A Little Rock'n Roll escrita por Ryuu


Capítulo 13
13 - Impossibilidade - Por: Hyuuga Hinata




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Ele estava distante, parecia sempre imerso em seus pensamentos, mas sabia que eram todos com relação à banda, era a única coisa que importava para ele.

Itachi me fitou de maneira estranha quando Sasuke nos deixou a sós.

– Hyuuga Hinata. – ele sorriu satisfeito e se sentou no sofá gesticulando para eu me juntar a ele.

– Yagami. – disse eu – Hm... Ele acredita que meu sobrenome é Yagami. – me sentei.

– Quem acreditaria nisso? – ele uniu as sobrancelhas – Tirou isso de um manga, não foi? Aquele do Tsugumi-sensei e Takeshi-sensei... Death Note...

– Foi o primeiro nome que me veio à mente.

– Sasuke não sabe quem você é?

– Faria diferença?

– Ele não te trataria como uma qualquer... Teria mais cuidado...

– Então acha que ele me trata como uma qualquer? – ergui uma sobrancelha.

– A julgar pelo modo como ele segura sua mão... Então, acho que não.

– Ele... Trás muitas garotas para cá? – perguntei.

– Nunca trouxe nenhuma. – deu de ombros – A banda sim, toooda ela... – revirou os olhos – Aqueles caras são bons de videogame, mas o ruivo, Gaara, ele é meio psicopata...

Ri baixinho.

– Não é? – concordei – Mas eles são maravilhosos.

Itachi sorriu, me analisando.

– Vocês estão namorando?

– Ah! Não... somos... amigos...

– Entendo... Ele é meio lento para essas coisas... – uniu as sobrancelhas - Ou é lento, ou não se importa...

– Acho que não se importa. – baixei os olhos.

– Bem, ele tem as prioridades estabelecidas, Hime.

Hime? – Sasuke repetiu a palavra com ironia.

Nós dois olhamos para ele, estava vestindo calças jeans escuras com vários rasgos, uma camiseta preta, larga, all stars e um cinto de tachas.

– Sasuke-kun! – fui pega de surpresa – Seu pé...

– Ele está bem. – se aproximou, mancava levemente, parecia estar doendo, mas ele jamais admitiria – Itachi estava te assediando?

– Uma moça tão bonita, nada de mais chamá-la de Princesa. – deu de ombros.

Sasuke fez uma careta.

– Aliás... - Itachi olhou para os pés dele – O que houve com seu pé?

– Pisei num caco de vidro... – disse como se não fosse nada.

– Está doendo?

– Não.

– Certo... A que horas é o show?

– Começamos às sete. Você vai?

– Konan estava afim de sair hoje... E eu tenho entradas gratuitas, então...

– Certo. – ele estendeu a mão para mim.

– Boa noite. – Itachi desejou.

Sasuke me puxou porta a fora, e apertou seis vezes o botão do elevador.

– O que você tem?

– Só estou irritado. – disse ríspido.

– Por quê? Seu pé...

– Por que ele te chamou de Hime? – perguntou sem olhar para mim – Na primeira vez ele beijou sua mão... Vocês já se conheciam? Tiveram um caso?

– Não fale besteiras, nunca vi seu irmão antes de você me apresentá-lo.

– Então por que ele te chamou de princesa? De onde vem essa intimidade? – o elevador chegou.

Nós entramos.

– Porque isso te incomoda? Foi só uma palavra...

– Não, não foi.

– Eu não entendo, Sasuke, qual o problema, de verdade? Está... com... ciúmes? – hesitei contendo um sorriso.

– Claro que não! – Ele cruzou os braços, ofendido, sem olhar para mim – Só que, se ele estava assediando você e...

– Não estava. – disse brava e frustrada – Seu irmão é uma das pessoas mais gentis que conheço.

– Conhece é? – insinuou.

– Nas duas vezes que nos encontramos, quando você me trouxe para cá.

Ele bufou.

– Sei.

– Não temos um caso, Sasuke. – revirei os olhos.

Ele me olhou pelo canto dos olhos e suspirou descruzando os braços.

– Isso foi ridículo. Desculpe.

– Vejo que voltou à consciência... – ergui as sobrancelhas.

As portas do elevador se abriram e nós saímos.

– Preto combina com você... – ele disse tocando o cós da saia preta de pregas.

– Também combina com você...

– Mas eu pareço um zumbi. – ele riu – Você fica sexy.

– Claro que não. – toquei o lugar onde estavam suas olheiras e nós paramos de andar – Vê? As olheiras sumiram...

Ele me fitou demoradamente, sem dizer nada.

– Dormi 13 horas hoje. – disse automaticamente sem tirar os olhos de mim.

