– C-Castiel, podemos nos falar depois? - Disse, ainda com o rosto na brecha da porta.

– Não, vamos conversar agora! - Castiel começou a empurrar a porta.

Meu Deus, não sei se eu estava mais preocupada com as marcas em meu pescoço ou com o fato deu estar só de toalha.

Comecei a empurrar a porta contra Castiel, ele não podia me ver assim.

Com o ombro, eu empurrava a porta, e com uma dar minhas mãos, segurava a toalha que quase caia.

– Castiel, agora não posso conversar!!! - Eu tentava convence-lo, estava difícil ficar assim, ele é bem mais forte do que eu.

– Garota, vamos conversar agora!!! - Castiel começou a empurrar a porta com força, ele estava quase conseguindo abri-la.

Formulei um plano na minha cabeça.

Eu esperei o momento certo e... sai correndo com toda força que eu tinha.

Pelo som que escutei, Castiel caiu no chão e começou a xingar, eu ri enquanto corria.

Ao chegar no meu quarto, fechei a porta e droga! No meu quarto não tinha chave!

Fui até o guarda roupa e peguei e vesti uma lingerie, eu estava procurando por uma camiseta e a porta do meu quarto se abriu.

– Garota, agora vamos conversar!! - Quando ele me viu, seu rosto foi tomando uma tonalidade avermelhada, assim como seu cabelo, e o pior, eu também - Er... - Ele colocou a mão na sua nuca - Por isso que você não queria abrir a porta...- Deu uma risada nervosa.

– Ér, hum, bem, me espere na sala, lá nós conversaremos melhor né?! - Ele assentiu, porém, ele viu as marcas roxas em meu pescoço

– Que marcas são essas? - Ele perguntou com raiva.

Eu olhei para o chão. O quê eu falaria? Que o meu pai tentou me matar?!

Castiel andou até minha direção, e colocou suas mãos em meu pescoço, mais não de forma agressiva, e sim de forma carinhosa. Suas mãos estavam quentes.

Ele, com seus lindos olhos cinzas, olhou nos meus, como se quisesse ver minha alma.

– O que aconteceu? - Perguntou carinhosamente.

Não sei se pelo choque de alguém se importar e perguntar o que estava acontecendo, fiquei em choque, só despertei ao sentir uma lágrima grossa rolar pelo meu rosto.

Castiel seguiu a lágrima com os olhos, só que a lágrima caiu no meio dos meus seios, cobertos pelo sutiã.

Ai ele pareceu perceber a situação. Eu achei que ele fosse me deixar sozinha ou sei lá, mais não, ele me abraçou apertado. Eu chorei mais. Como um abraço assim faz falta na vida de uma pessoa.

Abracei Castiel muito forte, acho que fiquei com medo dele desaparecer.

Ele nos sentou em minha cama. Castiel nos soltou dos abraço, e eu sabia que ele esperava uma resposta, mesmo assim é difícil.

– Foi algum namorado seu que fez isso? - Ele pergunto com raiva. Respondi que não com a cabeça.

– Castiel, quem fez isso foi... - Engoli a minha própria saliva - ...Meu pai.

A expressão nervosa de Castiel foi para surpresa.

– Minha mãe, morreu quando tentaram me sequestrar, desde então, Gerald me culpa por isso, e como se não bastasse, me agredia, quando eu ainda morava com ele - Disse olhando nos olhos de Castiel.

Ele estava só me olhando, meu rosto estava molhado devido ao choro recente. Ele parecia estar me observando.

– Castiel, você está... - Ele não me deixou terminar a frase, e saiu do meu quarto.

Por quê ele estava agindo assim?! Será que ele também acha que eu matei minha mãe?!

– CASTIEL!!! - Gritei quando ele estava no fim do corredor, ele me olhou - Por quê...?

Ele nada disse, e a ultima coisa que eu ouvi foi o som da porta da sala batendo.

Não entendo, definitivamente não.

Por quê eu estou ligando para esse idiota?! Ele não deve gostar de mim, ele só devia estar curioso sobre o que aconteceu.

É, deve ser isso. Ninguém se importa com comigo.

Vesti uma blusa branca larga e comprida e assim mesmo fui dormir.
***

Ao acordar, senti alguém acariciando meu cabelo, abrir os olhos e vi Castiel. Pulei na cama de susto.

– Hey, calma - Castiel disse - Você esqueceu a porta da sala aberta, estão, entrei e vim ver se você estava bem.

– Por quê você saiu ontem daquele jeito? - Perguntei logo de cara.

– É que as vezes percebemos que nossos problemas não são nada comparados aos dos outros - Sorriu - E aí, dormiu bem?

Assenti que sim.

– Castiel se for pra você ter pena de mim... - Castiel me interrompeu

– Garota, quem aqui falou em pena? - Ele riu, e aproximou o seu rosto do meu - Pra mim você vai ser sempre a mesma garota idiota de sempre! - Bagunçou meu cabelo, eu ri, era bom saber que nossos "relacionamento" não mudaria.

Castiel me disse que iria até a cozinha fazer algo para nós comermos, e assim, irmos para o colégio.

Eu fui até o meu guarda-roupa e coloquei uma blusa branca simples, uma calça jeans cinza, um all-stars de cano alto preto e uma jaqueta.

Fui até a penteadeira e decidi prender meu cabelo. Olhei o cachecol, e desejei nunca mais usa-lo, mais por enquanto, eu teria que usa-lo.

Coloquei-o, e fui até a cozinha e a cena que presenciei me chocou.

