POV - Mayu

Um mês depois...

Um mês se passou desde que eu perdi meu filho, e o pai dele. Atualmente, eu estou na casa de campo de Gerald, com Mary e Vilma. Vilma é uma pessoa adorável, parecida com minha mãe.

Nunca mais falei com ninguém do colégio. Recebi varias mensagens dos meus colegas, me pedindo explicações, querendo saber se eu estava bem... Eu com certeza não estou bem.

Toda noite antes de dormir, eu vou até a sacada do meu quarto, e fico observando a lua. Ela está tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. Eu me sinto assim. Também me sinto vazia, talvez pela falta de uma certa pessoa...

Nesse meio-tempo, conheci uma pessoa, Kentin. Ele tem sido um bom amigo, veem me visitar todos os dias, me conta coisas boas, mas quando ele se vai, a solidão volta.

Gerald tem me tratando muito bem, o que vem sendo um consolo. Sempre percebo os olhares preocupados de Mary, que me olham com carinho.

Na primeira noite aqui, me desesperei. Comecei a chorar descontroladamente. Pode não parecer, mas eu perdi não só uma pessoa, mas sim duas. Lógico, com o passar dos dias, comecei a melhorar.

No colégio, acho que perdi varias aulas. Gerald conseguiu um atestado médico, então está tudo bem.

Hoje, Gerald disse que tinha uma coisa muito importante pra me contar. Ele anunciaria isso no almoço.

– Mayu, o Kentin vai vir almoçar aqui? – Mary perguntou.

Eu e Mary estávamos sentadas no sofá da sala, conversávamos sobre assuntos aleatórios.

– Sim vó – Respondi.

– Ele tem sido um bom amigo, não? – Ela me olhou.

– Sim, ele tem - Afirmei.

– Tem alguma chance dele substituir o Castiel? – Ela perguntou.

Senti uma pontada em meu coração.

– Ninguém pode substitui-lo – Falei com convicção.

Então, a porta de entrada foi aberta. E lá estava Kentin. Eu mentiria se dissesse que ele é feio, pois ele é muito lindo, mas não tanto quanto....

– Mayu! – Disse Kentin vindo me abraçar.

– Kentin – Levantei-me do sofá e abracei-o.

Kentin então viu Gerald, e foi cumprimenta-lo.

Fiquei pensando sobre o que Mary disse, mas eu tenho razão. Ninguém pode substituir Castiel.

– Bom, vamos almoçar – Disse Gerald rindo.

Fomos até a sala de jantar, onde a mesa estava devidamente posta. Sentei-me ao lado do Kentin, o qual sorria o tempo todo, assim como Gerald.

– Bom, eu convoquei esse almoço, porque tenho um anuncio a fazer – Gerald se levantou, erguendo uma taça de cristal na mão direita – Mayu, você foi pedida em casamento. E o seu noivo não poderia ser pessoa melhor – Gerald sorriu.

Todos na mesa bateram palmas. Eu não. Fiquei chocada. Quem era o meu noivo?

– Quem é o meu noivo? – Perguntei.

– Você só vai descobrir no dia do casamento. Mas te garanto, ele te fará muito feliz! – Kentin me deu uma leve cotovelada, sorrindo.

– E quando será esse casamento? – Perguntei novamente.

– Semana que vem – Mary, que estava bebendo água engasgou, tendo que ser socorrida por Vilma. Ela conseguiu se recompor.

– Filho, você não acha que é muito cedo? – Mary indagou.

– Não, é o tempo certo. Eu sei o que estou fazendo mãe – Respondeu Gerald.

O resto do almoço passou rápido, todos estavam falam sobre o casamento. Eu só conseguia pensar em quem seria o meu noivo. Será que era o Kentin?

***

Uma semana se passou. O casamento iria ocorrer ao ar livre, aqui na casa de campo mesmo. Convidei os meus amigos para virem, mas não sei se eles realmente viram. Estávamos no finzinho da tarde, o jardim estava todo arrumado. Eu estava observando as pessoas chegando e se sentando nas cadeiras. Então, ouvi duas batidinhas na porta do meu quarto. Pedi para que entrasse.

– Mayu, seus amigos estão aqui – Disse Mary, então vi Rosalya e Alexy entrando, meus olhos se encheram de lágrimas. Eles me fizeram muita falta.

Corri até eles e abracei os dois.

– Olá noiva – Disse Rosalya.

Ela estava linda em um vestido curto amarelo, e seu cabelo estava preso em uma trança meio despojada, seu sapato era branco cheio de pedrinhas.

– Senti muita a falta de vocês! – Disse – E os outros?

– Estão lá em baixo – Respondeu Alexy.

Então eles vieram. Preferi nem perguntar de Castiel.

– Mayu nós viemos te ajudar a se arrumar! Onde está o vestido? – Perguntou Alexy.

– No closed – Respondi.

Alexy entrou no closed correndo, aparecendo com o vestido em seus braços.

– Ual!!! – Rosalya esclamou – Que lindo!!

Sorri de leve.

– “Bora” se arrumar! – Disse Alexy.

