Um Destino A Dois escrita por Laura Marie


Capítulo 17
Apenas alguém


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Este capítulo contém relatos relacionados aos filmes "X-Men:O Filme" e "X-Men 3: O confronto final".

Espero que gostem! ;-)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/383981/chapter/17

As horas pareciam que não passavam naquele dia. Era um triste e frio domingo para Vampira. Ela ainda não acreditava no que fizera na noite passada. Apesar dos erros de seu namorado, ele implorou, e até se humilhou, pelo seu perdão. No entanto, a raiva falou mais alto, e ela o feriu profundamente. Vampira, realmente começou a ficar arrependida. Talvez ela tivesse pegado pesado com ele, e começou a reconsiderar que, se ela realmente o amasse, teria esquecido o passado dele. Aliás, até o momento, ele tinha sido ótimo para ela. No entanto, agora poderia ser tarde demais para arrependimentos.

Naquela tarde fria de domingo, Vampira estava sentada em um banco, e mergulhada em seus pensamentos. Ela não sabia o que fazer, e temia que Gambit a odiasse agora. Além da agressão, as suas palavras foram duras e cruéis.

De repente, Vampira se despertou de suas reflexões quando sentiu a presença de alguém se aproximando.

- Ei, Vampira! – Disse Logan, assim que chegou próximo a ela.

Vampira o olhou timidamente, pois estava envergonhada pelo ocorrido na noite anterior. Além disso, ela já estava esperando por uma bronca vinda do Logan.

- Oi...!

- Posso me sentar aqui?

- Uhum! – Vampira desviava o olhar.

Em seguida, Logan se sentou ao lado dela, aparentemente calmo. Um breve silêncio surgiu entre eles. Vampira começou a estranhar o fato de que Logan ainda não havia começado a bronca.

- Tudo bem, eu já sei o que você vai me dizer! – Vampira quebrou o silêncio e, finalmente, o encarou – Você vai me dizer coisas do tipo: “Viu só? Eu te avisei!”.

Logan, definitivamente, não parecia que estava ali para dar sermões. Ao ver a reação de Vampira, ele sorriu levemente, e então preferiu começar a falar.

- Olha Vampira, eu não estou aqui para te julgar.

- Como não? Além daquela cena lá no quarto, você já vinha me alertando há um bom tempo. Mas eu ignorei...

- Sim... Mas eu creio que você preferiu arriscar porque você achou que isso estava certo.

Vampira arregalou os olhos. Fazia um bom tempo que Logan não era compreensivo com ela, mais precisamente desde o dia em que ela partiu da mansão para tomar a cura.

- Acho que eu tenho sido protetor demais;.. – Logan desviou o olhar – Você se lembra do que eu lhe disse antes de você ir embora da mansão para tomar a cura?

Ao ouvir esta pergunta, um flash back passou pela cabeça de Vampira.

- Você disse que não era meu pai, mas sim meu amigo.

- Exato!

- Logan, me desculpe! Acho que eu não tenho sido legal com você... – Vampira decidiu se virar para ele.

- Tudo bem... Eu não sei o que aconteceu exatamente entre você e o Gambit, mas acho que não tenho o direito de me intrometer nisso.

Vampira sorriu levemente. Ela sentiu um alívio ao ver que Logan estava sendo cuidadoso com ela, assim como ele sempre foi.

- Você também se lembra de quando fugiu da mansão e eu te achei em uma ferroviária?

- Sim... – Vampira abaixou a cabeça ao se lembrar de seu passado.

- Eu também te prometi uma coisa naquele dia...

Vampira levantou a cabeça imediatamente quando se lembrou do que Logan tinha a dito naquele dia.

- Eu prometi que cuidaria de você, e eu quero manter esta promessa – Logan dizia com uma voz suave – Não importa o que você decida, Vampira. Eu sempre vou estar com você!

Todas aquelas palavras eram exatamente o que Vampira precisava ouvir naquele momento. Ela se sentiu segura e um sorriso surgiu em seu rosto. Em seguida, ela abraçou o seu amigo.

- Obrigada, Logan!

Logan ficou alegre ao ver que tinha tranqüilizado a Vampira. Mas, de repente, em meio ao abraço, Vampira decidiu desabafar uma dúvida que culminava em sua mente.

- O que você acha que eu devo fazer?

- O quê? – Wolverine não compreendeu muito bem a pergunta.

