Friendly Living escrita por Meire Connolly


Capítulo 12
Capítulo XII. Rapunzel


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, BEST SONG EVEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEER
ESCUTEM BEST SONG EVER, 1D, CARA!
u.u, ok
Capítulo dedicado a... Rapunzel Frost! Que aliás desapareceu por aqui, mas, promessa minha é uma promessa cumprida, então... parabéns, leiam e vocês descobrirão qual é o shipp que ela escolheu!
Ok, eu acho que eu vou começar a ver Malhação, mas sei lá
Vi Doctor Who hoje, again. Divo, divo, divo, divo, divo, divo, divo, divo, divo, *-****--***-**-**-*-*-*-*-*-*-*-*-*
Ok, leiam.



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RAPUNZEL CORONA


Rapunzel deu um beijo na bochecha de Gothel, pegou sua bolsa e saiu porta afora. Flynn já estava com o conversível parado, e esperava Rapunzel. O menino parecia estar impecável, como sempre. Cabelo penteado para trás, um pequeno topete na franja, uma camisa Polo, uma calça jeans e provavelmente um tênis.

— Oi amor. – Flynn recebeu Rapunzel com um selinho. A menina deu um sorriso e puxou o cinto de segurança. – No mesmo lugar de sempre?

Rapunzel pensou em assentir, mas lembrou-se do lugar que Merida havia a levado uma vez. Uma lanchonete mais que perfeita.

— Não. – A menina começou a dar as instruções para Flynn, e o mesmo ligou o carro. Assim que o carro começou a andar, o cabelo de Rapunzel voou. A garota bufou e parou de falar. Flynn a encarou, como se aquilo fosse divertido, e um sorriso brotou nos seus lábios. Rapunzel o encarou. – Isso não é engraçado.

— Mas você fica linda assim. – O menino tirou uma mão do volante e pegou na de Rapunzel, enquanto a outra dirigia até a lanchonete. – Vira aqui? – O menino perguntou a encarando. Rapunzel assentiu com a cabeça. Uma mão apertava a mão de Flynn, a outra tentava fazer com que seu cabelo ficasse quieto. – Chegamos? – O menino perguntou encarando a lanchonete.

— Chegamos. – Rapunzel assentiu com a cabeça. Seu cabelo instantaneamente parou de voar quando o carro parou. A menina soltou da mão de Flynn e começou a ajeitar o cabelo. Com o canto do olho, conseguiu visualizar Flynn sair do carro e dar a volta. – Obrigada. – Agradeceu enquanto saia do carro. Flynn fechou a porta do carro e encarou a lanchonete.

— É linda. – O menino pegou na cintura de Rapunzel e então entraram na lanchonete. A menina puxou Flynn para uma mesa, onde ficava ao lado da janela. Flynn sorriu e sentou-se ao lado de Rapunzel. O menino passou um de seus braços em volta dos ombros da menina e sorriu. – Isso é Elvis?

— Sim senhor. – Rapunzel assentiu com a cabeça, enquanto escutava o toque rápido da música. E então uma garçonete se aproximou. A menina havia esquecido como era que elas paravam rapidamente com os patins e sua saia voava, então abriu um sorriso. A moça deu um sorriso amistoso, entregou dois cardápios a eles, e então voltou ao seu trabalho. – O que vai pedir? – Rapunzel perguntou abrindo o cardápio.

Flynn não pegou o cardápio que estava na mesa, acabou olhando no de Rapunzel. O menino parecia analisar cada prato pensando no futuro. Rapunzel também fazia isso. “Desculpe Rapunzel, mas você está fora”. A menina balançou a cabeça, tirando pensamentos ruins de sua cabeça.

— Está tudo bem? – Flynn perguntou a encarando. Rapunzel assentiu e voltou a olhar o cardápio. – Acho que vou pegar um x-tudo. E você princesa?

