Daughter Of Water And Ice escrita por Paola Araujo


Capítulo 11
Transformada


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todos os comentários do capítulo anterior e a Cokie que recomendou a história.

Beijos e Boa Leitura.



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Este dia, esta chuva fraca me lembra aquele dia. O primeiro dia, em que senti meu coraçãopulsar tão fortemente em meu peito, que com um sorriso fez meus temores desaparecerem, que com um toque fez o mundo girar devagar para que gravasse cada segundo em minha fraca memória. Mas por que a dor que sinto desde aquele dia não passa como todas as outras dores. Por quê?

Parece que foi ontem que eu estava sendo jogado contra paredes, sendo chutado, socado, machucado. Lembro que era um dia chuvoso, lembro de ter saído de casa sem avisar, saído porque não aguentava mais ouvir meu pai dzendo que eu tinha que ser forte e quando perguntava ele não respondia o por quê. Lembro de sair ao ouvir os gritos de minha xingando-o por ser um mal exemplo para mim, lembro dele querer sair de casa por minha causa.

Não queria ser o centro da culpa da infelicidade dos dois.

Estava eu caminhando a procura de algum lugar quando fui abordado por garotos um pouco mais velhos que eu. Eles queriam dinhero, mas tinha eu apenas as roupas que usava naquele dia. Eu era uma criança tão magrela e fraca naquela época que não sabia realmente se poderia ser um mago tão forte como o meu pai.

Quando estava no chão sem como me movimentar, descobrindo o sabor amargo do meu sangue em minha boca. Quando não sentia mais o meu corpo e achava estar já morto, eis que ergue na tempestuosa chuva uma menina de fones de ouvido amarelo com um guarda-chuva em mãos, dizendo que era para eles fugirem o quanto antes caso contrário ela os machucaria.

Queria poder sorrir naquele momento, mas era tão vergonhoso ser protegido e ser salvo por uma garota que apenas quis que ela não tivesse vindo, mas ela veio e me salvou. Quando um outro garoto iria me bater novamente ela se pôs entre nós com as mãos estendidas e com o rosto serio. Não sei o que aconteceu depois, mas sei que acordei com a ardencia de algo contra os meus ferimentos. Era um pano com água e a menina dos fones amarelos estava sorrindo para mim.

-Você está bem? - perguntou-me com o sorriso. Assenti com a cabeça. Ela sorriu, sempre estava sorrindo. Percebi que seus cabelos eram róseos e um pouco compridos, os olhos eram castanhos e sempre me olhavam quando eu a encarava sem entender.

-Por quê? - perguntei.

-O quê? - perguntou segurando com força em um dos ferimentos e fiz careta de dor para ela.

-Salvou-me.

-Ah... Bom porque acho que para provarmos sermos fortes protegemos as pessoas. Mas a maior prova de nossa força é aquela onde protegemos as pessoas qua mais amamos. - o sorriso nunca desaparecia de seu rosto.

-Proteger... Provar... Forte...

-Você estava sendo machucado.Então salvei-o para provar que sou forte para aqueles garotos que depois foram embora.

A chuva não dava trégua. Queria que o verão, que era a tal estação, fosse quente como muitas vezes fora, mas Juvia estava na cidade então, nada de sol por alguns dias.

-Ai. - disse ela ao levar um pequeno choque que passou pelo meu corpo.

-Desculpe. - balbuciei.

-Você é um mago? - perguntou com os olhos brilhando.

-Sim.

-Kyah! Eu também sou! -disse ela se levantando levando eu junto para dançar debaixo da chuva. Estavamos encharcados e minha mãe iria me xingar bastante por isso.

Mas esqueci de tudo quando ouvi a risada dela. Era tão bom, tão aconchegante. Senti querer me afogar dentro de sua risada e abraça-la com tanta força. Que faria o mundo inteiro querer abraça-la com inveja. Queria transforma-la em uma bela princesa e me tornar seu principe.

Dancei com ela naquele dia chuvoso. E quando terminou de limpar as minhas feridas, se depediu, mas antes a fiz prometer me encontrar no outro dia. Mas ela nunca apareceu. E minha mãe ficou muito braba por estar encharcado e chorou quando decobriu que eu havia tentado fugir.

