Matemática Do Amor escrita por Lady Salvatore


Capítulo 1
- Mudança é um lixo


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem...



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Mesmo que a quilometragem percorrida, não houvesse se estendido em alto grau. Já bastavam para tornarem-se dois mundos completamente opostos aos olhos que Elena Gilbert acostumou-se a ver durante dezesseis, quase dezessete anos. As luzes, e todos os clichês designados para uma cidade como Nova Iorque ficavam cada vez mais para trás. Se ao menos o suplente destino final fosse, no mínimo, como ao que tanto se habituara!... Mais não era. Em nenhum aspecto.

Tomara que nenhum paparazzo tenha nos seguido. Se a mídia soubesse seria o fim... Porque eles fizeram isso comigo? Refletia Ela, e esse era um pensamento que não sairia de sua mente tão cedo.

Mas ao mesmo tempo, ela estranhamente sentia alivio. Sim, alivio. Afinal, foram oito meses de processos e brigas judiciais entre seu pai e sua mãe. E agora, o divorcio saiu. As brigas durante a madrugada sobre ‘’quem ficaria com o que’’, ou ‘’meu advogado é melhor que o seu advogado’’colocaram-se um ponto final. Acabou.

Mas nesse ‘’acabou’’ incluiu-se também toda sua vida em Nova Iorque. Vida essa que qualquer adolescente de dezesseis anos, quase dezessete, sonhava em ter. Elena sabia que nunca mais veria Vicki e Hayley, nem muito menos, Kol. Ela estava se mudando e nunca mais voltaria. A ideia de começar do zero quando se tinha uma tão biografia perfeita como a sua em Manhattan, assustava. Quer dizer, na antiga escola, na sua Nova Iorque que tanto amava, ela era Elena Gilbert. A garota mais linda de toda a cidade, a mais popular do colégio, chefe de torcida, rainha do baile de outono.

A It Girl mais desejada da alta sociedade da cidade que nunca dorme. E todo seu currículo se foi jogado ao vento, assim que o carro passou a placa de saída do lugar.

Deu uma rápida olhada ao banco de trás do carro, Jeremy e April, de dezesseis e quinze anos, adormeciam exaustos. Nem pareciam os mesmos irmãos mais novos que discutiam por um joguinho bobo no celular. Ao lado, sua mãe, Isobel, dirigia, cantarolando baixinho uma musica country qualquer dos anos 50. Tentava ao mínimo não culpa-la por tudo de horrível que aconteceu nesses últimos meses, mas tinha vezes que ela não entendia. Porque não só mudar de casa? Tinha necessidade sair da minha Nova Iorque?... E mudar para um lugar tão pequeno e tão exilado como Mystic Falls, na Virginia. Cheia de caipiras caretas?

Quer dizer, sua mãe lhe deu opção, não foi cruel a ponto de tirá-la de tudo que tinha sem lhe restar nenhuma escolha. Perguntou se ela gostaria de continuar morando em Nova Iorque com seu pai, e então nas férias, no natal ela iria até Mystic Falls e os visitaria. A resposta foi uma típica de Elena Gilbert.

‘’ Prefiro fazer sexo com um bode enquanto um camelo saliva na minha boca’’.

Nunca voltaria a morar com meu pai de novo, não depois do que ele fez. Ele já tinha a sorte de continuarmos nos falando.

– Você poderia abaixar essa porcaria? Tem alguém tentando dormir aqui – Rosnou Elena, raivosa. Não se atentou em procurar ser educada.

Assim, fez Isobel, em boa vontade. Não discutiria com Elena naquele momento. Estava sendo complicado para ela também. Por mais que não admitisse. E não admitiria nem em um milhão de anos.

Por decisão final do juiz seu pai John, ficou com a antiga cobertura de três suítes no centro, onde moravam. Que por direito era dele, afinal. Mas ainda sim, teria que contribuir com um pagamento mensal para cada filho. Nesse caso, Elena, Jeremy e April, como um tipo de adiantamento em capital para a universidade. Uma pensão. Principalmente para Elena que se formaria esse ano.

