Animos Domi escrita por Chiye


Capítulo 6
Capítulo 6 - Presentes


Notas iniciais do capítulo

Cheguei.
à propósito, acho que quando lerem, vão querer ver isso: http://rebloggy.com/post/doctor-who-tardis-sneakers-converse-whovian-universe-traveler/45934563565

Talvez não achem minha descrição tão legal quanto a imagem em cores e pixels.



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Estava no interior da TARDIS e absolutamente tudo estava em chamas. Ele ouvia gritos desesperados a sua volta. Sarah Jane, Romana, Jo Grant, Rose, todos os que já conhecera gritavam pedindo socorro. E ele não podia fazer nada por que alguns senhores do tempo lançavam correntes a sua volta, prendendo-o... Ele tentou queimar as correntes, mas tudo queimou, os senhores do tempo e os humanos...

John acordou e se sentou no mesmo segundo. Estava coberto de suor e tremia. Levou alguns segundos para se lembrar de que estava na sala de estar na casa onde vivia com Jackie, Rose e Pete. Cobriu o rosto com as mãos, tentando apagar as imagens do que acabara de ver.

Mesmo através dos olhos fechados, notou que alguém acendera uma luz. Ele tirou as mãos do rosto e descobriu Rose, que o olhava, parecendo preocupada.

Todos da casa haviam dormido na sala em sacos de dormir. Havia faltado energia e todos se aconchegaram perto da lareira.

--O que houve, John?—Perguntou Rose, apontando a lanterna em sua direção.

--Nada. –Murmurou ele quase inaudivelmente.

--Mas você está suado, está tremendo e está pálido também...

--Pesadelo... Só um pesadelo... –Ele tentou sorrir.

--Você sonhou com... As coisas que tem na sua memória, não é? Lembranças de um senhor do tempo...

John não respondeu. Continuava tremendo. Olhou para as chamas fracas na lareira, as imagens do sonho gravadas em sua retina.

--Você está péssimo. –Disse Rose, se levantando. –Já volto.

Ela saiu e direção a cozinha. Por um segundo John quis pedir que ela ficasse. A ultima coisa que queria agora era ficar sozinho. Ele enxugou o suor da testa com a manga do pijama, pensativo...

Havia se passado duas semanas desde o episodio com os espectros reliqua. John acompanhara Rose em mais alguma missões, mas Dan, como era chamado pelas costas o chefe de Rose, estava começando a desconfiar de algo. Afinal, O Doutor tinha um universo pela frente, não poderia ficar ali para sempre, por mais que quisesse...

O quarto que estivera desocupado agora era seu: Jackie havia providenciado uma cama, um guarda-roupas e uma estante, a qual John abarrotara de livros. Ainda se sentia meio estranho como humano, mas essa sensação diminuía um pouquinho a cada semana que passava ali. Rose era perfeitamente amável com ele: Não se via um sem o outro. Pete também era muito gente boa, embora preferisse ficar sozinho. Jackie... Bom, no fundo ela também gostava de John. Em alguns dias o natal chegaria. Isso o animou um pouco.

--Pronto. –Disse Rose. Ela trazia duas canecas fumegantes. –Um pouco de leite com mel. Isso sempre acalma.

John aceitou a dele e tomou um golinho.

--Me diz –Recomeçou Rose. –Você tem pesadelos com as lembranças, não é? Com a TARDIS e os planetas... Eu também, as vezes... Mas fico imaginando que você deve se sentir pior, quero dizer... Tudo o que O Doutor já viu...

--Não precisa se preocupar, Rose, sério... –Começou ele.

--Precisa, sim. Sabe, somos só nos dois. A mamãe e o pai não sabem como é ter viajado na TARDIS. Eles não sabem como é Tyler visto o que nós vimos... Os planetas, as espécies, as luas, os costumes...

--As mortes. –Murmurou John.

--Isso também, mas foi o de menos. Quero dizer, toda a beleza que vimos compensa essa parte.

John não pode deixar de sorrir para ela.

--Isso ai, humano. Não adianta ficar vivendo do passado...

--Você vai me chamar de humano para sempre, hein, loirinha? –Perguntou John, sarcástico.

--Pretendo. –Foi a resposta dela. –Mas, por hora, vamos dormir, tudo bem?

Eles beberam os últimos goles de leite e voltaram para dentro dos sacos de dormir.

