Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 8
- O encontro


Notas iniciais do capítulo

NÃO QUERIA POSTAR ESSE CAPITULO TÃO RAPIDO ASSIM, MAS TO TÃO ENTEDIADA E TRISTE PELO DIVORCIO DO PAUL E DA TORREY Q NÃO ME AGUENTEI. Para quem perguntou no twitter: a expiração para a minha elena veio da mia de rebelde e da blair de gossip girl. A fama veio de serena, tbm de gossip girl e da amora de sangue bom. No começo queria só fazer uma patricinha mimada, mas ai tive essa ideia de fazer dela uma it girl. A parte do blog tentem imaginar como uma especie de isabela freitas da moda, entendem? Ela tem um blog super famoso, só q ao inves de falar de amor e adolescencia como a isabela, a elena aqui fala de moda e beleza...



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Para Elena o dia amanheceu dividido. De uma parte tudo era cor de rosa e perfeito, e da outra, cinza e nublado. A parte rosa, era que tinha um encontro com Tyler Lockwood, um lindinho da sua turma de Biologia e Matemática. Alem é claro, que os testes para líder de torcida era semana que vem e os treinos semanais com Rebekah estavam surgindo efeito. A parte ruim era que hoje a mudança do novo inquilino para o quarto do andar de baixo aconteceria. E para piorar, era um homem. E Elena sabia o que isso iria significar! Iria significar que não poderia mais andar pela casa com seus shortinhos, ou deitar no sofá da sala com as pernas jogadas no ar, nem muito menos ir beber água de calcinha do meio da noite, uma mania que ela cultivava desde sempre. Sua liberdade em casa tinha se posto em um fim. E isso é deprimente. Estava cansada, havia dormido tarde essa noite por conta da ‘’super faxina’’ que Dona Isobel resolveu fazer e prolongar até às três e meia da madrugada. O que fez Elena dobrar o uso de corretivo e não deixar que ninguém visse suas olheiras. Seria o fim do mundo para ela se isso acontecesse.

Faltavam uma hora e meia para escola. Sua mãe havia feito compras ontem de tarde, e a mesa do café se punha maravilhosa naquela manhã. Suco de maracujá, frutas frescas, pães, a louça Parisiense que antes se mantinha intacta na caixa estava distribuída a vontade.

Elena se concentrava em passar maionese na pequena torradinha queimada nas bordas. Uma das coisas que a irritava profundamente.

— Tudo isso pra impressionar o sem teto, mãezinha? Impressionante.

Só o que ela pode ouvir antes de fitar os olhos de Isobel foi o barulho da faca de prata, que sua mãe jogou com força, se chocando contra o pratinho.

— Elena! – Exclamou Isobel, repreensiva – Menos. Por favor, chega.

A menina fez sinal de rendição e voltou a comer. Já havia dormido pouco, e não iria se permitir que um qualquer a deixasse com rugas, outra coisa que também era horrível de se pensar. Um dano a minha pele de pêssego é inaceitável. Além do mais, ela faria tudo para poder deixar a parte rosa de seu dia prevalecer. Mesmo quando April começou a interrogar Isobel, animadamente, sobre o novo morador. Como ela podia ficar tão empolgada com uma desgraça como essa? Isso é pior que usar sombra azul bebê...

— Então mãe, como é o nome dele?

Isobel esperou o pedaço de manga descer por sua garganta, para recomeçar falar.

— O nome dele é Damon. Vocês vão adora-lo, ele é muito legal.

Damon. Era um belo nome. Elena esperava por algo mais velho e empoeirado, como Ross ou Barney. Não conseguia imaginar um velho, tarado, sem teto com o nome de Damon.

— Se você decidiu alugar o quarto pra ele, é porque ele realmente é de confiança.

