Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 37
- Perigo.


Notas iniciais do capítulo

Meninas, sei que meu dia da semana combinado com vocês é quarta e semana passada não atualizei, mas é por conta que esse capitulo era muito grande e detalhado que resolvi dá um hiatos de uma semana para a fic. Agradeço ele em especial a camila aparecida de jesus, pela recomendação. Adorei e fiquei muito contente.
Bom, faz um tempo que o número de comentários vem caindo bastante e o entusiasmo pra recomendar a fic, ou favoritar etc, vem diminuindo. Se eu estiver fazendo algo que não esteja agrandando ao gosto ou se a fic estiver ficando chata e perdendo a excitação e o ânimo, falem comigo, conversem e eu dou um jeito de fazer meu melhor para escrever daqui pra frente.
Era basicamente só isso, boa leitura e espero que vocês gostem.



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— Tá, eu concordo com a Bekah. – Caroline deu-se por vencida. Bateu a ponta dos dedos duas vezes no aço da redonda mesa e mordeu os lábios, pensativa. Era a terceira vez que Rebekah insistia naquela porcaria de assunto e pelo visto ela não pararia até todos concordarem. Ao fim, todas admitiram que ela pudesse estar certa.

— Acham mesmo? – Questionou Elena. Para a estranheza das garotas, Elena parecia completamente interessada naquele assunto. Estavam no intervalo há quase quinze minutos e desde que Rebekah falou aquilo, o grupo de meninas não conseguia mudar de assunto que não fosse este. Damon Salvatore. O professor mais odiado e chato de toda escola, parecia confusamente... Normal. Não que ele estivesse sendo educado ou sorrindo para os alunos, afinal, nem todos mudam com tanta intensidade, mas ele também não deu patadas e não ficou brigando com ninguém o tempo inteiro. Chamou a atenção quando teve de ser necessário, mas simplesmente, deu sua aula. Sem nenhuma grosseria épica perante aos docentes na qual ele tanto judiava verbalmente. Curiosa, Elena continuava a perguntar, sem cessar-se por nenhum segundo. – Acham mesmo que ele parece mais feliz? Ou que está mais alegre? Qualquer coisa... Acham mesmo? – Era como se a qualquer momento ela fosse pular da beirada da cadeira.

— Ok, deixando a lunática de lado. – Ironizou Rebekah fazendo Elena revirar os olhos. – Eu sei que to certa. Ele tá transando com alguém tenho certeza.

— Quer saber? Sinceramente, isso não me interessa, mas se for pra diminuir o estresse que ele deve ter, é melhor essa mulher ser uma deusa do sexo. – Afirmou Bonnie levando o pedaço de pão a sua boca. – AI MEU DEUS. – Ela gritou em animação, como tivesse acabado de descobrir a cura para o câncer. – É isso! – As outras olhavam sem entender. – Ela deve ter voltado. Rose. Pra ele tá assim, é porque a carta já fez efeito e ela voltou.

Droga. Pensou Elena apertando o garfo em sua mão. Fez uma careta compatível a força que fazia ao segurar aquele talhar. Tentava ao máximo disfarçar sua expressão de ódio. Não era por ela que ele estava feliz, era por mim. Por mim. Repetia em sua mente tentando parecer positiva.

— Será? – Rebekah sussurrou em mistério. Caroline mantinha um sorriso alegre no rosto enquanto Bonnie continuava pensativa.

Não podia mais continuar com aquilo. Foi tudo longe demais. Tudo foi longe demais algum tempo e era burrice sua tentar prolongar a situação; A verdade é que havia se esquecido de tudo e de todos. Quando se viu apaixonada por ele sua mente só conseguia concentrar-se em Damon e quando começou a desfrutar a amizade que construíram, não era capaz de lembrar-se de nada que existisse ao seu redor. Não era mais significante, não tinha mais relevância. Não importava.

Enganou-se.

Se não importava, deveria ter encerrado. Colocado um fim.

Jogou a cabeça levemente para trás tomando ar para adquirir coragem. Mal ouvia a conversa das três meninas que continuavam a falar sobre a possível volta de Rose.

— Meninas... – Chamou Elena interrompendo a fala de uma delas. As duas loiras imediatamente a olharam e Bonnie acompanhou o olhar alguns segundos depois. Aquilo seria bem mais complicado do que planejou, mas era necessário. – Eu preciso confessar uma coisa, uma coisa importante. De verdade. – Disse tensa, com a palma das duas mãos esparramada pela mesa de aço no refeitório cheio do colégio.

— Tá tudo bem? – Caroline tocou o ombro esquerdo de Elena em preocupação. A loira estava ao seu lado.

Bebeu um pouco da água com gás em sua bandeja tentando controlar sua respiração ofegante pelo nervosismo.

— Só escutem, por favor. – Devolveu a pequena garrafa ao lugar de origem e sentiu os olhares inquietos das três sob si. – Eu escondi uma coisa de vocês e agora eu preciso falar. É importante, então tentem entender. Só isso que eu to pedindo, que vocês tentem me entender.

— Pode falar. – Incentivou Rebekah, fazendo seu sotaque britânico se tornar ainda mais indecifrável pela ânsia.

— Eu... Eu... – Não tinha coragem, mas teria que fazer. – Eu... Eu menti. Eu menti pra vocês; É isso, eu menti. – Mesmo não falando muito era como se sentisse seu peito ficando mais leve. Jogou as mãos para o alto em alivio e voltou a encarar as outras que pareciam assimilar o que disse.

— Tá você mentiu, entendemos, mas a questão é... Sobre o que você mentiu?

Não soube identificar de imediato qual delas havia perguntado, sentiu seu corpo inquietar novamente antes que pudesse identificar a tal voz, só depois que percebeu que havia sido Bonnie.

Se a confissão de mentir já havia sido tão horrível, ao explicar a razão seria com certeza muito pior.

— Ok, eu vou explicar não tem outra saída mesmo. – Murmurou em lamentação. Não conseguia olha-las, desviava os olhos para sua comida ou para seus sapatos. – A minha mentira foi que... Eu não queria só tirar o Damon da minha casa, como a gente planejou; Eu tinha outro plano. Um plano secreto e só meu. – Pela cara, as três mantinham a mesma curiosidade em saber qual era esse plano na ponta da língua; Como antes dito, ela não tinha mais nenhuma saída. Apenas contar a verdade e torcer. – Bonnie, a sua ideia era... Tira-lo da minha casa e dá um jeito que ele se reconciliasse com os pais e voltasse a ser a pessoa que ele era antes. Seu plano era esse desde o começo, mas eu...

— Você? – Para sua surpresa, o tom de voz de Bonnie não aparentava raiva. Somente curiosidade. E o nervosismo dela deveria com afirmação, está compatível ao de Elena.

— Eu tinha outros planos. E antes que alguma de vocês me pergunte qual era. Eu falo. Eu fiquei com muita raiva mais muita pelas atitudes grosseiras que ele tinha comigo. – Explicou soltando um longo suspiro de raiva pelas lembranças. – Então eu tive essa ideia de que além de só fazer com ele saísse da minha casa... Eu queria... Eu queria que ele não só fosse embora de lá, mas também queria me vingar. Então eu comecei a planejar tentar descobrir coisas sobre ele com os pais sem você. Depois disso, eu cogitei esse plano de... Tentar fazer com que minha mãe descobrisse que ele tinha problemas com álcool e que ele bebesse de novo pra... Enfim, não preciso nem explicar por que... Acho que já diz tudo. – Não tinha intenção de contar para elas sobre estar com Damon. Apenas contar sobre seu plano e acabar com tudo aquilo. Respirou fundo pela ultima vez sentindo a alivio por confessar a atingir. A ideia de fazê-lo beber foi algo que desistiu rapidamente; Tanto que hesitou muito, mas mesmo assim havia planejado. Estava com a cabeça ainda baixa. Olhou rapidamente de relance e viu que Caroline também olhava para baixo indignada. Bonnie encarava a própria comida como se não acreditasse no que acabara de ouvir e Rebekah mantinha o olhar sobre Elena, julgando-a com desprezo.

Elena sentia que merecia aquilo. Essa havia sido uma das coisas mais difíceis que disse em toda sua vida e o silêncio que se estabeleceu na mesa não a surpreendeu.

— E agora? – Falou Rebekah cuspindo aquelas palavras embravecidas. – O que a gente faz? Se esse homem descobre eu não quero nem...

— Ele não vai descobrir. – Interrompeu Elena. Fechou os olhos em fúria. – Porque ninguém vai contar ok. Ninguém além de nós precisa saber disso. – Se Damon descobrisse seria o fim. Ele nunca a perdoaria. Só de pensar naquela possibilidade já podia sentir todo seu mundo desabar em pequenos fragmentos. – É melhor encerrar esse plano. Já me acostumei com ele lá mesmo. É melhor isso acabar antes que... Algo muito ruim aconteça. – Pela postura, Elena pôde sentir que elas concordavam em desistir.

Após outros segundos de silêncio, Caroline questionou em cautela:

— Mas e a Rose? Se ela voltou mesmo, é capaz deles ficarem juntos e ele sair da sua casa. Então... Significa que a gente venceu, não é? – Concluiu animada.

— Não. – Discordou Elena, tentando controlar os danos daquele pensamento da loira. – Isso a gente deixa com o futuro. Deixa o destino resolver e não se intromete mais. Chega. – Disse em ênfase a sua decisão. – Se a carta, a caso fazer efeito e ela voltar... Deixe voltar e ignora. Não vamos mais nos meter nisso, ok? Se eles voltarem ou não é problema deles.