— Hum... – Rapunzel virou a página do cardápio enquanto Flynn chamava a garçonete. Novamente, a parada brusca, a jogada de saia e o sorriso de Rapunzel. – Acho que um misto quente.

— Um misto quente e um x-tudo. – Flynn anunciou. A garçonete anotou os pedidos numa folhinha, viu o número da mesa onde estavam, pegou os cardápios, sorriu e saiu dali com os patins. Rapunzel virou o pulso vendo o horário. Flynn a puxou mais para perto de si. A menina se virou. Sabia muito bem que quando Flynn fazia isso, era porque ele queria que a menina ficasse perto. Passou suas pernas em cima das de Flynn e pegou na sua outra mão, brincando com ela por alguns segundos. Depois apenas a agarrou e entrelaçou os seus dedos nos de Flynn e então deitou sua cabeça no ombro do garoto e deu um suspiro. – Tem certeza de que está tudo bem com você?

— Tenho. – A menina deu um sorriso. Flynn passou um de seus dedos na bochecha da garota, fazendo com que Rapunzel arrepiasse, e Flynn risse com a situação. A menina deu um pequeno tapa no seu peito e fitou a Cadillac que estava ali parada.

— Mas não parece. – O menino comentou. Rapunzel esticou a coluna e olhou nos olhos castanhos de Flynn. – Aconteceu alguma coisa? – Flynn deu uma pausa. – Você ainda não está triste pelo acontecido, está?

Rapunzel suspirou. Estava, no entanto, não queria estar. Odiava ficar triste por uma coisa, principalmente quando essa coisa envolvia pessoas que fingiam serem suas amigas. Flynn (assim como Merida, Astrid e Soluço) não gostou do motivo de Rapunzel ter saído do time das líderes de torcida. Mas, Rapunzel não. Ela realmente não estava com o corpo muito bom, mas isso não era motivo de ser expulsa do time.

— Punz... – Flynn chamou. Rapunzel encarou aquele garoto que tanto amava. Por um segundo, lembrou-se de como haviam se conhecido e do primeiro beijo que deram. – Não fique triste por uma bobagem dessas.

— Não é uma bobagem, Flynn! – Rapunzel falou mais alto que o esperado. Flynn não fez nada, apenas encarou a menina. Rapunzel não sabia se odiava ou amava isso. A menina abaixou a cabeça. Flynn passou o outro braço em volta da cintura de Rapunzel e a puxou mais para perto de si. – É verdade... – Sussurrou enquanto tampava a cara e segurava as lágrimas. “Desculpe Rapunzel, mas você está fora”.— É verdade...

— Não, não é. – Flynn a cortou. O menino tinha sua voz rouca e grave. – Você mesma sabe que não é. – Flynn apertou mais Rapunzel, mas não a ponto de deixar a menina sufocada ou algo do gênero. – Você é linda...

Rapunzel tirou sua cara do peito de Flynn e o encarou. A menina tinha lágrimas nos olhos prontas para saírem a qualquer momento. Viu seu reflexo naqueles olhos castanhos e sorriu. Flynn passou seu dedo na única lágrima que escorrerá do olho de Rapunzel. Deixou sua mão em um lado do rosto da menina, e voltou seus olhos para os olhos dela. O menino foi se aproximando. Rapunzel sempre se esquecia. Beijar Flynn a fazia esquecer-se de tudo. Problemas, brigas, confusões, compromissos, pedidos, desejos, tudo, literalmente tudo. Rapunzel se aproximou mais do menino e selou os lábios dos dois. Há tempos não davam um beijo calmo e apaixonado. O beijo começou calmo, devagar, tranqüilo, e por incrível que pareça, continuou assim. Calmo, romântico. Rapunzel esticou seus braços e colocou suas mãos na nuca de Flynn. Mexia no cabelo do menino com calma e vagarosidade. Flynn passeava com sua mão pela costa de Rapunzel. Rapunzel estava quase sem ar, quando foram interrompidos pela garçonete.

