O caixão estava aberto, porém ninguém chorava; ninguém estava ali ao lado para desejar os pêsames aos parentes, mas espere, não havia parentes. O senhor Cho, diferente das últimas vezes que John o vira, não vestia a calça social costumeira verde desbotada e nem a camiseta polo branca com o casaco de lã amarelo por cima, mas ele estava com sua bengala e com a bolsa travessal, e em suas mãos é claro, sua Bíblia — John precisava contar a Cho que havia comprado uma também, na verdade duas. E claro precisava contar o que havia feito na livraria:

Flashback On

Seus olhos passavam de Bíblia em Bíblia em busca da que o senhor Cho havia recomendado, pois atrás havia palavras chaves para se encontrar versículos. John não pôde deixar de notar uma senhora a alguns metros de distancia, ela também olhava a prateleira de Bíblias.
— Uau. — Ela disse chamando a atenção de John. Ela segurava nas mãos uma Bíblia rosa. — Que Bíblia cara, mas acho que eles podem me dar um desconto, afinal, compro nessa loja há muito tempo. — John não pôde deixar de se irritar com as palavras da mulher.
— Com licença. — Ele levantou uma mão e a mulher olhou para ele com um sorriso nos lábios.
— Sim?
— A senhora não tem vergonha na cara, não? — John se aproximou e pegou a Bíblia das mãos dela e conferiu o preço.
— Como? — Ela franziu o cenho.
— Cento e vinte e cinco reais e você achando caro? Sério, madame? Isso daqui é o passaporte para o céu, isso daqui — levantou a Bíblia no ar — deveria valer um milhão, não, não — ele balançou a cabeça negativamente e riu consigo mesmo — deveria valer um bilhão e a senhora tinha que dá é mais. Isso aqui custou o sangue dos mártires¹. Por favor, vá pedir desconto de roupa e de sapato, mas não peça desconto de Bíblia não. — Ele devolveu a Bíblia para a mulher, que ficou o olhando de boca aberta.
John pegou duas Bíblias na prateleira e levou até o caixa — que ficava próximo de onde a mulher ainda o olhava — e tirou quatro notas de cem.
— Fica com o troco. — Falou pegando ele mesmo uma sacola e colocando as Bíblias, depois saiu da loja pisando firmemente. A moça do caixa olhou para a mulher que agora estava envergonhada, porém caminhou até ela e comprou a Bíblia rosa, dando cinquenta reais a mais.