Castiel de avental, na frente do fogão, fazendo panquecas.

– O quê foi? - Castiel perguntou.

Ele estava muito sexy, pensei.

– Castiel, não sabia que você cozinhava - Ri e sentei na bancada da cozinha.
–

Tive que aprender, afinal, passo bom tempo sozinho - Sorriu.

O telefone perto da bancada começou a tocar, e eu o atendi:

– Alô? - Disse e Castiel me olhou.

– Mayu - Gelei ao ouvir a voz do outro lado da linha.

– O que quer Gerald?! - Perguntei nervosa, Castiel não parava de me observar.

– Eu só quero te dizer que eu vou me casar - Com essa noticia, fiquei chocada.

– Como assim? Com quem? - Não é possível

– Garota, não te devo satisfações. Eu conheci minha noiva recentemente e... Ah, lembrei, a filha dela, Kyra, vai ir morar no mesmo edifício que você, apresar dela ser uma graça, não quero que estrague meu novo relacionamento, assim como você - Desligou na minha cara.

Como assim uma tal de Kyra ia vir morar no mesmo edifício que eu? Quem é ela?

Quem é a noiva de Gerald?

– Mayu, o que foi? - Castiel ficou entre minhas pernas na bancada.

– Foi a primeira vez que você disse meu nome - Sorri

– É, foi - Sorriu - O quê seu pai lhe disse?

– Que ele vai se casar, e a filha da noiva dele, uma tal de Kyra, vai vir morar aqui nesse edifício - Respondi.

– Hum, então, ele quer se livrar da garota? - Perguntou

– É, ele tem medo de que ela, assim como eu, estrague o relacionamento dele - Respondi ele novamente.

– Você não estragou nada, não foi sua culpa - Castiel com a mão, faz carinho no meu rosto, e eu arrepie, ele pareceu notar e riu.

– Fiz panquecas, gosta? - Perguntou

– Sim - Disse, fazia tempo que eu não comia panquecas.

Castiel me desceu da bancada, e então fomos para a mesa, onde ele nos serviu, e as panquecas estavam deliciosas!!!

Olhei no relógio da parede e vi que já estava quase na hora de irmos embora.

– Castiel, vamos, está quase na hora do colégio - Disse e ele resmungou, mais mesmo assim fomos pro colégio.

Durante o caminho, Castiel conseguia me arrancar um sorriso ou dois, mais eu estava com um mal-pressentimento em relação a Kyra. Não sei porque.

Chegamos ao colégio e Nathaniel já estava no portão, vistoriando os alunos que chegavam.

– Castiel, já está pegando a aluna nova? Nossa, espera mais de você - Nathaniel o provocou. Nunca imaginei que ele faria isso.

Castiel somente riu, e colocou o braço em volta do meu ombro, e ficou frente-a-frente com Nathaniel.

– Você só está com inveja, porque um verme como você nunca conseguiria alguém como a Mayu - Ele disse e nem esperou uma resposta do Nathaniel e fomos para dentro do colégio.

Castiel tirou o braço de volta do meu ombro e assim que viu Lysandre, foi em direção a ele.

Eu não sabia pra onde eu iria, afinal, não conhecia ninguém.

Uma cena me chamou a atenção, a garota do dia anterior, acho que ela se chama Ambre, estava implicando com uma garota de cabelo violeta. Decidi me aproximar.

Ambre estava humilhando a garota, e antes que eu pudesse interferir, ela se foi, deixando a garota sozinha com lágrimas nos olhos.

– Ei garota, você está bem? - Eu disse, me aproximando

Ela só olhou pra mim e saiu correndo. Aparentemente, ela deveria estar com medo de eu ser igual a Ambre.

O sinal do inicio das aulas tocou, e eu fui para minha sala.

Ao entrar, todos olharam para mim, afinal, ontem eu cabulei aula, então é natural que eles não me conheçam.

A professora pediu gentilmente para que eu me apresentasse a turma. Eu fiquei na frente da classe, e quando eu ia começar a me apresentar, Castiel e Lysandre entraram na sala, Castiel sorriu a me ver, eu corei e olhei para outro lado. Lysandre me comprimentou e eu devolvi o gesto.

Na sala, se encontrava Nathaniel e Ambre, o que me deixou nervosa.

– B-bom, eu me chamo Mayu, tenho 17 anos, e... - Mordi o lábio inferior de minha boca, o que eu ia dizer sobre mim? - Bom é só - Sorri

– Nossa, que sem graça - Esse comentário veio de Ambre

– Ambre, está falando de você? - Castiel retrucou por mim, e Ambre me olhou com raiva.

– Bom, Senhorita Mayu, pode se sentar perto de Lysandre e Castiel, qualquer dúvida, os pergunte - Disse a professora.

A minha carteira ficava quase no fundo, entre Lysandre e Castiel, me senti melhor em saber que eles estavam ali.

Eu estava prestando atenção na aula, quando uma bolinha de papel acertou minha cabeça. Peguei-a e abri.

" Garota, quer ir comigo no terraço do colégio no intervalo? Lá é mais interessante que aqui. Castiel."

Sorri, então, no espaço em branco, escrevi minha resposta:

" Ok Castiel, então espero que lá realmente seja mais interessante que aqui ein. Mayu."

Devolvi-lhe o bilhetinho, e eu pude ver pelo canto do olho que ele sorriu.

Eu esperei ansiosamente pelo final das primeiras aulas. Por quê tinha que demorar tanto?!