Dreams escrita por AustinandAlly


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeente do céu fiquei simplesmente maluca quando vi duas novas recomendações, VOCÊS SÃO DEEEEMAIS! bom ai está mais um capitulo e realmente espero que gostem, qualquer dúvida podem me procurar por inbox ;P

Bom o capitulo é totalmente dedicado a : GabiLoveR5 e Gatinha MÁ, MUITO OBRIGADA! significou muito pra mim. espero continuar sendo merecedora de comentários e novas recomendações, isso me motiva e me faz escrever os capítulos mais rápido e mais longos. Bom, é isso... beijão e aproveitem o cap.



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Austin

Ela estava em meus braços, seus cabelos cor de chocolate caiam sobre mim. Seu cheiro me invadia, tudo estava silencioso e eu podia sentir as batidas de seu coração, ela respirava em meu pescoço me causando arrepios. Um sorriso singelo estampava meu rosto, afinal ela era minha. Ela levantou seu rosto e me olhou, seus olhos castanhos de repente perderam a cor e o desespero surgiu no meu coração, alguma coisa puxava minha garota de mim, meus braços ficaram vazios sem ela, mas eu vi, vi a luz deixar seus olhos. Era isso, ela não era minha, ela estava morta... eu a perdi.

Meu corpo estava suado, estava com os batimentos cardíacos descompassados, mas isso não era novidade. Já era a terceira noite seguida que eu sonhava com Ally, cada dia ficava pior e isso estava começando a me fazer achar que ela corria perigo. Eu passei meus dedos sob meu cabelo molhado pelo suor, a situação estava começando a ficar desesperadora e eu precisava fazer alguma coisa. Me levantei da cama apressado, eu não sabia muito bem como fazer isso, como procura-lo depois de tantos messes longe, mas eu precisava.

– Alô? – uma voz sonolenta atendeu o telefone.

– Dez? – disse hesitante, eu não sabia se ele iria me perdoar por não ter dado notícias quando eu prometi que as daria.

– Austin? Austin, é você? – sua voz ficou mais firme, eu podia notar a surpresa estampada nela.

– Sim... sou eu cara. Desculpe ligar assim, descul..- ele não me deixou terminar.

– Porra cara! Eu devia te dar uma surra, como você some desse jeito? Por onde andou? Já se passaram messes. – sua voz estava indignada, era de se esperar.

– Eu... eu, foi mal cara. Eu achei que estava fazendo o certo, eu não queria atrapalhar as coisas por ai. – disse derrotado, eu era um idiota.

– Atrapalhar? Você é um imbecil mesmo! Ally sofreu demais por sua causa, ela está mal cara... eu não sei o que vai acontecer. Eu nem deveria te dizer isso, afinal você abandonou todos nós, mas acho que você deveria voltar, ela precisa de você.... eu não sei qual vai ser a partir de agora. – ele me disse com pesar e meu coração perdeu uma batida, ela estava mal?

– O que ela tem Dez? o que está havendo? – ouvi ele suspirar do outro lado da linha.

– Ela não está mais respondendo ao tratamento, está de cama por conta de um resfriado que complicou a situação do câncer, ela está mais fraca... perdeu peso nos últimos dias. Estão falando até em transplante de medula.

– Ela... eu.. – estava sem fala, sentindo dificuldade para respirar. Eu tinha que fazer alguma coisa.

– Vou voltar. – disse por fim fazendo o ruivo ficar mudo do outro lado por alguns segundos.

– Já estava mais do que na hora. Espero que saiba o tamanho da burrice que você fez em sumir. – Dez cuspiu as palavras e desligou o telefone, é... as coisas não estavam nada bem pro meu lado.

Comecei a arrumar minha mochila, eu não tinha muitas coisas então seria algo rápido. Durante o tempo que passei na europa fiquei a maior parte na Espanha em um albergue, viajei por ai conhecendo algumas cidades, mas sempre me senti vazio.. e eu sabia o que faltava, era ela. Eu não consegui seguir em frente, não conheci nenhuma outra que me fizesse sentir o mesmo que sinto com Ally, não fiz amigos. Eu vivi isolado, meus pensamentos e meu coração se mantiveram vivos pela lembrança dela e do que ela me proporcionava quando estávamos juntos...sim, eu estive vivendo de memórias e promessas de um pra sempre.

...

Ally

O dia estava chuvoso lá fora, eu estava deitada, mas conseguia ouvir os pingos batendo no telhado e na janela do meu quarto. Eu andava pior, estava desenvolvendo os sintomas da leucemia de forma forte. Haviam manchas espalhadas pelo meu corpo, algumas vezes meu nariz sangrava sem motivo aparente...e ainda tinha um cansaço interminável, eu estava começando a ficar sem energias.

– Meu amor? – ouvi minha mãe chamar enquanto abria a porta devagar.

– Oi – disse e me surpreendi, eu estava fraca, minha voz era quase inaudível no ambiente.

– Você está bem? –ela disse tentando parecer calma, mas eu sabia que ela estava preocupada.

– S-sim. – minha voz saiu tremida me assustando mais um pouco.

