Quem é o Pai da Minha Filha? escrita por Jessica_94


Capítulo 17
Super ego




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Cascão ficou olhando para o seu "gêmeo", realmente de todas as coisas que poderia encontrar no castelo de Viviane, não esperava encontrar o seu conto de terror inventado.

– Não! - o gêmeo repetiu, estava de cara amarrada, não de um jeito de simples zanga, mas de uma irritabilidade contrariada - não!

– Não o quê? - Cascão questionou em dúvida.

– Você não vai sair - o gêmeo explicou.

– Cascão - a voz de ramona saia mais baixa dessa vez, mas ainda assim se podia ouvir - lute, procure seu superego!

O quê? Ele tinha que arrumar um herói egocêntrico?

– Muito bem - Cascão estufou o peito, tentando transparecer coragem - você vai me deixar sair.

A cara do gêmeo se enrugou mais ainda pela raiva.

– Não!

Bem, talvez não tivesse transparecido coragem o suficiente.

– Cascão - a voz de Ramona surgiu novamente - chame o seu superego, o seu superego.

Droga, como ele poderia chamar um herói que nem conhecia? Se fosse pelo menos o super Romão...

– Me deixe sair vai - cascão sorriu nervosamente - deixa.

– Não!

Nunca mais diria que a Mônica é teimosa, parecia que não era a palavra preferida daquele cara. Afinal, quem era ele?

– Quem é você?

– Eu sou parte de você - o gêmeo mantinha a postura inabalável - sou aquele que diz o que você realmente quer, sou aquele que guarda todos os seus segredos, sou o seu lado mais instintivo.

Cascão ainda o olhava, não tinha certeza se estava em dúvida do que realmente ele era, ou se estava realmente boiando na situação.

– Então... Quem é você?

O rosto do gêmeo se comprimiu de tal maneira que fez cascão se encolher de medo. Aquilo era realmente parte dele? Parecia mais a parte negra da Mônica.

Se ele ao menos fosse tão forte quanto a Mônica, poderia passar por aquilo sem precisar de um herói egocêntrico.

– Pare! - uma outra voz surgiu.

Cascão percebeu que tinha fechado os olhos, e quando os abriu, viu que tinha mais um gêmeo no lugar, mas este, parecia bem mais amigável.

O primeiro gêmeo não pareceu nada feliz com a chegada do novo gêmeo, talvez ele não gostasse de ser plagiado.

– Saia daqui!

– Deixa eu sair então - Cascão se manifestou.

O primeiro gêmeo se voltou novamente para o Cascão.

– Não se meta.

– Pare - a voz do segundo gêmeo era pura paz. Cascão não teve medo ao perguntar:

– Quem é você?

O gêmeo sorriu.

– Eu sou o superego.

– Você é o herói egocêntrico?

Cascão realmente não esperava por isso.

– Cala a boca - o primeiro gêmeo disse - você é muito burro!

– Se eu sou burro você também é, você não é parte de mim?

– Acalmem-se - o superego parou a briga - estou aqui para te tirar daqui, Cascão.

– Mas você não vai - o gêmeo se intrometeu - eu não vou deixar!

– Cascão, eu vou te falar como você vai sair - o superego ignorou o gêmeo.

– Como?

– É só você saber o que se passa dentro de você - o superego prosseguiu - ele - apontou para o gêmeo sem nome - está certo, ele faz parte de você, assim como eu.

– E você é a parte mais chata! - o primeiro gêmeo falou.

– E daí? - Cascão só queria sair dali.

– Você precisa se entender para sair desse torpor ao qual se encontra.

– Eu estou em um torpor e nem sabia?

Era tão estranho, estar com algo e não saber, é como estar legal até a sua mãe te dizer que está doente.

– Isso mesmo, mas é preciso que saiba: sua mente é dividida entre consciente, inconsciente e pré-consciente.

– E daí? - Cascão não fazia ideia a onde o superego queria chegar.

– E daí que ele - apontou para o gêmeo - é o seu inconsciente e eu - apontou para si mesmo - sou o seu pré-consciente.

– E o consciente? - perguntou.

– Está aqui - assim que o superego tocou no peito do Cascão, ele se sentiu ser violentamente puxado, até que no minuto seguinte, estava ao lado de Ramona.

– Ainda bem que deu certo - Ramona sorriu - seguiu o meu conselho? Chamou o superego?

– Chamei - cascão colocou a mão na cabeça - herói bacaninha ele.

– É, muito bacana. - Ramona se levantou - Venha, vamos ajudar os outros.


– Magali, você sabe que isso é verdade - a voz antes doce, parecia bem mais severa - você tem de aceitar o seu futuro.


– Eu não quero ficar assim - Magali se abraçava enquanto chorava, estava vivendo um desespero agonizante, não queria ficar gorda e sozinha.

– Mas vai ficar.

No segundo seguinte Magali se deparou com ela mesma, ou o que se poderia dizer de alguém tão parecida, com o sorriso sacana no rosto.

– Você vai ficar sozinha...

– Não.

– Gorda...

– Não! - Magali já gritava - Por que está fazendo isso?

A sua imagem sorriu, parecia se divertir com o seu sofrimento.

– Já disse, quero te ajudar...

Aquele sorriso, Magali conhecia de algum lugar.

– Eu conheço você!

A imagem se irritou.

– Não, você não conhece!

– Conhece sim! - uma outra imagem surgiu para Magali, identica a outra, só que com uma expressão verdadeiramente suave.

– Diga, Magali, e você poderá sair.

Magali se voltou para a outra.

