O Armazém escrita por AArK


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Há quanto tempo eu não venho aqui, né? Sim, sim. Devo estar há mais de um ano tentando terminar algo. Sim, o problema não é ESCREVER, escrever eu ainda escrevo PRA CARAMBA, o problema é TERMINAR algo que eu comece. Tá fogo... Então, por enquanto, vamos de one-shots. Acredito que vocês não estejam acostumados a me ver escrevendo muito coisas no estilo, mas... Logo vocês pegam o jeito. Espero que gostem!



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Havia acabado de chegar um novo armazém na cidade. O que é irônico, afinal, todo mundo conhecia um armazém, mas nenhum novo. O seu dono era Sr. Erickson, um velhinho de pelo menos 70 anos. Sempre de boina na cabeça e sorriso no rosto, gostava de anunciar que seu armazém vendia de tudo. Do imaginável ao inimaginável. E assim, a vida prosseguia normalmente.

Naquela noite de sábado, como todas as outras noites de sábado, Daisy fazia seu famoso bolo de fubá que Roger tanto adorava. Daisy tinha 40 e poucos anos, assim como seu marido, que ainda sim, era 2 anos mais velho que ela. Os dois estavam casados há muitos anos. O homem via seu jornal na televisão, enquanto a mulher fazia sua especialidade na cozinha.

Roger: Aposto que vai ficar delicioso, Daisy! Sempre fica! Adoro assistir a TV, juntinho de você comendo esse delicioso bolo de fubá!

Daisy: Hehehe!

E era verdade, ele adorava. Talvez tenha sido isso até que tenha o fisgado no relacionamento. Daisy era tão boa de cozinha quanto sua sogra, mãe dela, dona Leonold. Roger bocejava ao ver mais uma notícia, só queria logo comer o bolo. E enquanto isso, a esposa aplicada continuava aos afazeres, até que notara... O fermento havia acabado! Mas como faria um bolo de fubá sem fermento? Resmungou meio chateada até que se lembrou: O novo armazém do Sr. Erickson ficava aberto até mais tarde! Anunciou para o marido, assim que retirou uns trocadinhos de dentro de um pote de vidro na cozinha (aonde juntavam moedas)...

Daisy: Roger querido, eu vou ao armazém da esquina comprar um pouco de fermento! Você me aguarde que logo voltarei para terminar o bolo, ok?

Roger: Ok, querida.

Ele disse, suspirando de ansiedade. E assim, ela saiu de casa, usando apenas um vestidinho estampado e portando as tais moedinhas.

...

Horas se passaram. Muitas horas. O jornal já havia acabado há muito e a TV agora exibia um filme de terror antigo. Roger ficou impaciente em seu sofá. Mas o que é que havia acontecido? Daisy já era pra ter voltado fazia tempo! Como poderia demorar horas indo a um simples armazém na esquina para comprar fermento? Foi aí que sua imaginação voou longe para os piores cantos e respostas possíveis: A hipótese mais simplória e boba era a de que sua mulher estava traindo-o com o velho Erickson!

Roger: Seria impossível, aquele velho já deve ser broxa há tempos...

Ele riu. Mas logo depois, a pior hipótese surgiu em sua mente: E se algo tivesse acontecido a sua esposa? E se um assaltante tivesse lhe atacado e tivesse lhe ferido ou coisa do tipo? E se tivesse sido sequestrada? Seus olhos se esbugalharam de preocupação e então, ele resolveu sair do sofá, finalmente, foi até o armário, apanhou um casaco e resolveu sair de casa para ir até aquele tal armazém ver o que acontecera a Daisy. Torcia pra que estivesse errado, pra que ela tivesse apenas encontrado um contratempo, tipo uma comadre fofoqueira na rua, e as duas tivessem perdido as horas de papo furado. Mas alguma coisa em seu âmago dizia que não era bem isso...

Ele saiu de casa e foi andando pela rua. Estava escura e vazia, como já era de se esperar. Todas as pessoas já estavam em suas casas, seja dormindo, seja vendo o tal filme de terror. E então, enfim, ele chegou ao armazém. Mas estranhou muito quando viu o mesmo com a porta de ferro fechada. Agora sim, seu coração palpitou de preocupação. Onde estaria Daisy? O que havia acontecido? Mas por algum motivo, resolveu testar a sorte e bateu na porta de ferro do lugar...