Flashback Off

— Ai caramba, o que o senhor Cho está fazendo? — Nicole perguntou olhando a figura de terno cinza ao lado de um caixão aberto.
— Gente olha aqui, morreu essa praga! Tudo era mulher, futebol, dinheiro! Agora nós temos que enterrar essa muinha! Venham aqui ver quem é!² — Senhor Cho gritava no meio do Central Parker e algumas pessoas que estavam ali começaram a se aproximar em forma de uma fila para verem quem tinha morrido e conforme elas iam olhando falavam mal do senhor Cho, porém outras saiam cabisbaixas.
Nicole e John se entreolharam e depois voltaram a olhar para o senhor Cho, infelizmente um dos rapazes que olhou dentro do caixão se irritou e empurrou o ancião, mas rapidamente John caminhou até ele e o afastou do Cho.
— Ei, qual é o seu problema? — O rapaz foi para ir contra Cho, mas John o empurrou para trás mais uma vez.
— Qual é o problema desse velho, isso sim!
Nicole correu — com um pouco de dificuldade por conta do salto — até eles e ajudou o Cho a se levantar.
— O senhor está bem?
— Estou sim, criança. — Sorriu simpaticamente como sempre.
— Você não tem vergonha de agredir um senhor de idade não? — Nicole se dirigiu ao rapaz que a olhou e depois arregalou os olhos e se afastou dali rapidamente. A loura franziu o cenho e John riu. — O que foi que eu perdi?
— Ninguém é idiota de se meter com a filha do Homem de Ferro. — Explicou.
— Ah. — Disse com a testa franzida. Aquilo a incomodou, pois ela não queria ter influencia alguma por ser filha do Tony. — Só você, né? — Acabou sorrindo e John jogou se ombros.
— Sabe como é; eu não resisto. — Sorriu também e depois caminhou até o caixão e ao olhar dentro dele se surpreendeu. Finalmente entendeu o porquê das reações das pessoas. — O senhor é muito louco Cho. — Ele disse rindo.
— O que foi? — Nicole perguntou se aproximando e olhando para ver quem estava no caixão. — Uau! — Surpreendeu-se assim como John, pois dentro do caixão estava nada mais nada menos do que ela mesma, pois Cho havia posto ali um espelho.
— Sim, eu sou louco por Jesus e vocês dois? — Nicole e John olharam para o senhor Cho. — Que loucura vocês já fizeram por Jesus hoje? Vocês já oraram?
— Eu já! — John prontificou em dizer e Nicole olhou para John e depois para o senhor Cho.
— O que? Eu orei.
— Quando? — Cho semicerrou os olhos e se aproximou dela.
John também semicerrou os olhos — imitando ao senhor Cho.
— É, quando?
Nicole olho feio para John.
— Quando eu tava caindo do prédio.
— Falando nisso, sabe que eu ainda estou me perguntando como você conseguiu descer daquele prédio de tantos andares, eu estou surpreso, por acaso andar com os Vingadores não lhe deu algum poder.
— ‘ta louco? — Nicole fechou as mãos em punho. — Eu sou totalmente normal.
— Então como você me explica aquilo?
A loura suspirou e jogou de ombros.
— Minha oração foi ouvida, oras.
— O que? Prédio? Do que vocês estão falando, meus jovens? — Cho perguntou confuso.
— Ah, sim. Veja bem, Nicole não resiste a mim e como o pai dela não a havia deixado sair comigo hoje a noite ela fugiu pelo prédio de infinitos andares e cá estamos nós.
Em uma atitude que fez Nicole arregalar os olhos e paralisar, Cho levantou a bengala e lhe bateu na cabeça, de leve, porém deixou Nicole estática e John gargalhou.
— O que... hã? — Nicole passou a mão na cabeça e choramingou.
— Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.³
— Toma! Bem fei... — John foi interrompido por uma bengalada mais forte. — Au! Qual é senhor Cho, eu estou do seu lado.
— Tem que ser influencia, influencia boa! Não má! — Bateu nele novamente.
— Para! Isso dói Cho!
— Se fosse para fazer cócegas não estaria batendo em sua cabeça, menino. Agora a leve para casa.
— Mas... — Cho ameaçou bater novamente, mas John se rendeu. — Ok, ok.
— E você criança quando chegar a sua casa peça perdão a seu pai e depois vá para seu quarto e dobre seus joelhos, anda. Vão indo.
— Como o senhor vai para casa e... — Nicole perguntou tentando mudar de assunto, mas assim que o senhor Cho ameaçou erguer novamente a bengala John empurrou Nicole para o lado leste, onde ele havia estacionado o carro.
