Friendly Living escrita por Meire Connolly


Capítulo 15
Capítulo XV. Jack


Notas iniciais do capítulo

SEUS LINDOS ME DESCULPEM PELA DEMORA, OUVIRAM? EU ESTOU MORRENDO AQUI! Não é sério, tipo, eu to muito ruim, e agora minha mãe suspeita que minha irmã esteja com catapora, e eu não peguei catapora nunca na minha vida! Ah! Ok, ela suspeita que eu esteja também.
Levei muitas picadas ultimamente, tem umas dez bolinhas vermelhas no meu corpo, mas eu NAO ESTOU CATAPORA.
Amo vocês!
Hum, EMILLY! VENHA CÁ GURIA, PRECISAMSO CONVERSAR.
Eu acho (tenho a quase certeza) de que você não vai gostar tanto desse capítulo. Sim, ele é dedicado a senhorita, mas, eu tenho a certa impressão de que você não curtirá muita, assim, sei lá, enfim, o foco não está somente no couple que você pediu, sabe, então, ah, sei lá, espero que goste Emilly!
LEIAM O CAPÍTULO E COMENTEM LEITORES FANTASMAS!



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JACK FROST

 

Jack apertou o passo. Estava atrasado. Odiava estar atrasado, principalmente para coisas que poderiam mudar a sua vida; mas estava atrasado. Passou a mão por cima da camisa branca, numa tentativa, falha, de ajeitá-la.

O menino bufou irritado. A lua já estava no topo do céu, uma lua cheia e brilhante. As estrelas seguiam seu curso e brilhavam também. O rapaz poderia sentar em um banco e ficar as olhando; se não estivesse atrasado.

Andou mais um pouco e viu a escola. Por um segundo pensou em dar meia volta e sentar no banco de uma pracinha que tinha ali, mas seu futuro estava em jogo, e Jack queria ganhar esse jogo. Correu até a porta da escola.

Vários carros estavam parados ao lado de fora. Carros grandes, pequenos, vermelhos, brancos, conversíveis. Jack suspirou enquanto olhava um conversível. Sabia que aquele carro era de Flynn.

Andou por aqueles corredores vazios até chegar ao pátio, onde algumas luzes iluminavam o local. Saiu em direção ao corredor oposto e aumentou o passo. Já escutava gritos e aplausos. O jogo já estava começando.

Conseguiu ver as costas da arquibancada e suspirou aliviado. Correu até o portão e se surpreendeu com a quantidade de pessoas que estavam no local. O garoto viu um lugar vazio e pensou em sentar ali, mas tinha outra coisa em mente.

Desceu as escadas e olhou para o lado do time da escola. Pretendia sentar perto de algum conhecido; no entanto, as únicas pessoas que conheciam, ou não estavam ali, ou estavam jogando, ou estavam sendo líderes de torcida. O menino bufou, mas então se lembrou de Rapunzel.

A menina não era mais uma líder de torcida, e viria no jogo; já que seu namorado era jogador, ou melhor, capitão do time. Jack bufou. Virou o rosto procurando a loira por todos os lugares, até se lembrar de onde ela estava sentada no dia treino.

Jack sorriu ao ver o longo cabelo louro de Rapunzel balançar com o pouco vento e depois voltar a posição inicial. Aumentou seu sorriso quando viu que ao lado da garota havia uma cadeira vaga, o que facilitava as coisas para Jack.

Jack andou até a fileira de cadeiras onde Rapunzel se encontrava, e começou a ir à direção da menina, ignorando todos os resmungos das pessoas em que Jack passava a frente. Assim que se aproximou o suficiente de Rapunzel, pode ver o rosto da menina se virar e então uma cara de desgosto surgir na sua face delicada.

— E ai loira? – Jack sentou na cadeira e suspirou aliviado. – Como está o jogo?

— Acabou de começar. – A menina cruzou os braços e se afundou na cadeira. Jack assentiu devagar enquanto voltava seus olhos para o jogo. O menino suspirou. – O que está fazendo aqui? – Rapunzel perguntou em meio a gritos e aplausos dos outros torcedores. Jack virou-se para encarar a moça. Seu longo cabelo louro estava solto, com uma pequena tiara cheia de pedrinhas brilhantes. Seus olhos tinham algo preto em volta, quase imperceptível; suas bochechas estavam rosadas e sua pele parecia estar macia e a mais delicada de todas; e seus lábios tinham uma coloração levemente rosada e um brilho. Jack sentiu um desejo enorme percorrer seu corpo. Queria poder tocar a bochecha de Rapunzel e colocar seus lábios nos da menina. Queria fazer isso, mas sabia que não podia. – Não vai me responder? – A menina voltou a perguntar, o que chamou a atenção de Jack.

