Cartas Para Julieta escrita por Luuh


Capítulo 2
Capítulo 2




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Cartas para Julieta

Capitulo 2

“ A casa da Julieta era um lugar perfeito, tirando o fato de que todas as mulheres choram ao escrever a carta a ela, pedindo ajuda sobre conselhos amorosos. Como se a Julieta tivesse tido uma ótima paixão.

Claro que eu falo da tragédia, mas tirando a morte dos dois, foi algo tão repentino, quase magico que aconteceu, ninguém imaginaria que no dia seguinte que você conhece um cara você se case com ele, mas ela fez.

Ela estava apaixonada por Romeu e ate morrer por ele, ela morreu, uma coisa difícil de se ver hoje em dia, um amor forte que faça você morrer. Digo na vida real porque, em filmes, isso acontece.”

Eu observava o murro e escrevia, via que uma mulher tirava todas as cartas e colocava em uma grande cesta, depois ela saiu da casa, aquilo me chamou atenção. Porque ela queria as cartas que as mulheres colocam ali?

Segui ela até um restaurante que se chamava “Cartas Para Julieta” era com uma estrutura antiga e bem lindo, entrei atrás dela e vi que ela tinha subido uma escada, subi atrás e a vi colocando a cesta sobre uma mesa com mais 3 pessoas sentadas, ela se sentou junto. As mulheres começaram a dividir as cartas entre elas e começaram a ler.

Bati na porta e as mulheres me olharam.

- Vocês falam a minha língua? – Perguntei

- Ainda bem – A mulher da cesta falou – Pegue essa cesta e como eu posso falar, mergulhe!

- Mergulhar? – perguntei confusa.

- Você não é a tradutora da agencia não é? Estou esperando a semanas – Ela falou meio decepcionada.

- Eu sinto muito. Meu nome é Catherine e eu só segui você porque eu vi você colocando as cartas na cesta e eu quis saber o porque. – Falei

- Porque? – Ela falou e olhou para minha mão, onde estava meu caderno. –Você é escritora.

- Não, eu sou detetive na verdade, escrevo nas horas vagas – disse

- Eu vou te mostrar – ela falou e me levou ate a janela onde muitas turistas passavam – Elas veem de todo os lugares do mundo, todo o dia.

- Mas pegar essas cartas, não é como pegar moedas de uma fonte do desejo? – perguntei

- Quem vai responde-las? – ela perguntou

- Vocês são Julietas – Falei e sorri, isso era diferente.

-Secretarias na verdade – ela falou e me levou ate a mesa – Aquela é Donatela, ela é casada a 50 anos com o mesmo homem, cuida de problemas com o casamento e maridos.

- Maridos são como vinho, demoram muito para amadurecer – Donatela falou e eu ri

- Ashley é enfermeira e cuida de doenças e perdas. E a Maria – ela suspirou.

- Porque sempre suspira quando diz o meu nome? – Ela pergunta

- Ela tem 12 filhos, 29 netos e 16 bisnetos. Ela escreve o que você quer – ela fala

- E você? – perguntei.

- Tess escreve as que mal da pra ler – Ashley falou.

- Corações partidos, romances mal resolvidos. Alguem tem que fazer – ela falou

- O jantar está pronto – Uma pessoa gritou.

- Quer ficar para jantar? – Tess me perguntou.

- Não eu não posso – falei e nós descemos.

- Minha mãe se sente ofendida – Ela falou e nós encontramos uma senhora na escada.

- Vamos – ela falou e todas foram para a mesa, menos eu. – Você não vai jantar?

- Não eu tenho que ir – falei e Tess riu da mãe.

- Eu cozinho um jantar para a Verona inteira e ela diz não – ela falou.

- Desculpe, mas eu tenho que encontrar meu noivo – Falei

- Noivo? – Ela repetiu e riu.

- Parabens – as meninas falaram.

- Leve isso para você e seu noivo – a mãe da Tess me entregou uma sacola

- Obrigada – falei e caminhei de volta ao hotel. – Boa noite gente.

- Boa noite – me responderam.

Cheguei no hotel 10 minutos depois e Evan já estava lá, ele sorriu quando me viu.

- 120 km de ida e volta e eu cheguei primeiro que você – ele falou.

- Parabens – falei e me sentei na cama

- Como foi Verona sem mim? Chato? Meio Chato? – Ele perguntou.

- Meio chato – falei – eu conheci as secretaria da Julieta.

- Julieta tipo Julieta Capuleto? – Ele perguntou.

- Sim, essas mulheres vem de todo os lugares do mundos para escrever cartas e as colam na parede, ai vem essas secretaria e pegam as cartas e respondem elas. E elas fazem isso porque querem...

- O que tem na sacola? – ele peguntou.

