Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 55
- The one of the first date.


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas lindas... Que saudade. Gente, cometi uma gafe semana passada. Esqueci de avisar que não postaria. Estava muito atarefada com a escola e ia colocar nas notas finais que quarta não teria, mas me esqueci. Perdão, não vai acontecer mais e pra recompensar postei até mais cedo hoje.
Dedico esse capítulo há Caroline Delawere e a Priscila pela recomendações que fizeram. Fiquei muito feliz e agradeço por tudo. Mto obrigada.



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Extasiada, Elena apertou os dedos dos pés contra o lençol abaixo agravando a provável desordem que deveria estar aquela cama no momento. Mas aquilo não importava. O peito já alto debruçando-se para frente evidenciava sua respiração ávida. Murmurou algumas palavras na qual nem a própria soube identificar o significado, enquanto Damon continuava com o rosto entre suas pernas.

O fato de tê-lo feito esperar mais do que o próprio queria, incentivou o mesmo a se vingar pela tortura, mas Elena não poderia reclamar. Entregou-se sem hesitar a cada minuto daquela noite e a tornava a mais feliz das mulheres por ele estar fazendo o mesmo. A surpreendia o fato de como o ato mais antigo do mundo se intensificava de tal maneira quando feito com quem se amava, e tinha a total certeza de que o amaria pelo resto de sua vida. Amava a doçura com qual ele lhe tocava e amava também a mesma doçura com qual retribuía, algo que nunca se imaginou como possível.

Com o ápice já invadindo seu corpo, desabou o restante de seu tronco sob a cama e gemeu fraca. Sem pressa, Damon retirou os lábios de onde estavam e arrastou para o lado, chegando ao ventre deixando uma trilha de beijos carinhosos pelo local até subir para o lado dela.

– Me lembra de nunca mais te deixar esperando. – Murmurou Elena, abraçando-o. Delicadamente, ele a pôs sob seu peito, deleitando-a com as carícias que fazia em seus cabelos. Houve uma curta pausa silenciosa para que recuperassem o fôlego perdido. – Quero que me prometa uma coisa. – Disse seriamente.

– Como assim? – Curioso, Damon a encarou.

Lentamente ela o beijou, separando-se antes que o toque dos lábios se aprofundasse.

– Quero que me prometa que quando amanhecer vai tá aqui, do meu lado. – Sem entender o motivo para tamanho pedido, ele calou-se. – Quero saber como é acordar com você. – Sorriu bem humorada. – Por isso, se quiser me trazer uma bandeja de café da manhã, desista. Quero que esteja aqui. Entendeu?

Em concordância, Damon assentiu mirando-a ternamente pela inocência com que falava.

Silêncio. Dessa vez ele a beijou, em movimentos cansados e sem muito ritmos pela fadiga de seus corpos há poucos minutos. Caminhando uma trilha de mais beijos, foi para a orelha esquerda de Elena, onde a mesma suspirou já entrando em combustão por achar que ele a acariciaria ali.

Mas não. A boca de Damon parou.

– Eu amo você. – Confessou ele sentindo-se contando o maior segredo de sua vida.

Não foi preciso Elena retribuir com palavras iguais aquelas. O brilho com qual seus olhos momentaneamente acenderam, junto a seu sorriso de efusividade foi o suficiente para falar por si só.

Aconchegou-se ainda mais apertado ao corpo dele, a espera do sono que não tardou a vim.

–-x--

Antes que os olhos pudessem se abri, Elena moveu o braço em direção onde o corpo amado repousou na noite anterior. Sorriu, ainda com as pálpebras fechadas. Damon estava ali e a respiração vinda dele lhe confirmava que não era uma imaginação sua.

Abriu os olhos.

Deparando-se com a imagem que queria ver durante toda sua vida. Damon dormia em paz, com o corpo virado para frente e o rosto para o lado oposto a si. O cobertor posto de sua cintura para baixo, deixava em evidência para ela não só o peitoral nu como as marcas de seus dentes em alguns lugares como pescoço e ombro.