— Ah claro! – O menino iria começar um longo discurso para tentar enrolar Rapunzel e responder a sua pergunta. Jack coçou a cabeça. – O que era a pergunta mesmo?

Rapunzel bufou e voltou seus olhos no jogo, levantando quase que imediatamente. Jack se assustou com tamanha rapidez e se acalmou quando percebeu que não havia caído da cadeira. Rapunzel batia palmas e esboçava um sorriso enorme e alegre. Jack já sabia o porquê. Levantou da sua cadeira e encarou o campo. Flynn estavam na endzone com a bola na mão comemorando. Um touchdown para Flynn Rider. Jack bateu palmas com desanimo e sentou, quando percebeu que o jogo voltaria.

Rapunzel voltou a se sentar, e parecia mais animada, como se o fato de Jack estar ali, sentado ao lado dela, não valia de mais nada. Jack resolveu encarar o jogo, já que não conseguiria muita coisa com Rapunzel, não somente pelo fato de estarem na arena do colégio, e o namorado da moça estar jogando, havia muitas luzes no local.

Jack observou o movimento de um tight-end receber a bola e ir em direção a endzone. O menino se acomodou mais na cadeira enquanto encarava o rapaz correr na arena. Por um segundo, Jack soube o que iria acontecer.

— Ele não poderia ter feito isso. – O menino comentou. Comentou em vão, porém o menino percebeu o olhar de Rapunzel sobre si e deduziu que a menina tenha escutado.

— Por quê? – Rapunzel perguntou.

Jack não olhou para a loira. Vidrou seus olhos no jogo e assim ficou. Esqueceu-se de onde estava, de quem estava ao seu lado, da pergunta de Rapunzel, de tudo; estava concentrado em ver no que a burrice daquele tight-end resultaria.

O resultado veio logo em seguida. O menino estava tão perto, mais tão perto da endzone, que alguns jogadores já estavam quase em pé, prontos para explodirem de felicidade por mais um touchdown. Precisaria de mais alguns passos, mas um safetie foi mais rápido e o empurrou com toda a força que podia. Varias pessoas se puserem em pé, mas foi para ver a tragédia que havia acontecido.

Jack se levantou mais rápido que Rapunzel desta vez, não porque gostava de ver uma tragédia, mas sim porque queria ver o que havia acontecido com o tight-end. Não via mais o rapaz, apenas um montinho em cima dele. Jack mordeu o lábio, aquilo realmente havia doido.

Viu todos os jogadres sairem de cima do tight-end caído e encarou o jogador que estava num péssimo estado. O jogador continuou caído no chão, com a cara de dor mais forte que Jack já havia visto. O menino gemeu por dentro, se lembrando das dores que já tivera.

— Por isso. – Respondeu a pergunta de Rapunzel, fazendo a menina o encarar abismada e os olhos surpresos. Jack virou seu rosto, para fitar o rosto de Rapunzel, no entanto, seus olhos encontraram os da menina. Verdes como duas pedras valiosas e esmeraldas que pareciam querer ser postas no dedo, ou no pescoço.

Jack viu as pequenas bochechas de Rapunzel ficar com certo rubor vermelho, o que fez Jack soltar um pequeno riso para si mesmo. A menina desviou o olhar e encarou a arena, abrindo a boca logo em seguida. Jack desviou o seu olhar para a cena e teve de gemer de dor mais uma vez, mesmo que não estivesse sentindo dor nenhuma.

O jogador estava numa maca e era levado rapidamente para a porta do vestiário, mas o que mais impressionava a todos, principalmente aos jogadores adversários era o braço do tight-end. Um de seus braços estava normal, o outro, estava com o braço para trás, porém o cotovelo estava encostado nas costas e as costas da mão estava encostada nas costas.

Jack sentou o mais rápido que pode e tentou não pensar no braço daquele tight-end. A única coisa que deveria lhe passar pela cabeça, era o fato de que talvez, poderia entrar para o time. Estavam sem um jogador, e se Jack fosse rápido, entraria para o time rápido.

— Meu Deus... – A voz de Rapunzel saiu baixa e assustada. Jack observou enquanto a menina sentava com delicadeza e matinha os olhos no nada, vagos e assustados.

— Nunca viu uma coisa dessas antes? – Jack perguntou a menina. Rapunzel negou com a cabeça, mas não a virou e fitou Jack, nem algum outro lugar. Seus olhos ainda estavam vagos. – É... Coisas assim acontecem...