— Desculpe. – Rapunzel viu certo rubor vermelho no seu rosto, enquanto a menina deixava os pedidos em cima da mesa. Rapunzel não pode evitar soltar um sorriso.

— Não foi nada. – A menina deu um sorriso à garçonete, que saiu dali o mais depressa possível.

— Acho que constrangemos a garçonete. – Flynn comentou.

Rapunzel riu.

— Você acha?

Flynn soltou uma gargalhada que Rapunzel adorava. A menina sorriu e voltou-se para o lanche. Tirou suas pernas das de cima das pernas de Flynn e sentou-se direito. Flynn sorriu para Rapunzel e então atacou seu lanche. A menina sorriu e pegou o seu.

•••

— Então... – Flynn começou. Acabou de guardar sua carteira no bolso e pegou na mão de Rapunzel. A menina deu um sorriso. – Quer ir pro shopping?

Rapunzel encarou Flynn surpresa. Na verdade a menina devia ter feito uma cara muito engraçada, porque Flynn riu, mas depois ficou sério e com curiosidade de saber por que Rapunzel o encarava assim. O fato era que Flynn odiava ir ao shopping. Rapunzel conseguia convencê-lo com muito esforço. E, então, do nada, o menino virar e chamá-la para ir ao shopping?

— Calma ai. – A menina abriu sua bolsa e tirou seu celular de lá. Flynn arqueou uma sobrancelha. – Fala de novo. Preciso gravar.

O menino deu um sorriso de canto.

— Sério mesmo?

— Isso é histórico, Flynn! – Rapunzel exclamou enquanto ligava a câmera do celular. – Vamos repita.

— Rapunzel, eu não vou fazer isso. – Flynn repetiu começando a andar, indo do lado de fora da lanchonete.

— Está gravando Flynn! – Rapunzel correu atrás do garoto, filmando seu cabelo, seu rosto e andando na sua frente. – Vamos, fale! – A menina riu, fazendo Flynn rir juntamente com ela. – Mostre uma coisa histórica Flynn!

— Rapunzel... – Flynn a chamou, tentando ficar mais sério, no entanto, Rapunzel aproximou o celular de seu olho.

— Oi, eu sou o Flynn e tenho olho castanho. – A menina imitou a voz de um homem e explodiu em gargalhada, depois focou a câmera no rosto do garoto. Flynn ria tanto, que tinha uma lágrima escorrendo pelo seu rosto. Rapunzel aproximou a câmera da lágrima. – Olha. Uma lágrima. Flynn rir. – A menina imitava um jeito de índio, e ainda tinha sua voz grossa. Flynn começou a rir mais ainda. – Namorado bocó. – Rapunzel ainda mantinha a voz grossa, o que fazia Flynn rir mais ainda.

— Ok... – O menino falou em meio a risadas. Rapunzel parou de rir e se afastou um pouco, ainda filmando o garoto. – Vamos ao shopping, senhorita? – Flynn fez sua melhor voz rouca e sexy, o que fez Rapunzel rir e se aproximar.

— Histórico! – A menina gritou enquanto Flynn envolvia sua cintura fina.

— Ok senhorita. – Flynn falou. Rapunzel aproximou a câmera mais perto do seu olho esquerdo. – Agora, tenho o direito de um beijo.

— Hum... E quem disse? – Rapunzel perguntou, agora filmando o olho direito de Flynn.

— Eu disse. – Flynn se aproximou de Rapunzel, o máximo para ela tirar o celular da frente e se entregar. Diferente do outro, este tinha mais voracidade, era mais quente. Rapunzel tinha que admitir, gostava desses beijos, mas os mais românticos eram os seus preferidos. A menina fez o movimento de esticar seus braços e colocar suas mãos na nuca de Flynn. Dessa vez uma mão mexia no seu cabelo inteiro, enquanto a outra segurava o celular e pousava quieta na nuca do garoto. Flynn mantinha uma de suas mãos na cintura da menina, e a outra passeava pela costa da menina. Rapunzel sentia arrepios quando Flynn pousava sua mão no meio de sua costa e descia rapidamente para baixo. Separaram-se por falta de ar, este incomodando os casais apaixonados. Rapunzel sorriu para Flynn. O menino parecia ter algum tipo de brilho nos olhos. – Eu te amo. – Sussurrou.