April, como sempre era A compreensiva. Se tivesse uma coisa que sua irmã caçula entendia bem, era falar o que as pessoas gostam de ouvir, por isso ninguém nunca ficava com raiva dela. Ao contrario de Elena que ano passado tentou um estagio em uma loja de roupas no dia das profissões no colégio e foi demitida meia hora depois por dizer a uma mulher que estava um pouquinho acima do peso para aquele vestidinho da Prada. O que Elena não compreendeu, afinal ela disse que a moça estava ‘’ um pouquinho a cima do peso’’, quando na verdade, até dois hipopótamos caberiam no vestido, ao invés daquela nojenta de cabelo oleoso. Era isso que acontecia quando o povinho favelado do Brooklyn e do Queens tentava se encaixar em Manhattan.

Seus pensamentos retrógrados foram interrompidos pela risada alta de sua mãe. Droga, minha mente está bem mais divertida.

— Porque tá rindo mãe? – Perguntou Jeremy confuso.

— Nada. É que é engraçado, levando em conta os reais motivos pelo qual eu resolvi optar por ele. – Falou ela, ainda rindo. Percebendo os olhares assustados dos filhos, Isobel largou os talhares, outra vez, e continuou. – Tá legal, vocês me convenceram. Eu falo. A verdade é que... Ele é simplesmente um GATO. Ok, respondido.

— Espera. COMO É QUE É? – Manifestou Elena, duvidosa – Quer dizer que VOCÊ vai colocar um estranho aqui em casa, que você mal conhece. Só porque ele tem um rostinho bom de olhar? Não to acreditando no que to ouvindo. Isso é sério? Você realmente vai...

— ESPERA AI UM MOMENTINHO, MOCINHA. NÃO GRITE COMIGO TÁ LEGAL! EU FAÇO AS REGRAS AQUI POR AQUI, PONTO. TÁ ME OUVINDO?

Isobel não costumava ser tão estressada ou autoritária assim, pelo contrário e principalmente com Elena no qual sempre foi a rainha do Nilo. Mas havia se estressado tanto com aquele assunto e sabia que a filha viria com suas alfinetadas afim de deixá-la com mais raiva a ponto de desistir de alugar o quarto; E não podia, sob nenhuma circunstância deixar que Elena dominasse aquela situação. Pelo menos dessa vez, a filha teria que perder e aceitar que perdeu.

Os olhos escuros de Elena se arregalaram de raiva, enquanto os azuis de sua mãe se mantinham ofendidos e tristes por suas atitudes. Primeiro: Ela nos obriga a morar no interior. Me fazendo largar toda a minha vida e meus amigos. Segundo: Inventa de colocar um estranho em casa. Me persuadindo a aceitar o fato de ter que dividir um teto com uma pessoa pobres e sem classe. E agora, isso. Qual é o próximo? Querer que eu use a mesma roupa mais de quatro vezes? Ou pior, ficar mais de duas semanas sem comprar nada?

— Vou pegar minhas coisas – Disse ela se levantando, encarando um ponto qualquer da mesa. Sua voz não passava de pura arrogância – Vou passar na casa da Caroline e ver se ela quer carona. Tchau pra vocês.

Em seguida, subiu as escadas para apanhar a mochila em seu quarto. Ela não conseguia raciocinar a velocidade com que fez tudo isso, parecia um furacão, como naquele de Oklahoma. A mochila não estava pesada, mas mesmo assim lhe causou uma estranha dor na mão direita. Ao descer, novamente, pode ouvir a conversa que corria na sala de jantar. Era só Elena sair que o clima entre eles se amenizava numa intrigante tranquilidade familiar, o que normalmente era difícil com eles. Ou talvez, ela fosse o problema. Uma voz feminina se manifestou, animada.

April.

— Então mamãe, ele é mesmo tão bonito assim?

— Bonito é um insulto, filha. Ele é simplesmente magnífico.

Por mais que não pudesse vê-las, Elena saberia deduzir exatamente a expressão de cada um ali, Jeremy devia estar comendo como um lunático, sem ao menos se importar em ouvir a conversa daquelas malucas, sua mãe também deveria estar comendo, levando em conta que seu tom de voz saia mastigado, e os olhos azuis de April provavelmente estariam arregalados e as mãos tremulam na frente do peito implorando por mais informações do rapaz.