— Espero que aconteça algo assim com você. – A menina pareceu voltar ao normal, pois balançou a cabeça e fitou Jack com um sorriso de canto maligno e divertido.

— Nossa Rapunzel! – O menino exclamou enquanto olhava para menina, e fingia cara de ofendido. – Nunca imaginei que você desejaria o mal para outras pessoas.

— Você não me conhece Frost. – Rapunzel tinha um sorriso maligno no rosto, e desafio nos olhos. – Não sabe nem da metade. – A menina abaixou a voz e aumentou um pouco seu sorriso. Jack devolveu o sorriso.

— Eu vou descobrir. – O menino garantiu enquanto Rapunzel se voltava para o jogo. Jack deu um meio sorriso para a menina, que ignorou, e voltou a olhar para o jogo, por mais que não estivesse mais interessante.

As jogadas eram sempre as mesmas, e Jack não conseguia entender como o time adversário não havia percebido isso. O menino bufou quando Flynn marcou mais um touchdown e Rapunzel levantou num salto gritando, comemorando e fazendo coração com a mão.

O jogo já estava quase finalizando. Nenhuma lesão ou acontecimento curioso como o daquele tight-end havia ocorrido mais uma vez. Jack estava com a quase certeza de que o time adversário ganharia, e o menino não sabia se ficava feliz ou triste com a ocasião.

Jack olhou no cronometro enorme, a última chance do Jerty ganhar. Rapunzel parecia que ia saltar para a arena, de tanta ansiedade que a menina estava. Jack bufou e voltou a olhar o jogo. Todos os torcedores aguardavam ansiosos, agora era sério. Aqueles poucos minutos decidiriam o jogo.

A bola foi posicionada entre as pernas de um central do Jerty. Flynn estava logo atrás, realizando sua missão de quarterback. O apito foi soado. Os movimentos eram rápidos e ao mesmo tempo curtos. Rapunzel sentou na beirada da cadeira. A menina agarrava a barra da sua blusa compulsivamente. Flynn estava com a bola na mão. Jack conseguiu ver um único jogador que estava ileso, e longe de qualquer adversário, perto da endzone, longe demais de Flynn.

Jack sentiu Rapunzel ficar cada vez mais ansiosa. A menina esticou a mão para frente e depois para o lado, e por fim agarrou na mão de Jack. O menino se assustou com aquilo. Jack fitou o rosto de Rapunzel, mas este estava vidrado no jogo, e parecia normal a ela, agarrar na mão de qualquer um que estivesse ao seu lado. Jack aproveitou a situação e tentou apertar também a mão de Rapunzel, mas a menina apertava cada vez mais a sua mão.

Jack olhou para a arena. Flynn corria com a bola na mão; corria com tanta velocidade que Jack ficou encantado com aquilo. Sentiu sua mão ser apertada cada vez mais e então a encarou. Assustou-se ao ver seus dedos praticamente vermelho sangue. Jack levou sua outra mão para cima da mão de Rapunzel, num modo de tentar acalmá-la, mas a menina foi mais rápida e enfiou suas unhas na pele de Jack.

— AI! – O garoto gritou chamando a atenção de Rapunzel, que encarou o estado da mão de Jack e rapidamente largou a mão do garoto.

— Oh, me desculpe Jack... eu... – Explosões. Os torcedores foram a mil. A arquibancada estava inteira de pé, aclamando, gritando e mandando o time adversário ir se fuder e jogar com alguém do nível deles.

Rapunzel já estava de pé, pouco se ligando com o que havia acontecido com a mão de Jack, o que fez o menino apertar sua mão e desejar algo ruim para Flynn. Jack não se colocou de pé. Não queria comemorar por alguém que pouco conhecia e que já estava começando a odiar.

Respirou fundo e pensou em sair daquele lugar; no entanto ficar com Rapunzel e tentar se aproximar da menina foi mais forte. Jack se levantou. Se quisesse ficar com a menina, teria que se aproximar dela o máximo possível.

Flynn estava na endzone com a bola na mão e vários jogadores o levantavam, o jogando para cima e gritando seu nome. Praticamente quase todos os torcedores de Jerty estavam gritando o nome de Flynn, menos Jack e Rapunzel. A menina estava com as mãos juntos embaixo do queixo e um sorriso diferente. Jack ficou encarando Rapunzel para ver que tipo de sorriso era aquele. Depois de um minuto, a menina se virou. Seu sorriso diferente se desmanchou e uma face de duvida surgiu em Rapunzel.