- Eu acho que fui um pouco grossa com o Gambit – Vampira se soltou de Logan e voltou a olhá-lo – Ele cometeu graves erros no passado, e tentou se desculpar... Mas ao mesmo tempo em que eu sinto raiva dele, eu também sinto que devia dá-lo mais uma chance... Na verdade, eu não sei...

Wolverine pôde perceber o que estava acontecendo com Vampira. Ele a encarou seriamente e deu o seu conselho:

- Vampira, eu não posso decidir o que você deve ou não fazer. Isso apenas cabe a você.

Vampira começou a entender o que Logan queria dizer. Então, um sorriso voltou a surgir em seu rosto, e ela, novamente, o abraçou.

- Obrigada, Logan! – Após o abraçar, Vampira se levantou.

- Aonde você vai?

- Eu acho que já sei o que devo fazer! – Vampira parecia estar cheia de vida novamente.

Logan apenas sorriu e acenou enquanto ela já ia em direção à mansão. Ele também se sentiu aliviado ao ver que Vampira estava novamente alegre.

Vampira estava determinada sobre o que iria fazer. Ela iria até Gambit para pedir perdão pelo infeliz ocorrido na noite passada, e também perdoar o seu passado. Agora, Vampira tinha mais certeza de que ela amava Gambit mais do que tudo!

“Eu o amo, e eu não posso mudar isso!”, ela pensou enquanto corria em direção ao seu quarto. Assim que chegou lá, Vampira se arrumou, e até se lembrou de usar o colar que Gambit tinha lhe dado. Após terminar, ela pegou a sua bolsa e foi rumo à garagem. E assim que subiu em sua moto, ela deu a partida imediatamente.

----------------------------------------------------------------------------------------------------

Naquela tarde, Remy ainda estava acordando. Ele havia adormecido no sofá da sala, nem se quer tinha trocado de roupa, apenas optou por tirar a camisa, e simplesmente se jogou no sofá quando chegou ao apartamento na noite passada. Seus olhos mal conseguiam ficar abertos, e sua cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento.

Realmente ele havia tido uma noite difícil. Após a sua discussão com a Vampira, ele foi para um bar, a fim de tentar esquecer as suas decepções. Ele pediu uma bebida forte e, inicialmente, preferiu ficar sentado próximo ao balcão. Infelizmente, Gambit chegou à conclusão de que tinha perdido Vampira para sempre. Depois da discussão que tiveram, ficou evidente que ela só sentia ódio e desprezo por ele. Gambit a amava muito, e as palavras ditas a ele foram duras demais para serem suportadas.

Assim que terminou a sua bebida, Remy foi até a mesa de sinuca. Desta vez, ele descartou os seus jogos de cartas, já que, naquele momento, a sorte parecia não estar ao seu lado. De certa forma, ele estava tentando esquecer a Vampira, mas não obtinha muito sucesso nisso. Ele sempre estava se lembrando dela. Em meio ao jogo, ele se lembrou que, na primeira vez que a tinha visto, ele estava exatamente ali, perante a uma mesa de sinuca. Naquela época, Gambit nem se quer imaginou que as coisas chegariam até onde haviam chegado.

Durante uma pausa no jogo, uma mulher muito atraente se aproximou de Gambit, levando uma bebida. Ele aceitou, e chegou a trocar alguns galanteios com ela, mas não demorou muito para que ele voltasse a se concentrar no jogo. Ainda persistente, a mulher se sentou em cima da mesa em frente ao Gambit, o colocando entre as suas pernas. No entanto, por mais difícil e incrível que pareça, ele recusou. Pela primeira vez, Gambit não aceitou os desejos de uma mulher. Apesar da dor e dos infelizes acontecimentos, ele jamais conseguiria substituir a “sua” Vampira. E assim que ouviu a recusa, a mulher, imediatamente, foi embora se sentindo constrangida e chateada.

Voltando àquela manhã, após conseguir se levantar do sofá, Remy começou a se lembrar do que realmente havia acontecido no dia anterior. Ele ainda não acreditava, mas o seu relacionamento parecia estar estagnado. Se Vampira já possuía uma imagem ruim sobre ele, agora ela tinha uma impressão pior ainda. Gambit ainda conseguia sentir a mão de Vampira estalando em seu rosto, e também recordava de sua voz dizendo àquelas tristes declarações.