A mesma se abriu de leve, mostrando a ele que o local ainda estava acessível, por mais que tivesse já encerrado suas atividades. Meio receoso, Roger resolveu entrar. Pé ante pé, adentrou a sala escura com cheiros variados (muitos temperos, comidas, sabores e odores juntos) e um som de completo silêncio. Deixou a porta entre-aberta pra ser iluminada pela luz fraca dos postes da rua e começou a olhar por ali.

Roger: Sr. Erickson? Daisy? Há alguém aí?

E tudo parecia normal, enquanto ele olhava pra um lado e pro outro, e tudo o que conseguia ver eram coisas dos mais variados tipos e tamanhos, indo de comidas, até pregadores de roupa, até vestuários velhos (deixados por pessoas para doação ali), até revistas, até... Lanternas pequenas. Pegou uma, geniosamente, e então, resolveu testá-la. A ligou, ela funcionava perfeitamente. Sorriu. Agora poderia ver se havia algo importante ali. Quando se virou pra continuar seu caminho pelo armazém... Deu de cara com... Daisy. Sim, seu rosto sorridente foi iluminado pela lanterna.

Roger: Daisy! Daisy querida, o que está fazendo aqui tão tarde e com o armazém fechado? E por que demorou tanto?

Daisy: ...!

A sra. apenas sorriu abrindo a boca e mostrando os dentes... Afiados. Roger, assustadíssimo, aumentou o campo de visão de sua lanterna e acabou por ver algo inacreditável: Daisy, na verdade, estava apoiada em cima de umas caixas. Estava praticamente de quatro, mas seus braços e pernas não estavam normais. Eles estavam como que quebrados e mesmo assim, ela se apoiava neles, como se fosse uma aranha-humana. Além dos dentes pontiagudos, Daisy deu um gemido, antes de torcer completamente seu pescoço 180 graus, e olhar pro marido de cabeça pra baixo.

Roger: Oh, meu D-!

Antes que ele pudesse dizer algo, o ser esquisito que não se parecia tanto com Daisy quanto ele gostaria, simplesmente saltou em cima de si e a lanterna voou longe. A única coisa que pôde ser ouvida eram barulhos de rasgos, gemidos e gritos, "iluminados" pelo escuro do armazém.

...

Dia seguinte, policiais faziam a ronda no bairro local procurando alguma informação. Amigos e parentes comunicaram o sumiço do casal de 40 e poucos anos, Daisy e Roger. Os dois foram avisados por vizinhos que se encontravam até o dia anterior em sua casa com a televisão ligada no telejornal. Depois disso, a única coisa que viram foi um bolo de fubá incompleto e uma porta não fechada com chave. Com as investigações, o investigador-chefe concluiu que a última coisa que Daisy fez foi ir a algum lugar de noite comprar fermento, afinal, era a única coisa que faltava em sua casa, quando fazia a tal receita de bolo de fubá. Concluíram que o único lugar mais próximo da casa dos dois que venderia fermento naquele horário seria o novo armazém da esquina, que ironicamente, estava fechado aquele dia. Os investigadores foram até lá para averiguar o que se passava. Quando abriram o portão do local e adentraram, iluminados pela luz da manhã viram... O mesmo estava coberto de teias de aranha e nenhum produto mais a vista. Nenhum mesmo, como se houvesse sido abandonado às pressas, o que era bem duvidoso.

Policial: Nada além de teias de aranha.

Outro policial: Nossa! Mas são MUITAS! E algumas são ENORMES!

Investigador-chefe: Que coisa nojenta! Bom, de qualquer forma, pelo visto, não há sinal nenhum dos dois por aqui....

Policial: Espera chefe! Tem algo aqui!

O investigador foi olhar aonde o policial apontava e constatou, uma das teias, a maior de todas, que parecia ter sido feita por uma aranha do tamanho de um cachorro, ou coisa assim, simplesmente estava CHEIA de ovos. Eles ficaram abismados quando viram, pois os ovos tinham o tamanho preciso de uma mão humana.

Investigador-chefe: Mas que p- é essa?

Policial: Melhor mandarmos dedetizar isso, né, chefe?

Mas então, eles perceberam que... Os ovos começaram a eclodir.

Policial: Oh, meu Deus! Tá nascendo, chefe! Essas aranhas enormes tão nascendo!

E então, quando os dois viram os filhotes nascendo... Os dois gritaram os gritos mais poderosos e amedrontados que já deram na vida, saindo correndo de dentro daquele armazém, porque... Eles podiam jurar que aquelas aranhas filhotes tinham um aspecto meio... Humano.

FIM!


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso, se curtiram, deixem comentários... Se não, well, não se pode agradar todo mundo.



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