Ao fim, Elena conseguiu as convencer e as três se comprometeram em concordar. Combinaram não envolver-se mais quando assunto fosse Damon. Ao fim, decidiram que se ele se mudasse para poder casar com Rose, seria algo na qual não se intrometeriam mais. E se por alguma razão, eles não voltarem e ele continuasse lá, também deixariam e nunca mais voltariam a se meter naquilo. Caso, a carta não fizesse efeito e ela não tivesse voltado, também não tentariam a trazer de volta e deixariam tudo acontecer perante a vontade do destino.

Elena sentia-se ainda mais aliviada por aquilo ter acabado. Após o intervalo, foram para a aula de inglês e o horário escolar se seguiu normal.

Normal era uma maneira de falar. O clima entre ela com as garotas continuou estranho. O que devido às circunstâncias não era uma anormalidade tão gigantesca assim.

No caminho lembrou-se de ontem à noite. A ideia que martelava em sua cabeça de tentar um encontro com Rose. Precisava ver aquela mulher. Era algo que havia de fazer, precisava de todas as maneiras fazer. Tinha de ver quem era esse fantasma que tanto a amedrontava com suas ameaças invisíveis de perder o que tanto queria.

Dirigiu de volta para em casa em uma lentidão desconhecida. Ora fechava os olhos e respirava fundo enquanto tentava manter a atenção entre o caminho e os pensamentos tão persistentes e tentadores.

Estacionou o carro dentro da garagem dando graças por finalmente ter chego. Não possuía ideia de como faria isso, apesar de já ter planejado o que fazer no caminho para casa. O carro de sua mãe também estava ali o que significava que ela havia voltado mais cedo do consultório. O que achou estranho, apesar de não estar com a mente concentrada naquilo. Entrou em casa, encontrando sua tia assistindo um pouco de TV com April. Um canal estranho de culinária na qual nem se atentou em perguntar a razão de estarem vendo algo daquele gênero.

— Olá pra você também Elena. – Disse Jenna em bom humor enquanto a sobrinha subia as escadas ao fundo.

Ignorou o chamado e ascendeu para o quarto tomar um banho. Separou uma saia vermelha cintura alta e rodada. Optou por uma blusa preta e branca listrada em horizontal. Se tivesse que encontrar aquela mulher era bom que estivesse bonita o suficiente para intimida-la; Não havia ideia do que iria falar com ela e não sabia nada sobre sua personalidade nem nada do tipo. Escolheu um sapato em tamanco preto com uma tira amarrada no tornozelo e colocou um colar longo até o umbigo em formato de cruz. Amarrou um cinto preto com detalhes em dourado bem na marcação de sua cintura.

Batom brilhante sem cor, lápis preto e blush coral pareceu mais certo. Não deixou muito escuro nem forte, pois não queria da à impressão de que fosse sair para longe. Sua mãe estava em casa e interrogatórios agora era algo que não estava disposta a ouvir. Sua cabeça não conseguia planejar nada direito e não queria se enrolar com desculpas muito difíceis. Não iria conseguir, não agora.

Apanhou o celular no criado mudo e discou o número pertencente à letra ‘’D’’

Alô.— Ele atendeu normalmente. Pelo tom de sua voz não devia ter olhado no identificador de chamada, senão saberia que era ela.

— Oi. Sou eu, Elena. – Falou enquanto arrumava a bolsa em cima da cama. – Vi seu carro na garagem. Tá no quarto?

É, to sim. Acabei de sair do banho. – Outra imagem que preferiu não se distrair a pensar. Damon ao banho era o suficiente para desconcentrar-se do que havia de fazer. Balançou a cabeça em negação a fim de espantar aqueles pensamentos.

— Eu vou sair agora, mas vai ser bem rápido. Tenta ficar em casa até a hora da janta. Consegue?

Aconteceu alguma coisa?

— Não. Por quê? – Negou em mentira já sentindo a ansiedade a consumir outra vez. Estava tão nervosa que nem disfarçar estava conseguindo.

Só voltaria a falar quando fosse para se acalmar por completo. Damon não poderia desconfiar.

Sua voz... Tá estranha. Parece um pouquinho aflita.

Droga, não... Não. Pensava ela intensivamente.

— Não é nada demais, prometo. Não fica preocupado. Mudando de assunto – Sugeriu com a mente em desespero para acabar com aquele tópico. – Consegue fazer o que eu pedi? – Não pode conter o desespero em sua fala ao perguntar aquilo. Pela demora dele ao responder, viu que Damon havia percebido seu nervosismo.

Eu fico, mas... Tem certeza mesmo de que tá tudo bem?

— Foi só uma briguinha com as meninas, mas logo resolve. To bem, já disse. – Desculpou-se falando de maneira doce. Era melhor dar uma desculpa para que Damon não ficasse muito desconfiado e fosse atrás de respostas. – Tenho que sair agora, mas eu quero te ver mais ok? To com saudades. – Sorriu amorosa. Esperava que ele também estivesse sorrindo como estava.

Quero ficar contigo também. Volta logo.

— Volto voando.

Encerrou a chamada ainda com o mesmo sorriso leve nos lábios. Guardou o aparelho na bolsa e desceu as escadas devagar. Jenna não estava mais na sala e nem April. Ouvia a voz de Jeremy na sala de jantar falando com alguém. Ou era no telefone com Anna ou as duas estavam lá com ele. Preferiu não se ater muito a esse detalhe e seguiu para a garagem. Isobel, sua mãe, com a grande paranoia por segurança e controle que possuía, fazia com que todos tivessem copias dos automóveis da casa e do próprio domicilio. Por questão de precaução ou algum imprevisto que exigisse urgência. As chaves ficavam em uma caixa de metal junto às outras bugigangas guardadas naquela garagem. Abriu a caixa correspondente e apanhou as chaves reservas do carro de Damon. Era só por alguns segundo. Ligou o automóvel e em seguida o GPS. Se Damon havia ido onde Rose estava após o jogo e depois o piquenique, que foi o dia que se encontrou com ela, o histórico do GPS diria onde era o endereço. O aparelho era automático e não precisava necessariamente estar guiando a um caminho para gravar na memória.

Pelo horário, o endereço de ontem e o do dia do piquenique condiziam. Separou um papel e uma caneta e anotou rapidamente. Em seguida, desligou o carro dele e guardou a chave na caixa outra vez. Era errado fazer aquilo, ela possuía duvidas, mas o que poderia fazer se era mais forte do que a si próprio. Era uma necessidade conhecê-la. Já no GPS de seu próprio carro, Elena seguiu o caminho que o aparelho indicava.

Era difícil definir o que se passava por sua mente. Não fazia ideia do que falar. Planejou apenas como conseguir o endereço e mais nada. Como será que ela é? O que o fazia ser tão apaixonado por aquela mulher? Essas e outras mil perguntas se enrolavam em sua mente fazendo um nó a seus cromossomos. Tentava ao máximo não colocar todas suas forças ao acelerador do carro, tinha noção de que se acelerasse o mínimo que fosse, poderia acabar atropelando metade de Mystic Falls. O lugar era um pouco afastado. Ficava no bairro recém reformados nas partes dos novos cortiços. Em uma rua com uma média ladeira. Era bonito, o concreto era em formato de desenhos quadriculados; Parecia uma imagem de um cenário burguês. Era um pouco em decida ao centro. O endereço indicava a rua, mas não a casa logicamente. Embora não se tornou difícil de descobrir. Ao avistar a placa de ‘’ Pensão da Lucy’’ A possibilidade de ser ali o local se tornou obvia. Dirigiu-se a frente do prédio amarelo após estacionar o carro e não se aprontou a tocar a campainha. A porta estava entre aberta o que significa que podia entrar direto.

Por dentro, parecia uma casa comum. Uma sala dividida em uma parte por sala normal e sala de TV. Um sofá marrom era mantido a frente junto a uma mesa de centro e uma TV. Onde duas crianças assistiam a um desenho. Era um cenário comum que lembrava uma casa de Avó. Bem acolhedor e aconchegante; Parecia normal, com exceção ao balcão de madeira clara mantido no canto esquerdo.

— Olá. – Sussurrou Elena olhando para baixo. Não queria ser reconhecida agora.

— Posso ajudar? – Respondeu a mulher de em média quarenta anos. Vestia um vestidinho solto caseiro de cor vermelha. Um casaco de tricô lhe era pendurado nos ombros e seu cabelo era bem escuro, assim como seus olhos, ao contrario de sua pele pálida.

— O quarto de Rose Marie, por favor.

Para não acharem que era uma espécie de louca, levantou o resto, mas desviou o olhar da face da mulher. Mesmo toda a cidade já sabendo de sua moradia ali, era desnecessária ter de dar atenção a alguém agora em tamanho nervosismo que seu corpo se mantinha. Já havia tirado fotos com praticamente todos os moradores de Mystic Falls e muitos mesmo já acostumados a sua presença, possuíam o prazer de interrompê-la de vez em quando para mais fotografia ou mais papo furado sobre coisas na qual não estava interessada em ouvir. Não que fosse grossa com fãs nem nada, pelo contrario, mas havia hora para tudo e aquela era pior possível.

— Eu vou ter que avisa-la que está aqui. – Algo que ela já desconfiava. Nunca que em questão de segurança, deixariam alguém que não fosse anunciado subir ao quarto de uma pessoa.

Não podia deixar que ela viesse até aqui. Ela tinha que ir até lá e encarar a mulher; Se a encontrasse em baixo, tinha medo de paralisar e nem ao menos subir e se direcionar para cima. E a ideia de Rose não querer a receber ainda era uma possibilidade alta.