A manhã de sábado amanheceu fria e aconchegante. John gostava do frio. Ele continuou deitado até Jackie dizer que o café da manhã estava pronto. Eles se sentaram e começaram a comer.

--Olá todo mundo!—Era Liz. Ela entrou pela porta da cozinha, passou por John tomando a torrada de sua mão e se sentando ao lado de Rose.

--De nada. –Disse ele a Liz, meio irritado. –Poxa, Liz, qual é...

--Deixe disso, senhor cabelos. –E começou a comer também.

--Não me lembro de já ter aberto a porta. –Comentou Jackie olhando para Liz. –E tenho certeza que a tranquei ontem a noite depois que você saiu.

--Havia uma cópia da chave em cima do balcão aqui da cozinha. –Disse Liz como se pegar chaves alheias fosse tão normal como pegar a de casa.

Rose e Pete riram. Liz tinha esse jeito largado e despreocupado desde criança. Ninguém chegava a se irritar de verdade com ela. Mas ela sabia a hora de parar. Ultimamente havia passado mais tempo na casa dos Tyler do que na própria.

--Então, cabelos, quando vai pedir Rose em namoro?—Perguntou Liz de repente.

John quase cuspiu o café.

--Hã?—Perguntou, aparvalhado.

--Não se faça de desentendido. Vocês dois vivem grudados um no outro...

--Hã... –Começou John tentando ganhar tempo e evitar o olhar de Jackie.

--Pare de ser boba, Liz. –Disse Rose.
John evitou olhar para ela também.

--Gosto de deixá-lo com vergonha. –Comentou Liz. –Ele se atrapalha quando mexemos com ele.

--Eu não me atrapalho. –Disse John, corando.

--Ah, atrapalha, sim. Se não, prove. Responda o que eu perguntei.

John ficou em silêncio. Liz riu.

--Hey, Tyler, preciso comprar umas coisas que a minha mão pediu. Poderia me ajudar? São muitas coisas para carregar, sabe...

--John pode ajudá-la. –Disse Rose. John olhou para ela como se dissesse “Eu?”—Vou ajudar minha mãe na faxina aqui em casa.

--Que azar, hein, Tyler?—Comentou Liz.

O comentário rendeu um olhar de censura de Jackie.

Meia hora depois John e Liz saíram para o frio, bem agasalhados dentro de sobretudo, cachecóis e luvas.

Liz estava com o carro da mãe, então ela se sentou no banco do motorista, para total pânico de John.

Mas ele teve uma surpresa bastante agradável: Liz, apesar do seu jeito largado, dirigia com um cuidado especial.

Chegaram ao centro coalhado de pessoas que passavam para lá e para cá. Liz tirou uma pequena lista de compras do bolso. A lista ia desde parafusos até uma caçarola nova.

Eram realmente muitas sacolas para carregar. Depois de algumas horas, John tinha que esperar do lado de fora das lojas com as sacolas enquanto Liz entrava. Ele preenchia o tempo pulando de um pé para o outro, tentando espantar o frio.

Almoçaram em uma barraquinha que vendia churrasco. Liz usou John como escudo humano quando um cachorro veio cheirá-los, esperançoso. John jogou-lhe alguns pedaços de carne.

Voltaram para o carro algum tempo depois, completamente carregados de sacolas e jogaram-nas no porta malas.

--Vou te levar em casa, cabelos. –Disse Liz.

--Pare de me chamar assim. –Respondeu John.

--Mas seu apelido é esse. Não se pode mudar um apelido. É parte de você. Eu não mandei ter cabelos legais, mandei?
John deu de ombros e eles partiram.

--Rose!?—Chamou ele assim que entrou em casa. Liz o seguiu, com uma sacola nas mãos.

--Achei que fosse para casa. –Disse John.

--Nossa, parece até que você não me quer aqui... –respondeu Liz fazendo cara de ofendida.

--Você sabe que não foi isso que eu quis dizer. –Começou John. –Não me importo se...

Mas ele parou no meio da frase.

A cozinha estava decorada com fitas e balões azuis. Havia um pequeno bolo de glacê branco rodeado por docinhos. E ao redor disso tudo estavam Rose, Pete, Jackie e Alden. O casal olhava Alden com a mesma expressão de assombro que todos tinham quando a conheciam.

--O que está havendo?—Perguntou John.

--Quinze de dezembro. Esse dia não te diz nada?—Perguntou Pete.

John olhou de Rose para Jackie, Alden, Pete e Rose novamente.