— Passar bem senhor Cho. Fica na paz. — Fez sinal de paz e amor e saiu dali rapidamente. — Alguém precisa tirar a bengala da mão desse homem.
— Concordo. — Nicole disse passando a mão na cabeça. — Aquilo é duro.
— Não sei do que você ‘ta reclamando, ele me bateu duas vezes. — Queixou-se.
— Deixa de ser criança.
— Quem tem o tamanho de uma aqui não sou eu. — Provocou e Nicole estreitou os olhos, prestes a lhe bater, mas ele correu e deu a volta no carro, entrando no mesmo.
— Melhor ser carinhosa, se não eu te deixo pra trás.
— Ah, claro. — Ela entrou no carro e colocou o sinto de segurança. John ligou o carro e cantou pneus. — Sabe no que eu estou pensando?
— Que o senhor Cho está certo e que você não devia ter desobedecido ao seu pai? É, eu tenho que concordar com ele anã, apesar de que eu ficaria muito triste se você não tivesse ido jantar comigo hoje, mas podíamos insistir e vencê-lo pelo cansaço, sem falar que foi perigoso demais o que você fez e eu espero que você tenha ciência de que é impossível para um humano fazer o que você fez hoje.
— Eu faço parkour.
— Parkour, balé, karatê, capoeira, não importa, só digo que aquilo não foi humano.
— Talvez eu seja mesma uma anã e vai ver anãs tem super poderes. — Disse com ar aventureiro.
— Pena que não é um poder de inteligência, porque só uma pessoa muito doida pularia de um prédio, ‘to achando que você queria se matar ao invés de sair comigo.
— Se eu fosse um gênio teria puxado ao Tony, mas eu mal sei quanto é dois mais dois. E não me chame de doida e eu tenho muito amor a minha vida, afinal de contas eu ainda quero um dia ir para o céu, então nem rola esse papo de se matar. Chuta que é laço. — Disse sorrindo e erguendo as mãos e as empurrando para frente, como se estivesse despachando alguém ou algo.
— Então você vai fazer o que o Cho disse, né?
— É. ‘to me sentindo esquisita, sabe? Sei lá, o que ele falou... — ela estremeceu.
— É, eu também me sinto assim quando eu falo algo pra ele e ai ele vai e fala algum versículo da Bíblia que tem haver com a minha situação e eu não penso duas vezes antes de concertar o meu erro, e eu oro pra nunca mais voltar a cometer o mesmo pecado.
— Eu não sabia que você também era cristão.
— Novo na verdade, Cho meio que...
— É. — Ela interrompeu sorrindo.
— Ele também fez com você, certo? Falou de Deus e orou por você, eu me segurei pra não chorar.
— Eu sou chorona, então. — Jogou de ombros e sorriu.
— Não parece. Na verdade você parece bem durona.
— Ninguém é feito de ferro, sempre há momentos em que choramos, seja na frente dos amigos, da família ou no quarto...
— Com Deus. — Disseram ao mesmo tempo e riram.
— E todos dizem... — John começou a dizer e Nicole completou junto com ele.
— Amém! — Riram de novo.
E assim, entre palavras e risos eles foram para a Torre Stark. Nicole admitia que seu orgulho era grande demais e ela não sabia se conseguiria pedir perdão ao Tony, provavelmente quando ela saísse do elevador ele iria algemá-la e pronto, nunca mais ela iria sair daquela Torre.
— Eu levei horas para conseguir pedir perdão pro meu primo, sabe? Eu fiquei rolando a madrugada toda, então se eu fosse você quando o visse já pedia perdão de uma vez por todas. — Ele disse como se tivesse lido seus pensamentos.
— Agora quem ‘ta com super poderes aqui é você, né?
— Quem dera. — Ele riu divertido. — Mas eu estou falando sério Nicole — ele estacionou em frente à Torre —, não deixa o orgulho te vencer, ok? O perdão cura e liberta. Vai lá. — Dito isso ele retirou o sinto e se inclinou na direção dela e então depositou um beijo casto em sua boca, foi apenas um roçar de lábios, mas Nicole sentiu seu coração acelerar, assim como John. — Boa noite, anã.
— Boa noite, Don Juan. — Ela tirou o sinto e saiu do carro, depois se virou e entrou na Torre, apenas depois que ela entrou John cantou pneus e durante todo o percurso ele orou a Deus para que Ele desse o dom do perdão para Nicole e diferente dela, ele sabia como era um pai com um filho, então bastava ela pisar em cima do orgulho e pedir perdão que Tony a perdoaria, pois não é do feitio dos pais negarem a um filho um pedido de perdão.