Ela rapidamente se colocou a meu lado e passou as costas de sua mão em minha testa, sua boca se contorceu e ela declarou.

–Você está febril, vou ligar para o Dave. Talvez seja melhor levar você para o hospital. – ela disse ainda tentando parecer calma.

Neguei de cabeça, eu não queria voltar pra lá, fazer mil exames e ser furada por agulhas.

– Ally, sei que está com medo e cansada dessa rotina, mas você precisa ter mais paciência e entender que é necessário. – ela disse e eu fechei meus olhos, ela estava certa e eu sabia disso, só estava esgotada de tudo.

– Tudo bem – concordei.

Minha mãe prontamente ligou para Dave avisando que estávamos a caminho do hospital, meu pai também foi avisado e nos esperava no carro. Eu estava prestes a me levantar, mas não consegui, uma fraqueza súbita tomou conta de mim, minhas pernas não se mexeram. Minha mãe gritou por meu pai e o mesmo correu ao nosso encontro, ele me colocou em seus braços e juntos entramos no veículo parado em frente a nossa casa.

...

Lá estava eu, mais uma vez deitada em uma cama de hospital com Dave a meu lado fazendo alguns exames com a supervisão do meu médico. Ele estava sério enquanto me examinava, seus olhos verdes compenetrados nas suas próprias ações, ele tocava em mim com delicadeza, gentil.

– Como estou? – perguntei quando percebi que ele havia terminado.

– Senhorita Dawson, Dave irá chamar seus pais para que possam conversar conosco. – Dr. Cole disse calmamente respondendo por Dave, mas eu sentia que havia muito mais por trás daquelas palavras.

E realmente haviam, a alguns minutos atrás Dr. Cole anunciou a mim e a meus pais que diante dos exames físicos e bioquímicos eu me encontrava em uma situação delicada, e que o transplante de medula óssea era completamente necessário. Desde então eu perdi minha voz, meu coração e meu corpo estavam em choque, o que eu mais temia se tornava agora real, concreto em minha vida.

– Ally, fale comigo. –Dave insistia com seus olhos verdes preocupados. Minha mãe segurava suas lágrimas no canto do quarto enquanto meu pai estava estático.

Olhei para Dave e através de sua expressão facial vi que ele tinha notado o tamanho do medo e da dor crescente em mim, ele me abraçou apertado e eu por uma fração de segundo desejei que outra pessoa também estivesse aqui, Austin.

– Prometo que vou cuidar de você Ally, vou tentar ser o seu doador. –Dave disse baixo em meu ouvido, meu coração se aqueceu, ainda haviam esperanças.

Sorri com os olhos, eu ainda tinha uma chance.

Meu pai se aproximou de mim e Dave se afastou para que ele pudesse ficar comigo, papai me abraçou apertado e alisou com as pontas de seus dedos meus cabelos. Estava silencioso, mas estava bom. Eu os tinha ali e isso não tinha preço.

Depois de algum tempo eu fui encaminhada para um quarto definitivo, o qual eu iria passar alguns dias em observação, eu não podia piorar ou adquirir qualquer tipo de outra complicação para que quando chegasse o momento do meu transplante meu corpo pudesse reagir bem.

– Você sabe que isso não é o fim, não sabe? – o moreno disse, sua mão entrelaçada na minha.

– Eu quero que não seja Dave, é só o que quero. – disse sem me desvencilhar de sua aproximação.

Estávamos a sós no quarto, meus pulsos com agulhas e eu deitada em minha cama hospitalar. Eu não sabia o que estava sentindo, mas ele estava convicto no que estava fazendo, me beijando? Tentando me beijar? Eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu podia sentir seus lábios em mim e eu não estava recusando.

Ele se afastou aos poucos e me olhou com intensidade, o mar verde de seus olhos estavam sorrindo pro que havia acabado de acontecer, mas meu coração ainda me dizia que aquilo não era certo.

Tentei abrir minha boca, eu queria dizer a ele que isso era algo para conversamos. Eu queria contar que eu ainda não estava pronta, que outra pessoa ainda morava em mim, mas ele não me deixou. Colocou seu dedo indicador de leve em meus lábios para que eu calasse e enfim declarou.

– Eu sei Ally, sei que não gosta de mim do jeito que eu gostaria, mas eu vou esperar. Só... só não me diga isso com todas as letras porque eu não aguentaria ouvir.

Ele sabia, sempre soube, Dave tinha apenas medo de confirmar o que por dentro já conhecia. Eu assenti de leve e me senti culpada por não conseguir faze-lo importante como o loiro é pra mim.

– Ally? – outra voz me chamou. Era Trish adentrando o quarto juntamente com Dez e Linds.

– Hey. – falei sorrindo para todos eles, Dave também os cumprimentou.

– Todos nós vamos fazer o teste de compatibilidade. – Dez se pronunciou chegando mais perto e pegando em minha mão. Eu sorri, eles eram os melhores amigos que alguém poderia ter.

Ficamos ali jogando conversa fora enquanto eu não pegava no sono e as visitas não eram encerradas.