– Meu amor. – O chamou, feliz por poder estar usando esse nome. – Meu amor, acorda. – Os dedos acariciavam os cabelos dele.

Atentando-se aquela voz, Damon aos poucos foi abrindo os olhos. Começando a enxergar um certo embaçado ao redor e apenas uma silhueta de mulher sentada ao seu lado. Aos poucos a forma ganhava mais realidade até conseguir vê-la por completo.

Ela estava linda, sem maquiagem, cabelos completamente ao natural e com o tronco desnudo como o seu.

Olharam-se intensamente por um certo tempo. Apenas a mão de Elena acima da cabeça dele que se mexia. Não acreditavam que finalmente aquilo tinha se sucedido e não acreditavam que fora preciso pegar um avião para que voltassem a ser um do outro.

– Cumpri minha promessa. – Damon sorriu, com a voz embargada pelo sono.

Elena já estava mais desperta.

– É. Você foi um bom menino. Quer que eu peça um café da manhã pra te recompensar?

Ao lembrar-se da existência do mundo lá fora, Damon negou. Levantou o corpo, interrompendo o toque dela, e ficou-se sentado.

– Acho melhor eu tomar café lá no Stefan. – Procurou um relógio em sua volta. – Vai dá oito horas. Dá tempo.

– Quer ligar pra ele? Pode usar o telefone aqui do quarto.

Damon assentiu positivamente.

– Sim, é melhor. Não quero deixar ele preocupado. Você devia fazer o mesmo, liga pra sua casa.

Elena mirou em sua volta, ainda não tinha dito para ele o que tinha ocorrido entre ela e seu pai, afinal como poderia. Já que ontem acabou sendo a primeira vez que conversaram desde aquele passeio quase fatídico de helicóptero.

Mesmo assim deduziu como melhor se fizesse o mesmo.

– Eu deixei meu celular carregando no banheiro ontem de noite. Vou lá e ligo pra ele, já aproveito e tomo um banho.

– Tá. – Damon concordou. – Enquanto isso eu já ligo daqui mesmo.

– Ok, então. – Disse ela, dando-lhe um beijo casto no rapaz.

Antes que ele pudesse apanhar o telefone, Elena levantou-se indo até o banheiro esquecendo qualquer pudor por estar nua. Damon prendeu uma gargalhada dentro de si. Qualquer uma se enrolaria em uma coberta e sairia tímida pelo constrangimento natural pós-sexo, mas ela fez questão de caminhar não só sem as vestes como também no andar mais sensual que poderia ter, tudo para provocá-lo ao máximo.

O bater da porta do banheiro o despertou do contemplamento a visão que Elena mesmo queria que admirasse. Após ela entrar por completo ficou alguns segundos estatizados lembrando-se dos maravilhosos segundos anteriores. Até, infelizmente, recordar-se do que tinha que fazer.

Sem mais demoras, discou o número de Stefan.

–-x--

– Tem certeza disso, Elena? – Damon perguntou preocupado.

– Bom, ter eu tenho. Agora se você não quiser, já é outra coisa. – Disse ela, enquanto penteava seus cabelos em frente ao espelho do banheiro.

Ambos já estavam vestidos e de banho tomado.

– Não, não é isso. É que... Não sei. Me parece um pouco... Precipitado.

Elena não pôde evitar uma decepção.

– Diz isso em relação ao que? A nós dois? Acha que é cedo demais para eu conhecer seu irmão?

– Não. Digo em relação a essa decisão. – Negou rapidamente ao perceber a tristeza dela. – Quer dizer... Você já não dormiu em casa e agora de manhã não volta. Seu pai vai ficar preocupado.

– Já falei com ele. – Rebateu ansiosa. – Disse que não queria vê-lo hoje, por isso ia ficar até o almoço com meus amigos.

Damon franziu a testa.

– Como assim disse que não queria vê-lo hoje? Vocês brigaram?