— Mas, mãe. Conta mais. Tem namorada? Idade? Trabalho? Como ele é? Vai mãe conta...

Sabia. Típico de April Willow Gilbert.

— Namorada eu não sei. Mas acho que não

— Oba...

— Pode tirar o cavalinho da chuva, mocinha. Ele tem 27 anos, ok. Você tem 15, se a senhorita não tem 23, nem pense em pensar.

De algum modo, Elena sabia que a mãe diria isso. Isobel sempre teve preconceitos de idade, se a mulher não fosse ao Maximo quatro anos mais jovem que o rapaz, não era normal. E pra Elena também. Quer dizer, ela não tinha o preconceito que a mãe tinha, mas achava estranho.

... – Continua mãe – Implorou April.

— Tá bem, ta bem.

Respondeu a mãe imitando tom de impaciência da filha mais nova.

— Bom, ele tem cabelos escuros, bem escuros. Também tem olhos azuis, bem azuis— Continuou Isobel, explodindo em uma gargalhada. Junto a April, que tinha simplesmente a risada mais escandalosa que já ouviu na vida. Perdendo só para Kol. Mas uma das coisas que irritavam Elena — E tem uma pele bem clara. É também é muito educado, e extremamente inteligente. É o homem perfeito, só lamento que seja muito novo pra mim.

Agora foi a vez de Elena rir, só que ria interiormente. Sua mãe nunca foi exagerada demais para nada. Quando se tratava de Isobel Flemming, tudo sempre tinha que ter exatidão. Então, Elena compreendia que não havia extravagância em nenhuma palavra na descrição desse homem, levando em conta a detalhada perfeição que estava Isobel a contar. O que ela não entendia era o porquê de ainda estar ouvindo essa conversa, talvez só estivesse interessada em saber como seria a pessoa que a partir de hoje dividiria o mesmo teto que ela. O que era totalmente compreensível para qualquer ser humano comum, exceto a teimosia persistente que ela tinha. Culpa de seu pai, porque ela tinha que ser tão parecida com ele em tudo?

Precisava sair dali, não aguentaria ouvir mais nenhuma palavra sobre aquele assunto. Ou qualquer outro que lhe transmitisse alguma mensagem relacionada à mudança. Na cozinha sua irmã continuava a falar.

— E no que ele trabalha mãe?

Espera, aquele era o seu batom caríssimo da Victoria Seacrets do lado da televisão? Detesto quando mexem nas minhas coisas, isso me irrita. Irrita, irrita, irrita. Principalmente na minha maquiagem. Só o que falta é quererem que eu divida meus sapatos.

O batom estava do lado da chave de seu carro. Agora era a vez da vozinha de sua mãe respondendo.

— Ah sim. Como eu me esqueci de falar, que doideira, talvez você, na verdade vocês todos até já o conheça. Ele é pro...

Elena já estava na varanda. Tinha apanhado as chaves e o batom rapidamente, e bateu a porta na maior força que conhecia.

Entrou no carro antes que sua mãe resolvesse vir aqui fora para exigir algum tipo de satisfação pela batida. Nada estragaria o dia de hoje; Ela teria um encontro com um dos garotos mais gatinhos do colégio e para alegrar ainda mais essas vinte e quatro horas, Bonnie lhe enviou uma mensagem avisando que o idiota do professor de matemática não ia vir hoje. Ou seja, a primeira aula seria vaga, o que melhorava ainda mais o fato de que ela e Caroline poderiam planejar a roupa certa para o encontro. Fotografou algumas opções no seu telefone e ela queria estar de arrasar. Se tudo saísse rápido ela e Tyler ficariam conversando e trocando olhares sem se preocupar com aquele idiota os regulando o tempo todo.