--Eu avisei que ele não lembraria. –Disse Alden calmamente.

--Tecnicamente esse é seu aniversário, John. –Disse Rose, rindo do espanto do seu humano.

--Hã... é?

--É, seu idiota. –Disse Liz atrás dele.

--Foi a data que colocamos em seu documento, John, você lembra, foi a...

--Primeira data que me veio a cabeça, lembro. –Completou ele, abrindo um sorriso.

Era uma sensação bastante estranha. Eles se sentaram e comeram, conversaram e riram. A uma certa altura Rose se levantou e trouxe quatro embrulhinhos. Liz acrescentou o seu a pilha.

--Abra, John. –Disse Rose. John havia colocado um chapeuzinho de festa nela e ela revidara bagunçando seus cabelos.

Ele pegou o primeiro, feliz. Era um pacote retangular.

--Esse é meu. –Disse Rose.

Ele abriu... Um livro.

--Harry Potter? Minha nossa, eu realmente adoro isso. –Comentou ele, abrindo o livro.

--Hã, senhor cabelos?—Disse Liz quando John se esqueceu da festa enquanto lia. –Abra os outros, você pode ler depois.

--Ah, sim, claro... De quem é esse?

Era um pacote irregular muito pomposo.

--Meu. –Disse Jackie. –Vi em uma loja e achei que você gostaria. Dei uma personalizada...

Ele abriu, curioso. Era um converse vermelho. Mas não um converse qualquer: A bolinha branca na lateral havia sido substituída por uma que dizia: “Universe Traveller” e um pequeno desenho da TARDIS.

Sua boca se abriu em um perfeito e cômico “oh!”

--Isso é demais, Jackie... –Disse John.

--Achei que ia gostar. –Sorriu ela.

--Isso é... Isso é... Ah, obrigado!

John a abraçou rapidamente.

--Esse é o meu. –Disse Liz.

--Não vai explodir assim que eu abrir, não é?—Disse John, irônico.

Liz fez careta para ele.

John sorriu quando viu uma blusa escrita “I love London” e Liz lhe jogou beijinhos irônicos.

--Eu não sei se você vai gostar, John, mas achei que seria bem útil. Sabe como é, nada de explodir um sol por aqui. –Disse Pete quando John pegou o menor dos embrulhos.

John abriu, confuso, e se deparou com um telefone celular. Pete tinha razão, esse não fora o seu favorito, mas ele concordava que seria bastante útil.

--Obrigado, Pete. –Disse John.

John achou que havia acabado, mas Alden lhe empurrou um embrulho marrom.

--Nossa, obrigado, Alden. –Disse John.

--Ora, ora. Sei que você não esperava nada meu. Sei também que você não vai gostar, por enquanto, mas depois de um tempo vai gostar, isso vai. –Respondeu Alden.

Todos encaravam John. Ele tentou sorrir enquanto desembrulhava seja lá o que fosse. Acontece que o seja lá o que fosse era uma pedrinha branca. Muito bonita, lisa e se encaixava na palma da mão. John ficou meio sem jeito. Alden sabia de tudo. Devia haver algum motivo para aquilo. Ele achou melhor apenas confiar.

--Muito obrigado, Alden. –Disse.

--Pelo menos você é educado. –Disse ela, feliz.

O clima ficou pesado por uns minutos, mas todos esqueceram depois de comer bolo. Haviam se passado algumas horas quando a festinha foi dada por encerrada. Todos se levantaram.

--Alden, para que serve aquela pedrinha...?—Perguntou Rose, mas, mais uma vez, Alden havia sumido.

Rose olhou para John e suspirou.

--Seja bem vindo, John Smith. –Disse Jackie, muito solenemente. –O mais novo membro dessa família.

E o abraçou. John ficou aturdido por alguns instantes, sem saber o que fazer. Então Rose o abraçou também. E Liz. Pete colocou a mão em seu ombro. Ele continuou parado, sem entender. Seus olhos encontraram os de Rose em meio ao abraço em grupo.

“Você não precisa ficar sozinho, John, Você tem a gente” Disse a humana com o movimento dos lábios. John sorriu. Era uma sensação totalmente nova, mas, pensou John, enquanto pegava a mão de Rose, ele iria se acostumar bem rápido. Com certeza iria. 


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Notas finais do capítulo

*-*
Achei esse capitulo fofo. E vocês?
Mas eu achei que não ficou tão bom como eu queria... Momento: Isso ficou melhor na minha cabeça... :p



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