Droga. Pensou Elena ao analisar sua gafe.

– Sim. – Preferiu dizer a verdade. – Esses dias, mas... Não foi nada muito grave. – Preferiu também omitir por agora. Aquela não era a ocasião correta para contar. Era melhor mudar de assunto. – E você? O que disse pro Stefan?

Damon deu os ombros.

– Falei a verdade. Contei que tinha passado a noite com alguém e que tava voltando pra casa.

– Mas assim? Falou que passou a noite com alguém e pronto. Ele não pediu detalhes? – Inquiriu assustada, já havia terminado de arrumar os cabelos.

– Achou estranho, perguntou quem era, como tinha conhecido. Mas eu disse que explicaria tudo quando chegasse e ele entendeu. Stefan respeita muito a intimidade das pessoas, não é intrometido e nem gosta de fofoca ou essas coisas.

Elena assentiu satisfeita, olhando-o com uma expressão de criança pidona na qual ele não poderia resistir.

– Ótimo então. Já que você disse que estava com alguém, você me apresentando, contando quem é, fica ainda melhor.

Damon hesitou.

– Não sei não. Elena

– Por favor. – Pediu, enquanto corria para os braços dele abraçando-o. – Quero conhecer seu irmão. Me leva?

Em um suspiro derrotado, Damon virou os olhos. Ela continuava com o mesmo olhar encantador de Lolita, e ele como seu Humbert faria tudo que a mesma quisesse.

–-x--

– Não. Não toca a campainha não. – Avisou Damon rapidamente, antes que ela fizesse. – Stefan já me deu uma cópia da chave.

Elena calou-se enquanto ele girava o objeto pela maçaneta. Por mais fantasioso que pudesse parecer esse pensamento, conseguia perceber o nervosismo de Damon até mesmo em seu modo de abrir a porta. A lentidão ao mesmo tempo trêmula, como a de alguém que tenta adiar um momento importante e que junto ainda luta para controlar a ansiedade.

A sala estava vazia, mas se escutava ruídos vindo da parte dos fundos, provavelmente deduziam que Damon já houvera chegado.

– Até que enfim, maninho. – Stefan zombou, de outro cômodo. Confirmando a hipótese dela; Segundos depois conseguiu ouvir o caminhado de alguns pés se aproximando.

O corpo de uma mulher chegou primeiro.

Parou. Com o olhar estático sobre a outra presença feminina no recinto. Os olhos se elevaram ao máximo e o queixo tremeu rapidamente até finalmente cair por completo. Ao também chegar a sala, Stefan estava pronto para perguntar a razão pela qual Tessa havia estatizado-se daquela maneira, até ele mesmo colocar a visão no que tinha paralisado a amiga.

Ambos em choque, a encararam com perplexidade. Fazendo Elena se sentir a própria Medusa.

– Pessoal essa é a Elena. – Damon os apresentou, timidamente. Mas os outros dois nem ao menos pareciam ouvi-lo.

Tessa foi a primeira a expressar reação.

– É... É... – Gaguejou atrapalhada. – Olá.

Stefan por sua vez continuava a encarando na dedução de que logo em breve aquela imagem em sua frente sumiria ou se converteria em outra mais comum e desconhecida. Damon pigarreou alto e o irmão despertou-se aos poucos, mirando Tessa em seguida para confirmar se a amiga estava enxergando o mesmo que seus olhos. Ao perceber que sim, envergonhou-se.

Elena continuava com a visão variada entre o chão e os dois, acompanhada de um sorriso encabulado no rosto. Assim como o de Damon.

– Muito prazer. – Ela tentou soar simpática.

Silêncio.

– Não vão falar oi pra ela? – Damon fartou-se da situação e Stefan captou o que o mais velho quis dizer.

Forçando um sorriso, ele aproximou-se dos dois.

– Olá. Muito prazer, eu sou irmão do Damon. – Estendeu uma das mãos para ela e respirou fundo ao sentir o toque a apertando. Era real. Ela era real e agora confirmava isso.