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Damon adentrou na Mapple Street tentando encontrar o número da casa indicada no seu papelzinho. O carro não deveria estar nem a 10 quilômetros. Afinal, os números nunca endereçam na ordem correta, sucessivo a outro. Isobel disse que se caso não achasse, era só procurar por um marmeleiro e ai encontraria. Damon já passou por essas ruas tantas vezes, era estranho ter que dirigir tão cautelosamente e procurar por um endereço. Depois de ''andar'' mais três casas, ele topou-se com o marmeleiro. Casa 1067, como apontava no papel.

Mapple Street – 1067.

Uau era linda...

...Calminha um minuto.

Ele reconhecia essa casa. Era a casa da família Sulez; aqueles que ficaram ricos com umas ações da bolsa. Reformaram a casa inteira e alguns anos depois foram embora. Damon devia ter uns dez anos quando isso aconteceu, mas ele se lembrava das noites que ele, Mason e a turma inteira observavam a residência. Era a mais bela de toda Mystic Falls, na época.

Hoje estava diferente, com um visual mais vitoriano, antigamente era futurista e a frente ao tempo. Hoje, todas as casas tinham esse formato moderno e atual, o que fez a casa parecer mais comuns perante as outras, mas ainda sim era a mais bela de toda a rua. Não era mais verde claro, estava em creme com alguns detalhes amarelo. O jardim continuava com o mesmo visual. Lindo. E a tinta branca das cercas estava desgastada, também pudera se passaram tantos anos. Damon gostava das cercas, davam um charme tão especial e americano, não só a casa, mas também a toda rua. Além de lhe trazer memórias de quando era criança. Dylan, um amigo antigo de sua turma de infância, morava nesse quarteirão com os avós. Ele não tinha muita liberdade então, sempre brincavam por aqui, para que o loiro baixinho também pudesse participar. Mas era só ele entrar de volta para todos seguirem para a floresta brincar de tudo quanto era brincadeira. Damon e Mason foram às primeiras crianças a irem na segunda parte da cidade. Não havia nada demais lá, o cemitério era assustador, mas todos os cemitérios eram. Mason não queria decepcionar o resto da galera que esperava ansiosamente na entrada da ponte Wickery pela volta dos dois, então contou historias assustadoras dizendo que viram coisas horrendas como; Vampiros, lobos, bruxas, criaturas metades vampiras e metades lobos, fantasmas, monstros e ruídos estranhos mato a baixo. O engraçado era que essas lendas eram vivas até hoje.

Quem diria que ele iria acabar morando na mesma casa dos milionários dos Sulez? O mundo dava voltas, e Damon já vomitou em muitas delas. Mas aquele não seria o caso.

Tocou a campainha e esperou. Isobel apareceu na porta alguns segundos depois, com evidente animação, ela estava contente por vê-lo.

Damon havia passado horas pensando se aquilo era mesmo uma boa ideia. Afinal, o jeito como ele e Isobel se conheceram não foi da maneira mais convencional. Ela estava estressada e parecia uma desequilibrada. Só que nesse caso, seu julgamento havia sido feito rápido demais. Ela estava passando por diversas coisas, mas pelo que ele pode observar nos últimos dias, ela parecia ser uma mulher normal.

— Damon, chegou na hora – Disse ela – Vem, entra.

Ele retribuiu sorriso e a cumprimentou com um tímido ‘’ olá, Isobel’’. Estava ansioso para efetuar a mudança, essas ultimas semanas foram um caos, e agora ele finalmente iria pôr um ponto final nesse problema. As caixas com suas coisas estavam em seu carro, recolheria assim que ele conhecesse o lugar.

Como era possível, pensou ele, A parte interna era ainda mais bonita. Só que oque Damon realmente gostou, foi à sensação caseira que aquela casa tinha, era realmente aconchegante. O tipo de lugar perfeito para deitar-se no sofá com um pequeno cobertor, vinho da safra mais vermelha de todas e a pessoa amada. Imaginou por um minuto, ele e Rose de frente para aquela lareira. Juntos e felizes.