Rapunzel sentiu um ar estranho no corpo. Uma sensação estranha percorria o interior de seu corpo, como se fosse um vento que invadia e assobiava em todo o canto. A menina encarou Flynn para ter a certeza do que ele falava. Dois longos anos de namoro, e então, finalmente, Flynn Rider se declara. Rapunzel sorriu.

— Eu te amo mais. – A menina falou convencida. Rapunzel voltou a câmera de seu celular para o rosto de Flynn.

— Eu é que te amo mais. – Flynn falou, olhando mais para Rapunzel do que para a câmera do celular. – Muito mais.

— Não! – Rapunzel gritou rindo. – Eu é que te amo muito mais!

Flynn soltou a cintura da menina. Rapunzel deixou o celular caído por um tempo. O menino foi no meio do estacionamento e olhou para o céu e depois para Rapunzel, deu um sorriso de canto e então olhou em volta.

Eu é que te amo muito mais!— Gritou tão alto, que Rapunzel pode ver as pessoas, que estavam dentro da lanchonete, olharem para fora. – Eu te amo Rapunzel Corona!— A cada palavra de Flynn, Rapunzel tinha vontade de beijá-lo cada vez mais. A menina não pensou duas vezes. Saiu correndo em direção ao garoto e pulou nos seus braços. Flynn agarrou Rapunzel e começou a rodar. Rapunzel sentiu seu corpo voar, mas não ligava, estava com Flynn. O garoto parou de rodar e colocou Rapunzel no chão. – Eu te amo. – Sussurrou. Rapunzel puxou Flynn para um beijo. E então palmas.

A menina se separou de Flynn o mais rápido que pode e olhou para a porta da lanchonete. Algumas pessoas estavam lá, batendo palmas e assoviando. Rapunzel sentiu suas bochechas corarem, Flynn passou o braço em volta da cintura de Rapunzel.

Eu a amo!— Gritou. – Muito...

Depois de toda aquela declaração, e toda aquela emoção, foram para o shopping. Flynn entrou em uma loja de esportes e foi ver alguns tênis. Experimentou três, Rapunzel deu a opinião e o menino comprou o último. Depois passaram numa loja de decoração. Flynn ajudou Rapunzel a escolher qual das duas almofadas levaria e qual das tintas deveria passar na parede. Por fim, Flynn levou Rapunzel numa perfumaria e comprou um perfume para a menina.

Andaram mais um pouco até se sentarem em um sofá que ficava numa parte do shopping. Flynn colocou as sacolas de um lado e então sorriu para a menina.

— Posso te fazer uma pergunta? – Flynn pediu enquanto mexia no cabelo de Rapunzel. Rapunzel assentiu sorrindo. Estava feliz demais. – O que você e o Frost estavam conversando ontem no treino?

Rapunzel viu ai a oportunidade de pedir o que Jack havia pedido. “E isso deixaria seu amigo feliz... Estou falando de Soluço”. Rapunzel deu um suspiro e encarou Flynn.

— Bem... Digamos que o Frost quer entrar para o time. – Rapunzel começou. Flynn assentiu, como se aquilo não fosse novidade para ele. – E ele quer muito isso. – Rapunzel reforçou. Flynn arqueou uma sobrancelha para a amiga. – Muito mesmo.

— Rapunzel? – Flynn a chamou, tirando a menina de seus “muitos”.

— Ok. – Rapunzel deu um suspiro. Ia falar a verdade. Como mais pediria para Flynn colocar Jack no time, se nem amigos eram? – Jack sabe que ele não vai conseguir entrar conversando com o Treinador, e também sabe que uma influência boa para ele entrar é um jogador, e como eu sou sua namorada...