– Sim, eu sei. Você é o Stefan.

Rapidamente, o mesmo surpreendeu-se com o tom de voz obvio de Elena. Como se já soubesse ou já o conhecesse a muito tempo.

Disfarçou o sobressalto.

– Sim, sou eu. Bom... Estávamos preparando o café da manhã quando vocês chegaram. Estão com fome?

Damon preferiu responder por ela.

– Sim, não comemos nada. Demora muito pra ficar pronto?

– Já tá na mesa. – Tessa interferiu-se, já mais lúcida. Caminhou até Elena repetindo o mesmo ato de Stefan, ao estender a mão para a menina. – Como vai? Eu sou Tessa. – Sorriu.

– Bem, obrigada. Você é linda. – Elena a elogiou.

E não mentiu, Tessa era realmente muito bela; De pele em cor bronzeada naturalmente, meio latina. Olhos grandes e expressivos, cabelos grossos e pesados e alta.

A mulher sorriu em agradecimento.

– Imagina. Linda é você, ainda mais pessoalmente.

– Sim. São todas lindas, as duas. – Interviu Stefan antes que aquela conversa se alastrasse, teria que falar com Damon imediatamente. – Tessa, leva ela até a cozinha. Serve uma fruta, um pão. Ela parece tá com fome, tadinha. Tenho que falar com o Damon.

Com todos compreendendo a razão pela sugestão de Stefan, Elena não hesitou em ir com Tessa. Lançou um olhar de ''boa sorte'' para ele e Damon piscou carinhosamente. Não parecia preocupado, nem com medo. Estava mais pronto do que nunca para viver com ela e não deixar que mais nenhuma barreira pudesse estar entre eles e no fundo, sabia que Stefan ficaria de seu lado.

– Quer sentar? – Damon perguntou para ele, segundos depois de Elena ir com Tessa. Stefan olhou para os lados até se render e se sentar ao lado do irmão.

Decepcionado, o loiro suspirou pesadamente. Juntou as mãos em forma de oração, deixando-as sob seus joelhos.

– Damon, porque você nunca me conta o que acontece na sua vida?

Ele não respondeu de imediato. Mirou o nada esperando a resposta para aquela pergunta, na verdade nem Damon mesmo sabia. Ou sabia?

Sim, sabia. Tinha demasiadas dores de cabeça em sua vida para correr o risco de que seus erros interrompesse o caminho do sucesso que seu irmão merecia. Conhecia Stefan suficiente para saber que ele era capaz de regressar a cidade que tanto o humilhou simplesmente para solucionar um problema seu.

Mas daquela vez teria e Stefan não precisaria de um avião. Afinal, estavam mais frente a frente do que nunca.

– Bom... To prestes a fazer isso agora.

–-x--

As opiniões e o apoio de Stefan fizeram concluir a intuição de Damon de que ele ficaria ao seu lado. As críticas, na qual ele também fez questão de dar voz, caminhavam junto a conselhos no qual Damon sabia que até mesmo de olhos fechados poderia colocar em prática. Qualquer acusação de que aquilo era errado se dissipou no momento quando admitiu com tamanha convicção que a amava e diante disso Stefan não poderia ser contra por maneira alguma.

– Eu só espero que vocês me mantenham informado de tudo quando voltarem pra Virginia. – Advertiu Stefan, enquanto caminhavam para onde as outras duas estavam. – É sério, Damon. Isso não vai ser fácil, vocês vão precisar de ajuda, vão precisar ter cuidado. Você tem que aprender a confiar mais nas pessoas, em mim.

– Mas eu confio em você.

– Mas não me conta nada. – Argumentou educadamente. Damon ficou em silêncio. – Nem sempre a gente consegue resolver as coisas sozinhos, tem que ter mais alguém. Que pense friamente, que nos ajude... Sei que eu não posso fazer muito daqui, mas pelo menos não vá me deixar preocupado.