Depois daquele encontro repentino, eu treinei, lutei, fiquei forte para que um dia eu pudesse encontra-la e protegê-la para sempre.

Mas com o tempo, nunca mais a encontrei, mas aquele sentimento ficou impregnado no meu peito. E depois ele começou a machucar-me por dentro. Quis eu tentar encontrar outra garota, mas apenas via ela. Nunca consegui me acostumar com a ideia de perde-la, de não encontra-la. Mas a dor era tão grande que tentei esquecê-la. Ficava com outras garotas e não dava bola para as que tinham cabelos róseos e olhos castanhos. Ouvia coisas que não devia e devia da parte de muitas delas. Mesmo assim aquele sentimento me pegou tão desprevenido que ainda anseio por encontrar aquela garota e mostrar a ela que agora posso proteger as pessoas que amo. Mas será que apenas quero provar que sou forte, ou algo mais a ela?

Seiji caminhava com as mãos nos bolsos da calça com seus pensamentos longes. Pensava ele que assim a esqueceria mais rápido, sendo preguiçoso, dormindo mais do que deve, conhecendo outras garotas e ficando com elas, largando algumas e ouvindo coisas que diz não o machucar, mas que na verdade o machucam e muito. E a culpa disso tudo é dela. Uma garota que nem ao menos sabia o nome.

Akemi ficava choramingando e dizendo coisas que não devia sobre Mei. Seiji nem a ouvia. Queria ele poder acabar com a dor que carrega de um primeiro amor. Sentiu seu braço ser puxado para baixo e olhou para os olhos dourados da prima que faíscavam.

-Você tem que ficar com a Mei! - berrou ela fazendo o primo fazer careta.

-Louca. - disse e se libertou do aperto que a criança fazia.

-Mas... Mas... Changuinho-Chan é meu! - ela começou a chorar. Sentou-se no chão com as lágrimas escorrendo como uma riacho.

-Akemi! - Seiji ralhou. - Você é pequena de mais para pensar em coisas assim!

-Mas ele é meu! - o Dreyar segurou-se para não jogar a criança longe.

-Podemos conversar sobre isso mais tarde? - perguntou tentando fazer a prima parar de chorar.

-Não.

-Deixa de ser chorona que comigo essas lágrimas falsas não colam!

-Faça aquela garota se apaixonar por você!

-QUÊ! - perguntou incrédulo. - VOCÊ É MUITO LOUCA!

-FAÇA!

-NUNCA!

-FRACOTE.

-CHORONA.

-MULHERENGO.

-PIDONA.

-CHATO.

-LOUCA. - ficaram griando um contra o outro até que se cansaram e sentaram-se.

Akemi ficou de costas para o garoto que tirava uma soneca. Normalmente a menina estaria sonhando acordada com o seu príncipe encantado, mas naquele momento estava pensando em diversas maneiras de acabar com a garota de cabelo mesclado. Várias coisas impossiveis passaram pela sua cabeça. Ouviu o suspiro baixo do primo, se virou e resmungou alguma coisa.

Logo percebeu a explosão que a fez gritar e correr para o colo do primo.

-Mas o quê.... - falou Seiji com o susto de ver a prima agarrar-se em seu pescoço. Ouviu as explosões e riu. - Parece que já começaram com a diversão.

-Diversão? - perguntou a menina tremendo em seu colo.

-Estão lutando.

-Percebi isso! - gritou no colo do primo.

-Temos que ir. Logo iremos encontrar o nosso alvo.

-Alvo?... Que alvo?

-Se não me engano seria o garoto de magias do tipo veneno. Akemi você pode transforma-lo em pedra bem rápido não é?

-E-eu... Não posso. - ela falou enquanto o albino a segurava ainda e começou a caminhar.

-Seria ótimo, porque assim vamos acabar bem rapidinho e sairmos daqui logo...

-Seiji...

-Estou com vontade de comer os biscoitos da minha mãe...

-Seiji...

-E também quero desafiar o Ryuu, faz um tempo que não luto com ele, quero mostrar o quanto sou mais forte que ele...

