Ablazing escrita por Tsubasa


Capítulo 5
Ablazing-5- Os olhos da escuridão


Notas iniciais do capítulo

Trevas, trevas e mais trevas. Desde a criação, o homem relaciona escuridão a maldade, discórdia e horror. Por quais motivos a raça humana tem medo das trevas? Quem sabe o medo não seja da escuridão, mas sim do que se esconde dentro da mesma?



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Falar com a própria alma. Parecia algo estranho para Naryu que tentava se focar no mesmo enquanto Dan, aparentemente conseguia o fazer tranquilamente.

Ao forçar a sua mente, Naryu não conseguia visualizar nada, além do escuro. Uma escuridão profunda. Não havia nem uma forma viva se quer. Nem um animal, nem um elemento, nem uma arma e nem mesmo uma forma humana.

Naryu já começava a ficar desesperado por não conseguir ver nada. E se na verdade, ele não pudesse se tornar um Kishin? Ou, e se ele não possuísse uma alma? Jadegar iria caça-lo até que Naryu não tivesse mais para onde fugir. A única solução era lutar pela liberdade, mas, como o fazer se não conseguia ver nada além do escuro?

Mas, mesmo Naryu pensando nos Kishins, Jadegar e nele mesmo, ainda assim, a escuridão não saia de sua mente. Estava lá. Firme e forte, de forma com que nem uma luz conseguiria apaga-la por completo. “Espere! Mas e se...?”

Finalmente, Naryu se encontrava como em um sonho. Apenas ele em meio à enorme escuridão. Parecia um novo mundo, mas não era.

Naryu: E-Escuridão! Você é a minha alma?

Em meio a todas aquelas trevas, lentamente três pares de olhos que brilhavam com uma coloração rubra abrem-se. Pareciam que dentro das sombras haviam três cabeças, cada uma com seus dois olhos. Pois, cada par de olhos movia-se por vezes como se fosse um objeto individual.

Escuridão: Rrrrrrr...Achei que nunca fosse perceber...

A voz daquelas trevas era uma voz grossa e amedrontadora. Parecia-se com um grande monstro. Falava lentamente e deixava alguns rosnares pelas suas falas. Qualquer outra pessoa ficaria muito amedrontada ao ver aquela cena, principalmente Naryu, que já era um pouco medroso.

Porém, o coração do gato o dizia que tudo ficaria bem, afinal, Por mais ameaçador que pudesse ser tudo aquilo, não se passava de sua própria alma. Parte dele mesmo.

Naryu: Então...você...? É você! Alma! Espera... você tem algum nome?

Escuridão: Rrrrrrr... he-he-he... isso não importa agora... que tal você me dizer o que quer comigo? Quer vencer aquele homem não é...? Seu nome é...rrrr... Jadegar....

Naryu: Me desculpe, alma! Eu não queria parecer interesseiro, mas nunca consegui falar com você antes...

Escuridão: Vai responder a minha pergunta, ou não...rrrrrrrrrr?

Naryu: Sim, alma! Eu quero poder liberar o seu poder através do Anïn. Quero me tornar forte o suficiente para lutar contra o Jade!

Escuridão:Ah sim...Rrrrrrrrrrrrr... Você me parece pronto...Pode ir....

A escuridão então começava a envolver Naryu por completo. O garoto conseguia ouvir as lentas e cansadas risadas de sua alma enquanto era envolto. Pouco a pouco, Naryu sumia na escuridão, porém, enquanto tentava gritar.

Naryu: ALMA! O QUE...?!!!

A ultima coisa que conseguira ouvir eram as ultimas palavras de sua obscura alma.

Escuridão: Acalme-se... é só deixar fluir... he-he-he...

Ao abrir novamente seus olhos, Naryu conseguia ver as árvores da floresta e as pedras do rio. Conseguia até ouvir o fluxo da água e os sons dos pássaros novamente. Naryu tinha acordado de seu transe e voltado para fora de seu corpo.

Observava ao redor e era o mesmo cenário que havia deixado para trás, Bamboo estava dormindo ao lado de uma árvore, e Dan estava sentado em uma rocha defronte ao linx. Porém, desta vez, Dan estava acordado o observando.

Dan: E ai? Conseguiu falar com a alma, né?

Naryu: Eu... eu... aham...

Dan: E? O que foi que ela disse?

Naryu:... Bom... ela disse que eu tô pronto...

Dan: E o que mais?

Naryu: Nada... foi só isso... se eu não me engano ela disse: “Você me parece pronto. Pode ir....”

Dan: Estranho... ela não especificou quase nada... Bom, ela deve estar certa então! Ah, Naryu, eu e o Bamboo estamos voltando para a nossa cidade, se quiser vir com a gente até o seu Anïn se manifestar... A gente tem uma amiga que manja bastante disso! Se quiser, eu posso dar um jeitinho de ela te ajudar!

Naryu: Não vai ser incomodo para vocês?

Dan: Acho que não! Vem com a gente! Alias, eu também te achei um cara, ou melhor, um gato legal!

Naryu: Sério?! Ok! Eu vou com vocês então!

Dan então coloca Bamboo para dormir dentro de sua roupa e pega a trilha com Naryu. Porém, no meio da viajem...

Dan: Ah é? Como é a sua alma, Naryu?

Naryu: Ah... ela é bem...bom, ela é muito...(tentando explicar com as mãos, mas não conseguindo) São mais ou menos uns três....

Dan: Você não sabe né?

Naryu: Não... Ela estava totalmente no meio das trevas...

Dan: Ah é.?.. Interessante...(começa a sussurrar para ele mesmo)...Tô achando que ele é um...

Naryu: Eu sou um... o que?

Dan: Nada não! Deixa quieto!

E assim a viajem se prolongou. Não era uma trilha que levasse mais do que meio dia para se completar. Ao finalmente atravessa-la, Naryu se depara com uma grande praia. Na praia parecia haver uma cidade portuária. E, é claro, ao fim do porto, começava a imensidão que era o mar.


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