— O que houve? – A menina perguntou enquanto encarava Jack. O menino deixou de olhar seus lábios e colou seus olhos nos olhos verdes de Rapunzel. Parecia ser feito de vidro, pelo pequeno brilho que emitia.

Os torcedores iam saindo, deixando as arquibancadas vazias. Os jogadores já não estavam mais no gramado, o que fazia Jack refletir no pouco tempo que teria com Rapunzel até Flynn chegar e estragar tudo, igual ao dia que o menino a salvou. Depois daquele murro e do seu nariz sangrando, achou que ganharia mais que um simples abraço, mas foi no momento errado, que Flynn chegou.

— Eu só estava tentando decifrar seu sorriso. – Jack sussurrou. O menino não fazia ideia de como Rapunzel escutaria, ou se a menina escutaria. Não estava interessado em saber se a menina teria essa informação, estava interessado em ficar olhando para seus olhos verdes e tentar entendê-los; como nunca havia feito antes.

Por um segundo o mundo pareceu ter morrido, tudo parecia ter acabado. Jack se sentia num universo, onde a única pessoa que ele via era Rapunzel e seus olhos verdes. O menino queria levar Rapunzel para algum lugar onde o silêncio fosse constante, onde não existisse Flynn nem ninguém. Somente os dois.

— Ahn... Eu acho melhor eu ir falar com Flynn. – Rapunzel deu um sorriso de canto e se abaixou pegando sua bolsa. Jack sentiu uma parte de si sair quando os olhos verdes da garota saíram do seu campo de visão. Rapunzel se colocou em pé e então encarou Jack, com um sorriso amistoso. – Hum... Até logo. – A menina se aproximou de Jack, ficou nas pontas dos pés e depositou um pequeno beijo na bochecha do garoto. Jack deu um meio sorriso enquanto via Rapunzel subir as escadas e sair pelo portão.

Jack estava contente. Faltava pouco. Era somente uma festa surgir, e então ele poderia ficar com Rapunzel. Colocou sua mão na bochecha. Por um segundo resistiu ao impacto de esfregar a mão e tirar qualquer marca que Rapunzel tivesse deixado em sua bochecha, mas fez isso rapidamente. Viraria uma menininha se continuasse daquele jeito.

Encarou o gramado e a situação em que ele se encontrava. Deu um sorriso de canto quando se lembrou do tight-end que havia sofrido uma lesão no braço. Tinha que falar com Flynn o mais urgente possível, ou então com Henry; já que com o Treinador Hedge, de nada adiantaria.

Saiu de onde estava e começou a subir as escadas. Ainda não tinha em mente o que faria. Procurar-se-ia Henry ou Flynn, se iria para alguma sorveteria, ou se ia para casa. Chegou ao portão e encarou as pessoas que iam embora. Algumas felizes ao extremo, outras apenas felizes. Viu um grupinho de meninas totalmente felizes e imaginou que essa felicidade fosse porque Flynn havia ganhado para o time. Jack bufou e saiu dali o mais rápido possível.

Foi para frente da escola, onde encontrou um monte de gente, todos os torcedores indo embora. Conseguiu visualizar dois meninos em um canto, onde um comemorava e o outro retirava algumas notas da carteira, com cara de poucos amigos.

— Ei Jack! – O menino se virou vendo Henry na porta do colégio com a jaqueta do time e dois riscos quase transparentes no rosto. Seu cabelo estava totalmente bagunçado e molhado. – O que esta fazendo aqui?

— Vim ver o jogo. – Jack respondeu enquanto Henry se aproximava do garoto. – Vocês jogam muito bem. – O menino complementou. Henry deu um sorriso de canto e cruzou os braços.

— Todos, com exceção de Fred. – O menino bufou enquanto encarava alguma coisa ou pessoa a sua direita. – Até agora eu não acredito no que ele fez.

— Fred seria aquele tight-end que caiu? – Jack perguntou enquanto observava a cara de raiva que Henry fazia. Como se aquela queda fosse a gota d’água.

— Ele mesmo. – Henry deu um suspiro e descruzou os braços. Logo em seguida acenou para alguém atrás de Jack. – Tenho que ir Jack. – O menino colocou sua mão no ombro de Jack, e com a outra deu dois tapinhas no braço do menino. – A gente se vê por ai. – Terminou enquanto saia de perto. Jack se virou para ver a pessoa que Henry havia acenado, e encontrou a mesma menina que viu em um intervalo.

Jack ficou encarando enquanto Henry passava o seu braço em volta dos ombros da garota e a puxava para mais perto de si. Saíram andando pela calçada, como se não tivessem um destino.