— Por favor, não. – Pediu Elena quase implorando. A mulher estava prestes a dar a volta no balcão quando ela esticou o braço direito a impedindo. – Eu queria fazer uma surpresa para ela. Eu soube que ela voltou e... É só uma surpresa. Me deixa subir, por favor. – Murmurou delicadamente. Ser grosseira agora não era uma boa opção. A expressão da senhora ainda se mantinha em duvida entre deixar ou não. – Você sabe quem eu sou. – Levantou o rosto por completo e apontou para si mesma. – A senhorita acha mesmo que alguém como eu estaria aqui pra fazer mal a uma outra pessoa? Eu só quero fazer uma surpresa pra uma amiga, só isso. Deixa! Deixa vai, por favor.

Mesmo hesitante em aceitar, a mulher acabou relevando a desculpa. Era em horas como aquelas que ela havia de usar sua fama para circunstancias que exigiam desespero. Ainda cheia de precaução, a senhora a guiou até a porta do quarto. Disse que Rose ainda estava lá e que não havia saído durante o dia.

Esperou para que ficasse então sozinha no corredor para reorganizar a mente e quem sabe pensar em algo que falar para aquela mulher. Deus me ajuda. Ajuda. Raciocinava em desespero. As palmas de suas duas mãos esparramadas na soleira em frente aquela porta horrorosa com pintura descascada. A expressão de coração batendo na garganta era o bastante para descrever seus batimentos agora. Sentia que teria soluços logo.

Respirou fundo pela milésima fez e elevou a mão esquerda fechada em um soco, bem a frente de seu corpo, já levemente tremulo.

Bateu.

Uma. Nada. Duas. Nada. Três vezes e ouviu alguns passos e um barulho de alguém se levantar.

Era agora... Céus.

Normalmente o barulho da chave se chocando contra a fechadura foi o próximo a ser captados pelos ouvidos de Elena. Suas mãos voltaram para a soleira e sua cabeça agora estava baixa, olhando para o chão, sem a mínima coragem de encarar aquele fantasma. Levantou o rosto conforme a porta ia se abrindo, ao final revelou uma mulher. Um pouco mais alta que Elena os cabelos bem mais curtos e os olhos um pouco mais claros, ainda sim castanhos.

A figura de uma mulher gorda e cheia de espinhas pela face era a imagem que Elena tanto queria em ver, mas ao invés disso encontrou uma mulher muito bela e de corpo normal e também bonito. Ela vestia um pijama azul, como um macacão. Devia estar dormindo por isso não atendeu a primeira batida de Elena. Embora estivesse um pouco cedo para alguém ir dormir não queria pensar em quais eram os motivos dela.

Rose olhava-a com pura surpresa e choque. Elena possuía a impressão de que já havia a visto antes e apesar de não conseguir identificar de onde, sabia que era ao mínimo conhecida. Embora tudo que sua cabeça conseguia raciocinar era o quão eram malucos os sentimentos que a embalavam ao olhar para o porte daquela mulher. Estava diante da mulher que o homem que ela ama tanto não consegue esquecer, da mulher na qual ele teve uma história e foi capaz de trair o melhor amigo que lhe deu um teto quando ele mais precisava.

— Não acredito. – Disse Rose em um alto suspiro. Deus estava ouvindo a voz dela... A voz dela. O sotaque sulista da região tão predominante naquela voz grave de mulher. – Elena... Meu deus.

Pelo visto ela não era burra. Havia concluído que a Elena que Damon provavelmente contou era a mesma diante de si agora.

— Posso entrar? – Perguntou também quase já sem voz. Rose não respondeu, apenas elevou a mão para os cabelos curtos ainda sem acreditar e apertou os fios enquanto dava a brecha para Elena adentrar ao cômodo. Tudo era muito simples como qualquer quarto de pensão, mas ainda sim era impossível para Elena se concentrar em detalhes de moveis naquele momento. A reação nervosa da mulher fez ela se surpreender. Achou que Damon havia contado. Ele havia dito que contou então porque ela parecia tão chocada. Ainda confusa, resolveu questionar – Eu pensei que o Damon tinha te contado que nós...

— Não. Não foi assim. – Gritou já se defendendo. – Ele me disse que estava com uma Elena, mas ele não disse que era com... Você isso é completamente diferente. – Aquela família tinha muito dinheiro. Dinheiro para os melhores advogados e Elena era de certo modo uma celebridade, se acaso isso fosse descoberto daria muito mais noticia e Damon seria marcado para sempre por isso. Seria um inferno e a vida dele acabaria.

— Eu já vi você. Já vi não é?

Sem esperar por respostas, Elena teve um rápido flash do dia do piquenique... Quando esbarrou em uma mulher bonita enquanto procurava por Damon. Era ela.

Era Rose.

Como não desconfiou? A cidade é pequena já havia visto todos os moradores praticamente e ela parecia ser tão desconhecida. Bonnie havia enviado a carta. Como foi burra de não desconfiar? Era mesmo muito idiota.

— Eu tropecei em você na praça. – Sugeriu Rose ainda em voz baixa. Ela parecia estar se recuperando do susto, embora ainda estivesse sobressaltada. – Eu te reconheci, mas na hora achei que era impossível alguém como você aqui e me esqueci. Nem lembrei mais, achei que era maluquice minha e resolvi ignorar.

Era de confessar que aquilo estava ocorrendo de maneira totalmente diferente ao que ela imaginou. Não que ela tivesse imaginado as duas brigando naquele quarto de hotel puxando os cabelos e gritando para quem quisesse ouvir. Mas era bem dessemelhante ao que estava vivendo agora. Ficaram em silencio mais um pouco. Onde ela tentava pensar em mais coisas para poder dizer, afinal, não veio aqui para ficar em silencio e a encarar.

Envergonhada, Elena quebrou o silêncio.

— Eu não queria ter vindo sem avisar, mas foi necessário. Eu... Precisa vim aqui.

— Entendo. Se eu fosse você também ficaria curiosa. – A maneira tão natural e compreensiva na fala de Rose acrescentava ainda mais o choque de Elena pela maneira tão calma na qual via aquela mulher lidando com a situação. Se fosse a própria estaria com fumaças saindo pelas orelhas e a serenidade Rose era algo que a assustava. Não era possível alguém ser tão bonzinho daquela maneira. Não no mundo real. – Olha Elena eu vou ser bem sincera. Até você chegar eu tava bem com esse relacionamento, mas agora eu to preocupada. Sua família e o dinheiro e posição social que vocês têm; Se esse relacionamento for descoberto, o Damon... Ele vai...

— Eu sei. A gente já conversou sobre isso. Nós resolvemos tudo. – Interrompeu com educação. Pelo visto uma briga era algo que não aconteceria ali e Elena não queria provocar discussão, ainda mais com o fato de Rose não estar interessada nisso. – Tá tudo bem entre a gente agora eu só vim aqui porque eu precisava... Fazer isso. Entende, não é?

— Acho que sim. Eu entendo. – Disse firme. A dureza naquela voz assustou um pouco Elena logo no breve inicio. – Eu tava decidida a ficar mais um pouco e logo voltar pra florida mais com isso eu acho que eu tenho que ficar mais um pouco.

— Não entendi. Como assim ‘’com isso’’? – Cruzou os braços já prestes a perder a paciência. Perguntou de maneira educada, mas por dentro estava aos nervos. Não suportava pessoas de meias palavras.

— Você, Elena. – Falou em tom sugestivo, mas Elena continuou com a mesma expressão confusa de anteriormente. – Elena você tem status, mídia, sua família tem dinheiro. Botar o Damon na cadeia, se isso vazar fica muito mais fácil.

Se Elena fosse uma menina comum de família comum, um caso como esse daria repercussão na cidade ou na região e com um bom advogado, Damon conseguiria responder em liberdade. Afinal, a lei dizia que casos de maiores de idade com menores não era considerado estupro se o menor possuísse mais de catorze anos. Elena estava no ultimo ano, então deveria estar para completar dezessete. Seria muito difícil um juiz o condenar.

Rose andou pesquisando desde o dia que Damon a contou, mas o fato era. Elena era uma pessoa famosa. E isso repercutiria por todo o país e até internacionalmente. A família contrataria os melhores advogados que seriam capazes de botá-lo atrás das grades em dois segundos.

— Isso que você tá me falando eu já sei. Damon e eu já conversamos sobre isso.

— Tá, vocês podem ter conversado, mas nenhum dos dois pode prever o futuro.

— E você pode? – Rebateu carregando sua voz pelo sarcasmo. Rose olhou para os lados tentando controlar-se para também não ser grosseira. Aquilo não levaria a lugar nenhum, além de não ser a sua intenção.

— Não. Eu não posso. – Exclamou calmamente. A bondade na qual ela falava era algo que ainda surpreendia Elena, deixando-a ao choque. – Mas eu posso ajudar. Numa situação como essa aqui... Vocês dois vão precisar de ajuda, é impossível.

— E você é o que? Uma mulher maravilha? Algum herói de gibi? Quem é você?

— Eu sou alguém que quer ajudar um amigo. – Respondeu ainda de maneira amorosa, embora um pouco mais decidida e firme dessa vez. – Vocês vão precisar de apoio, Elena. Eu quero oferecer o meu.

Era repugnante para Elena poder enxergar a sinceridade espalhada pelo olhar daquela mulher. Rose não era má; Era do bem e boa de uma maneira muito melhor do que Elena já foi um dia. Seria tão melhor se ela fosse malvada. Daria mais confiança para ela saber que merecia Damon mais do que ela. Só que para seu azar, não era bem assim.

Elena aos poucos descruzou os braços e encarou bem a mulher alguns passos a sua frente. Aos poucos, sua carranca de fúria ia se desfazendo perante a expressão piedosa da mulher. Seria isso que Damon tanto amava nela? A bondade? A doçura?

Resolveu abaixar toda sua guarda. Em silencio, elevou a mão direita para frente oferecendo sua palma para Rose. Sem hesitação, ela imitou o gesto e apertou a mão de Elena; Como se tivesse acabado de fazerem um acordo.