– Você é meu monstro do ID.

Isso foi o suficiente para Magali sentir um puxão e se encontrar com Ramona e Cascão.

– Excelente - Ramona sorriu- nem precisei fazer uma ligação direta.

Magali limpou as lágrimas que chorara enquanto estava desacordada.

– Ramona, o que aconteceu exatamente?

– Explico tudo depois - Ramona se dirigiu para DC.



– VOCÊ ESTÁ ME DANO NOS NERVOS! - quem disse isso foi nada mais nada menos do que a mera vozinha que falava com DC. Agora, já em sua imagem de Do Contra.



– Ora, mas foi você quem quis me levar para conhecer o maravilhoso mundo do futuro.

– É, mas não era para você rir!

Realmente, Do Contra tinha rido, ele não resistiu ao ver sua própria imagem com o rosto retorcida de dor sentimental enquanto tacava arroz nos supostos recém casados Cebola e Mônica. Fala sério, se fosse verdade atacaria logo um pacote inteiro de arroz na cabeça do Cebola.

– Ah, fala sério - DC ainda ria - você tem de concordar que foi engraçado.

– VAI PRO INFERNO!

– Ora se ele está conversando com o próprio diabo - outra imagem do DC apareceu, toda sorridente, com o sorriso a lá DC.

Do contra avaliou as duas imagens.

– Vocês gostam mesmo de mim, mas saibam que eu não gosto de quem faz plágio de mim.

– Eu odeio você! - a primeira imagem disse.

– Eu gosto de você, mas nem tanto, porque você me plagiou.

A primeira imagem se desfez, pareceu sumir no ar, tamanha a raiva. A segunda imagem permanecia sorrindo, se aproximou do Do Contra e apertou a sua mão.

– Você nem precisou de mim.

– Precisei sim, você está na minha cabeça.

A imagem sorriu, e sumiu no segundo seguinte enquanto apertava a mão de DC. Tudo permaneceu no maior silencio. Até Do Contra se sentir ser puxado e acordar no colo de Ramona.

– Fala sério! - reclamou - Agora que estava ficando legal?

Ninguém questionou o Do Contra, todos partiram em socorro do Cebola.



Cebola já tinha fechado os olhos a muito tempo, mas ainda podia ouvir a própria voz gritando e chamando de vagabunda a mulher que amava.



– SUA VACA!

O pior, era ouvir os gemidos de dor de Mônica, enquanto recebia golpes de violência. A Mônica estava apanhando dele!

– VAGABUNDA! MALDITO O DIA EM QUE ME CASEI COM VOCÊ!

Mônica ergueu o rosto todo machucado, ainda tinha o brilho desafiador no olhar misturado com o brilho das lágrimas.

– Eu vou te deixar... Eu vou embora, vou me casar com o DC... - recebeu um chute na barriga, perdendo todo o ar.

– Vamos ver como fica sem a sua bastardinha.

Cebola deixou de bater na Mônica e se dirigiu a um canto do quarto, foi quando percebeu que tinha uma pequena criança chorando lá: Monique.

Cebola pegou a criança e saiu do quarto, enquanto mãe e filha gritavam e choravam uma pela outra.

– Onde eu fui - o Cebola que assistia a cena perguntou - o que eu fui fazer?

– Monique precisou de uma máquina do tempo para aparecer, então...

– Você está dizendo que... - Cebola olhou pela porta onde tinha acabado de sair - que eu mandei a Monique para o passado? Eu separei da mãe por ciúme?

Cebola derramou grossas lágrimas, sabia que não valia grande coisa, mas isso já era demais. Não queria se transformar naquele homem, nunca.

– Eu não quero ser esse cara...

– Isso não está em seu poder, Cebola.

– Está sim!

Cebola procurou pelo dono da voz pelos lados.

– Eu não vou ficar assim, eu amo a Mônica!

– Cebola...

– Não me interessa o que você diz - Cebola limpou as lágrimas - eu reconheço que sonhei com essa cena uma vez, quase me esqueci dela, mas você me lembrou.

– Cebola, não...

– Eu não me importo com o que você diz, aquilo foi só um pesadelo, a vida que vou ter com a Mônica não vai ser assim, não vai!

– E quem garante, você? - uma imagem identica ao Cebola apareceu.

Cebola não se abalou com a semelhança, já não se surpreenderia mais tão facilmente.

– Alguém que não consegue manter a palavra dita - a voz continuou - alguém que mente, ilude, que...

– Já chega - outra imagem igual ao Cebola aparece, esta sim surpreendeu ele - você não precisa ser assim, Cebola.

– Quem é você?

– Sou aquele que você quer ser.

A imagem se aproximou, enfiou a mão no bolso do Cebola e tirou de lá um pedaço de papel que colocou na sua mão. Cebola abriu o pedaço de papel e se deparou com um número de telefone, se lembrou imediatamente da garota que conheceu no parque quando levou Monique para passear.

– Não é este quem eu quero ser - disse, e rasgou o pedaço de papel. No mesmo instante se sentiu sendo puxado.

Acordou Com Magali, Cascão e Ramona o olhando.

– Ela não acordou ainda, Ramona!

Cebola viu Ramona sair de sua posição e ir até onde a voz de DC saiu, Cebola se ergueu um pouco, e viu Mônica desmaiada nas escadas.

– Mônica! - Cebola se levantou rápido e foi até ela.

– Ela está muito desconectada com o nosso mundo, não consigo me ligar a ela e ajudar.

– E agora? - DC perguntou.

– Ela vai ter que conseguir sozinha.


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