Confiança escrita por Camila J Pereira


Capítulo 3
Visita Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Prontas para mais um confronto?



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Isabella

Não poderia estar com o meu humor cem por cento depois de passar tanto tempo tentando evitar o naufrágio do estúdio. Corri para aparar outra goteira com um balde e praguejei contra a chuva que não parava de cair. Era certo que uma das primeiras coisas que faria era trocar este telhado. Isso se Edward caísse em si e renegociasse a dívida.

O resultado da reunião não foi o que esperava e me desanimou um pouco. A mágoa de Edward em relação a minha irmã era compreensível, pois nenhum homem gostaria de ser abandonado daquela forma. Mas tudo tinha acontecido quatro anos antes e ele não podia me culpar. Caminhando entre a desordem dos baldes e potes espalhados pelo chão, tentei ignorar a bagunça. Não era surpresa Rosalie ter desistido de tudo, pois certamente ela imaginou ser mais fácil fugir do que organizar o material acumulado por cinquenta anos.

De qualquer forma, mesmo aquela zona de guerra, para mim o estúdio era mágico. Este lugar era repleto de lembranças. Aquele cheiro de produtos químicos era o mesmo, as fotografias nas paredes eram as mesmas. Nelas estava gravada uma época glamorosa que fazia meu coração bater mais rápido. Durante a minha infância, notava algo diferente no ar, era como se tudo estivesse perto do fim, mas o fim nunca chegava. O meu avô mesmo com a evidente ameaça nunca deixou de dedicar atenção e carinho ao lugar.

Ainda estou determinada a ressuscitar o estúdio em homenagem ao meu avô e para encontrar um espaço para mim. Sabia que essa era a decisão mais acertada. Precisava apenas rezar para que Edward fosse razoável. Não pretendia ameaça-lo, mas com meu temperamento forte as palavras brotaram da minha boca sem que me desse conta do fato. Recriminava-me por ter adquirido tantas características da minha irmã desmiolada.

Na noite passada depois de ter tido aquela conversa desagradável com Edward, jantei em meu apartamento com Jacob e lhe contei tudo o que tinha acontecido. Ele dissera que estava decidido que odiava Edward sem nem mesmo conhecer, só pelas atitudes dele. Para me consolar da minha “entrevista com o vampiro” ele me proporcionou uma noite de prazer e depois dormimos agarradinhos na minha cama de solteiro.

Edward

Só podia estar maluco de ter vindo aqui, mas eu não pude evitar. Uma sineta tocou quando fechei a porta. Observei a desolada recepção. O lugar estava horroroso, pior do que da última vez em que tinha vindo aqui. Naquela época ainda estava saindo com a Rosalie. Só de lembrar dela meu sangue ferveu. Voltei a atenção para o local, era realmente uma calamidade.

Admiti para mim mesmo que fiquei atordoado no dia anterior quando a vi entrar em meu escritório. Ela é uma morena fantástica, sexy e que estava cheia de si. Seu ar determinado era como um imã, atraia. Isabella sempre foi impulsiva e agitada. Gostava de discutir comigo apenas para me ver zangado. Infelizmente ainda exercia esse poder sobre mim. Merda!

Senti a mesma onda de desejo do dia anterior. Por isso quis que ela partisse tão depressa. Um dos motivos para não ouvi-la falar sobre a hipoteca. Mesmo inabilmente sentia vontade de vê-la discursar sobre o estúdio, ela exercia esse poder de me dobrar. Por um momento imaginei que agora mais maduro não me deixaria influenciar pelo seu jeito extrovertido, tinha me enganado. O que estava fazendo ali, poderia ter pedido para minha secretária falar com ela ao telefone.

Atravessei a recepção caótica pensando na minha futura promoção. Sucesso era sinônimo de estabilidade e controle e eu estava determinado a ter ambos. Contudo a ameaça de Isabella de ligar para a rádio me paralisou, tentei não demonstrar o efeito que aquilo teve sobre mim, não sabia se tinha dado certo. Já tinha sido traído pela irmã, o que Isabella poderia fazer para acabar com a minha vida?

Respirei fundo para enfrenta-la. Passei pelas cortinas de veludo que levavam ao estúdio e andei pelo corredor até uma sala imensa. Lá estava ela, parada e então prendi a respiração. Isabella parecia uma bailarina, uma panela na mão estendida para aparar uma goteira. Sua roupa não ajudavam muito, sua leggin revelava as formas deliciosas de suas longas pernas e das nádegas bem feitas. Tentei me manter sob controle e olhei em volta para desviar a atenção daquele corpo tentador.