— Eu aceito sua ajuda. – Sussurrou Elena confiante fazendo Rose sorrir pelo ato.

A única coisa que passava pela mente de Elena era para que tudo isso não chegasse ao ponto de precisar da ajuda dela.

—---x----

Alguns dias depois.

Era finalmente domingo. O dia preferido de Elena na semana. Dia de igreja.

O dia em que podia ficar sozinha com ele. A semana correu desde o dia que foi até a pensão de Rose e fizeram aquele acordo. Ainda não tinha contado tudo para ele e nem oportunidade havia tido.

Oportunidades de encontro com ele estavam se tornando cada vez mais escassas. Viam-se na classe, mas obviamente o clima era profissional demais e impossível para qualquer manifestação de carinho. Seu armário, como era de frente para a sala dos professores, era o lugar preferido para passar durante os intervalos de aulas. Ficava lá em frente, se arrumando, passando maquiagem, penteando os cabelos. Mandava olhares, sorrisos, piscadelas...

Mas do que adiantava se não conseguiam ficar sozinhos?

Estavam todos prestes a sair. Hoje era dia de uma grande missa em memória de algum santo que Elena não fazia ideia de qual era. Então todos iriam, afinal era um evento. Elena disse que teria que terminar de fazer um trabalho e que faria na casa de Caroline.

Falou com a loira pelo telefone hoje cedo e ela disse que não queria ir à missa.

A maioria das pessoas já estava ciente da volta de Rose. Toda a cidade já sabia para dizer a verdade. O que de um lado foi bom porque fez Jenna parar de tentar se aproximar de Damon de uma maneira significante. Ela estava na casa da mãe agora; Ouviu dizer na escola por Matt, que segundo Tyler, Mason estava desesperado para tentar falar com ela de alguma maneira.

Mas o que a deixou feliz foi o fato de ter visto que Damon não pareceu abalado com o fato. Nem um pouco de ciúmes.

Aos poucos sentia que entrava cada vez mais estava entrando no coração dele. Por outro lado, ele já dominava o seu por completo.

— Já tá tudo pronto? – Perguntou Isobel na porta do quarto. Elena colocava uns cadernos na bolsa para fingir que estava a sair para estudar.

— Sim. Eu vou a pé mesmo a casa dela é tão perto.

— Quer que eu te leve no meu carro... É aqui do lado e é caminho.

— São só três quadras, mãe. Eu vou. – Contrariou Elena, numa repreensão branda. Terminou de fechar a bolsa e a colocou sobre seu ombro.

Normalmente, as duas desceram as escadas. A sala estava vazia. Jenna, April e Jeremy já estavam no carro lá fora esperando por Isobel.

Damon provavelmente estava em seu próprio quarto. Esperando. Ele sempre hesitava quando ela tinha esses planos e ideias malucas, mas no fim, concordava na maioria das vezes.

Continuou a andar até metade da esquina enquanto o carro de sua mãe virava a rua a esquerda. Andou mais alguns passos até o automóvel sumir de seu campo de visão. Parou e deu a volta refazendo o caminho.

A rua estava parcialmente calma. Apenas mantida por algumas crianças jogando amarelinha perto do meio fio e um senhor de idade lavando um carro. Claro que se sentia mal por enganar sua mãe daquela maneira, e desejava muito poder ficar com ele sem se esconder, mas se era necessário para poderem estar juntos, faria quantas vezes fosse necessário.

Trancou a porta da sala e jogou a chave em um canto qualquer do criado mudo. Pôs a bolsa em cima do sofá e foi à frente do espelho a cima da penteadeira improvisada de um minialtar de sua mãe.

Havia colocado uma roupa bem bonita para hoje. Jenna inclusive perguntou se toda aquela produção possuía um nome, mas conhecendo a vaidade natural que Elena tinha, deixaram passar e não insistiram.

Um vestido dourado claro com decote traçado em forma de coração, branco na parte esquerda dando um diferencial a roupa. Apesar de marcar a cintura, a saia da veste não era rodada; Não estava muito costurado então ficou leve o suficiente para deixá-la confortável.

Era muito bonito e havia ganhado de presente do próprio estilista, Brian Atwood.

O sapato era o qual era ousado. Aberto com tiras roxas e detalhes laranja. Deu uma ultima passada do batom coral e apreciou os detalhes da maquiagem feita. Em geral sempre gostou de se arrumar e ficar ainda mais bonita, só que a sensação de se arrumar para ele era sua predileta. Sentir o olhar deslumbrado dele sob o seu corpo fazia todos os seus sentidos aflorarem ao seu limite.

Sem querer prolongar nada, bateu a porta do quarto dele. Estava trancada e não pode entrar direto.

— Finalmente. – Sussurrou ela ao enfim abrir a porta. Sem que esperasse, Elena o puxou pelo colarinho da camiseta para dentro do cômodo. Imprensando-o contra a porta, já fechada, e selando seus lábios com pressa. – Senti sua falta. – Exclamava com urgência ainda sem desgrudar os lábios do dele.

— Também, também senti. – A postura atônita de Damon a fez interromper a sessão de beijos. Ele parecia sobressaltado; Em um primeiro pensamento, achou que ele estava se esquivando de seus toques outra vez, mas aquilo era algo que já tinham conversado.

— O que foi? Você parece... Com medo.

— Você me pegou desprevenido. Só isso... Eu... Eu... Tava. – Sem que esperar que ele continuasse Elena olhou em volta pela primeira vez. A cama. Estava coberta por lençóis brancos de cetim e pequenos pedaços de pétalas vermelhas de rosa por cima. Na poltrona ao fundo, duas taças e uma garrafa de champanhe se mantinham em pé com mais rosas ao por todo o redor. Velas aromáticas no criado mudo deixavam o lugar com cheiro de morango. Aos poucos sentia seus olhos marejarem de alegria pela surpresa que ele estava preparando. Sem vergonha de exibir suas lágrimas, virou-se de volta para ele. Os olhos tímidos por não ter conseguido terminar o que estava planejando. – Não é champanhe de verdade, não precisa se preocupar. É suco de maracujá; Eu... Troquei as garrafas. Queria fazer uma surpresa, recompensar pela minha idiotice no dia do jogo. – Ele se encolheu as mãos suadas, tentando as esconder.

— Eu te amo, Damon. Eu não ligo se você acha que é só fantasia platônica de criança; Não me importa. Eu te amo, eu sei que eu te amo. Tenho certeza.

Se antes as suas lágrimas eram finas e invisíveis, agora se tornavam solidas e presentes por todo seu rosto. Era a primeira vez que a maquiagem não a importava.

— Preciso te dizer uma coisa. – Murmurou Elena. Damon ainda assimilava aquele ‘’eu te amo’’ com um pequeno sorriso nos lábios e os olhos brilhantes pelo sobressalto de seu emocional naquele momento. Mesmo correndo o risco de acabar com aquilo, Elena sentia que precisa dizer. Queria o máximo de sinceridade e verdade entre os dois agora. Chegou mais perto o abraçando calorosamente, descansando suas mãos em no pescoço dele e unindo suas testas com calma. – Não sei direito como dizer isso, mas é importante. Só me promete que vai tentar entender meus motivos, tudo bem? – Com os olhos já fechados, ele assentiu.

— Esses dias... Quando caiu aquela chuva, lembra? – Tentava o máximo possível esconder seu nervosismo e parecer firme. Não estava dando certo, estava com medo e o modo como Damon a segurava pelas costas, tentando a acalmar mostrava que Damon percebia o quão aflita ela estava. – Naquela noite você me disse que a Rose tinha voltado. No outro dia... Eu dei um jeito de conseguir o endereço. Eu fui atrás, Damon. Eu fui falar com ela.

Nervosa, em espera de uma reação, Elena afastou-se dele em alguns centímetros para o olhar. Ele não parecia nervoso, o que era alivio para ela. O que assustava era a falta de expressão naquela face. Nada. Nem felicidade, nem raiva, nem tristeza.

— Como conseguiu o endereço da pensão? – Perguntou secamente. Era melhor dizer a verdade; Não queria mais mentir para ele.

— No histórico do seu GPS. Eu usei a chave reserva de segurança pra abri o carro.

— Aquela que eu fiz pra sua mãe? Isso foi logo depois da minha mudança. Elena como você sabia que essa chave existia?

Agora ele já parecia um pouco mais alterado.

— Ela faz todo mundo ter uma. É paranoia dela, questão de segurança, se tiver algum imprevisto... Damon escuta. – Pediu Elena com toda sua firmeza. – Ouve... Pelo menos tenta me entender. Eu não peço nada, só pra que você me entenda.

Os olhos castanhos de Elena, incontrolavelmente fixos nos dele, assistia com ansiedade, o olhar e expressão dele se suavizarem aos poucos. Damon deu um longo suspiro de calma e retirou uma mecha de cabelo do rosto dela. De certo modo, compreendia que a curiosidade foi mais forte do que ela. O que o preocupava era sobre o que conversaram. Elena era uma mulher impulsiva sem papas na língua que poderia ter a impressão errada. Rose mostrou tanto apoio.

— O que ela disse? –Questionou em voz baixa, tentando não mostrar toda sua preocupação e curiosidade.

Relutante em responder, Elena rolou os olhos e bufou triste. Queria acabar aquele assunto logo; Falar sobre Rose com ele a deixava muito desconfortável.

— Disse que vai ajudar. Eu confiei nela, mas... É estranho. Eu não sei como eu... Eu nem sei... Eu...

— Ei... Calma. Fica calma – Pediu ele delicado interrompendo a fala agitada da garota. Ainda a fim de trazer a serenidade de volta ao ambiente, Damon a abraçou. A voracidade com que aqueles braços se jogaram em seu corpo, ele pôde ver o quão falar de Rose a deixava agitada. Também não era para menos; Não podia culpa lá. – Se serve de consolo pra mim também é estranho. Eu entendo você.