Seu corpo de inclinou na minha direção, eu escorreguei minha mão para sua nuca e me aproximei dele, então, seus lábios tocaram os meus, um leve roçar que o fez suspirar, sua mão enlaçou minha cintura e me puxou bruscamente para ele, colando os corpos, tornando o beijo rápido, urgente, senti sua outra mão atrás da minha cabeça, minhas pernas amoleceram, mas ele me segurou, cambaleei e ele me acompanhou me fazendo recuar enquanto andava, só parou quando encostei numa parede gelada, senti sua mão subir pelo lado do meu corpo, a ponta de sua língua acariciava meus lábios que se abriram num suspiro, então, ele tocou meus dentes e depois minha língua, tinha gosto de pasta de dente de menta e era quente, diferente do rosto que estava gelado.

Ele se separou de mim, cedo demais, a testa colada a minha, ambos ofegávamos, ele olhou nos meus olhos por um momento e então sorriu maliciosamente e beijou meu lábio inferior.

– Vamos acabar ficando atrasados. – disse pegando minha mão e me puxando para o carro.

O rock explodiu em nossos ouvidos quando ele ligou o veículo, parecia animado, cantarolava a musica e manobrava o carro sorrindo.

– Parece animado. – comentei.

– É que eu beijei uma garota incrível, hoje. – ele disse.

– Incrível?

– Muito... e beija bem... maravilhosamente bem... – ele sorriu fechando os olhos por um segundo como se lembrasse a sensação.

– E você gosta dela?

O sorriso se foi. Ele ficou sério.

– Gosto. – disse, franzindo o cenho, como se isso o confundisse, como se fosse um problema.

– Não parece.

Ele saiu do estacionamento do prédio e parou numa vaga ao lado da calçada, uma vaga onde um outro cara - que parecia estar manobrando ali há horas - estava pretendendo estacionar. Ele largou o volante e segurou meu queixo ignorando os protestos do outro cara.

– Sasuke Uchiha, tenho 21 anos, faço parte de uma banda, sou guitarrista e vocalista-substituto, tenho uma musica na abertura de um anime. Nasci aqui, morei no Japão, mas moro na Inglaterra atualmente, eu arrebento com meus dedos tocando todos os dias nos ensaios durante horas, eu fico rouco nos shows, eu fumo, já experimentei drogas, já frequentei os anônimos e estou limpo há cinco anos. Eu vou a bares depois de shows, eu brigo com os caras do poker, sou um ótimo trapaceiro, às vezes fico bêbado, já atropelei um gato, um passarinho e um morcego... minha cor favorita é preto, nunca namorei e minha vida é um completo e desorganizado caos. – ele disse tudo de uma vez – Tudo isso por causa do rock, por causa da musica e por causa da Amateratsu. Eu troquei tudo pelas migalhas de cachês, pela sensação de estar num palco, pela diversão, pelos gritos alucinados da plateia... abri mão de tudo por isso... e eu não acho que seja capaz de mudar agora... e, se sou... eu espero jamais saber. – ele sorriu sem humor nenhum – Entende?

– A banda. – assenti – Ela vem em primeiro lugar. – me afastei com os olhos ardendo.

Ele puxou meu queixo de volta e selou seus lábios nos meus.

– Há duas opções para nós, Hinata. – ele disse – Ou a minha vida vai tornar a sua um inferno, ou vai torná-la uma aventura... – ele sorriu de lado – Mas eu não controlo isso... Juro. Quero ficar com você.

Mordi o lábio.

– Está me pedindo para tentar?

Ele sorriu de verdade e ligou o carro novamente.

– Estou te pedindo para ficar comigo.

– Quero ficar com você.

– Então fique, amor. – ele me beijou novamente rápido.

– E está atrasado. – lembrei.

Ele bateu no carro de trás.

– Mas que por- a buzina me impediu de ouvir o palavrão.

– Seu idiota! – um cara gritou batendo no vidro – Não viu o carro? – apontou.

Ele abriu o vidro.

– Não estacione sua lata velha a um centímetro do carro dos outros e não terá prejuízos, colega!

– Seu-

Sasuke deu a ré batendo com força no carro de trás o empurrando um metro para trás.

– Acho que agora está no lugar! – gritou irritado – Otário!

Ele disparou pela avenida.

– Ele pode ter anotado sua placa sabia?

– Ah, que nada! Peço dinheiro emprestado pro Itachi depois... – deu de ombros como se não fosse nada.

– Estava falando sério quando disse que sua vida pode tornar a minha um inferno, não estava?

– Estava. – ele disse sério e me olhou pelo canto do olho – Já está acontecendo? – perguntou preocupado.

– Não. Adoro a sua vida. – sorri satisfeita.


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