A menina assustou-se ao sentir o aparelho quadrado vibrar no bolso esquerdo da calça jeans escuras. Era uma mensagem, de Kol.

‘’ Tenha uma boa chegada, gatinha. Vou sentir sua falta. Beijos, Kol’’

Kol era um veterano do seu antigo colégio, os dois estavam ficando há um mês antes da mudança, era um cara legal e divertido. Hayley costumava dizer que Kol era ‘’a casca mais vermelha de toda big Apple’’.

‘’Melhor responder quando chegar em... ’’ interrompeu seus pensamentos, bem em seu ápice.

... Em casa, era a palavra que ela pretendia pensar, ‘’ Melhor responder quando chegar em casa...’’ mas ainda era impossível para ela admitir.

Sim, Elena. Admita, sua vida acaba de mudar para sempre. Mas porque deus decidiu me punir dessa maneira? Eu não mereço, eu sou uma boa pessoa. Bem, eu nunca jogo fora as que roupas não uso mais, sempre faço doações para as garotas cafonas do colégio e só compro creme importado de Paris, nunca da Itália, se isso não é ser boa, não sei mais o que é. Quer dizer, nunca fui à garota mais... Mais... Mais...

Novamente Elena não conseguia encontrar a palavra certa. Mas por quê? Ela não era tão burra quanto os outros pensavam! Deveria ser o cheiro de pobre que essas estradas carregam.

– Elena, Elena. Minha filha – Chamava. A voz calma de sua mãe era como uma ancora para sair dessa mente tão distante em que se encontrava. Quando os olhos de Elena depararam com os dela. Isobel completou. – Durma mais um pouco. Ainda falta para chegarmos.

A menina assentiu em má vontade, mas fez por dito, pegou o pequeno cobertor marrom dentro da mochila roxa à sua frente, e enrolou-se por todo ele, estava cansada, nunca viajara antes de carro era sempre jatinhos ou aviões de primeira classe. Sentiu-se como uma rata tremula no frio. Kol diria que era a ratinha mais bela desse mundo. No final de tudo, ele foi um bom divertimento.

Logo ela sentiu um peso conhecido nas pálpebras. O sono vinha rápido dessa vez. Devo estar mesmo cansada.

–-----x----

Elena sentia um gosto salgado escorrendo por sua boca adentro. Demorou alguns segundos para reconhecer a lágrima teimosa que persistia em sair de seus olhos. Não tinha coragem de sair do carro naquele momento. Olhava aquela casa do lado de fora, do mesmo jeito que olhou aquela vendedora da Chanel que lhe tentou vender uma blusa laranja. Olhava com desprezo. Aquela não era sua casa, não era seu lar. O vidro escuro do automóvel não a impedia de reconhecer que era um domicílio lindíssimo. A fachada em creme, com um leve tom de amarelo claro, a grama artificial que brilhava na mais bela cor em verde, como um tapete para uma estrela de cinema pisar, as pequenas cercas brancas que rodeavam por toda estrutura, dava um charme vitoriano de uma típica habitação no subúrbio americano, de classe média alta.

– Mãe, é maravilhosa. É incrível – April gritava animadamente ao lado de fora. Como uma pré-adolescente após o primeiro beijo.

Jeremy ajudava Isobel a tirar as bagagens do porta malas. Ambos pareciam tão felizes, quanto April. Animados para esse novo capitulo de suas vidas.

Estúpidos.

Elena prosseguiu em secar todas as lagrimas que perseveravam em descer, ninguém nunca a viu chorar e essa não seria a primeira vez que isso ocorreria. Colocou o melhor sorriso falso que conhecia. Tinha experiência nisso, afinal, quantas vezes ela teve de usa-lo quando os nerds de ejaculação precoce do time de matemática a chamavam para um encontro, depois ela retocou calmamente seu lápis de olho preto e o delineador, antes ser vista chorando do que ser vista sem maquiagem. Saltou do carro e decidiu em fingir, ao menos por algumas horas, que estava contente, a noite ela bolaria um plano para escapar desse lugar.


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Notas finais do capítulo

gostaram? comentem... se tiver pelo menos 7 comentários, eu volto