Para tentar se despertar melhor, e também aliviar a sua cabeça, Gambit decidiu ir tomar um banho. No entanto, mesmo com a água escorrendo pelo seu corpo, ele ainda não conseguia relaxar. Ele não sabia o que deveria fazer. O seu futuro jamais estava tão incerto como agora. Após terminar o banho e se vestir, Gambit foi até a cozinha, mas descobriu que ele não tinha nenhum apetite. De repente, ele se lembrou de algo e voltou ao seu quarto. Chegando lá, ele abriu uma gaveta da cômoda e retirou algo que parecia ter sido descartado. Gambit pegou um maço de cigarros. Fazia um bom tempo que ele havia parado de fumar, mas a sua atual situação o forçou a quebrar a abstinência.

Gambit voltou para a cozinha, se sentou perante a uma mesa, e começou a fumar um cigarro. O seu coração nunca havia estado tão pesado, e Gambit jamais tinha se sentido tão fraco. Naquele momento, ele odiava a si mesmo. Por mais que ele tivesse mudado, o seu passado ainda continuaria o condenando. As suas ações passadas afastaram a sua amada.

De repente, a campainha dispersou os seus pensamentos. De início, ele achou que o som da campainha tivesse sido apenas uma impressão, mas não demorou muito para que o som se repetisse. Ao ouvir a campainha novamente, um sorriso surgiu em seu rosto.

- Marie? – Disse ele consigo mesmo. Por mais que fosse improvável, ele acreditou que a sua Vampira teria retornado para ele. Gambit não a odiava, nem se quer estava chateado com ela. Ele a amava mais do que tudo, e o que ele mais queria agora era poder senti-la em seus braços.

Imediatamente ele se levantou, e jogou o cigarro dentro da pia. Em seguida, ele foi às pressas para atender a porta. No entanto, assim que abriu, o sorriso de alegria em seu rosto desapareceu. Gambit engoliu seco, e um olhar surpreso mesclado com certa decepção surgiu em seu rosto.

- Olá, Remy! – Disse uma voz feminina. 

- Bèlle !? – Gambit estava quase sem voz.

Outra pessoa de seu passado bateu em sua porta. Fazia anos que Gambit não a via, mas parecia que a sua aparência não havia mudado quase nada. Desta vez, quem apareceu em seu apartamento era uma mulher loira, de olhos azuis, bonita e elegante. Ela é Belladonna Boudreaux, atual líder do clã dos assassinos e ex-esposa de Remy LeBeau.

Gambit a encarava com espanto. Ele sabia que sua ex-esposa queria vê-lo, mas nunca pôde imaginar que ela iria até ele.

- Faz muito tempo, Remy! – Disse Belladonna enquanto já entrava no apartamento.

- Ouí! Mas o que veio fazer aqui? – Remy, ainda incrédulo, foi atrás dela e até se esqueceu de fechar a porta.

- Oras! Qual é o problema de eu querer visitar... Um velho “amigo”? – Belladonna se virou para ele e sorria, enquanto retirava o lenço que estava amarrado em sua cabeça.

- E a sua visita tem alguma coisa a ver com o fato de que o meu irmão também veio aqui? – Gambit não estava muito contente com aquela visita inesperada.

- Non! Aliás, acho que ele nem sabe que eu vim até aqui. Após a pacificação dos clãs, eu tenho conversando muito com ele, principalmente sobre você! – Belladonna se aproximou mais de Remy e também possuía um olhar malicioso.

- Mas isto ainda não responde a minha pergunta. O que você quer?

- Eu já disse que eu queria te ver! Afinal, já faz tantos anos! Há quanto tempo mesmo? 19 anos?

- 18! – Gambit a corrigiu com um tom impaciente – Eu já sei que você assumiu o grêmio dos assassinos e que entrou em acordo com os ladrões, e também decretou a minha anistia. Então se você veio até aqui em busca do meu agradecimento, então já se considere agradecida!

Belladonna apenas o respondeu com um sorriso. Ela se aproximou mais, e começou acariciar o seu rosto.

- Os anos têm sido generosos com você, Remy... Você não envelheceu nada!

- Você também não mudou muito, Bèlle... – Gambit desviou o olhar e retirou a mão dela de seu rosto.

- Remy, eu tenho que lhe confessar uma coisa... Quando eu decretei o acordo de paz entre os ladrões e assassinos, eu tive a esperança de que você voltaria para casa e que... Continuaríamos onde paramos...