Damon tocou os ombros de Stefan, pondo-se frente à ele.

– Tá, depois falamos disso. – Disse sério, sorrindo em seguida. – Quero ir pra cozinha, quero que sentemos na mesa e quero acima de tudo que você a conheça melhor.

O mais novo suspirou em derrota.

– Não vai ser nenhum sacrifício, acredite. Gostei dela. – Explicou sinceramente.

– Que bom. Porque ela quer muito te conhecer. Eu nem ia trazer hoje, mas ela insistiu tanto e tudo por sua causa.

– Uau. Uma estrela querendo me conhecer? Não é um convite muito fácil de negar. – Ironizou Stefan um tanto convencido.

Postas a mesa e em tímidas risadas e conversas superficiais como cabelo ou quantos quilos queriam emagrecer. Assim que os viram as vozes foram interrompidas de imediato, mas a expressão tranquilizadora de ambos acalmou Elena poucos segundos depois. Já Tessa manteve-se em igual, afinal Elena não havia dito nada intimo o bastante para ela e nem a mesma havia perguntado, pelo contrário, a respeitou. Mas logicamente, mais tarde Stefan lhe diria tudo. E Damon preferia que assim fosse, deixá-la na curiosidade poderia ser pior a ponto da mesma querer investigar ou até mesmo, na inocência, contar para alguém.

E isso não queriam.

– Fazia anos que eu não comia cereal no café da manhã. – Disse Elena, interrompendo um rápido silêncio que se formou após eles se sentarem a mesa. – A última vez foi... Sei lá, criança. Nem me sentia mais tão Americana assim.

– Bom, em uma casa onde se mora dois universitários e que ainda fazem estágio... Só se come besteira. – Ironizou Stefan.

– Você tem que ver, meu amor. A geladeira deles parece que foi inteira comprada por pré adolescentes de 12 anos e isso porque tem um médico nessa casa. – Endossou Damon, seguindo a linha bem-humorada da conversa. A respiração de Elena descompensou-se pela maneira na qual ele a chamou. Sorriu, nunca seria capaz de reclamar de tal carinho. Nem ao menos para disfarçar perante as pessoas.

– Do meu paladar vocês não vão ouvir reclamações, garanto.

– Vai ficar pra almoçar? – Tessa perguntou há ela.

Elena negou rapidamente.

– Não tenho que ir pra casa, senão meu pai me mata. Mas... – Parou de imediato. Não queria ter de pedir isso há Damon diante de todos.

– Mas? – Stefan a mirou curioso.

– Nada é que... – Virou-se para Damon. – Você tem compromisso hoje de noite? Poderíamos... Jantar juntos? – Era preferível que dissesse, não queria que Stefan criasse suposições de que não confiava nele ou algo do gênero. Queria que gostassem de si.

– Acho que não tem nada hoje. Tem alguma coisa hoje, Stef?

Stefan, esperou o suco descer pela garganta para poder responder. Enquanto, engolia o líquido negou apressadamente com um dos dedos.

– Não, e se tivesse acho que já seria cancelado.

Com a timidez na pele pela presença ao redor, ambos se encararam como dois noivos do mundo ocidental, que acabaram de se conhecer e que graças a um acordo entre famílias já tem a mão destinada uma a outra.

O encarou intensamente e apesar de não poder enxergar a expressão de Stefan e Tessa tinha a certeza que ambos estariam atentos a cada detalhe do que diziam com sorrisos maliciosos presos na garganta.

Como dois pais observando o primeiro namoro (no sofá) de uma filha ou um filho

– Então, as oito? – Sussurrou, quase sem voz.

Damon olhou em volta rapidamente, arrependendo-se em seguida pelo acréscimo a seu embaraço.

– Onde quer ir?

Elena pensou um pouco antes de responder.

– Que tal no restaurante do Hotel mesmo? – Sugeriu, lembrando-se que teria que encontrar Nicole dias depois no mesmo local.

– No Hilton, então?