— Não achei que você fosse amigo de Henry. – Jack ouviu uma voz dócil atrás de si e se virou imediatamente. Viu Rapunzel com a bolsa no ombro e os braços cruzados. Tinha uma sobrancelha arqueada e um meio sorriso.

— Não sou amigo do Henry. – Jack concluiu para a menina que não mudou sua posição. – Ele é um cara legal.

Rapunzel assentiu enquanto descruzava os braços e encarava Henry andando com a namorada. A menina deu um sorriso de lado.

— Ele e a namorada. – A loira deu um minúsculo suspiro e saiu na direção de uma das mesas que tinha por ali, onde se sentou em um banco e pegou seu celular, digitando algo nele. Jack se aproximou e sentou-se de frente para Rapunzel.

— O que ainda está fazendo aqui? – O garoto perguntou tentando puxar assunto. Rapunzel desviou os olhos do celular e fitou Jack. O menino sentiu os olhos de Rapunzel nos seus, e sentiu sua mão esfriar.

— Esperando Flynn. – A menina respondeu como se fosse a coisa mais obvia, o que era para ela, menos para Jack. Jack desviou seus olhos dos de Rapunzel. – E você? – Rapunzel chamou sua atenção de volta, fazendo com que seus olhos encontrassem novamente. – O que ainda faz aqui?

Jack deu um meio sorriso e abaixou a cabeça.

— Você realmente não gosta da minha presença. – Concluiu voltando a olhar para Rapunzel, que apenas assentiu.

— Achei que nunca perceberia isso. – A menina terminou sua frase. Jack encarou seus olhos frios que agora já não eram mais verdes dóceis, mas sim, verdes frios. O menino não sabia o que fazer, nem o que falar. Deu um meio sorriso.

— Agora sim, que eu não vou desgrudar de você. – Jack sussurrou para a menina, que se contraiu e bufou.

— O que eu fiz para merecer esse castigo? – Rapunzel perguntou olhando para o céu. Jack deu um meio sorriso vitorioso enquanto a menina bufava, vendo que não teria resposta do céu.

— Então loira...

— Rapunzel. – A menina o interrompeu. Jack revirou os olhos.

— Aprenda. – Pediu enquanto juntava suas mãos em cima da mesa. – Eu nunca vou te chamar de Rapunzel. – O rapaz terminou com um meio sorriso, que fez Rapunzel abaixar a cabeça e voltar a mexer no celular. – Rapunzel é um nome muito...

— Princesa? – A menina perguntou levantando seu rosto e perguntando com uma cara de duvida. Jack se aliviou quando viu que não havia mais nenhum sinal de frieza nos seus olhos.

— É... – O menino concluiu dando de ombros.

— Eu não posso fazer nada. – Rapunzel deu de ombros e voltou a mexer no celular, dando um sorrisinho em seguida. – Se eu sou uma princesa... Mereço nome de princesa. – Rapunzel não levantou seu rosto, mas com os olhos encarou os de Jack, convencida. – Desculpe Jack, mas é a vida. – A menina voltou seus olhos para o celular, deixando Jack surpreso.

— Nossa. – O menino exclamou enquanto Rapunzel digitava alguma coisa rápida. – Convencida você, não? – Rapunzel deu um meio sorriso, sem tirar os olhos do celular. Jack esperou com que a menina tirasse os olhos do celular e voltasse a falar com ele, deixando Jack feliz e realizado no dia, mas Rapunzel continuou mexendo no celular.

O menino sentiu seu corpo estremecer e então uma ideia lhe surgir. Chamaria a atenção de Rapunzel com barulhos, gemidos, bufadas, qualquer coisa. Mas chamaria a atenção de Rapunzel, de qualquer jeito.

Primeiro o menino estalou todos os dedos juntos, de uma vez, no entanto Rapunzel mantinha seus olhos na tela do celular e parecia cada vez mais grudada no objeto. Jack então bufou, fazendo o ato o mais alto que podia. Mas nada de Rapunzel tirar os olhos do celular. Jack gemeu, não um gemido de prazer, mas um gemido de dor, no entanto Rapunzel não tirou os olhos do objeto. O menino bufou irritado. Olhou para os lados para ver se via algum conhecido o espiando, o rapaz tinha eu se precaver, mas não viu ninguém. Somente torcedores.

O menino esticou a mão e bufou mais alto, depois soltou um suspiro e por fim um gemido um pouco alto de mais. Sentiu um vento forte, e uma folha voou na sua cara, fazendo Jack perder o equilíbrio, e não encontrar mais o banco com a mão, caindo de costas no chão.