— Acha que dá pra confiar nela? – Perguntou Elena ainda sem o soltar.

— Talvez. Rose sempre foi de confiança. Muitas pessoas julgam pelas coisas que ela fez, mas... Ela é honesta e não é uma pessoa má. Eu conheço ela há muito tempo, eu confio.

— Espero que ela seja digna disso. – Objetou Elena. – Espero sinceramente.

Mesmo que não o encarasse olho no olho, por conta do abraço, Elena podia ver o quão ele também esperava por aquilo. Como o próprio Damon disse, conhecia Rose há muito tempo para saber que poderiam confiar nela. Até mesmo Alaric, melhor amigo dele, não concordou com aquilo e por mais que Rose não achasse esse relacionamento a melhor das ideias, ela queria ajudar. E ajuda era algo na qual nem ele nem ela poderiam dispensar nessa situação.

Delicadamente, Elena afastou seu corpo do dele para beijar seus lábios outra vez. O silêncio estabelecido ali era reconfortante perante as luzes baixas. Com toda a tensão pelo assunto de sua ida a pensão havia esquecido completamente das rosas a cama e de todo o ambiente romântico que Damon havia preparado para os dois. Estava tudo tão perfeito e bem preparado; Mal havia reparado que o chão também estava recoberto pelas flores vermelhas.

— Você tá linda. – Sorriu Damon em seus lábios, fazendo-a rir por igual.

Em um intenso arrepio, Elena sentiu a boca de Damon salpicar por seu pescoço. Beijos lentos e molhados onde ele sentia a textura fina que aquela pele clara possuía juntamente ao delicioso cheiro de um perfume feminino. Ela sorriu ainda mais abertamente ao entrelace de suas mãos, Damon em delicadeza plantou outro beijo na área dos pequenos dedos na garota fazendo-a ficar encantada pela doçura.

Sem pressa, beijou-a outra vez com um pouco mais de intensidade e desejo, deixando suas mãos apoiar-se decididamente na cintura da garota já colada ao seu corpo. Ansiosa, Elena canalizou toda sua avidez para os fios de cabelo dele, afundando seus dedos por aquela penugem escura. Damon conseguia com facilidade ver a pressa de Elena em querer adiantar as coisas e pular para a parte principal, só que por mais que ela também o aflorasse desejo, ainda sim aquele ato era hesitante para ele. Queria muito. Comprou rosas e preparou toda aquela surpresa, mas ainda sim parecia tão incerto. Estava prestes a ir para a cama com uma aluna sua. Algo que nunca fez e jurou nunca fazer. Era medonho para ele; Por isso queria ir devagar. Se em caso se arrependesse no meio da ação, seria mais fácil de parar do que se fossem com pressa, soltando para fora toda aquela vontade.

Ainda sem interromper o beijo, Damon a guiou em tranquilidade até a cama. Sentando-a em uma das beiradas, onde desgrudaram seus lábios para que ele pudesse ajoelhar-se em frente aos pés de Elena e desamarrar aquele par de sapatos carinhosamente. Com toda sua mansidão, o homem aplicou um leve beijo na panturrilha direita dela, sem quebrar o contato visual nem por um segundo que fosse. Na vontade por mais beijos, Elena o trouxe de volta para seus lábios, onde deitou metade de seu tronco nos gelados lençóis. Com suas pernas ainda parcialmente fora da cama, entrelaçou a esquerda nas costas dele, deixando-o por cima.

O toque ainda era um desafio para Damon. Sentia-se como Adão, sendo manipulado por Eva a provar o fruto proibido.

Mas é tão bom. Pensou ele direcionando uma de suas mãos para a perna de mulher presa em suas costas. Ela já estava quente, totalmente em mormaço. Separaram-se outra vez, agora, para que ele pudesse seguir pelo pescoço branco já erguido para sua boca vagar. Em fleuma, sua língua adentrava a pele sem muito sentido, onde Damon lutava para manter o desejo ainda preso em si. Tarefa que ficava cada vez mais impossível.

— Assim. – Gemeu Elena, fazendo a libido do rapaz se explodir em seu corpo. A inexplicável presunção que o causava por fazê-la contorcer-se daquela maneira o atiçou em um ponto máximo, onde tudo que conseguia pensar era querer mais disso. De maneira ávida, voltou sua boca para a orelha esquerda da garota. Onde há um tempo havia percebido que era seu ponto fraco. Na urgência, sugou o tecido e o prendeu na ponta de seus dentes, sorrindo cada vez mais ao observar o quão ela se apertava contra o colchão.

Dessa vez não importava para Elena se ele quisesse parar. Ou se desejasse calma. Não pararia por nada e nem ao menos prolongaria mais do que o necessário. Aflita ela, o girou para um lado qualquer e se pôs no meio das pernas do homem, o puxando, outra vez, pela camiseta e o sentando na borda cama. Sentia-se como se todo um céu estivesse descendo sob o universo; Ao mesmo tempo possuía a sensação de que nem se isso acontecesse seria capaz de pará-la.

Em um movimento selvagem, grudou sua boca a dele outra vez iniciando outro beijo. Sem interromper o toque tão forte feito por suas línguas, Elena, ainda agitada, desceu os dedos para a barra da camiseta cinza que ele usava e a puxou alguns centímetros para cima. Não era normalmente delicada, mas só o toque inicial de suas mãos na pele gelada por baixo do pano da blusa de Damon, foi lhe o bastante para arrepiar todos os nervos de Elena. O choque elétrico que sentiu em seu epitelial era incomparável ao qualquer sensação já sentida. E foi só um toque. Apenas um.

Livrou-se do pano, jogando em um canto qualquer entre os lençóis; Desgrudaram-se os lábios por um momento, onde ela pôde finalmente o olhar. O peito desnudo com músculos bonitos, fortes e sem exagero. Não conteve suas mãos que de imediato se foram a cariciar todos os centímetros descobertos pela falta da blusa. Voltou a beija-lo enquanto aventurava seus dedos pelas costas, tórax, ombros... Tocava-o de maneira corrida, apertando-o de maneira onde canalizava todo seu desejo e ao mesmo tempo o medo que ele fugisse. Transmitia isso nos beijos em igual.

Voltando ao controle, Damon deitou-se na cama a levando consigo, sem vontade de interromper o beijo, virou-a de volta ficando outra vez por cima.

Gemeu involuntariamente ao sentir as unhas dela arranharem a parte superior de suas costas, bem perto do ombro esquerdo.

— Não... – Grunhiu ela ao vê-lo se afastar. Estava com medo que fosse para interromper, mas para sua surpresa não. Ajeitou-se melhor na cama enquanto ele apoiava os joelhos no colchão. Ambos já estavam ofegantes pela falta de ar. Um uivo mais alto escapou de Elena ao senti-lo com a língua em sua coxa. As mãos experientes dele subiram com força ao vestido da garota, apertando como se fosse algodão em sua palma, enquanto a língua ainda vagava por perto da região do fêmur de Elena.

Era tão errado parecer tão certo? Pensava Damon enquanto encontrava os lábios dela junto aos seus novamente. Durou pouco. Só algum segundo logo interrompeu para poder retirar o vestido dourado sob o corpo dela. Não estava mais nervoso, mas podia ver que ela estava. Elena era uma garota que apesar da pouca idade também já tinha experiência. Ela o amava e essa inquietude era natural. Já ele, por mais que ainda não sentisse o mesmo, embora possuísse um enorme sentimento pela garota, se afligia mais pelo fato dela ser uma aluna sua. O que era de assustar. Só que ainda sim a vontade de ambos superava todo e qualquer receio.

Delicadamente, Damon arrastou o vestido tomara que caia para baixo. Onde a cada centímetro, revelavam-se fragmentos do corpo esguio da garota. Elena era o sonho que qualquer homem desejava ter em sua cama. Era admirada por milhões pela sua beleza e para ele, tê-la parecia surreal. A pele agora era somente coberta por uma lingerie preta de renda, com um sutiã tomara que caia e calcinha da mesma cor e tecido.

Desgovernado pelo que via, voltou toda sua fome para luxuria de um beijo. A voracidade assustou Elena de inicio, mas logo correspondeu da mesma maneira. Ela ainda percorria suas mãos pelas costas largas dele, enquanto Damon já atingindo o auge de seu descontrole descia as duas mãos para a região das nádegas da garota, alongando suas mãos ao máximo para apertar em suas palmas. Em um impulso, aprumou-há um pouco mais para cima, onde os dedos dela alcançaram a sua calça de moletom preta. Em movimentos hesitantes, Elena puxou o tecido um pouco mais para baixo, conseguindo ver o elástico branco da Box vermelha que ele usava.

— Está tremendo. – Suspirou Damon ao observar a expressão de Elena. – A gente tá aqui. Nós dois juntos, não é? – Disse ele de maneira doce, enquanto a acalmava. Com cuidado, Damon apanhou uma das mãos dela e uniu a suas em um entrelace de dedos, depositando um demorado beijo ali. – Não é? – Voltou a perguntar, dessa vez com um pouco mais de controle na voz. Elena já nem tão aflita assentiu em certeza. Estava com o homem que amava e que tanto queria. Não havia razões para pânico. Sentia-se prestes a derreter, quando os dedos ágeis de Damon se direcionaram em suas costas, bem acima do fecho de seu sutiã. Olhou fundo em seus olhos atenta a toda doçura e carinho que ele transmitia no toque; Sentiu a então renda, escorregar pelos seus seios os deixando inteiramente desnudos aos olhos azuis do homem que se mantinha em cima de si.