— Mas que abuso desse rapaz! – Flynn quase gritou, chamando a atenção de um casal de idosos que passavam por ali.

Não!— Rapunzel retribuiu com um grito de verdade. O casal de idosos encarou a menina com a curiosidade estampada nas suas caras. – Digo... – Flynn havia acabado de se declarar para a menina, porque justamente agora, o Jack tinha que lhe pedir ajuda? – Ele está desesperado para entrar no time. – A menina inventou. Uma parte acreditava que Jack realmente estava desesperado para entrar. – Ai você sabe... – Flynn arqueou uma sobrancelha. – Ele não fez chantagem, nem nada. – Rapunzel concluiu. – Ele só pediu para eu falar com você.

— Uhum... – Flynn coçou o queixo e a pequena barba que tinha ali.

— É verdade! – Rapunzel insistiu. Flynn sorriu e abraçou a garota.

— Eu vou falar com o Frost. Depois eu te falo no que deu.

Não, não precisa, Rapunzel pensou, mas deixou esse pensamento dentro da sua cabeça. Sorriu de volta para Flynn e o abraçou.

•••

— Pode ir. – Rapunzel garantiu. – Eu só vou ao banheiro.

— Tem certeza? – Flynn perguntou encarando a menina. Rapunzel assentiu.

— Quer ir comigo? – Perguntou mostrando a porta do banheiro. Flynn sorriu, assentiu, deu-lhe um beijo na testa e saiu com as sacolas.

Rapunzel entrou no banheiro, e agradeceu por este estar vazio. A menina abriu um box e suspirou. Fazer aquilo realmente não era fácil, mas era preciso. “Desculpe Rapunzel, mas você está fora”. Queria poder voltar a ser a capitão do time das líderes de torcida, voltar a criar passos e pirâmides, de ver novas concorrentes entrando ali, de dizer sim a pessoas com talento. Tinha a quase certeza de que Emma não faria nem metade das coisas que Rapunzel fazia.

A menina já tinha lágrimas quentes escorrendo pelo rosto. Pegou uma borrachinha de cabelo e prendeu o seu num coque alto. Suspirou e encarou aquele vaso sanitário branco. Tinha medo, mas era preciso. “Desculpe Rapunzel, mas você está fora”. A menina pendurou a bolsa no gancho.

As lágrimas já estavam quase descontroladas. Rapunzel ia ter que se acostumar isso. Não era a primeira vez que a menina fazia isso, porque choraria em toda a vez que faria? Suspirou. Colocou um joelho no chão e logo em seguida o outro. Nenhum fio de cabelo iria a atrapalhar. A menina suspirou. Engoliu em seco, e então abiu a boca.

Sair dali foi o mais difícil. Assim que acabou, ouviu passos, e então sentiu certo medo crescer dentro de si. Poderia ser alguém que Rapunzel não conhecia, mas poderia ser algum que a menina conhecia. Rapunzel subiu em cima do vaso sanitário e tentou ver alguém, porém não via nada. Via uma porta fechada, e viu ai uma oportunidade.

Abriu a porta do seu box o mais rápido possível e saiu depressa. Correu até a pia lavou sua boca o mais rápido que pode. Pegou a pasta e a escova de dente que havia dentro da sua bolsa e escovou os seus dentes. Guardou-os o mais rápido que possível e pegou um chiclete. Enxugou a boca e as mãos e saiu dali do banheiro.

Suspirou aliviada, quando já estava longe do banheiro. Soltou o coque e ajeitou o cabelo rapidamente e foi em direção ao Estacionamento A, onde Flynn a estaria esperando.

Esperou a porta se abrir e então saiu. A escuridão dominava. Sentiu um vento frio balançar sua saia, mas ignorou. Olhou em volta procurando Flynn, mas nem sinal do garoto e de seu conversível.