Nicole sentia seu coração acelerado e o friozinho aparecer em seu estomago novamente. Ela não havia levado relógio e nem celular, mas sabia que não passava nem das dez da noite, porém ela tinha certeza que quando Tony descobrisse que ela havia saído a esperaria durante a noite toda, ela se perguntava se ele já havia descoberto, ela esperava que quando ele o fizesse não saísse por ai atrás dela e... O elevador se abriu e ela se deparou com uma cena que a fez congelar.
Na sala de estar estavam Tony, Nick Fury e... Steve.
— Espero que tenha se divertido. — Tony disse, ele estava com um semblante de dá medo e com os braços cruzados perante o peito, sua imagem era — ela admitia — assustadora. — Seu amiguinho John não quis entrar? É uma pena. — Como ele sabia que ela havia saído com o John? E o que Nick Fury estava fazendo ali e... Steve. O louro a olhava sem expressão no rosto. — Não vai dizer nada?
Já ia ser difícil ela pedir perdão para Tony estando sozinha com ele, ela não precisava de plateia e... por que eles estavam ali? O que havia acontecido? Será que ela não podia trocar o lugar de Nick pelo Bruce? Ela até o achara simpático. Pois ela preferia mil vezes ter o Hulk a ter Nick Fury, pois sempre que ele estava presente coisa boa não acontecia, pelo contrário, sua presença era sinônimo de dor.
— O que eles estão fazendo aqui? — Ela perguntou caminhando até o Tony e parando na frente dele, mas ela por algum motivo não conseguia olhar nos olhos dele, pois apesar da surpresa de ter Steve ali — ela realmente estava evitando pensar na tragédia que era ter Nick ali também — a vergonha a tomara de uma maneira perturbadora.
— Você tem problemas maiores com os quais se preocupar Nicole. — Quem respondeu foi Nick.
— Não falei com você. — Nicole não escondia o desagrado de tê-lo ali. — Pai... — Ela finalmente conseguiu olhar para Tony, mas ele a interrompeu.
— Muda essa roupa agora. — Ele foi duro em cada palavra.
Nicole sentiu vontade de chorar, ela não sabia exatamente o porquê, apenas o sentiu. Ela sabia que ela havia pisado na bola feio, mas era péssimo ver a magoa nos olhos e nas palavras de Tony. O moreno já estava com respostas na ponta da língua para dar quando Nicole retrucasse suas palavras, mas algo o surpreendeu e fez com que o chão dele sumisse, pois diferente dos turbilhões de palavras desagradáveis que ele esperava dela, ela apenas assentiu e caminhou em direção ao seu quarto.
Faith sentia seu coração se apertar em seu peito e por um momento, antes de ela entrar completamente no corredor, ela sentiu raiva pela dureza de Tony, ela queria rebater suas palavras, mas a voz de Cho pareceu gritar em sua mente, mas não era bem a voz de Cho, eram as palavras que ele havia lhe dito, mas não era a voz dele, ela não sabia o que estava acontecendo e ela chegou a parar de andar e a se virar para Tony, mas seu olhar acabou encontrando os de Steve e foi ai que ela sentiu mais vontade ainda de chorar. “O que está acontecendo? Por que eu estou me sentindo assim? Por quê?”. Uma única palavra soou em sua mente e ela sabia que não fora ela quem pensara nela, mas ela estava lá novamente e novamente. Perdão!
— Não me ouviu, Nicole? — Tony arqueou uma sobrancelha e ela umedeceu os lábios com a ponta da língua e desviou os olhos de Steve e olhou para ele. Ela queria correr dali e chorar. Seria tão mais fácil se só estivesse o Tony ali e não o tampa olho e o homem que a beijou há um ano e que não estava presente após ela ter acordado. — Nicole. — Tony lhe chamou, mas ela parecia alheia a tudo.
Stark entrou no quarto dela depois de Banner ter ido embora e ter visto a janela aberta fez com que o desespero o tomasse e ele estava prestes a ir atrás dela, mas ao chamar o elevador Nick Fury surgira com noticias nada agradáveis. Claro, quando ele sumia era maravilha, mas quando ele surgia novamente, ah, não vinha coisa boa, e ele estava certo, não vinha coisa boa mesmo e ele sentiu muita raiva de Nick por ter escondido aquilo dele, ele estava louco de raiva — como se já não bastasse apenas sua fúria em respeito à da fuga de Nicole. J.A.R.V.I.S. avisara a eles que o Capitão América estava ali e desejava vê-lo e Tony não poupou comentários sarcásticos a respeito do dia de visitas e de noticias ruins e mais uma vez ele estava certo, porém a noticia de Steve fora ruim e boa ao mesmo tempo, ruim porque Nicole estava com John e boa porque ele pelo menos fazia ideia de onde encontrá-la, mas Nick pedira que Tony esperasse até que ela voltasse, pois eles precisavam conversar sobre o que ele havia descoberto. Steve em momento algum se surpreendeu com a conversa deles, afinal ele fora um dos primeiros a saber, porém não contou nada a pedido de Fury. Como se já não fosse o bastante tudo isso, agora Nicole dava uma de aérea.
— Posso falar com você? — Nicole pediu com a voz chorosa. Tony franziu o cenho.
— Eu é que quero falar com você, mas eu não vou conseguir olhar pra você com essa roupa então, por favor, Nicole vá para o seu quarto, toma um banho, troca de roupa e volta pra cá.
— Mas eu quero falar com você em particular. — Ela pediu mais uma vez. — Pai, por favor. — Era a segunda vez que ela o chamava de pai em menos de cinco minutos. Alguma coisa não estava certa com aquela menina, mas ele estava com a cabeça tão cheia de problemas, que mais uma vez foi duro com ela.
— Me obedeça Nicole, entre você ficar insistindo e rebater ao que eu te falo eu prefiro que você rebata.
— Eu não vou rebater. — Ela queria, mas não iria.
— Então sai da minha frente. — Foi curto e grosso.
Nicole assentiu e engoliu em seco. Como estava sendo difícil guardar tudo o que ela queria lhe dizer naquele momento, mas a dureza dele a impedia de fazê-lo. E lá estava à voz no fundo de sua mente lhe dizendo: perdão!
Tony não queria tratá-la tão rudemente, mas ele estava tão magoado com a desobediência dela e tão raivoso por Nick ter lhe dado aquela noticia, ele não queria acreditar que sua filha tinha nascido com modificações fisiológicas.
— Eu ainda não acredito que você me escondeu isso. — Homem de Ferro disse olhando fixamente para Nick Fury.
— Eu tentei lhe dizer.