— Nossa Isobel – Disse Damon, animadamente sobressaltado. – É magnífica. Você se esqueceu de dizer que era tão bonita assim.

A mulher sorria orgulhosa.

— Sim, é mesmo. E o melhor é que não é uma dessas casas extremamente grande e exagerada, sabe? Onde você se perde fácil. Ela não, ela é romântica, é familiar.

— É perfeita. Você tem ótimo gosto pra casas, Isobel. E olha que eu só conheci a sala.

— Pois não seja por isso. – Falou animada. Apanhou a mão do rapaz e o guiou em diante. – Quando você vê a cozinha, vai querer me contratar pra corretora de imóveis. Vem, vou mostrar.

Damon seguiu em frente por educação. Quer dizer, ele estava animado para a mudança, mas também estava cansado de toda essa correria; Queria pegar suas coisas do carro e arrumar o quartinho de seu jeito próprio. Depois, ele simplesmente ligaria a televisão e ficaria lá dentro. Afinal, Isobel mencionou que tinha filhos, e Damon não queria ter que esbarrar e ficar brincando com nenhuma criança de nove anos. Além do fato dele não ser a pessoa mais sociável desse mundo. Não mais...

Pra sua sorte, não havia criança alguma ali, deveriam estar na creche ou algo do tipo. A casa por inteira era muito bonita e seu dormitório ficava atrás da cozinha, assim não havia problema em levantar-se de madruga e ir beber água, manteria sua mania intacta e não precisaria ficar com receio de acordar alguém.

As paredes de seu quarto eram todas brancas e limpas, exceto pela de trás da cama que era amarelo claro. O chão, como todos os restantes cômodos da casa, era em teca, assim como a cômoda em frente à cama, que tinha um tapete em baixo. Instalou sua televisão e o DVD naquela cômoda, por sorte aquela parede de trás tinha tomada. Aquele era definitivamente o seu dia, Deus estava generoso com ele ultimamente. O que era ainda mais estranho. O pequeno guarda roupa ao lado da porta era de madeira clara e tinha também um criado mudo marrom com um abajur cinza.

Damon não imaginaria que o quarto viria tão completo, havia trago uma poltrona verde que ganhou de sua empregada Dorota, quando saiu da casa de seus pais, que mais tarde ele colocou ao lado da janela, também trouxe seu próprio criado mudo, Bem a cama tem dois lados, então... Colocaria seu pequeno aquário no antigo. Sam, o peixinho laranja estava acostumado com aquele móvel há tantos anos, algumas coisas não possuíam necessidades de mudar.

Damon havia trabalhado como ajudante eletricista por nove meses, para pagar a faculdade, sabia que um dia aquilo viria a calhar. Instalou a televisão a cabo e o DVD sem ter complicações, a internet deixaria para semana que vem. Na época de sua faculdade não existia WiFi para seu notebook, então teria que esperar.

Passaram-se algumas horas. O quarto já estava quase que por completo, só faltava arrumar seus trajes no guarda roupa e tudo estaria pronto. Foi nesse momento que ele ouviu barulhos de portas se abrindo e vozes diferentes das de Isobel. Seus filhos deviam ter chego.

Não conseguiu identificar direito o que falavam, eram vozes muito distantes, mas ele teve a estranha sensação de que eram familiares.

‘’ Oi meus amores. Como foi o colégio?

Aquela voz era de Isobel, tinha certeza. Depois ouviu um barulho de beijos estalados.

‘’ Normal’’

Novamente era voz de mulher, só que mais fina.

‘’ Só normal? Que chato. Nenhuma novidade?’’

‘’ É a escola mãe, e não um shopping. É sempre chato’’

Outra vez uma voz feminina, só que era diferente das outras. Essa era mais doce. Nem tão madura quanto à de Isobel, mas não tão ‘’pequena’’ quanto à outra. Era grave mas também tinha presença de mulheril.