- Não sei. Ai secretarias pegam as cartas todos os dias, e escrevem, todos os dias, o trabalho delas é incrível e... – não terminei porque ele me interrompeu quando comia o que tinha dentro da sacola.

- Isso é incrível – ele falou. – Prova, é muito bom.

Mordi o doce e era bom mesmo, eu tinha que me acostumar com o Evan fissurado por comida, as vezes eu preferia ele no necrotério, vendo os mortos lá em NY do que abrindo um restaurante.

Era de manha e Tess e eu estávamos no restaurante da sua mãe, Evan conversava com a mãe dela.

- Seu Evan é encantador – ela falou e ele apareceu.

- Essa mulher é incrível, acho que eu to apaixonado por ela – ele falou.

- Você está apaixonado por ela? – Perguntei.

- To sim – ele falou para tirar sarro da minha cara – Ta bom, se você falar não eu não faço.

- Fazer oque? – peguntei

- Ela se ofereceu para me dizer uns segredos – ele falou

- Mas a gente não ia no Lago di Garda hoje? – perguntei.

- Mas o lago está lá a 500 anos, a Angelina esta se oferecendo para me ajudar hoje! Afim eu to aqui, quer dizer, nós estamos aqui.

- Se você quer aprender, tem que observar – Angelina falou.

- Viu, eu estou de mão atadas – ele foi ate ela.

- Você pode nós ajudar hoje – Tess falou.

- Tudo bem – falei e nós duas saímos do restaurante.

Tess pegou a cesta e começamos a caminhar ate a caixa do correio.

- A quanto tempo estão noivos? – Tess perguntou

- A quase um ano – respondi

- E seria muita indelicadeza perguntar porque não usam aliança? – Tess perguntou, colocando as cartas dentro do correio.

- É mais uma coisa minha, eu não quis usar. E ele estava ocupado com o restaurante e eu achei melhor não – falei meio enrolada.

- Eu acho que todas merecem uma aliança – Tess falou.

Eu sei que ela estava certa, mas eu sei que Evan não teria tempo de conseguir comprar uma aliança com todos os casos em NY e o restaurante. Nós voltamos a casa da Julieta e o murro já estava cheio de cartas.

Ajudei Tess a pegar todas as cartas, que não eram poucas, quando eu fui pegar uma presa dentro da pedra, ela saiu, junto com a pedra, revelando um buraco dentro do murro. Achei estranho o buraco e vi que tinha um envelope lá dentro.

Peguei  e li o que estava escrito no envelope.

“Julieta - Verona

Claire Smith- Oxford, Inglaterra.”

Tess olhou para mim e eu guardei a carta, assim que chegássemos no restaurante eu iria ler. Terminamos de recolher todas as cartas e voltamos até o restaurante. Passei longe da cozinha para Evan não me mostrar algo espetacular de comida. Eu queria ler a carta.

Chegamos a sala das secretarias e eu peguei a carta e tirei do envelope, com medo da carta rascar, por estar com a folha envelhecida. Todas ficaram me perguntando da carta, então comecei a ler em voz alta.

“Não fui me encontrar com ele Julieta.

Não fui me encontrar com o Lorenzo, seus olhos inspiravam tanta confiança, prometi que me encontraria com ele para que fugíssemos juntos porque meus pais não aprovam nossa união, em vez disso eu o deixei esperando por mim debaixo da nossa arvore, pensando onde eu poderia estar.

Agora estou em Verona e volto para Londres de manha e estou com tanto medo  por favor Julieta me diga o que fazer. Meu coração esta partido e eu não tenho ninguém pra falar.

Com amor, Claire.”

- E ficou la todos esses anos? – Donatela perguntou assim que eu terminei de ler. Concordei com a cabeça – Eu acho que ela voltou para encontrar seu grande amor.

- E eles tiveram 10 filhos e ainda fazem amor apaixonadamente – Maria continuou.

- Só que ele engordou e ficou careca e ela faz todo o trabalho de casa. – Ashley falou.

- Ashley – As três falaram ao mesmo tempo.

- Ou ela ficou em Londre e se casado com o Duque e viveram felizes para sempre – Donatela mudou de ideia – Assim como eu.

- So que você se casou com um contador e não com um Duque – Ashley falou

- Ninguem é perfeito – Donatela falou.

- Eu aposto quando ela faz amor com o Duque, ela pensa no seu primeiro amor, Lorenzo – Maria falou e eu ri.

- Tess, eu preciso responder – Elas se olharam e Tess me estendeu uma folha.

- Então responda – Ela falou e eu me sentei na mesa.

Nós começamos o trabalho todas juntas, eu estava focada em escrever a carta para Claire, todas já estavam acabando varias cartas e eu ainda estava na primeira. Assim que acabei a dobrei e pus no envelope, peguei a carta antiga e coloquei junto. Selei e coloquei na cesta com as outras cartas.


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