A malícia na expressão de Damon só chegou depois. De imediato, veio à admiração, o carinho. Em meio a sorrisos, Elena o puxou outra vez para mais um beijo quente tomado por paixão. Não deviam nem ser nem ser cinco da tarde ainda; As janelas fechadas pelas grossas cortinas, às velas, as rosas... Davam a impressão que ambos estavam na calada da noite, onde toda uma cidade dormia e só os dois apenas os dois eram presentes. Sorriu entre o beijo ao sentir a mão esquerda de Damon alcançar um de seu seio. Sem pressa, ele o tocou em uma leve massagem feita em movimentos circulares, fazendo Elena afundar ainda mais suas unhas pelas costas dele.

— Mais... – Implorou em um ronronar baixo ao sentir a língua de Damon se remexer em um de seus seios desnudos. Em reflexo, as mãos dela naturalmente foram para os cabelos dele em um incentivo. Friccionou seu quadril ao dele violentamente, na tentativa de aliviar aquele aperto fulminante em suas pernas. Sentindo que não podia mais esperar, terminou de puxar por completo as calças dele para baixo. Era como se fosse explodir em febre. Chegava a ser ridículo como em um só toque, Damon era capaz de fazê-la perder o controle. – Damon – Chamou Elena ao jogar a cabeça para um dos lados. Assimilando as ondas de prazer que a língua dele em seus seios faziam. Confuso, ele parou o que fazia e a encarou, ainda atordoado pela interrupção. – Acho que tem uma pessoa olhando... – Um pequeno gargalhar involuntário explodiu em sua garganta a fazendo corar. Sam, no aquário observava atentamente com os enormes olhos arregalados para fora. Não era como se ele pudesse compreender, mas ainda sim era cômico. Ao ver do que se tratava, Damon acompanhou o riso alto dela.

— Ai deus. Acho que a gente vai ter que dá um jeito. – Ainda embriagado pela sessão de risos, Damon avistou sua camiseta em um canto da cama, esticou o braço o máximo que conseguia e cobriu o aquário com o tecido cinza de pano. – Melhor? – Perguntou em bom humor fazendo-a rir novamente.

Sem esperar por uma resposta, outro beijo reiniciou-se. Nesse bater de lábios, Elena também conseguia sentir o quão Damon também não aguentava mais. O relevo por baixo da única peça intima que ele vestia, denunciava isso.

— Não aguento mais. – Gemeu outra vez enquanto a boca dele se afastava para sua mandíbula. Uma mordida foi depositada naquela área a fazendo soltar um breve grito. Sem mais esperas, Damon enrolou o indicador em um dos elásticos da lateral da única peça que a cobria, puxando delicadamente para baixo. Sua perna tornava-se um escorregador para o tecido deslizar deixando-a completamente nua para ele.

Elena tomava anticoncepcional há alguns anos. Suas cólicas eram normalmente muito fortes e o remédio tornavam as dores praticamente nulas. A exigência por um preservativo agora não era necessária. Na intenção de também o provocar, levou a boca para a orelha esquerda do rapaz e a adentrou por dentro de seus lábios. Conteve o riso presunçoso ao vê-lo tremer em cima de si; Era a primeira vez que faziam aquilo. Não era a hora correta para brincadeiras ou contatos orais. Teriam outras oportunidades, mas agora ambos concordavam que o momento necessitava de urgência. Trocou de posição, ficando por cima dele. Voltando a provocativa, sua língua úmida desceu em direção ao peitoral dele. Apoiou um braço na lateral do colchão enquanto afundava sua cabeça pelo tórax de Damon o saboreando sem muita delicadeza.

— Elena! – Murmurou apertando a cintura da garota. Sua voz estava completamente intercortada devido à sedenta excitação que se encontrava. Querendo mais, Elena dirigiu o quadril para o meio das pernas, ficando ao meio da aérea na qual queria tanto que a preenchesse. Ao sentir o choque das intimidades, ambos gemeram em um baixo uníssono, onde Damon jogou a cabeça mais afundo ao colchão e ela mordeu os lábios fortemente para abafar outro grito. Em um movimento involuntário, onde sua intenção inicial era apenas ajeitar-se no colo do rapaz, friccionou sua cintura em um rebolado no meio das pernas de Damon, que gemeu um pouco mais alto em agonia.

Tanto ele quanto ela sentiam o furor pela vontade de querer se aprofundar um no outro. Mas por outro lado, a ideia de fazer daquele momento algo em especial, ainda perdurava-se na cabeça de ambos. Principalmente na dele. Que ainda tinha medo de se arrepender no meio do ato. Sem interromper outro beijo que já trocavam, Damon se pôs ajoelhado na cama, segurando Elena pelas costas e a mantendo na mesma posição que estava. Em delicadeza, as mãos dela repetiram a mesma ação feita com as outras peças de roupa que ele usava anteriormente.

Inseriu os dedos outra vez aos fios do cabelo do rapaz, enquanto esticava seu colo para poder sentir a língua de volta em sua orelha. Entendendo a indireta, Damon arrastou toda sua boca pelo maxilar de Elena até chegar ao lóbulo. Se as mãos dele não a segurassem com tanta força pelas costas, sentia que teria caído para trás ao sentir o toque. Canalizou toda sua força para não gemer ao pescoço dele, depositando leves chupões ora nos ombros, ora curvatura do colo.

Sem avisos prévios, Damon a virou de maneira violenta para o meio da cama, deitando-se por cima logo em seguida. Em gestos ébrios de ganância e selvageria, ele interrompeu qualquer tipo de comando que viesse da parte dela tomando seus lábios e calando qualquer tipo de reclamação que pensasse em soltar. Era aquela liderança dominante que ele tanto possuía em sala de aula se manifestando entre quatro paredes. Varias vezes sonhava e imaginava aquilo e como poderia ser. Agora via o quão ele tinha razão de como a realidade poderia ser melhor que a fantasia em alguns casos. Não durou muito. Damon logo pareceu voltar ao mundo real e recuperar o autocontrole de que tinham de fazer aquilo com calma, onde estivessem certos de que arrependimentos não se aconteceriam. Elena tinha certeza de que de sua parte aquilo era impossível de se acontecer, mas em compreensão as razões dele, ela conseguia entender bem.

— Eu te amo! – Afirmou Elena com uma certeza ofegante. Ele já estava em cima dela e ambos completamente nus e fartos com as pré-eliminares. Era o momento certo. Separaram-se, dessa vez com sorrisos nos lábios e encararam um o olhar do outro; Completamente repletos de ânsia e felicidade. Selou seus lábios outra vez em um beijo casto de alguns segundos. Lentamente, sentiu-o penetrar por seu apertado sexo. Preenchendo um ao outro sem se mexer, pelo tempo que ela se acostumasse com a presença dele. – Por favor. – Pediu surrando ao ouvido dele no momento que se sentiu preparada.

Sem pressa, Damon saía quase que por completo e investia fortemente até que encontrasse os dois um ritmo. Uma. E ela gritou alto. Duas. E arranhou suas costas. Três. E Elena socou o travesseiro ao lado esquerdo. Investia com força apesar do ritmo demorado. Não queria que alcançassem o máximo tão rápido. Possuíam tempo necessário e uma casa inteira só para os dois.

— Vêm... – Gemeu Damon a incentivando para se mexer junto com ele. Chegou a sentir o ar saindo por completo de seus pulmões ao rebolar no encontro do ritmo que ele a envolvia. Era tão forte, tão preciso. Mesmo que fossem a primeira vez que faziam aquilo, sentiu como se Damon conhecesse exatamente o seu corpo. Aos poucos sentiu a velocidade aumentar cada vez mais de uma maneira louca e urgente, assim como os gemidos de ambos. Elena não conseguia mais se mexer; Tudo que conseguia raciocinar era afundar o rosto no colchão e gritar sem ter força mais para nada.

Ele estava a enlouquecendo. A maneira tão fugaz com que os corpos um do outro se chocavam a faziam suar de imediato. Abriu mais as pernas e a estendeu para a lateral do corpo de Damon o entregando mais espaço. Sentindo-se prestes a explodir, encaixou seus corpos o máximo que pôde e empurrou de maneira que o fizesse sentar na cama, com ela, dessa vez por cima. Sem o mínimo de acanhamento, voltaram a se mexer até chegarem ao ritmo de antes. Damon murmurava palavras sem sentidos enquanto ela jogava a cabeça para trás e gritava enquanto cavalgava ao colo do homem.

— Quase... Quase lá. – Sem nenhum tipo de controle do corpo na mente, Elena sentia cada vez mais os indícios do orgasmo prestes a chegar. As pernas formigantes, os dedos dos pés se apertando um ao outro e o ventre contorcendo em um calor que tomava todo o seu corpo. Pela similaridade da postura de Damon a sua, conseguia ver que ele também estava perto.

Com mais algumas investidas, um rosnado saiu da garganta de Elena ao sentir o rápido alivio se esvair por todo seu ser. Não demorou muito e logo Damon a acompanhou na sensação pós-clímax que os dois sentiam nos corpos. Descansou o rosto por cima do perfeito espaço entre os seios da mulher e aos poucos, o cansaço a atingiu fazendo-a cair para trás, levando Damon junto a si para deitar-se ao meio da cama. Ambos tentavam lutar contra o sono que aos poucos sentiam chegar, mesmo perante o cedo horário, o esforço físico havia sido o bastante para derrubar qualquer um.

Não queriam falar nada. Não havia necessidade. O silêncio era primordial para fazer daquilo tão especial. Porque era na falta de sons que conseguiam ouvir seus pensamentos. Havia algo naquilo que parecia tão correto mesmo se o mundo inteiro dissesse que era errado, para ele agora era completamente o contrario. Elena, de olhos fechados e com o sorriso mais alegre que Damon já tivesse visto em toda sua vida, fazia-lhe um carinho relaxante no coro cabeludo dele. Em conta do ar condicionado e do frio natural da região, o suor na pele dos dois não durou muito, embora o sono ainda insistisse em tentar doma-los.