– E Dallas, Cassidy? – perguntei, já fazia algum tempo que eu não frequentava a escola. Lindsay bufou irritada.

– Aquela tirana da Cassidy tomou o seu lugar nas líderes de torcida, ela dança ridiculamente mal, mas fiquei sabendo que a mãe dela subornou o comitê do colégio para que a colocassem lá.

– Purgante. – Declarei. Como ela acreditava que poderia roubar o meu lugar?

– Você deveria estar no comando do time Linds. – informei me sentindo injustiçada, ela sorriu pra mim.

– Dallas continua do mesmo jeito idiota de sempre, mas ultimamente as fofocas sobre você cessaram, estão muito preocupados com o baile de formatura pra lembrarem de alguém importante. – ela segurou minha mão. – São todos uns fúteis naquela escola, deus é muito justo por finalmente nos levar para a universidade no fim do ano.

– Vocês são os melhores. – declarei sentindo meus amigos me rodearem com suas boas energias, eles eram definitivamente os melhores.

...

Austin

Eu havia acabado de aterrissar, o voo foi longo e cheio de escalas, demorei quase um dia para chegar, mas nunca me senti tão feliz.

– Querido! – minha tia gritou correndo ao meu encontro, a recebi apertado. Era tão bom tê-la junto a mim.

– Que saudades meu amor. – ela disse sorrindo.

– Eu também senti. – respondi.

Caminhamos abraçados pelo aeroporto até chegarmos ao estacionamento, nós estramos no carro e enfim fomos a caminho de casa. Eu apenas precisava tomar um bom banho e arrumar minhas coisas, em seguida procuraria Ally sem sombra de dúvidas.

Quando senti o cheiro que vinha da cozinha sorri aberto, minha Tia havia feito um bolo de cenoura com chocolate para me recepcionar e eu mais uma vez me senti feliz por estar de volta. Comemos em silencio o pedaço de bolo que ela havia cortado para ambos e quando eu terminei ela levantou seu olhar sob mim.

– Você vai procura-la? – ela me pegou de surpresa, ela sabia.

– Sim, ela precisa de mim, mas como soube?

– Seu amigo ruivo, Dez, esteve aqui para me pedir que se eu tivesse como falar com você que eu informasse que uma amiga sua estava piorando, a partir daí eu deduzi.

– Se ele te pediu isso então porque não me avisou?

– Eu ia avisar, mas isso foi recente, então você me ligou dizendo que estava voltando e eu deixei para falar quando te encontrasse pessoalmente. – ela se explicou e eu suspirei.

– Ela está muito mal Tia, ela é a garota que eu disse que gosto.

– A garota que fez você ir embora daqui. Eu nunca entendi isso Austin, o porquê de você tê-la deixado, mas sei que teve seus motivos e se um dia quiser conversar comigo sobre isso estarei aqui. – ela me inspirou confiança e eu sorri em resposta, ainda não era o momento de contar tudo que ela não sabia.

...

Peguei meu telefone antigo e liguei para Dez, ele prontamente me atendeu.

– Dez... – comecei, mas ele me cortou.

– Ela está no hospital, ela vai precisar de um transplante. – meu ar faltou, meu coração perdendo uma... duas ou quem sabe três batidas.

– Eu.. eu já cheguei e quero consertar as coisas. – ele suspirou do outro da linha.

– Então seja bem –vindo de volta meu amigo. – eu não o estava vendo, mas sabia que ele sorria.

Eu estava a caminho do hospital, reunindo toda a coragem possível para encarar o momento em que eu estivesse cara a cara com ela. A essa altura eu não sabia o que ela iria sentir ou pensar sobre mim, se iria querer me ver ou o que faria quando me visse, eu só precisava vê-la.

Estava com as mãos no bolso, suando feito um babaca e então era isso, em poucos minutos eu a veria, foi quando vi alguém familiar. Era aquele cara, aquele que estava com ela quando eu a vi pela última vez. Eles estariam juntos? Suspirei triste com a possibilidade, então ouvi mais vozes.

– O que faremos? – reconheci como a voz chorosa da mãe de Ally.

– Eu não sei querida, mas acalme-se. Há de haver uma solução. – sem dúvidas o pai de Ally a estava consolando. Eu cheguei mais perto para ouvir a conversa e então o cara que estava com a minha garota antes que eu partisse se pronunciou.

– Não se preocupe Sra. Dawson, não é porque nenhum de nós é compatível que não podemos encontrar alguém que seja. Temos muitos bancos de sangue, em algum lugar deve haver alguém compatível com sua filha. – sua voz declarava uma dor audível.

Então não havia doador para o transplante de medula, estava tudo perdido temporariamente. Senti minhas pernas tremerem, eu não suportaria conviver com a ideia de perde-la. Dei um passo à frente para que todos pudessem me ver, eu estava sendo movido pela coragem e pelo medo ao mesmo tempo. Coragem para me revelar das sombras e medo de perder a garota.

– Eu serei o doador. – me pronunciei, minha voz rasgando o ambiente.


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Notas finais do capítulo

Espero merecer comentários e novas recomendações :) Obrigada a todos aqueles que contribuem com Dreams, vocês são demais.