— Ai meu Deus! – Jack escutou a voz de Rapunzel e retirou a folha da sua cara, vendo a menina em pé na sua frente. – Está tudo bem, Jack? – Perguntou enquanto analisava o rapaz. Já não tinha mais o celular nas mãos, o que deixou Jack meio contente com isso.

— Bem, bem não está. – O menino tampou os olhos com a mão, e sentiu uma pontada nas costas, o fazendo gemer por um segundo. – Mas pelo menos você desgrudou daquele celular.

Jack retirou a mão dos olhos e encarou Rapunzel. A menina tinha os olhos baixos e um sorrisinho pequeno, bem pequeno, mas tinha um sorrisinho. Jack deu um sorriso de canto.

— Quer ajuda para se levantar? – Rapunzel perguntou enquanto mostrava uma expressão divertida no rosto.

— Não é porque eu cai, que eu não consigo me levantar sozinho. – Jack respondeu ríspido. Rapunzel ergueu os braços em rendição e deu dois passos para trás, com a cabeça baixa. Jack bufou. – Ok, desculpe. – O menino olhou para Rapunzel, que o encarava com os braços cruzados. – Aceito sua ajuda.

— Jack, você é bipolar. – A menina deu dois passos para frente e esticou sua mão.

— Eu? Bipolar? – Jack perguntou ainda no chão, sem esticar sua mão. Rapunzel revirou os olhos e esticou mais a mão, assentindo com a cabeça ao mesmo tempo. – Eu?— Jack perguntou enfatizando. Rapunzel bufou. O menino soltou um sorriso de canto, e em seguida pegou na mão de Rapunzel.

A loira fez força para puxar Jack para cima, mas o rapaz foi mais forte, e a puxou para baixo, fazendo Rapunzel se inclinar para frente o suficiente para cair em cima do rapaz. Jack sorriu quando viu aqueles olhos verdes tímidos bem próximos ao seu. Conseguia sentir o corpo de Rapunzel sobre o seu e se conteve para não colocar sua mão na cintura fina que a menina tinha. A respiração da menina estava ofegante, como se fazer tudo aquilo a tirasse o ar, mas Jack tinha a quase certeza de que era ele quem estava tirando seu ar.

Deu um sorriso de canto, daqueles que fazem as meninas perderem o ar, e fitou os olhos verdes de Rapunzel. A respiração da menina já estava mais controlada. Jack queria poder parar o tempo para sempre, e se controlou ao não beijar aqueles lábios rosados que estavam tão próximos aos seus. Queria poder mandar Flynn ir se ocupar em fazer algo de interessante, enquanto Jack beijava os lábios rosados de sua namorada. Via nos olhos de Rapunzel, uma expressão preocupada e diferente, felicidade talvez? Jack não sabia. Estava contente por estar tão próximo de Rapunzel.

— Atrapalho alguma coisa? – Jack escutou uma voz grossa vindo de algum lugar e sentiu o cabelo de Rapunzel cair sobre o lado direito de seu rosto, fazendo com que Jack sentisse a maciez do mesmo. Os olhos de Rapunzel ganharam um tom extra de preocupação e medo. Jack ficou parado enquanto via Rapunzel se levantar e encarar a silhueta de Flynn.

— Claro que não, Flynn! – A menina exclamou enquanto ia em direção a sua bolsa. Flynn assentiu desconfiado enquanto observava Rapunzel. Jack se surpreendeu quando viu Flynn esticar sua mão em sua direção. O menino aceitou a ajuda de Flynn e se colocou de pé rápido.

— O que faz aqui Frost? – Flynn perguntou enquanto Rapunzel se aproximava com a bolsa pendurada no ombro. Tinha nas bochechas um leve rubor vermelho, o que fez Jack dar um sorriso de canto.

— Vim ver o jogo. – O menino respondeu enquanto encarava Flynn. Não sabia se odiava o rapaz, ou se apenas queria ficar com sua namorada e seu cargo no time.

— Ahn... Como está Fred? – Rapunzel perguntou, e Jack viu que a menina estava tentando tirar a tensão que havia se formado ali.

— Quebrado, né. – Flynn respondeu dando de ombros. O menino passou a mão pelo cabelo, e Rapunzel fez uma cara de pena, como se sentisse pena pelo tight-end, que se chamava Fred.

— E como vai ficar o time agora? – A menina perguntou enquanto passava um de seus braços na cintura de Flynn, e fitava Jack. O menino soube que aquilo seria para ajudá-lo de alguma forma.