Quando eu fui colocar o meu vestido, Alexy teve que sair do quarto. Rosalya me ajudou a coloca-lo, e quando terminei de vesti-lo, deixamos Alexy entrar. Depois, por ele ter ficado emburrado, deixei-o arrumar o meu cabelo e fazer a minha maquiagem. Finalmente eu estava pronta.

– Você está linda – Disse Rosalya.

– Pena que eu não sei pra quem eu estou linda – Olhei pra eles triste.

Alexy então, fez carinho no meu rosto.

– Vamos pedir que aconteça o melhor, ok? – Ele sorriu, sorri também.

Saímos do meu quarto, e descemos as escadas. Fiquei na porta que estrava para o jardim. Tinha vários convidados, e da onde eu estava não dava pra ver o noivo, que a principio pensei ser Kentin.

Gerald apareceu ao meu lado, em um lindo terno branco, e me ofereceu seu braço. Aceitei.

– Mayu, me perdoe – Ele disse, olhando em meus olhos.

– Eu já te perdoei... –Olhei em seus olhos - ...Pai.

Então uma lágrima caiu dos olhos de Gerald.

– Ei pai! Não chore! – Meus olhos enxeram de lágrimas. Sequei o rosto de Gerald delicadamente.

– Eu te amo filha – Gerald disse.

– Eu te amo pai – Disse.

– Nós te amos Julliet – Dissemos nós dois juntos, então Gerald me abraçou.

Fizeram o sinal para Gerald, então voltamos ao nossos postos. Começamos a caminhas pelo tapete branco, seguindo as pétalas de rosas. A música que eu mais gostava começou a tocar. Me emocionei mais ainda.

A curiosidade de descobrir quem estava me esperando no altar me tomou. E a cada passo que eu dava, meu coração dava um pulo.

Quando chegamos ao altar, a surpresa me tomou. Não tinha ninguém lá. Fiquei confusa. Virei-me para frente e vi Kentin sentado em uma das primeiras fileiras. Então ele não é o noivo? Será que o noivo não vai aparecer?

Então, o som de alguém batendo no microfone se soou, e todos os convidados, inclusive eu, olhamos para o fim do corredor, e lá estava ele, Castiel. Em suas mãos havia um pedaço de papel.

– Eu gostaria de ler esta carta, que eu mesmo escrevi, explicando certas coisas para essa linda noiva aqui presente...

“Mayu, eu sei que não mereço o seu perdão, mas há coisas que eu preciso dizer ou escrever.

A primeira vez que eu te encontrei, foi em um avião. Podia não parecer, mas eu gostei de você naquele instante, apesar deu ter te achado uma boba. Depois, sua avó pediu para eu ver como estava, e aconteceu uma série de acontecimentos.

Eu sei que nós nunca daríamos certo. Pois é como fogo e água. E nós somos completamente diferentes.

P.S. Apesar disso, eu te amo, e quero passar a minha vida ao seus lado.Quero te fazer sorrir, quero enxugar as suas lágrimas, quero ver você acordar todas as manhãs. Você me permite fazer isso?”

Corri até Castiel e me joguei em seus braços. Ataquei seus lábios. Nossas línguas travaram uma guerra eterna. Oh, só agora percebi como isso me fazia falta.

– Castiel, eu te amo, e eu quero me casar com você – Eu disse, e voltei a beija-lo. Percebi durante o beijo que Castiel sorriu.

Depois que paramos o beijo, voltamos a realizar o casamento normalmente. E eu fiquei muito feliz de estar me casando com Castiel.

Os convidados começaram a se levantar, pois eles iam para a festa. Rosalya logo apareceu do meu lado, e me levou para longe de Castiel.

Fomos até meu quarto, e lá troquei de roupa. Já sabia pra onde eu iria depois daqui: Lua de mel. Pelo que Gerald tinha me dito, nós iriamos para a Itália.

Quando fiquei pronta, eu e Rosalya descemos correndo as escadas, e lá estava Castiel, com outra roupa, me esperando.

– Vamos? – Ele me perguntou sorrindo. Assenti.

Todos os convidados estavam perto do carro. Primeiramente me despedi de meus amigos: Lysandre, Rosalya, Alexy, Armin, Kyra, Kentin.... Depois, me despedi da minha família. Gerald disse para que Castiel tomasse cuidado, pois se me fizesse sofre, ele iria cortar sua “masculinidade”. Alexy apoiou Gerald.

Assim que terminamos de cumprimenta-los, eu e Castiel entramos no carro. Fomos no banco de tras, pois o motorista no deixaria no aeroporto na hora de embarcar. Sorte que as malas já estavam no carro.

O caminho todo eu e Castiel fomos de mãos dadas. Fiquei feliz com isso.

Chegamos no aeroporto e Castiel descarregou as malas. Fizemos o check-in e logo já estávamos no avião. Castiel estava me olhando diferente, decidi perguntar o porque disso:

– O quê foi? – Perguntei rindo.

– É que quando chegarmos no nosso hotel na Itália, você vai ter que me pagar uma coisa... – Olhei pra ele confusa, então ele se aproximou – Você ficou um mês longe de mim. Você vai ter que pagar por isso, esteja preparada – Ele sorriu pervertido.

Meu Deus! O que será de mim nessa Lua de Mel?