Cap 8 - Segredos constrangedores...
 

Katniss PDV:

- Professora. – Ouvi o chamado moderadamente infantil e olhei na direção.

 Catherine Alexander.

Era quase hora do almoço e eu já havia dado a última aula da manhã, que havia sido a individual dela.

- Você não devia estar em casa? Seus pais não chegaram ainda?

- Eu moro com o meu irmão, meus pais são do distrito 2. – Explicou. – Mas eu acho que meu irmão está numa detenção. Ele me mandou um SMS e pediu pra eu ir pra escola dele, mas eu tenho medo de ir sozinha.

Franzi as sobrancelhas. Era um adolescente cuidando de uma criança?

- Eu posso te levar lá. – Me ofereci.  – Minha próxima aula é só às cinco da tarde.

Ela sorriu e retribui.

- E você sabe, Catherine. Você pode me chamar de tia Kat.

Ela sorriu e seguimos até a saída da escola.

- Eu não sei muito bem onde fica a escola, você terá de me levar.

Ela confirmou e pôs as mãos no encosto da cadeira, enquanto eu mesma me guiava. Foram 10 minutos até que chegássemos ao lugar.

Capital High School. Que criativo...

Catherine abriu a porta para mim e eseguimos para dentro, então lhe olhei.

- Catherine, o seu irmão estuda em que ano?

- Ah, ele não estuda. – Me corrigiu. – É professor de história.

- Ah... E onde é a sala dele?

- É a...

- Catherine. – Ouvimos e olhamos na direção.

Uau. Que gato.

- Cato. – A menina correu até ele, que a abraçou de lado.

- Eu estava preocupado. Você demorou.

- Ela precisou me mostrar o caminho. – Expliquei e ele me olhou. – Desculpe.

O rapaz loiro sorriu e se aproximou de mim.

- Cato, essa é a minha professora de canto. – Catherine explicou.

- Katniss Everdeen.

- É um prazer. – Ele tomou minha mão e a beijou. – Espere um pouco: Katniss Everdeen? Eu... Conheço o seu nome.

- Eu tenho uma história. – Dei de ombros. – Mas não é importante.

Ele sorriu e acariciou o ombro de Catherine.

- Aposto que ela estava com medo e te obrigou a vir.

- Não. – Neguei. – Eu me ofereci pra vir com ela. Catherine é uma menina muito talentosa.

Ele sorriu para a irmã e depois olhou pra mim.

- Nós vamos almoçar, você quer vir junto?

- Eu não quero incomodar.

- Não vai. – Insistiu.

- Por favor, tia Kat. – Catherine implorou e mordi o lábio inferior.

Droga, crianças sempre me convencem.

- Tudo bem.

(...)

- Você e Catherine são da Capital? – Indaguei Cato quando sentamos à mesa.

- Distrito 2. Viemos quando eu consegui o emprego na CHS. Faz alguns anos. Eu decidi trazer a Catherine, porque as escolas aqui são melhores. Meus pais não se opuseram à ideia, então estamos aqui.

- Ah...

- E você? – Perguntou de volta.

- Cato, você não se lembra? – Catherine nos interrompeu. – Você tinha posters dela em todas as suas parede, deviam ser uns 300 ou mais. É Katniss Trinket Abernathy Everdeen, você tem recortes de parede, anúncios de jornais, coisas leiloadas, roupas masculinas da marca dela, tem até um...

O rapaz loiro abaixou a cabeça em constrangimento e tampou a boca da irmã com a mão livre.

- Cat, o que foi que eu te falei sobre segredos constrangedores?

- Que eles não devem ser contados a ninguém em hipótese alguma, a não ser que valha a sua vida. – Confirmou e pensou um pouco. - Ah... Isso era um segredo constrangedor?

- Sim. E um muito grande.

- Desculpe. – a menina se lamentou de cabeça baixa.

- Tudo bem. – Sorriu e acariciou o cabelo da irmã. – Apenas me pergunte antes.

Ela confirmou e ri.

- Cato. – Chamou rapidamente. – É  constrangedor dizer que você tinha todos os CD’s dela?

Todos? Eu só lancei um ou dois.

- Não.

- E todas as revistas?

- Relativamente não.

- E os recortes das suas paredes?

- Sim.

- E que você chamava ela enquanto dormia?

Ele ficou roxo.

- Muito, Catherine.

- Ah, então eu não vou contar pra ela. – Confirmou. – Ah, só mais uma coisa. Eu posso contar que no ban...

- Catherine. – Cato a interrompeu rapidamente. – Que tal a gente mudar de assunto e pedir o almoço antes que a sua professora chame a polícia achando que eu sou um maluco?

Gargalhei e ele chamou o garçom.

(...)

- Então... cato e Catherine?

Ele riu.

- Nossos pais foram bastante criativos. – Deu de ombros com um sorriso e Catherine veio para meu lado.

- Tia Kat. – Veio para meu ouvido. – Eu posso levar o Cato para a reunião com os alunos da sexta-feira?

- Bom... – Refleti. – Não vejo nenhum problema. Ele é seu responsável, então...

Meu celular tocou, interrompendo-me.

- Só um minuto.

Puxei o aparelho e atendi.

- Alô.

- Katniss? É o Peeta.

- Er... Olá. Como conseguiu meu número? – Estranhei.

Eu não me lembrava de ter dado meu número para Peeta Mellark.

- Com o Finnick. – Pareceu dar de ombros. – Mas isso não é importante. Onde você está?

Olhei em volta.

- Fora. Algum problema?

- Você vai a algum lugar agora, eu preciso falar com você.

Franzi as sobrancelhas e Cato estranhou.

- Er... Tudo bem. Daqui a 45 minutos no...

- Shopping. Na entrada.

Ele desligou e encarei o aparelho.

Tudo bem então...

- Algum problema? – O rapaz se preocupou.

- Não, está tudo bem. – Sorri.  – Eu só preciso resolver uma coisa. Nós nos vemos depois?

Ele confirmou num sorriso e se aproximou de mim.

- Foi um prazer, Katniss. – Beijou minha bochecha demoradamente. – Eu posso te ligar?

Lhe olhei por alguns segundos. Não seria perda de tempo se ele alguém tão legal quanto parecia.

Tirei um papel da bolsa e anotei meu número.

- Aqui. – Entreguei.

Ele sorriu mais e me entregou um cartão.

- Eu não dou aulas na sexta-feira á tarde. A gente podia marcar de ir ver um filme.

Sorri e confirmei com a cabeça.

- Eu adoraria.

Ele beijou minha mão e sorriu.

- Eu te ligo pra combinar.

- Estou esperando.

Ele sorriu e Catherine me abraçou.

- Er, Katniss. – Cato me chamou novamente. – Quer carona?

- Não precisa. – Neguei rapidamente. – Eu tenho de ir a um lugar perto daqui.

Ele confirmou e sorrimos, então nos distanciamos.

Segui para os lados do shopping e segui pelo lugar, observando tudo lentamente.

Parei em frente à loja e olhei pela vitrine. Eu precisava comprar minha cadeira.

Meu celular tocou e atendi.

- Sim?

- Katniss, eu estou esperando.

Desliguei e segui até a entrada.

Peeta sorriu e veio para meu lado, segurando uma pasta.

- Eu tive uma grande, grande ideia.

Continua...