— Psiu. – Uma voz ecoou nos ouvidos de Rapunzel. A menina engoliu em seco. Sabia muito bem quem era. Não era a primeira vez que ouvia sua voz, não era a primeira vez que veria sua cara. – Hey loirinha! – O cara parecia se aproximar cada vez mais. Se Rapunzel ficasse ali, seria abusada, mas se corresse... A menina ia correr. Sua casa era perto. Começou a andar. – Oh loirinha... Fique comigo, vamos ver as estrelas... – Rapunzel apertou o passo. Aquela voz rouca e forte estava se aproximando cada vez. – Não fuja... Você sabe que eu vou te pegar. – Uma risada ecoou. Rapunzel sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Apertou mais ainda seu passo. Já estava praticamente correndo. – Eu vou te... Pegar!— A mão grossa e rugosa apertou o pulso de Rapunzel, fazendo a menina se virar instantaneamente e olhar para aquele sujeito. Barba branca e cabelo também. Dentes faltando, sorriso de galã (mesmo não sendo um, e nem chegando perto de ser), roupas sujas e em trapos; e por fim, um fedor insuportável. Rapunzel mexeu o pulso e agarrou mais a bolsa. – Não, não vamos fazer isso à força. – O velho pegou na cintura de Rapunzel e apertou, fazendo a menina gemer de dor. Rapunzel pegou sua outra mão e tentou tirar a mão do velho dali, mas toda a tentativa parecia ser infalível. – Você não vai fugir novamente. – O velho deu aquele sorriso estúpido e nojento, e Rapunzel estremeceu. – Não hoje. – O homem se aproximou. Agarrava o pulso de Rapunzel tão forte que a menina estava com vontade de gritar. Isso! Tinha voz ainda, poderia gritar. Rapunzel tentou respirar, puxando forças para gritar, mas aquele fedor que a rodeava era impossível. O velho tirou a mão da cintura de Rapunzel, e a menina tentou soltar seu pulso, porém o homem foi mais rápido. Agarrou os dois pulsos de Rapunzel, e foi se aproximando cada vez mais. O mundo parecia rodar, o fedor era insuportável, a imagem também. Rapunzel sentiu vontade de colocar o que tinha no seu estômago para fora.

Socorro!— A menina gritou o mais alto que pode; se queria ser escutada, teria que gritar forte. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. O velho deu um sorriso.

— Não perca saliva gritando. – Sua voz saia com tom de deboche e vitória. – Eu vou ter uma noite maravilhosa com você.

— Ah, não vai não. – Um soco foi em direção ao rosto do velho. No mesmo instante, o homem soltou os pulsos de Rapunzel e caiu com tudo no chão.

A menina tinha sua visão embaçada, mas conseguia ver a luta muito bem. Deu dois passos para trás, pensando em correr. E se for mais um do bando dele e estar fingindo bater nele? A menina estava com seu pensamento em correr, mas assim que viu o velho cair em seus pés com sangue pelo rosto, teve a certeza de que não era do bando dele.

O velho levantou assustado e saiu correndo, sem antes mandar seu pior olhar para a menina. Rapunzel olhou para o chão assustada. Manchas de sangue eram vistas em todo o lugar. Sua visão estava turva, seu coração a mil. Olhou para frente e viu seu salvador.

Por um minuto, várias sensações percorreram seu corpo. Felicidade, surpresa, medo, alegria, cansaço, raiva, tristeza. Rapunzel balançou a cabeça e o encarou.

Jack tinha a cara cansada. O corpo meio turvo, mas olhava fixamente para Rapunzel. Seu nariz tinha uma pequena mancha de sangue, como se fosse atingido ali. Rapunzel tentou formar um sorriso nos seus lábios, mas parecia ser impossível. A menina formou um meio e correu em direção a Jack.