- Ótima decoração. O tema seria Zona pós guerra? – Fui um pouco ácido, mas logo me vi apreciando o olhar surpreso dela quando se virou sobressaltada.

- Edward? Que mal educado. Não sabe bater? - Ela respondeu zangada.

- Não tenho culpa se não me escutou entrar. Aquela irritante sineta tocou e tudo.

- Não ouvi. - Resmungou irritada. Sorri por senti-la em desvantagem, sem saber o que esperar, assim como planejei.

- Preciso deste balde. - Pediu afastando uma escada da parede e apontando para o balde próximo a mim. 

Passei-lhe o objeto e logo em seguida Isabella subiu na escada esticando-se para colocar o balde sob o duto de ar próximo ao teto. A oscilou e automaticamente estendi a mão segurando-lhe as pernas. Ouvi-a sufocar um grito de terror e seus olhos arregalados pousaram em mim. Senti sua pele firme e quente sob o tecido fino do leggin. Olhei para minhas mãos que ainda a aparavam. Sentia-me atraído por ela. Provavelmente todos os homens se sentiam assim ao vê-la. Será que ela levaria a mal se deslizasse a minha mão um pouco mais para cima...?

- Obrigada. - Agradeceu com a voz ofegante cortando o meu raciocínio.

- Não foi nada. - Respondi retirando a mão.

- Agradeço por ter vindo. - Começou já no chão. – Quero que veja o potencial deste lugar. Não é maravilhoso? Ficará ainda melhor depois que consertarmos o telhado... - Ri tentando imaginar meios para possuí-la sem ceder a sua proposta. – Não se deixe enganar pela primeira impressão, depois de uma limpeza tudo ficará como novo. - Olhei ao redor. - Venha aqui. – Isabella me conduziu puxando-me pelo braço. – Mostrarei tudo.

Sua mão sobre meu braço só fazia a ideia de querê-la em minha cama ser ainda mais forte. Mas tinha plena certeza de que aquela ideia que ela tentava me vender era insana, irrealizável. Não iria me envolver com nenhuma Swan. Ela continuava me mostrando os cômodos e descrevendo a sua funcionalidade.

- Deve ter esquecido, mas já estive aqui. Conheço o lugar.

- Mas agora seu olhar será diferente Edward. Seja razoável. - Ela insistiu fechando a porta e acendendo a luz.

Me vi em um espaço apertado com algumas prateleiras que continham produtos químicos e algumas bandejas. Um fio que imaginei servir para pendurar as fotos para a secagem cruzava o aposento.

- Não é fantástico?

- Sua irmã e você estão se empenhando mesmo. – Joguei verde.

- Neste negócio estou sozinha. Rosalie tem seu próprio negócio agora. Vamos nos concentrar Edward. Este lugar tem nome e tem potencial.

- Pare de tentar me convencer. Não diga besteiras Isabella. O único motivo de ter passado aqui é para dizer cara a cara para procurar outro idiota.

- Idiota?!

- Não darei mais prazos.

- Reconsidere. - Ela pediu.

- De jeito nenhum.

- Por favor. - Ela implorou.

- Guarde seu charme para quem acreditar nele. - Ela me olhou desgostosa.

- Está sendo mesquinho. – Acusou-me.

- Estou sendo inteligente. Faça isso também e procure outra coisa para fazer.

Isabella

Em poucos minutos e usando poucas palavras Edward Cullen conseguiu fazer com que a minha solidariedade para com ele sobre o que minha irmã tinha feito fosse para a lua. Sentia raiva naquele momento e raiva era uma coisa que era difícil de sentir. Tudo bem que quando o vi e quando ele me tocou para que eu não caísse meu coração agiu de forma estranha, mas agora nada daquilo existia e eu queria bater nele.

-Não vou desistir Edward. É melhor você reconsiderar.

- Não vou mudar de ideia. Por tanto, é melhor escolher outra carreira, porque estou cansado da falta de juízo das mulheres de sua família.

- Ótimo, porque eu estou cansada da sua intolerância e eu prometo fazer com que você ainda precise de mim. - Ele riu irônico.

- Eu? Precisar de você? - Ele zombou.

- Vai precisar sim e eu vou rir de você. Mas sabe de uma coisa? Eu vou te ajudar, para te mostrar o quanto sou superior.

- Quero ver isso Swan. - Ele me desafiou.


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