POV Jack

Voei na direção de Merida como nunca havia feito antes, tendo em mente o perigo que eu e ela corríamos. Sua expressão era assustadoramente calma e tranquila, quase se divertindo com a situação. A alcancei e me pus na sua frente de modo defensivo, preparado para de algum jeito que eu ainda não sabia, parar o ataque de Breu e nos salvar.

– Sai da minha frente! – ela disse ríspida assim que cheguei. Ela estava bonita no baile, eu tinha que admitir, e que belo momento para isso.

– Se não percebeu, ruiva, to tentando nos salvar. – respondi e comecei a atirar rajadas geladas, que não surtiam efeito algum contra a bola de escuridão.

– Jack, sai agora, ou você pode sair daqui ferido. – espera, ela me chamou de Jack, então realmente ela está falando sério. Me virei rapidamente a tempo de ver os olhos azuis da ruiva terem um tipo de fogo azul dentro deles.

As mãos da garota estavam postas ao lado do seu corpo, ela fechou os punhos lentamente, os olhos fixos na bola que se aproximava, fogo surgiu ao redor de suas mãos. Fiquei meio abismado com tal cena, porque ao mesmo tempo que ela exalava o ar do verão, transbordava uma coragem que me atingiu em cheio e pelos gritos de ameaças dos outros, atingiu a eles também.

Merida esticou os braços para frente e um jato de fogo foi ao encontro da bola do Breu, estilhaçando-a em pedacinhos minúsculos. Aproveitei enquanto ela destruía tudo para me proteger atrás da própria Esquentadina, ou todo o calor faria mal a mim e não ao inimigo.

Violeta e os outros gritaram de alegria ao ver que estávamos bem, o Sr. Pesadelo pareceu surpreso e furioso, mas claramente, estava abalado pela luz. Andei em direção aos meus amigos e a ruiva me seguiu de perto. Todos a olharam carinhosamente de preocupação por quase morrer com a bola, mas não houve tempo para cumprimentos, pois o inimigo atacou de novo.

Sombras apareciam nas paredes conforme Breu gesticulava, de repente, diversos ursos apareceram, mas quem dera apenas ursos... Como uma espécie de “brinde”, vieram dragões, umas coisinhas que pareciam uma aranha (mas que Wilbur exclamou ser um tal de “Chapéu Côco” ), uns robôs extremamente grandes e claro, não podia faltar, uma senhora que parecia uma bruxa! Agora a festa estava completa, éramos 6, contra mais de 12 inimigos, ótimo, uma bela forma de se acabar um baile em grande estilo: derrotando caras do mal.

Tudo bem que cada um deveria cuidar do seu inimigo, mas não foi bem assim, segundo Rapunzel, tínhamos que nos dividir em casais para não ficar injusto. Então ela habilmente separou cada dupla: Wilbur e Violeta, ela e Soluço, ou seja, me restou quem? Sim, a garota que pode me matar derretido num estalar de dedos, bela escolha, Punzie.

Todos estavam bastante ocupados com os seus inimigos. Não, Frost, eles estavam sentados comendo pipoca assistindo você e a ruiva matarem ursos e lutar contra o Breu. Minha consciência rapidamente ironizou e me deixou ainda mais alerta. A dupla do garoto do futuro era muito rápida, logo deram um jeito no desafio; já a loira do cabelão e seu parceiro tiveram um pouco mais de dificuldade, porque uma bruxa era muito pior que várias outras coisas.

Minha dupla, bem, faço o possível para congelar esses ursos gigantes. E a ruiva ate que não é tão inútil. Encurralou Breu e os dois estão com jatos negros vs jatos de fogo, o lado dela esta maior, o inimigo parece perder forças. Dei um jeito nos últimos ursos e me juntei a ela.

– Força, ruiva. Mantenha-se firme e vai conseguir vence-lo. – incentivei me aproximando. Rapunzel parecia estar tentando prender a bruxa junto com o Breu, lançava raízes prendendo e arrastando, enquanto a outra gritava de ódio e lançava poderes.

Depois de muito esforço, chegou ao lado de Merida e ficaram assim: ruiva e loira contra pessoas do mal. Violeta e Wilbur chegaram correndo, Soluço não estava muito longe e rapidamente nos alcançou.

– Nós temos que nos unir as duas, criando uma ligação entre nós seis. – Vivi disse rapidamente e ansiosa, se aproximando das únicas que ainda lutavam. Puxou Soluço para perto de si e colocou a mão esquerda dele no ombro direito de Punzie, que estava com os braços na mesma posição que a ruiva.

Depois a morena me puxou e colocou minha mão direita no ombro esquerdo de Merida, viu que quase protestei, mas sua expressão me fez ficar quieto e ver no que acabaria. Por ultimo ela segurou a minha mão livre e puxou Wilbur com a outra, indicando que deveria segurar a mão de Soluço.

Não sei eles, mas algo me fez fechar os olhos, uma sensação de paz, luz, alegria e tranquilidade tomou conta de mim. Senti algo pulsando em minhas veias e um tipo de corrente elétrica passando tanto das meninas para mim, quando de mim para elas. Abri os olhos lentamente e vi que não havia sido o único a fecha-los.

Os outros brilhavam, cada um com uma cor diferente: Rapunzel emitia uma luz extremamente dourada da pele e de seus longos cabelos, como o nascer do sol, os olhos brilhavam de um verde intenso como a grama da primavera; Soluço emitia uma luz marrom ao redor de si, seu cabelo estava para cima como se um vento soprasse, seus olhos estavam destacando o castanho que possuía, da cor das folhas no outono; Wilbur tinha uma espécie de azul escuro para preto em torno do topete, os olhos ainda fechados, como os de Violeta; a morena tinha uma luz vermelha cercando os cabelos negros; a ruiva ao meu lado tinha os cabelos do laranja mais forte que se pode existir, como uma brisa de verão, uma mecha caia sob seu rosto, mas ela parecia não nota-la, seus olhos possuíam o mesmo fogo azul de antes.

Reparei então que eu também emitia luz, um azul claro. Mas isso era o que eu sabia e podia ver. Logo após isso, olhei novamente meus amigos e Rapunzel e Merida agora estavam com as mãos nas laterais do corpo. Um circulo se formava ao redor de nós seis no chão, Breu e a Bruxa só recuavam e tentavam atacar, mas agora uma parede invisível nos protegia. Violeta e Wilbur abriram os olhos, e instantaneamente uma onda de luzes coloridas surgiu do círculo no chão. Me senti mais forte do que nunca, imaginei a direção que todo aquele poder deveria seguir, e ela foi nesse local.

Imagino que os outros pensaram o mesmo, pois tudo foi direcionado aos dois encurralados, que acabaram se desfazendo em cinzas após serem atingidos.