- Bèlle, por favor, compreenda! Por mais que nós nos amássemos, aquele casamento jamais daria certo! – Remy se afastou.

- Por que não daria certo? Não me diga que você só estava se casando comigo porque o clã lhe obrigou!

- Eu não posso dizer que eu não gostava de você... Mas aquilo não estava certo... Você merecia algo melhor... Éramos jovens naquela época, não sabíamos direito o que estávamos fazendo.

- Mas eu sabia! – Belladonna se aproximou dele novamente.

- Bèlle... – Gambit não sabia mais o que dizer.

- Você nunca sentiu saudades de casa? E de mim? – Não havia mais distância entre Remy e Belladonna. Naquele momento, marido e mulher haviam se reencontrado após longos anos de separação.

Gambit não sabia o que responder, então um breve silêncio permaneceu entre eles enquanto ficaram se encarando. Mas de repente, Gambit avistou outra pessoa na porta de seu apartamento.

- Marie?

Vampira havia acabado de chegar e se deparou com a porta do apartamento aberta, avistando o seu namorado com uma estranha mulher. Vampira, que havia ido até lá para perdoá-lo, ficou sem voz e sentiu o seu corpo tremer. Belladonna se afastou de Remy e se virou para ver quem é que havia chegado. Vampira nunca havia visto aquela mulher, mas pôde imaginar quem seria.

Apesar de ter ficado feliz, Gambit também ficou surpreso. Além disso, ele não queria que Vampira o visse justamente naquela situação.

- Me desculpe...! Eu não queria interromper! – Vampira disse com uma voz trêmula, e em seguida, foi embora.

- Marie! Espera! – Gambit deixou Belladonna e foi imediatamente atrás de Vampira.

Vampira caminhava apressadamente, mas, ao contrário da última vez, Gambit conseguiu impedir que ela fosse embora, segurando-a pelo braço.

- Vampira, eu posso explicar!

- Você não tem que me explicar nada! Mas nós mal discutimos e você já está saindo com outra pessoa! – Vampira soltou o seu braço e desviou o olhar.

- Mas não é isso...

- Olha Remy, eu não vim aqui para discutir com você. Na verdade... Eu vim para te devolver isso! – Vampira retirou o seu colar, e entregou a ele.

Obviamente, este não era o objetivo da vinda de Vampira. No entanto, ela ficou confusa ao ver Remy com outra mulher em seu apartamento, fazendo com que ela imaginasse outra situação.

- Mas Marie... Eu lhe dei de presente! – Gambit ficou sem chão.

- Sim... Mas eu não o quero mais! – Vampira colocou o colar na mão de Gambit – Você me deu este colar quando nós estávamos juntos, mas agora nós não estamos mais! Acabou tudo, Remy! Você está livre agora!

- O quê? – Gambit não acreditou no que acabara de ouvir.

- Não existe mais nada entre nós. Não existe mais “nós”... É isso que eu queria falar com você... – Vampira tentava ser convincente em sua mentira, mas não demoraria muito para que ela começasse a chorar. Então, para evitar mais constrangimentos, ela se virou e decidiu ir embora.

- Não! Marie, por favor! – Gambit a segurou novamente.

- Remy, pare! – Vampira se soltou e se virou a ele – Se você ainda gosta de mim, então me deixe ir... Por favor!

Ao ouvir esta condição, Remy não teve escolha e deixou a sua amada ir embora. Ele ficou em silêncio e abaixou a cabeça para não vê-la partir. Assim sendo, Vampira foi embora decepcionada e com o seu coração estraçalhado. O que ela mais queria era se reconciliar com homem que amava, mas infelizmente, ela se deparou com uma imagem inoportuna.

Gambit sentia ódio de si mesmo cada vez mais. Em seguida, ele olhou para o colar em sua mão e se arrependeu por tudo que tinha feito. De certa forma, ele não tinha culpa pela visita de Belladonna, mas isto também não favoreceu a sua situação. Gambit apertou o colar em sua mão e voltou para o apartamento, a fim de pegar o seu capacete para, em seguida, ir atrás de Vampira.

Ao retornar ao apartamento, Belladonna ainda estava à sua espera na sala de estar.

- Eu já imaginava que você estaria acompanhado por aqui...

Gambit não a respondeu, apenas a encarou com um olhar raivoso enquanto procurava pelas suas chaves.