-Seu surdo! Eu não posso transformar ninguém em pedra! - gritou a albina. Seiji parou e a largou no chão como um saco de batatas. - Ai!

-Você não pode? - perguntou olhando para o nada com os olhos arregalados.

-Não... - respondeu baixinho envergonhada.

-Mas...

-Eu tenho magia de Take Over idiota. E o máximo que posso fazer é controlar os ventos como seu eu fosse uma fada.

-Vento... Fada... - o albino não sabia o que dizer.

-Dá pra você dizer alguma coisa que pres... - ela não terminou de falar pois o olhar sério do primo a calou. Ele a olhou como se ela fosse uma presa. Akemi ficara com medo.

-Estamos ferrados. - foi tudo que disse.

Alguém caminhava suspirando pesadamente a cada passo. Estava cansada de tanto caminhar e procurar uma pessoa que com toda certeza queria lhe matar. Obviamente esta pessoa estaria se escondendo ou procurando alguma diversão, já que era uma criança. Ah! Se ela tivesse tempo para isso.Voltaria para Magnólia e tomaria o maior sorvete que tivesse lá.

Uma pequena camada de chuva imergiu. Logo uma dança de memórias passou por sua mente e um sorriso tímido prescionou na sua mente. Suspirou mais uma veze continuou a caminhr. Já faz um tempo que se sentia tão solitária. As únicas pessoas com quem tinha alguma certa comunicação era sua mãe, seu padrasto, seu irmão e o temido Jellal. E a única pessoa com que falou além deles nunca mais o viu.

-Estamos ferrados. - dizia o albino a cada três minutos.

-Não tem outra cosa para dizer. - dizia a criança já entediada.

-Estamos fudidos. - disse ele.

-Fudidos? - Akemi perguntou não sabendo nada sobre a palavra.

-hum.... Ah! Akemi por favor esqueça esta palavra ela não deve constar em seu vocabulário. - berrou ele.

-Porque não? - perguntou confusa.

-Bem eu...

-Você...

-Que cheiro é esse? - perguntou pondo-se a frente da albina.

-Que cheiro.

-Akemi corra. - dissera ele.

-Hum... Não vou deixar a diversão para você.

-Você iria deixar de qualquer forma já que não pode usar nada para se defender.

-Desgraçado. - a menina se pôs na frente do primo juntou as mãos como em uma reza e suspirou enquanto um círculo mágico apareceu abaixo de seus pês e outro acima de sua cabeça. Os círculos começaram a rodar e um a subir e outro desceu, juntando no meio do corpo da criança e se transformar em um par de asas transparentes.

-Fada? - perguntou o primo.

-Não babe querido. Isso é pro Chang-Sama.

-É você quem irá babar quando provar de meu veneno.

-Kyah! - gritou ela quando ouviu a voz do menino atrás de si que riu.

Akemi que olhava para o garoto a sua frente deslumbrou-se com tal criatura. Pele bronzeada e cabelo vermelho espetado, para cima, além de um topete cobrindo a testa e ranjas emoldurando seu rosto. Porém quando as orbes verdes dele pousaram sobre as dela, ela teve certeza de já o ter visto em algum lugar.

-Não é nada corajosa. - disse ele com um sorriso.

Essa Frase – pensou.

-Você...? - começou ela, mas fora interrompida.

-Não se preocupe, não vou machuca-los. - dissera ele fazendo a pequena menina de marias chiquinhas brancas voltar a um passado que ela jamais tentou esquecer.

-Você deve parar de chorar... - pediu um menino a sua frente.

-Por quê? - perguntou Akemi com as lágrimas rolando pela face rosada da menina de seis anos.

-Porque ver você triste me deixa triste. Se você está sorrindo, eu sorrio. Se está sentindo algo eu sinto o mesmo... - respondeu um menino de cabelos rubros que caiam pelos seus olhos, enrolando as mãos.

-Você é tão... - começou a albina chegando perto dele (n/a nossa a Akemi já era pervertida desde pequena ou é impressão minha?).

-Tão...? - o menino ficara vermelho com a aproximação.

