. – Ele sussurrou ainda contra os lábios de Magnus. – Eu te amo, e tudo que eu quero é você, mortal ou imortal, não importa, nós podemos esquecer isso. Eu só quero você, do jeito que você é, foi assim que eu me apaixonei por você.

Ele repetiu as palavras que Magnus tinha acabado de lhe dizer e esperava que ele entendesse, não, que ele sentisse a sinceridade nessas palavras, assim como ele sentiu quando Magnus as falou.

- Eu também amo você, tanto que eu me sinto perdido.

Mais lágrimas surgiram e dessa vez Magnus não era o único a derrama-las, o pouco de pavor que Alec ainda sentia se dissipou com o próximo beijo. Dessa vez os lábios de Magnus eram gentis nos seus, doces e desejosos, quentes e suaves. Alec gentilmente se moveu na cama, entrelaçando os braços ao redor de Magnus e o trazendo para mais próximo dele. Neste momento nem toda a proximidade possível era suficiente, ele estava tão desesperado e a tanto tempo sem Magnus que ele não podia imaginar se afastar agora.

Seus lábios continuavam unidos e agora o resto de seus corpos também. O contato era pecaminoso e o calor e o desejo só aumentavam. Mas agora eles estavam juntos e todo o calor era bem vindo e todo o desejo poderia ser saciado.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??
Comentem!!!
Bjos e até o próximo.
^^