— Vamos ter que fazer testes. – Flynn deu de ombros e bufou, como se odiasse fazer aquilo.

— Acho que você nem precisa fazer isso. – Rapunzel comentou enquanto olhava para cima, mais especificamente para os olhos de Flynn. Jack sentiu seu braço arrepiar e passou a mão sobre ele.

— Aham, como se um ótimo jogador fosse cair do céu. – Flynn ironizou enquanto dava um sorriso a Rapunzel. A menina revirou os olhos e tirou seu braço da cintura de Flynn, o deixando surpreso. A menina se aproximou de Jack e colocou sua mãozinha no ombro do menino.

— Não caiu do céu. – A menina deu uma olhada á Jack, com um sorriso malicioso e irônico e continuou. – Mas é um bom jogador.

— Você nunca viu ele jogar! – Flynn rebateu enquanto cruzava os braços e bufava, como se a ideia de aceitar Jack no time fosse impossível e engraçada. Rapunzel tirou sua mão do ombro de Jack e se aproximou de Flynn.

— Nunca o vi jogar, mas... – O menino abaixou o olhar, encarando Rapunzel. A loira virou o rosto olhando para Jack e dando outro sorriso, um sorriso amigável. – Mas sei que ele é bom.

— Como Rapunzel? – Flynn soltou uma risada e sacudiu a cabeça. Rapunzel cruzou os braços e colocou o peso de seu corpo na perna direita. Jack deu um meio sorriso e encarou Flynn. Entraria para o time.

— Ele soube o que ia acontecer com Fred antes mesmo de acontecer. – A menina tinha a voz mais séria e não estava mais melosa. Flynn a encarou e arqueou uma sobrancelha.

— Isso é coisa de mágico, vidente, sei lá. – O menino balançou uma mão num gesto banal e fitou Jack. O rapaz de cabelo branco cruzou os braços.

— Flynn. – Rapunzel o chamou, obrigando o menino a fitá-la. – Jack não é vidente ou mágico ou sei lá o que. – O rapaz mantinha sua atenção em Rapunzel, como se o que ela falasse fosse essencial para a sua vida. – Mas ele soube o que aconteceria com Fred. – A menina tirou uma mão e colocou no braço de Flynn, fazendo o rapaz desviar o olhar para Jack. – Qualquer bom jogador saberia o que aconteceria.

Rapunzel sorriu convencida. Jack deu um meio sorriso para a menina, mas a loira mantinha seus olhos no namorado que se rejeitava a acreditar que Jack era um bom jogador.

— Tudo bem. – Flynn deu um meio sorriso a Rapunzel e passou seu braço por volta da cintura fina da menina. – Eu faço isso. – Flynn aumentou seu sorriso a Rapunzel. Jack pigarreou, chamando a atenção dos dois, estava de vela ali, coisa que odiava ficar. – Segunda eu falou com o Hedge. – Flynn voltou a encarar a loira, que parecia querer explodir de felicidade. Rapunzel envolveu seus braços em volta da cintura de Flynn, o abraçando.

— Você não vai se arrepender. – Jack comentou enquanto dava um meio sorriso para Flynn. Flynn assentiu, enquanto tinha um sorriso de canto no rosto. O menino olhou para Rapunzel e depois fitou Jack, com os olhos graves.

— Espero que não.

(...)

Jack tirou a mão do bolso e ajeitou o cabelo. A lua brilhava no céu, como se tivesse luz própria. Um pequeno vento passava por ali, como se essa fosse a sua rota. O cabelo branco do menino insistia em voar para o lado oposto que Jack gostava. Era incrível como sua sorte havia diminuído. O menino estava com vontade de sair chutando tudo, mas se conteve, não queria arrumar problemas.

Assim que se aproximou da casa de Soluço, e atualmente sua, viu um caminhão enorme parado em frente. O rapaz foi ao lado do automóvel e o analisou. Com uma olhada pode ver vidros de todas as formas no seu interior. Por um segundo, pensou em perguntar o que estava acontecendo ali, mas se conteve e se dirigiu a porta de sua casa.

Nem precisou abrir a porta, a mesma já estava aberta, ou melhor, dizendo, escancarada. Adentrou a sala pensando no pior. Tudo estava silencioso, quieto. Jack ouviu passos na escada, e se assustou. Automaticamente pegou a primeira coisa que viu em cima do balcão, ou seja, uma baguete.

Um homem surgir no fim da escada, um homem... Estranho. Tinha um chapeuzinho azul por cima do cabelo castanho escuro. Olhos castanhos, que no momento pareciam demonstrar certo medo e surpresa. Um macacão azul estava no seu corpo, com a tentativa de tampar sua barriga enorme. E por fim, uma pequena plaquinha estava presa no macacão, com Bob escrito nela. Jack pensou em ser seu nome.