Esqueceu-se de tudo. Esqueceu que odiava o garoto, que o menino havia se oferecido para ela várias vezes, que tinha dito que iria ficar com ela, esqueceu-se de tudo. Pensava somente no fato dele tê-la salvo daquele velho nojento. Rapunzel sentiu os braços de Jack a envolverem alguns segundos depois, como se o menino ainda não tivesse acreditado naquilo.

Rapunzel conseguia sentir o coração de Jack a mil, assim como conseguia sentir seu perfume extremamente gostoso. Um cheiro suave e forte ao mesmo tempo. Duas disputas incríveis. Conseguia sentir o suor do corpo do garoto, mas não ligava para isso. Ele a tinha salvado de um abuso.

A menina se separou de Jack e encarou o menino. Jack pegou um lenço que estava no seu bolso e limpou seu nariz que tinha um leve sangramento. Rapunzel queria agradecer, agradecer e agradecer mais do que tudo para Jack.

— Obrigada. – A menina agradeceu dando um meio sorriso. Ainda não conseguia sorrir direito.

Jack balançou a cabeça.

— Eu fiz o que qualquer um faria. – O menino tirou o lencinho do nariz e olhou para ele, não acreditando talvez no fato de ter sangrado seu nariz. – E peço desculpas por tudo que eu te fiz. – Jack colocou o lencinho novamente no nariz e então o retirou. Dobrou ele mais uma vez e colocou novamente. – Eu sou um idiota.

Rapunzel tinha que ter gravado isso.

A menina respirava de uma forma ofegante, mesmo que não tenha feito nada, apenas olhado. No entanto, Jack tinha sua respiração mais acelerada do que nunca. A menina sentiu, novamente, um vento percorrer o interior do seu corpo. Jack havia pedido desculpas? Sério mesmo? Rapunzel o fitou, mas ele tinha sua preocupação em um lenço.

— Punz? – Flynn a chamou. A menina correu e foi ao seu encontro. O abraçou com todas as forças que tinha dentro de si, e deixou mais uma lágrima escorrer. – O que houve aqui? – O menino envolveu seus braços em volta de Rapunzel e a apertou contra seu corpo. – Frost?

— Ahn... Oi. – Rapunzel ouviu a voz de Jack sair meio abafada, então soube que ele estava com aquele lencinho no seu nariz.

— O que faz aqui? – Flynn perguntou. Rapunzel viu que sua voz já havia mudado de humor. A menina suspirou. Não queria que os dois brigassem.

— A Rapunzel pediu ajuda. E eu vim ajudá-la. – Jack explicou com tanta calma que Rapunzel se sentiu estranha.

— Você pediu, princesa? – Flynn perguntou. Rapunzel se desgrudou de Flynn e o fitou.

— Eu pedi. – A menina ajeitou a bolsa no seu ombro. – Digamos que, se eu não pedisse, seria abusada.

Flynn encarou Jack e depois abraçou Rapunzel.

— Valeu Frost, e desculpe.

— Não, não, não. Não precisa pedir desculpas. – A voz de Jack saiu com certa alegria. – Eu já vou indo...

Rapunzel ouviu os passos de Jack, e se desgrudou de Flynn. Depois encarou o namorado. Queria poder ter agradecido novamente a Jack, caso contrário, não estaria encarando aquela preciosidade que estava na sua frente. Flynn se aproximou de Rapunzel, pegou no rosto da garota e selou seus lábios. A menina queria poder beijá-lo, mas lembrou do velho nojento. Só que, bem, Rapunzel sabia que era Flynn após sentir sua mão no centro de sua costa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Curtiram? Descobrirão qual é o shipp?
Enfim, escutem e vejam o clipe Best Song Ever, apenas
Ok, ok, ok, me desculpem pela demora, ok? Eu estou muito cheia, e apertada demais, maaaaaaas, nada que signifique eu vou abandonar a fic, ok? Eu nunca, jamais, faria isso, ok?
Bem, os tempos vão começar a se alargar, mas isso não é nada, ou é? Enfim, beijos para todos vocês, e até a próxima!