Com um riso feliz, Damon assentiu.

– No Hilton.

–-x--

Elena conteve qualquer frustração de crescer pelo fato de Damon não ter lhe dado um beijo de despedida quando foi embora. Tinha que entender que Stefan e Tessa, mesmo já inteirados da situação, estavam perto o suficiente para ativar o escudo de descrição que Damon tinha embaixo do ombro. Ele não gostava de espetáculos em frente as demais pessoas e era necessário respeitá-lo.

Mais ouviu do que falou durante do café da manhã. As conversas animadas entre Stefan, Damon e Tessa a manteve confortável ao invés de deslocada por seu silêncio atípico. Esperava ganhar mais intimidades entre eles, principalmente com Stefan, durante esse meio tempo. No mundo normal quando algum membro de uma família leva uma namorada para conhecer o resto de seus parentes, logo ela é repleta de perguntas básicas sobre sua vida como '' o que você faz?'' ou '' onde você mora?'' mas no caso dela, o que poderiam perguntar? O que poderiam perguntar que já não soubessem? Ou que já não tivessem lido a seu respeito?

Miranda, com a face coberta pelo verde de alguma máscara, deitava-se entretida no sofá acompanhada de algumas revistas e de um pote de morangos. Seu pai não deveria estar em casa, afinal ela nunca arriscaria que ele a visse tão feia como estava com aquilo impregnado no rosto. Revirou os olhos, tanto pela imagem dela como pela decoração ao redor. Jamais se acostumaria com o fato da elegante cobertura dos Gilbert ter se transformado em um zoológico de pele de onça e pelos de flamingo.

– Finalmente apareceu. – Miranda cantarolou, recheada de sarcasmo. – Não sabe a falta que nos fez. – Apanhou um morango.

– Bom, eu imagino. O que acontece é minha retina já tava doendo pelo ataque de breguice, tive que dá um sossego pra ela. Você me entende não é, mãezinha?

Escassa de argumentos, Miranda optou por mudar o assunto.

– Seu pai teve que ir pra Jersey. Volta amanha. – Avisou, dessa vez em seriedade.

Elena deu os ombros, desinteressada.

– Ok. – Partiu em direção as escadas.

– Ei, ei, espera. – A mais nova parou entediada. Virando-se para a irritante voz anasalada que a chamou. – É assim? Não vai nem perguntar porque ele foi? É seu pai, sabia?

Provavelmente salvar a bunda de algum ricaço que foi pego com droga. Pensou ela ao relembrar o roteiro que conhecia desde criança.

– Só diz pro velho, quando ele ligar. – Se é que vai ligar. – ... Que eu não janto em casa hoje. – Falou, sem esperar por uma permissão.

– E porquê?

Não te interessa. Pensou, mas não disse. Queria manter a paz com ela por ao menos aquela noite, já que qualquer ofensa mais agravante a queridinha de seu pai poderia lhe custar uma saída. E logo a de hoje a noite.

– Porque vou jantar com a Nicole... Richie.

Em silêncio, Miranda assentiu satisfeita com a resposta. Lembrou-se, coincidentemente, de seu cabeleireiro comentando que Nicole estava na cidade e por isso estava com um horário ocupado para ela, já que a mesma iria para alguma pré-estreia de um novo programa de tv sobre moda na qual ela estava incluída.

Sem a necessidade de mais palavras, Elena finalmente pôde subir para seu quarto.

–-x--

Cabelo, unhas, maquiagem... Elena checou item por item ao espelho e refez a cada vez que não esteve satisfeita com o resultado. Damon provavelmente não iria querer que estivesse muito produzida a modo que pudesse chamar a atenção de todos para eles (por motivos óbvios logicamente), então optou por um vestido verde de maga cumprida e rendada, junto a uma sandália bege com tiras. Os cabelos manteve-os completamente lisos e após tanto estresse para escolher o penteado correto, preferiu deixá-lo reto. Na maquiagem, um meio termo apropriado tanto para o dia quanto para noite foi a sua escolha.