‘’ Aonde você vai, El... ’’

Droga pensou Damon, não conseguiu ouvir.

‘’ No Grill. Tenho um encontro hoje’’

‘’ Encontro? Encontro com quem, filha?

‘’ Como encontro com quem... ? Um encontro mãe, que saco.

Agora o que ele conseguia ouvir eram pés nervosos subindo a escada de linho. Deveria ser a menina da voz doce.

‘’ Aposto que é com aquele riquinho de jaqueta de coro. ’’

Dessa vez, quem falava era definitivamente um rapaz, na verdade, um garoto por se melhor dizer.

‘’ Que riquinho de jaqueta de coro?’’

‘’ O filho mais novo do prefeito da cidade. Um idiota’’

Tyler. Tyler Lockwood. Bom, pelo visto os filhos de Isobel decisivamente não eram crianças.

Só torcia para não serem alunos do colegial. O que Damon não precisava agora era se por em uma situação constrangedora como essa. Não seria possível.

Mas Isobel Flemming? Não havia nenhum aluno com esse sobrenome em nenhuma de suas turmas. A não ser que tivessem o nome de casado do ex- marido de Isobel. Que Damon não fazia ideia de qual era.

Só por favor, meu Deus. Não faça com que eu esteja dividindo meu teto com um aluno. Por favor, meu Deus.

Só o restava esperar. Continuou a organizar as roupas e colocar seus produtos no banheiro. Barbeador, xampu, condicionador, sabonetes, Etc.

Quando terminou tudo, deitou-se na cama e ligou a televisão no canal de esportes. O jantar sairia em meia hora, e nesse momento tudo que ele menos queria era sair de blusa polo e calça moletom e ter que encarar um possível, ou não, estudante. Teria que esperar.

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— Sério? – Gargalhou Elena, alto. – E o que você fez?

— O que você acha? Sai correndo dali. – Disse Tyler, rindo também. Ofereceu o copo de uma bebida forte para Elena, que sacudiu a cabeça, negativamente. Depois ele deu mais um gole – Você não bebe, linda?

— Não curto muito álcool. Estraga a pele, e eu gosto muito da minha. Só vinho, no Maximo.

— Humm – Ronronou ele, imitando um gemido. – Que gatinha mais chique.

— Sou de Manhattan, querido. É como somos.

Elena não conseguia se lembrar de exatamente quanto tempo estavam ali. Tyler era muito divertido e sabia como captar a atenção de uma garota. Ele perguntou sobre Nova Iorque, e disse que tinha ido lá aos oito, mas nunca voltou, e que seu irmão mais velho, Mason planejava passar a lua de mel quando se cassasse com a ex- noiva. Isso antes dele pegar ela na cama com outro cara.

Era incrível que ele pudesse falar dessas coisas com Elena após meia hora de conversa. Estavam sentados no balcão do Grill, ela com um copo de suco de maracujá, sem açúcar, claro, e ele com uma taça bem pequena de Bourbon. E foi apenas uma dose até o momento. Não estava bêbado, não estavam sob o efeito de nada e ele sentia que tinha algo de diferente ali, quem sabe poderia vir a algo mais, pensava o garoto. Tinham muito em comum, não teria como dar errado.

— Mas e você, princesa? – Pigarreou Tyler abafando o riso. Depois disse em sarcasmo – Além do fato de você ser uma fashionista famosa e ter um blog muito popular e ser uma celebridade no mundo adolescente... O que mais? Quero saber tudo. Qual a sua história triste?

Elena o olhou de relance e engoliu um pequeno gole de seu suco. O belo ao seu lado sorria abertamente, pronto para ouvir tudo que ela tinha a dizer. Elena virou- se para olhá-lo e sorriu levemente.