Flashback On

— Stark você me perguntou o eu queria não é? — Fury disse chamando a atenção de Tony que virou a cadeira giratória na direção dele.
— Sim, mas sei que você não vai me dizer, então prefiro gastar meu tempo pensando em um jeito de trazer Pepper de volta e comprar uma passagem pra bem longe daqui a ter que perder meu precioso tempo pensando no que você quer ou deixa de querer.

Flashback Off

— Como se você tivesse se esforçado para me contar. Você teve um ano! Um ano! Por que não me contou? — Exigiu saber.
— Ela estava em coma.
— E daí? Era por ela está em coma e não servir de nada para você que eu não merecia saber? Fury sai da minha casa agora. — Mandou.
— Eu tenho que explicar a situação para ela.
— Eu sou o pai dela, eu vou explicar. Saia daqui! — Nick semicerrou os olhos.
— Você não está em condições de exigir nada Stark.
Tony caminhou até ele e Steve se preparou para apartar a briga caso ela se iniciasse.
— Se você acha que eu vou deixar você levar minha, MINHA filha para uma sala pra servir de experimento você está muito enganado.
— Não é experimento, quero ver apenas até onde os dons dela vão.
— Isso não é dom! — Gritou furioso. — Saiam daqui agora! Saiam! — Ele sentia seu coração pulsar tão fortemente que seu peito doía, mas ele sabia que doía não fisicamente, mas sentimentalmente. Ele não queria acreditar que sua filha não era normal.
— Stark...
— Cala a boca Steve! Eu não quero nunca mais te ver e muito menos te ver na vida de Nicole. Você acha que eu não sei que você está todo apaixonadozinho por ela? Ou estava né, porque você a abandonou! Todos vocês a abandonaram quando ela estava em coma! Todos! E agora que ela acorda vocês voltam a querendo para experiências? — Bradou e acabou chutando a mesa de centro. — Saiam! — Ele disse os olhando como se pudesse transformá-los em cinzas.
Nick desviou o olhar para Steve e assentiu e assim os dois saíram da Torre Stark, deixando um pai desolado ali, na sala de estar chorando por sua filha.