-Chato. - o menino suspirou triste.

-Por que você é assim comigo?

-Porque a minha vida não teria graça sem provocar alguém... - disse dando as costas para o menino que fitava o chão com tristeza nos olhos. (n/a Bicho frio esse que eu inventei...)

-Não vou desistir de você...

-Hum...?

-Nunca.

A criança sorriu para o ruivo a sua frente que também lhe devolveu o sorriso.

-Você cresceu bastante. - comentou ela.

-E você virou uma covarde. - comentou também com um sorriso e cruzando os braços.

-Não tire conclusões precipitadas Nono-Chan. - o menino ficara desconcertado sendo chamado pelo apelido de infância.

-Não me chame assim... É vergonhoso agora.

-Você fica fofo quando está envergonhado. - disse sorrindo mais uma vez.

-Os pombinhos podem fazer alguma coisa que não seja isso. Estou ficando um pouco desconcertado com essa cena toda Eu esperando um ataque mortal, mas na verdade é um encontro de amantes profissionais! - berrou Seiji nervoso.

-Amantes? - essa palavra Akemi também não conhecia. E o Nono-Chan ficou vermelho com tal palavra dita.

-N-não s-somos a-amantes... - dissera ele.

Depois de alguns comprimentos dados pelos dois lados. Seiji descobrira que aquele menino era Yano, filho de Erick, mais conhecido por Cobra o dragon Slayer de veneno. Já sabiam que ele pertencia a tal guilda das trevas, mas ele logo explicou o seus motivos.

Cobra havia ingressado no conselho mágico e agora trabalhava para eles. Seu filho queria ajuda-lo de alguma forma a esquecer o passado obscuro do pai, e tentar de alguma forma também a resolver os problemas que estavam tendo com o conselho. Cobra procurou ajuda para enfrentar tais pessoas da guilda das trevas que tem como nome Renaissance Black, seu simbolo é uma cruz egipícia negra com uma pedra de cor vermelho sangue.

Yano também disse que entrou na missão de seu pai, porque ele havia lutado contra eles e perdido e no momento se encontrava em coma. O menino não queria que o pai acordasse e descobrisse que havia fracassado na missão que tanto demorou para realiza-la. E o menino prometera que antes do pai acordar,ele teria finalizado sua missão.

-Isso realmente é se chamar de Homem. - rugiu Seiji fazendo Akemi o olhar com um olhar mortal por debochar de seu pai.

-É podemos dizer que sim. - disse ele rindo baixo. Akemi se prontificou a olhar as vestes dele, que eram uma camiseta branca com um casaco sem mangas preta com os detalhes em vermelho, calças escuras um cinto prateado e tênis pretos. Suspirou ao se lembrar do garoto tosto que corria atrás dela e que não sabia que no futuro se tornaria um mago que se infiltra em guildas das trevas e acha que pode lutar contra eles. - Minha irmã deve estar bem louca atrás de nós. Minha mãe vai me matar quando souber que ela me encontrou e que me ajudou nisso tudo.

-Irmã? - perguntaram os primos ao mesmo tempo.

-Desculpem, ela não é minha irmã de sangue só que nossos pais se encontraram e resolveram se casar, foi isso.

-Ah! Achei você. - disse alguém surgindo do nada e pulando em cima de Yano, deixando-o vermelho com isso.

-Naomi! Sai de cima de mim. - pediu gritando a irmã.

-Por quê? Não quer que a sua namoradinha o veja desta maneira? - perguntou a garota acima dele. Os cabelos róseos e curtos balançavam-se diante da risada repentina dela. Mas o que chamou mais a atenção de Seiji, foram os fones de ouvido grandes e de cor amarela.

E Akemi pela primeira vez se sentiu transformada por um garoto que simplesmente obrigou-se a odiar para sempre, mas que no fundo sempre se sentira feliz com sua companhia.


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Notas finais do capítulo

Gente o Yano é tão fofo! E lindo... Eu tentei desenha-lo e meio que não deu certo... Mas eu o encontrei com o tio Google.
No próximo capítulo vou apresentar as imagens das meninas O.K.?
Beijos e obrigada por lerem.