Com cuidado, Damon enfim os desencaixaram enquanto ajeitava o corpo da garota em seu colo. Também cansada, Elena escondeu o rosto no pescoço do rapaz que assim como ela recuperava o controle da respiração aos poucos.

— Se eu te dissesse que isso não foi planejado. Você acreditaria em mim? – Perguntou a voz abafada de Damon ecoando baixo por estar com os lábios encostados nos cabelos dela. Preguiçosamente, Elena se aninhou melhor ao corpo do rapaz que a abraçou por cima dos lençóis que já os cobriam. As flores, as velas, as luzes baixas davam indicio de que estava tramando para que o ato se desenvolvesse, quando na verdade, a intenção de Damon era fazer um jantar romântico no quarto. Claro que possuía desejo por ela, mas com tantos medos que ainda sentia em si, a impressão de que devesse esperar falava mais alto. Felizmente, o destino resolveu se intrometer mostrando o quão superestimava seu receio por consumar aquele relacionamento. Sim, estava oficialmente em um relacionamento.

— O importante é que aconteceu. E foi maravilhoso. – Endossou Elena elevando a cabeça para poder ver o rosto dele.

— É tão bom não sentir arrependimento. Não sentir culpa. Se for comparar com o resto do meu histórico de vida merecia até um registro.

Tentou ignorar a ultima sentença. Sabia exatamente do que ele estava falando. O que era a ultima coisa na qual Elena gostaria de pensar no momento. Mas por um lado a deixava feliz. A culpa que Damon sentiu ao dormir com Rose e trair seu melhor amigo não foi sentida ao deitar-se com ela. Uma aluna. E isso a mantinha contente o suficiente para esquecer-se dos paradoxos que os abatiam.

— Você pode registrar se quiser. – Constatou Elena com serenidade. – Alias já tá registrado... Bem aqui. – Disse ela apontando para o coração do rapaz.

Observava alegremente um sorriso de felicidade desenhar-se nos lábios dele. Em um movimento natural, puxou-a pelos ombros unindo suas bocas novamente em um beijo preguiçoso. Onde os dois saboreavam a si mesmo com delicadeza. Em questão de segundos as mãos decididas de Damon se aprofundaram mais em seus toques a fazendo tremer involuntariamente agarrada aos braços dele.

Estava sedenta para se afundar naquele prazer outra vez.

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Já sentindo sua garganta secar em busca por algo úmido, Bonnie agradeceu aos céus pelo fim da primeira missa. Estava morrendo de sede. Assim como Matt e Caroline, que mantinha um bico nos lábios desde a hora que chegou. Segundo a loira, seus pais haviam concordado com ela não ir à missa, mas assim que sua avó soube que não queria frequentar a igreja bem no dia de Santa Gabriela, padroeira de Mystic Falls, a religiosa senhora idade ficou em choque e repreendeu os pais da menina por permitir tamanha audácia. Resumindo, ela teve de vir.

A primeira missa, realizada pelo pastor Fell havia terminado. Ainda tinha a segunda após essa, mas era um pouco mais curta se em comparar com as quase quatro horas que a primeira possuía. Alguns presentes da basílica formavam uma fila perto do altar para cumprimentar o pastor. Em passos normais, os três jovens dirigiram-se para o bebedouro próximo ao altar.

— Quero ir embora. – Resmungou Matt revirando os olhos pelo tédio. Por mais que a maioria estivesse na espera para receber a benção do pastor, havia uma pequena fila de pessoas em frente ao lugar destinado a água. Já impacientes e domados pelo aborrecimento, os três jovens esperaram por sua vez.

E quando Elena virá a uma das missas, senhorita Flemming?— Questionou o pastor em bom humor, usando o sobrenome de solteira de Isobel. Reconhecendo a menção do nome da amiga, Bonnie logo atentou os ouvidos a escutar para distrair-se da demora de uma velhinha gorda para beber a água.

Conhece a Elena?— Isobel parecia surpresa, um pouco confusa segundo o tato de Bonnie. Podia perceber que Matt e Caroline também ouviam.

Ah sim, ela veio aqui uma vez... Junto com o Damon. Foi até pra cancelar o casamento dele, coitado, e ela estava o ajudando; Muito solidaria sua filha, meus parabéns.

O que? Pensou Bonnie segurando-se para não gritar. Elena nunca, absolutamente nunca mencionou o fato de o Salvatore ter cancelado o matrimonio. Sim, ela havia confessado que queria o derrubar sozinha e fazê-lo beber, mas... Se houvesse contado que não existia mais casamento, não seria uma burra de tentar trazer Rose de volta sendo que não existia mais compromisso entre os dois. Elena sabia disso e não contou. O tempo todo estava sendo uma estúpida e ela assistia sem ao menos ter a dignidade de confessar.

Isobel parecia tão em choque quando a própria Bonnie. Tentava disfarçar a postura perante a presença do pastor a sua frente, mas a fúria que se mantinha nos olhos dela era impossível de esconder.

Ficou em silencio, recebeu a benção do homem, que também confuso pela reação da mãe preferiu não falar mais nada. Virou-se completamente atordoada querendo entender o maluco quebra cabeça que se espalhava por toda sua mente. Andou alguns passos a sua direita e parou de imediato, chocando-se ainda mais pelo que viu.

— Caroline? – Isobel dizia em um tom quase desesperado. A loira que também ouvia a conversa olhou para os dois lados, incerta de se era mesmo consigo que Isobel tanto se assustou em ver. Bonnie agora não parecia tão surpresa, somente astuta a observar o quão suspeitamente estranho aquilo estava a ficar. –Pensei que você e a Elena iam fazer um trabalho na sua casa. O que tá fazendo aqui?

A loira se limitou a encara-la. Ao contrario de Bonnie, ela não possuía nenhum raciocínio investigativo para poder ao menos imaginar uma hipótese do que estava acontecendo no momento. A loira estava com medo.

— Eu não faço ideia do que a senhora tá falando, me desculpa. – Para sua sorte, a fila andou e ela pôde jogar seus lábios para o jato de água gelada que saía ao apertar o botão de metal. Demoraria até que ela fosse embora.

— Vocês tem algum trabalho? Algum trabalho foi passado ou algo assim? – Sussurrou Isobel apertando os dedos contra a bolsa nas suas duas mãos em nervosismo. Matt e Bonnie assentiram em negação para a mãe que não entendia nada do que acontecia. Tentando recuperar algum tipo de postura, Isobel voltou para seu lugar de antes ao lado de Jenna e respirou fundo jogando a cabeça na palma das mãos apoiadas nos joelhos.

Bonnie aproveitaria o pequeno intervalo entre uma missa e outra para tentar fazer algo. Esperou que os três bebessem sua água e arrastou Matt e Caroline pelo caminho para fora da basílica, gesticulando em desespero para Rebekah e Tyler o seguirem em direção ao lado de fora.

Quando os cincos já estavam reunidos no pequeno estacionamento, a baixinha explicou para os dois que não estavam presentes o que aconteceu para tamanho nervoso. Todos escutavam atentamente cada palavra, praticamente com a mesma expressão de raciocínio. Com exceção de Tyler que se assustava a cada silaba que Bonnie dizia.

— E o que você acha que tá acontecendo? Porque diabos ela mentira tanto pra gente? – Manifestou-se Rebekah em indignação. A verdade era que nenhum deles tinha ideia.

Sincera, Bonnie respondeu:

— Eu não sei, eu honestamente não sei.

— Acha que ela tá planejando alguma coisa contra ele? Mentindo pra gente... Pra, sei lá, disfarçar.

— Já disse que não sei Rebekah. – Insistiu Bonnie um pouco mais alterada. A sugestão da loira não era tão ruim, embora algo não se encaixasse direito naquele palpite. A parte de Elena no plano era fingir ser amiga dele... Mas pra fingir e não para ser a fada madrinha que o ajudaria a reconstruir a vida; A começar pelo erro grotesco que era aquele casamento com a Rose. Na qual a cidade inteira tinha consciência de que era uma aprendiz de prostituta. – Eu to com uma ideia na cabeça, mas eu acho que não. – Talvez Elena ainda tivesse fingindo. Convencendo-o cancelar o casamento para que não tivesse ninguém para se apoiar futuramente. Assim, daria um jeito de fazê-lo beber e quem sabe cair ao fundo do poço outra vez. Mas seria possível, Elena ser tão cruel a ponto disso? Senão porque ela contaria. Um plano como esses nunca que arriscaria a levantar um mínimo de desconfiança. Não era isso.

— Eu tava me lembrando de algumas coisas aqui. – Matt acrescentou concentrado. Era como se tivesse esforçando-se pensar em algo distante. Na qual nem o próprio sabia direito o que era ou ao mínimo o que podia ser. – Um dia... Bem de manhã eu acho, porque eu me lembro de que não tinha muita gente na rua. Tava tudo muito deserto; Eu vi o senhor Salvatore saindo do bar com ela. Eles pareciam bem próximos. – Lembrava-se razoavelmente daquele dia. Por algum motivo estava tão cansado. Exausto por ter que trabalhar.

— Bom... Normal até aí, porque ela tava fingindo ser amiga dele não é? – Retrucou Caroline com o olhar totalmente preso em Bonnie, que andava de um lado para o outro a pensar.

— Matt você disse que era um dia tranquilo... Que tava tudo deserto. Consegue se lembrar de que dia que era? – Bonnie interrompeu os passos para encara-lo. Estava tão nervosa por uma resposta que mal andar conseguia.

Em um esforço evidente, Matt tentava concentrar-se.