— Parado ai. – Jack ordenou enquanto apontava a baguete para o rapaz, ou Bob. – Eu tenho uma arma.

O rapaz parecia querer rir. Ele tirou o chapéu, passou a mão pelo cabelo o bagunçando totalmente e colocou o chapéu de volta. Logo em seguida encarou Jack, e soltou uma enorme gargalhada. Jack ajeitou a postura, e abaixou um pouco a baguete, não entendendo o porquê da gargalhada do homem. Baguete podia ser uma bela arma contra ladrões.

— O que aconteceu? – Soluço apareceu ao final da escada somente com uma bermuda e com gotas de suores no rosto. O menino arqueou uma sobrancelha para Jack.

— O que foi? – Jack perguntou já voltando a posição inicial. – Esse homem que é louco e começou a rir feito um idiota. – O menino apontou a baguete em direção ao homem e a balançou de um lado para o outro.

Soluço balançou a cabeça.

— Pode ir Bob. Ligo se precisar. – O menino falou enquanto empurrava Bob em direção a porta.

— Ok. – Bob enxugou algumas lagrimas que haviam escorrido por culpa da gargalhada, mandou um olhar a Jack e começou a rir novamente. Jack fechou a porta na cara do tal Bob e soltou a baguete em cima do balcão.

— Uma baguete, Jack? – Soluço perguntou já começando a rir. – Uma baguete? – O menino colocou a mão na barriga enquanto explodia em gargalhada. Jack bufou e subiu as escadas. – Ei! – Soluço gritou o seguindo.

— O que aquele cara estava fazendo aqui? – Jack perguntou chegando ao topo da escada e adentrando ao seu quarto.

— Ele veio trocar a cortina por vidro, lá no banheiro. – Soluço deu de ombros como se fosse a coisa mais normal do mundo, depois deu um meio sorriso malicioso. – Mas e você? Onde estava?

— Assistindo ao jogo. – Jack deu de ombros e se tacou na cama, lembrando-se de todas as jogadas, e de Fred, o tight-end derrotado e massacrado.

Soluço arregalou os olhos, como se o fato de Jack ir ver o jogo fosse uma tragédia enorme. O menino pigarreou e colocou a mão na garganta, depois se aproximou e deu um pequeno e breve suspiro.

— Não se meta com aquela gente. – Ordem e mais ordem era o que dominava a voz de Soluço. Jack ficou surpreso ao ouvir o amigo falar assim. Por um segundo se perguntou o que ele tinha na cabeça, até se lembrar do que havia ocorrido a Soluço assim que o menino havia chegado a Jerty e entrado na escola. – Não quero outro irmão meu se metendo com aquela gente. – Soluço suspirou e juntou as mãos. Sua cara demonstrava preocupação e raiva. Raiva de todo aquele povo. – Vou tomar banho.

Jack assentiu em resposta, enquanto Soluço saia do quarto. O rapaz engoliu em seco. Não queria perder a amizade de Soluço, mais do que tudo nessa vida. Soluço era um irmão para Jack, um irmão que ele nunca teve, se entrasse no time, talvez perderia a amizade de Soluço, mas...

O menino deu um suspiro e um sorriso de canto. Se Rapunzel estava onde estava, Jack poderia chegar lá, poderia continuar sendo amigo de Soluço, e um ótimo jogador. Poderia fazer com os jogadores, o que eles fizeram com Soluço, poderia fazer vingança.


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Notas finais do capítulo

total aproximado de palavras: 5660, espero continuar assim, ou não, não sei a preferencia de vocês quanto ao tamanho do capítulo, mas ok.
EMILLY? GOSTOU? Espero que sim...
Ok, meus lindos,
agora.
DAUGHTEROFPOSEIDON MUITO OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO SUA FOFA DIVA E LINDA! EU ESTOU CHORANDO AQUI COM A SUA RECOMENDAÇÃO, ENTÃO, VEM CÁ, ME ABRAÇA, PELO AMOR DOS DEUSES!
Ok, chega, e como sempre, escolha o seu ship, e me diga, farei um capítulo especial para você! VIVA!
É isso gurizada, espero que tenham gostado do capítulo, e nos vemos no próximo capítulo, que eu vou tentar postar o mais rápido possível!
Beijos no heart, e até mais!
Ah, caso tenham duvidas quanto ao capítulo, por causa do jogo e talz, me perguntem!