— Bom – Sussurrou ela, tristonha. – Eu vim parar nesse fim de mundo por causa do divorcio dos meus pais. A minha mãe, queria um lugar tranquilo pra sossegar e terminar de criar os filhos em segurança. Ai, pra minha felicidade ela ouviu falar daqui. O que eu não tenho ideia de como. Meu pai a traiu, e agora o desgraçado tá morando com a namorada e as filhas dela no apartamento que por direito é meu. E... O resto, é bem obvio.

— É, parece barra. Mas olha pelo lado bom, Princesa. Você me conheceu...

Olhando aquele rosto risonho, Elena foi tomada pela graça isso seria divertido, pensou ela. Depois, imitou a expressão sedutora de Tyler e levantou o copo em brinde.

— Que metido você é Tyler Lockwood. –

Elena sorriu, graciosamente. Em ironia, Tyler respondeu no mesmo tom.

— Sou mesmo, qual o problema? Não gosta? – Suspirou tomando mais um gole, só que dessa vez bem pouco. – Mas mudando de assunto. Deixa eu te perguntar uma coisa, bem rapidinha eu prometo. Diz pra mim, como é impossível olhar pra esse seu rostinho lindo e não morrer de vontade de beijar?

Mais uma vez um sorriso interno brotou em seus lábios, ou melhor, seu cérebro. Perdia a conta de quantas vezes ela já havia ouvido aquela cantada. Daria a resposta que sempre funcionava.

— Bom. Você ainda não me beijou então... Como eu vou saber?

Elena desviou os olhos, encarando seu copo em cima do balcão. Empreitou a postura e colocou sua melhor faceta de acanhamento e sedução que conhecia.

Agora ela o encarava.

O coração de Tyler martelou, entendeu o recado rápido, mas estava com medo de estragar as coisas. Quando ela levantou a sobrancelha direita em sinal de aprovação, ele percebeu que Elena também estava afim. Sem pressa, o rapaz a puxou para a si e selou seus lábios. Um beijo calmo e delicado onde os dois pudessem aproveitar ao Maximo sem se cansar. As línguas quentes movidas em sincronia com a brecha necessária para se moverem.

Aquele era um dos truques prediletos de Elena, não ficou realmente encabulada ou algo parecido. Mas era divertido observar a reação de Tyler ao pensar que realmente provocava essas reações tão fortes em uma garota como ela. No fim, ele seria como Kol, uma boa historia para se contar as amigas. Alem é claro, do fato de que sua lista precisava urgentemente de nomes novos.

O que realmente lhe incomodou foi o fato dele, constantemente, tentar mexer em seus cabelos. Ela odiava quando tentavam mexer nele, o bagunçar. Não se mexe nos meus cabelos. Será que é tão difícil assim para um homem entender?

O caminho de volta foi divertido ele persistiu na ideia de deixar Elena falar e cada vez mais queria saber algo novo sobre ela, não houve tempo para jantar. Trancaram-se no banheiro masculino do Grill e ficaram lá durante vinte minutos aos amassos. Quando saíram o horário do jantar já havia terminado. Deixaria para comer em casa, além é claro que a refeição servida no toalete havia sido muito boa.

Talvez nem tanto...

Sua casa estava normal, as luzes do andar de cima todas apagadas e as do de baixo acesa. Ao entrar, ouviu barulhos de talheres na sala de jantar. O que era estranho afinal o jantar nunca costumava durar até tarde.

Quando se dirigiu ao cômodo, se surpreendeu ao ver o que viu. Sua mãe, seus irmãos e seu professor de matemática juntos a mesa de cabeça baixa comendo calados sem ao menos se olharem, como se tivessem constrangidos com alguma coisa ou morrendo de vergonha.

Elena ficou parada na soleira, sem porta. Encarando estranhamente a cena. O que estava acontecendo ali?


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Notas finais do capítulo

pessoal, tenho me esforçado pra caramba em escrever esses capitulos grandes e deixar vcs felizes, só que o número de cometarios são sempre os mesmos. Vamos lá, ñ recebi leitores novos pelo ultimo capitulo e acho que pode ter haver com a falta de reviews.Comentem.....