— Acho que era festa dos fundadores. A segunda festa... O dia depois; Eu lembro que a rua tava bem suja de latas de cerveja e eu tive que recolher tudo. Elena chegou bem cedo, foi bem pro fundo do bar, nem falou comigo. Depois de algumas horas ele também chegou, ficou um pouco, mas eu não vi porque acho que ele foi pra mesa dela...

— Os dois saíram juntos? – Rebekah voltou a perguntar e Matt assentiu positivamente.

— Elena não foi à segunda festa. Eu lembro muito bem disso. – Afirmou Bonnie já cansada de andar. Caroline fazia um carinho nos ombros de Matt, e os dois mantinham-se sentados no capô do carro de Tyler. Caroline estava apenas encostada em um dos espelhos retrovisores enquanto Tyler sentava no capô do automóvel de algum qualquer ao lado. – Que ela não foi eu tenho certeza, até achei estranho. Mas eu não lembro se Damon tava ou não. Alguém aqui se lembra por acaso ou... – Virou-se para os loiros a sua frente e os três negaram sem ter a mínima ideia.

— Eu lembro. – A voz rouca de Tyler, banhada por ódio e fúria soou no local pela primeira vez. De imediato, todos os encaravam para ouvir o que o garoto de olhar distante e expressão repugnante tinha a dizer. – O senhor Saltzman ligou, acho que um dia antes pra cancelar a reserva da mesa do Damon com a minha mãe. Eu e o Mason... A gente tava no escritório quando ela recebeu o telefonema. Até do meu irmão dançando pra comemorar eu me lembro, tenho certeza que ele não foi.

A repulsa na voz de Tyler era o bastante para Bonnie ter confiança naquelas palavras. Tudo ficava cada vez mais perto de terem alguma evidencia e quanto mais acontecia mais assustador se tornava. Não conseguia pensar em nenhuma asserção plausível para cada possibilidade que lhe passava pela mente.

Precisavam ir mais a fundo e Elena não podia ao mínimo desconfiar.

— Eu... Acho que to lembrando de mais alguma coisa. – Afirmou o loiro devagar. Matt aos poucos revivia a situação no cérebro. Não tinha muita certeza se significava algo, mas que ainda sim na hora o pareceu muito estranho. – No dia do piquenique... Depois do leilão, acho que foi bem na hora que todo mundo saiu pra acender as velas... Elena tava no banheiro masculino.

— Banheiro masculino? Matt, explica isso direito. Que tá confuso. – Caroline piscou e franziu a testa, atenta a ouvir mais do garoto.

— É... Ela parecia bêbada, então acho que tinha se confundido. Ai eu entrei pra recolher uns copos e...

— Ele tava lá não é. – Adivinhou Bonnie depois de um momento de silencio, em uma voz mortalmente baixa.

— Saiu de uma das cabines logo depois. – Disse Matt em um sussurro. Falando simplesmente o que todos ali previam.

— No banheiro é. – Tyler reforçou a fala. Parecia ainda mais cheio de ódio do que nunca. Bonnie esperava que Matt dissesse mais coisas, só que não aconteceu. Tyler lembrou-se em força de quando jantaram lá pela primeira vez juntos. Próximos ao fim da refeição foram a um dos toaletes e ficaram minutos aos beijos. – Tenho que ir, me desculpa. – Levantou-se do carro violentamente indo em direção do seu. Assustados, Matt, Caroline e Rebekah saltaram em medo de cima do capô.

— Tyler não. Aonde você vai? – Gritou Bonnie.

Aos berros, Tyler explodiu em frente ao grupo.

— Bonnie pelo amor de Deus. Você que tão inteligente. Tão cheia de si. Pensa um pouco... Só pensa, analisa a porcaria da situação e pensa.

— O que você pretende fazer então? – Por mais que Bonnie quisesse renegar aquela possibilidade. Os indícios estavam bem diante de seus olhos.

— Descobrir. Saber se é verdade ou não. – Sem querer prolongar mais aquela aflição, Tyler adentrou ao carro e todos abriram o caminho. Era melhor acabar com aquela tortura de uma vez do que delongar por tempos.

Avistaram o carro partir e voltaram para dentro da igreja, com o peito repleto de preocupação. Apenas torciam para não ser verdade.

—---x----

— Pi, Pi, Pi. – Avisava o alarme do micro-ondas interrompendo o beijo apaixonado que Damon e Elena trocavam na cozinha. Sorriram ainda nos lábios um do outro e o rapaz se afastou para apanhar o balde de pipoca já pronto. – Tá um pouco quente. – Colocou o pote em cima do balcão e andou de volta até ela. – Sabe que eu nunca gostei muito quando uma mulher vestia minha camisa depois de fazer amor. – Damon sorriu apertando a cintura de Elena um pouco mais perto de seu corpo enquanto sussurrava próximo ao dela. – Mas você... Fica linda. – Era verdade. Quando levantaram finalmente da cama com planos de esquentar algo comerem, Elena animadamente aninhou-se em baixo da camisa que antes se punha no aquário de Sam. Vestiu a peça e sorriu de maneira doce ao encarar a reação admirada de Damon.

Ela também nunca foi de vestir a camisa de algum de seus acompanhantes após dormirem juntos. Nunca achou muito fashion uma camiseta masculina sob seu corpo, mas a sensação de respirar ainda mais o cheiro dele era impossível de se resistir.

— Quer ir pro jardim? – Elena sugeriu passando os braços pelo peitoral desnudo do rapaz, que vestia somente a calça de moletom preta de antes.

Em bom humor, ele murmurou a beijando em uma das bochechas:

— Jardim? Elena todo mundo vai ver.

— Não se a gente for pro dos fundos. – Puxou-o em tom malicioso para a porta de vidro ao fundo e Damon sorriu apanhando o pequeno balde de pipocas. De bom grado, a seguiu para o lado de fora no jardim dos fundos que não possuía visão para a rua devido às cercas altas que rodeavam o lugar. Normalmente era um lugar feito pra fazer algum churrasco ou uma festa na piscina, isso se a casa possuísse uma piscina, o que não era o caso, afinal com o frio que fazia em Mystic Falls seria burrice.

As folhas caiam sobre o pequenino mato artificial ao chão, enquanto o som do canto dos pássaros era abafado pelo vento, que mesmo que fraco, cortava com maestria a paisagem à volta. Elena rapidamente se agarrou mais a Damon em busca de se proteger contra o frio. Ele não usava nada além daquela calça e a blusa de Damon juntamente a uma calcinha eram as únicas vestes dela.

— Vou pegar um cobertor. – Precaveu-se ele entrando apressado em direção ao seu dormitório. Deixou a pipoca com Elena e trouxe de lá um edredom verde e uma manta preta própria para inverno. Não estava tão frio assim e o vento não era tão grosseiro, mas por estar de noite e a brisa que vinha do continente ajudavam a manter a sensação térmica um pouco baixa. Voltou ainda acelerado e forrou um dos cobertores ao chão, onde Elena, sem nojo ou frescura de se deitar ali, aninhou-se com os braços esparramados ao peito dele, sendo recebida por um carinho delicioso nos cabelos. – Abre. – Pediu Damon em referencia a boca, colocando um pouco de pipoca no local. – Tá tão quieta. O que tá pensando? – Questionou a beijando outra vez.

— Nós dois. Tanto a ganhar e tanto a perder. Eu sinto seu medo, Damon. – Elena lhe olhou sorrindo brilhantemente, embora em seus olhos morasse o vazio. Seu temor por perder Damon ficava cada vez maior.

— Eu sinto seu amor, seu carinho. Gosto do que eu sinto. Gosto do que eu vejo.

Na ignorância a qualquer incomodo causado pela friagem, Damon deu a iniciativa para tomar a boca dela novamente em junção a sua. Elena elevou a cabeça ao máximo até alcança-lo e virou-se ficando em cima do rapaz, ainda sem interromper o beijo ávido que trocavam. Puxou o cobertor um pouco mais a cima e a abraçou com força para abrigar-se contra qualquer frio.

Tyler, ligeiramente estacionou o carro em frente há casa e hesitou em bater a porta. Se algum atendesse, poderiam dar algum tipo de desculpa. E a vontade do rapaz era acabar logo com isso e saber o que estava acontecendo realmente.

Astuto, direcionou-se ao quarto a janela do quarto de Elena e subiu o marmeleiro que ficava a frente. Sem dificuldades, subiu pelos galhos e encontrou o quarto escuro e vazio. Pensou por alguns segundos que ela realmente poderia não estar em casa, mas ao olhar da janela da sala, conseguia ver algumas luzes acessas ao fundo.

Provavelmente na cozinha.

A única maneira de chegar ao fundo era pelo jardim na parte traseira, mas totalmente rodeado de cercas altas que fechavam por completo, exceto por algumas brechas entre uma cerca e outra, afinal era um terreno em forma vitoriana e as cercas, embora pintadas não fossem normalmente trocadas. Observou por entre as brechas com o objetivo de ver se o caminho estava limpo para que pulasse, mas a visão que seus olhos viram fora o suficiente para nem ao menos precisar entrar a propriedade. Um casal aos beijos no meio do jardim. Embora não conseguisse ver tudo, pelo tamanho minúsculo do espaço entre as cercas, conseguia ver que ela estava em cima dele. O rosto de Elena era visível em seus olhos, e o de Damon era um pouco embaçado. Conhecia Damon desde criança, reconhecia a estrutura corporal daquele idiota a metros de distância. Era ele embaixo a beijando, tinha certeza.

Sua suposição estava correta, por mais que rezasse a todos os céus para estar errado. Afastou-se dali farto e com nojo pelo que foi obrigado a encarar. Deu partida de volta no carro sentindo ser dominado pelas lágrimas e pelas diversas ideias de como acabar com a alegria desses dois.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Espero que tenham gostado; Comentem e se achar que mereço recomendações e/ou favoritos vou ficar muito feliz também. Até a próxima semana.