- Não entendo porque ela sentiu ciúmes de mim... A menos que esta “Marie” sinta algo a mais por você... – Belladonna continuou provocando.

- Ela é a minha namorada e eu não devo satisfações a você! – Gambit finalmente a respondeu, mas de maneira rude.

- Namorada? – Belladonna dizia sarcasticamente – Eu não acredito nisso! Mas você não acha que ela é muito nova pra você?

Remy, novamente, preferiu não a responder. Ele foi ao quarto rapidamente e pegou o seu capacete.

- Já que você decidiu ser fiel a compromissos agora, você não acha que uma mulher mais madura não seria o ideal para você? – Belladonna o provocava ainda mais.

- Bèlle, eu acabei de dizer que não devo satisfações a você... Se me der licença, preciso sair agora! – Gambit não suportava mais as insinuações da ex-esposa.

- Tudo bem... Também estou de saída. Espero revê-lo em breve, Remy!

- Estou com pressa... Feche a porta assim que sair! – Gambit se despediu friamente e saiu às pressas para tentar consertar o seu relacionamento.

Assim que Remy foi embora, Belladonna sorriu maliciosamente, pegou o seu celular e fez uma ligação.

- “Commencer la mission maintenant!” – Belladonna apenas disse essas palavras ao telefone e, em seguida, foi embora do apartamento de Gambit.

Vampira já havia voltado ao Instituto Xavier, e chegou mais arrasada do que quando tinha saído. Inicialmente, ela estava disposta a perdoá-lo. Mas ao invés disso, ela acabou colocando um ponto final em seu relacionamento.

“Quem era ela?”, pensou Vampira enquanto estava abraçada em seu travesseiro. Aliás, ela sabia que Gambit era um galanteador, mas nunca imaginou que ele se vingaria dela usando outra mulher. Além disso, Vampira sentia ciúmes. Ela não flagrou uma cena muito comprometedora, mas a mulher que avistara com ele era realmente bonita.

Gambit já tinha tido várias mulheres, e talvez aquela fosse apenas uma delas. No entanto, uma vaga lembrança passou pela mente de Vampira.

- Será que ela é a... – Vampira ia se indagar quando foi interrompida por uma batida na porta – Entre!

Assim que Vampira deu a permissão, Kitty abriu a porta do quarto.

- Kitty? – Vampira ficou um pouco surpresa.

- Oi, Vampira! Eu posso conversar com você?

- Sim... Pode entrar!

Kitty entrou timidamente no quarto e preferiu ficar em pé ao lado da cama.

- Eu sei que já faz um bom tempo, mas eu vim me desculpar por aquele clima estranho no refeitório naquele dia...

- Está tudo bem... Eu nem me lembrava mais disso! – Vampira realmente não guardava rancor.

Kitty sorriu timidamente e foi correspondida com um leve sorriso de Vampira. Em seguida, um breve silêncio surgiu entre as duas, e Kitty pôde perceber que havia alguma coisa errada com a Vampira.

- Você está bem?

- Sim... Eu acho – Vampira tentava esconder a sua frustração.

- Tem certeza? Aconteceu alguma coisa?

- Você ainda não está sabendo?

Kitty imaginou o que poderia ter acontecido, mas preferiu não responder. Ela também pôde perceber que Vampira se sentia frustrada. Então, para tentar ajudar a amiga, ela se sentou na cama e arriscou um diálogo.

- Vampira, eu sei que nós duas não estamos conversando muito bem, mas se precisar de ajuda...

- Obrigada Kitty! – Apesar dos maus entendidos entre as duas, Vampira pôde sentir confiança nas palavras de Kitty.

- Vocês terminaram?

- Sim... Na verdade, eu tinha ido ao apartamento de Gambit para reconciliarmos. Mas quando cheguei lá, ele estava com uma mulher...

- Uma mulher? O que aconteceu? – Kitty ficou preocupada.

- No momento em que cheguei, eles só estavam conversando... E eu acho que sei quem é aquela mulher...

- E quem seria ela?

- A ex-esposa dele... – Vampira desviou o olhar.

- Gambit já foi casado? – Kitty ficou surpresa.

- Sim... A nossa briga de ontem foi porque eu descobri isso. Ele escondeu o seu casamento de mim por todo este tempo... Além de outras coisas passadas também...

- Vampira, eu sinto muito...