Faltavam exatamente cinco para as oito quando se viu partindo para fora de seu prédio. Miranda deveria estar ocupada demais em gritar com os empregados ao dizer o quanto estavam errados na prática de suas funções, enquanto suas filhas conversavam no andar de cima pelo celular com algum namorado ou alguma amiga. Já seu pai, apenas esperava que estivesse longe de faxineiras por aquela noite fora.

Peter, como sempre o acompanhou na viagem, então novamente se lançaria a sorte de um táxi. Esperou pelo resto do dia que algum vídeo da confusão de Damon e Enzo fosse publicado em algum site maldoso, mas para o ego de sua intuição seu palpite estava correto e os urubus não prejudicariam seu coletivo. Enzo já havia apanhado de seguranças outras vezes desde o de Kanye West até o de Hillary Duff, uma surra a mais não o faria denunciar. Estava acostumado e juiz nenhum seria capaz de dá-lo outra indenização milionária, além é claro do fato de que dessa vez não fora um segurança e sim '' um simples desconhecido''.

Seu destino final logo reluziu ao adentrar a Avenue of the Americas. Preocupou-se com o horário, quase vinte minutos de atraso na qual não saberia se ele a perdoaria ou não. Até porque, se sua mente atentasse mais profundamente, aquele era seu primeiro encontro com Damon. A primeira vez que saíram, como um casal normal, para jantarem fora, as sós e poderem agir normalmente também. Enquanto tal fato deveria assustá-lo, nela o efeito vinha totalmente ao contrário. A animava, a mantinha feliz a certo ponto onde por muitas vezes teve de segurar a si mesmo para que não saltasse do automóvel e corresse por suas próprias pernas, cada vez que o sinal vermelho era refletido no vidro do motorista.

– Boa noite, senhorita Gilbert. – A recepcionista disse, assim que aproximou-se do balcão, com aquele riso típico de relações públicas.

– Boa noite. É, eu fiz uma reserva durante a tarde no restaurante aqui do hotel. Queria saber se meu acompanhante já chegou?

Rapidamente, a senhora revirou algo em seu computador. Assentindo positivamente em seguida.

– Sim, o senhor... – Forçou a vista, para enxergar melhor o nome. – Salvatore, já está lá.

Elena suspirou aliviada.

– E vem cá, ele chegou tem muito tempo?

A outra pensou um pouco antes de responder.

– Bom, aqui tá marcado como horário de chegada do senhor, às 08:07, e já são... 08:19.

Satisfeita, Elena agradeceu a mulher imitando seu sorriso de relações públicas e se dirigiu para a ala oeste do hotel.

O lugar estava parcialmente cheio. Pessoas em grupo dividiam taças caras de champanhe rose enquanto gargalhavam de suas aventuras em Paris, enquanto na outra mesa um grupo de executivos lamentavam-se pela perda na bolsa de valores acompanhados de charutos cubanos e Uísque. Mais alguns turistas espelhados e, até quem sabe, sub celebridades da playboy com engravatados importantes que provavelmente escondiam a velha aliança no paletó.

Distinto, em uma mesa não tão distante, mas nem assim tão central estava a figura que tratou de caçar assim que chegou. Damon bebericava um copo d'água, enquanto atentava-se a tortura alcoólica que era servida nas diversas mesas tão próximas a sua.

Algo que também não era fácil para Elena ver. Por isso, tratou-se aproximar com o intuito de que o mesmo se distraísse com outras coisas, que apesar de tão tóxicas e perigosas como um copo daqueles na mão de alguns garçons, ainda sim era a opção salva que ele tinha no momento.


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Notas finais do capítulo

Então gente, espero que tenham gostado. Novamente coloquei algumas referências do meu livro predileto '' lolita''. As férias estão chegando e vou tentar adiantar alguns capítulos, não prometo nada. Vou tentar.
Então gostaram? Comentem. Mereço recomendações?