- E pelo visto eu acho que eles estão reatando... – Vampira tentava esconder as suas lágrimas.

- Poxa, Vampira... Talvez você esteja enganada... – Kitty tentava acalmar a amiga.

- Eu não sei, Kitty... Eu me sinto tão tola! – Vampira não conseguia se segurar mais. Ela escondeu o seu rosto com as mãos e começou a chorar.

- Vampira, não fique chateada! Talvez isso tudo se passe de um mal entendido, e você sempre pode contar com a gente! – Kitty se aproximou de Vampira e segurou uma de suas mãos enluvadas.

Vampira parou de chorar e se sentiu um pouco segura com o apoio de Kitty.

- Obrigada! – Vampira sorriu e a abraçou.

- Amigas são para estas coisas, não é mesmo?

Após anos de amizade, rivalidade e pesares, Kitty e Vampira eram novamente amigas.

----------------------------------------------------------------------------------

Já fazia dois dias que Vampira havia terminado o seu namoro, e até o momento, Gambit não havia a procurado. Com isso, Vampira passou a acreditar que ele realmente já tinha superado tudo, e que reatou o seu casamento com Belladonna. Apesar de ela mesma ter rompido o relacionamento, Vampira ainda o amava e tinha uma esperança de que ele tentaria reverter a situação. No entanto, aparentemente isso não aconteceu.

Ela não poderia voltar atrás. As feridas de seu coração foram abertas novamente. Agora, as palavras e sentimentos que Remy havia transmitido a ela não se passavam de mentiras. Vampira jamais havia se sentido tão intocada.

No entanto, apesar da dor, Vampira não podia se abater. Ela era uma X-Men e professora no Instituto Xavier, possuindo outros compromissos importantes. E conforme o planejado, ela não poderia deixar que o seu relacionamento interferisse no trabalho. Então, apesar de sua tristeza ainda ser evidente, ela continuou dando aulas, mas tendo que suportar cochichos e estranhos olhares nas salas de aula e corredores.

Após o término das aulas naquele dia, Vampira foi abordada por Pete quando saía da sala.

- Oi, Vampira! Você tem visita.

O coração de Vampira acelerou ao ouvir as palavras de Pete. Será que Gambit decidiu voltar atrás? No entanto, ela já havia se humilhado demais, então preferiu não arriscar.

- Sinto muito, mas eu não quero ver ninguém agora...

- Tem certeza? Parece que é um pouco urgente...

- Quem é? – Vampira começou a estranhar.

- A pessoa não quis dizer o nome, mas disse que é um conhecido – Pete também estranhou – Pelo sotaque eu pensei que era o Gambit, mas eu acho que não é ele.

Então, se não era Gambit, Vampira não fazia idéia de quem poderia ser.

- Mande-o entrar! Estarei esperando na sala – A curiosidade de Vampira falou mais alto.

Seguindo a ordem de Vampira, Pete autorizou a entrada do estranho na mansão. E não demorou muito para que o misterioso homem já estivesse na sala. Assim que Vampira foi até lá, ela teve uma imediata surpresa.

- Você !?

- Olá, mademoiselle! Acho que ainda não fomos apresentados... – Disse o homem enquanto retirava o seu chapéu – Eu sou Henri LeBeau, irmão mais velho de Remy.

Vampira havia o reconhecido. Ela jamais esqueceria a imagem do homem que havia revelado o passado de Gambit. Henri aparentava ser muito mais velho que Remy. Usava bigode e também já era um pouco calvo. No entanto, Vampira não fazia idéia do por que daquela visita.

- Eu já ouvi falar de você...

- Também ouvi falar sobre você, mademoiselle. Por isso estou aqui.

- Desculpe-me, mas eu não estou entendendo – Vampira tinha um olhar confuso.

Antes de começar a explicar os detalhes, Henri soltou um suspiro.

- Eu vim pedir ajuda.

- Ajuda? – Vampira ficou ainda mais confusa, mas também preocupada.

- Ouí! – Henri também parecia preocupado.

- Mas o que aconteceu?

- Remy desapareceu!

- O quê? – Vampira se assustou com a resposta de Henri. Agora só caberia a ela decidir se realmente valeria à pena ajudar a procurar o homem que havia partido o seu coração.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pessoal, quero aproveitar aqui para agradecer a todos que estão acompanhando a fic!

Fico feliz em saber que muitos têm gostado da história! ;-)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Destino A Dois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.