Never Alone escrita por B Mar, B Mar
Cap 14
Katniss PDV:
Quando Finnick e Annie entregaram o roteiro, todos os professores se reuniram para organizar o que faríamos.
– Não acredito que depois de tanta discussão mistério eles colocaram Grease. – Resmunguei ao lado de Gloss. – Se fosse tão fácil, porque simplesmente não diziam de uma vez.
Ele deu ombros e se Glimmer se sentou em sua cadeira.
– Aqui está a lista de alunos. – Peeta me entregou. – Nós podemos fazer audições por uma semana e ver quem fica melhor nos papéis. Sabe, um dos alunos de Glimmer tem um jeito de “Danny”, e uma das suas alunas tem uma voz muito próxima à da “Sandy”.
Organizamos cronogramas, audições, ensaios e datas de apresentação. Todos os professores pareciam empenhados em ajudar, e concordamos que Peeta, Cashmere, Gloss, Annie, Ficnnick e eu ensaiaríamos, dividindo-os em grupos de acordo com cada núcleo.
Pregamos os cartazes nos murais das salas de aula, nos quadros de aviso espalhados e nas entradas dos estúdios. Em menos de um dia, as listas estavam preenchidas por nomes de alunos. Alguns se voluntariavam para tocar, outros para cantar e outros para atuar. Separamos as audições em dias e, logo no primeiro dia, escolhemos os personagens menos importantes.
Em uma semana, já havíamos composto o elenco quase completo.
– Pronta para a Sandy? – Peeta se sentou ao meu lado.
Dei de ombros e ele sorriu, pegando o microfone e se sentando em sua cadeira.
– Aqui. – Me entregou.
Li a lista superficialmente, então me dirigi ao primeiro nome.
– Isabella.
(...)
Foram horas.
Perdi a conta de quantas garotas passaram pelos testes e falharam. Se alguma delas podia cantar, não sabia dançar ou atuar; se sabia cantar e atuar, não podia dançar; e assim por diante.
Peeta já havia se levantado, reclamando de câimbras piores que as da cadeira de rodas.
– Tem mais alguém nessa lista? – Ele suspirou
Procurei pelas páginas e finalmente cheguei ao último nome.
– Clove.
Ele me olhou e mordeu o lábio inferior com preocupação.
– Ela... Pode?
Franzi as sobrancelhas com sua expressão.
– Você sabe, dançar. Ela não tem...
– Pernas. – Completei.
Ele confirmou e suspirei.
– Vamos tentar.
Ele chamou o nome de minha aluna e as meninas do apoio se levantaram.
Quando Clove se centralizou no palco, suas penas estavam, como sempre, cobertas por um tipo de edredom mais fino que o seu comum, e notei que algo parecia sair do fim dele. A porta de um sapato, talvez.
Ela nos olhou com hesitação.
– Você pode começar. – Avisei.
Peeta ativou o som e logo o grupo de apoio se posicionou.
Acompanhei Clove com os olhos enquanto ela se apoiava nos braços da cadeira e o cobertor caia no chão.
– São próteses. – Murmurou. – Estou usando há algumas semanas.
– Comece de novo. – Pedi.
Ele voltou o playback do para o início e Clove respirou fundo.
Ela era incrível. A dança era um pouco imperfeita, mas esforçada, ela atuava maravilhosamente bem, e cantava igualmente bem.
Quando a audição terminou, Peeta estava extremamente encantado, praticamente babando de tanto encanto.
– Clove, eu confesso. – Sorri. – Se eu pudesse aplaudir de pé, eu o faria.
Ela corou e Peeta riu.
– Você foi ótima. Deveria dançar mais vezes.
Ela riu.
– Obrigada.
– Você pode ir agora. – Avisei. – A lista sai no final da semana.
Ela se foi, empurrando a própria cadeira num passo lento, mas firme.
– O que acha? – Ele me olhou quando ficamos sozinhos.
– Já temos uma Sandy.
(...)
– Toc toc. – Ouvi e me virei na direção da porta.
– Cato. – Sorri.
Nos últimos dias nós estávamos realmente próximos. Ele sempre vinha me cumprimentar quando ia buscar Catherine nas aulas, e era muito prestativo e cavalheiro.
– Está ocupada?
– Não, já estou inço para casa, se quer saber.
– Então eu cheguei numa boa hora. – Sorriu. – Eu estava pensando, será que você tem algum compromisso hoje à noite?
Pensei um pouco.
– Não. Precisa de uma babá? Sou ótima cuidando de crianças.
– Bem... Eu preciso de uma babá. – Explicou. – Mas não é você quem eu quero como babá.
Franzi as sobrancelhas.
– Precisa de ajuda, ou contato ou...
– Não, não. – Me interrompeu de novo. – Eu estou te convidando para jantar.
Minha boca pendeu levemente aberta.
– Você... Perdão?
– Estou te convidando para jantar. – Repetiu. – Você aceita?
Balbuciei longamente por alguns minutos até que ele perdesse o sorriso.
– Eu sinto muito, eu não queria ultrapassar os seus limites...
– Não. – Lhe interrompi. – Eu aceito. É claro que aceito. É só que... Eu não sou chamada para sair há anos, eu não sei o que vestir, não sei como agir...
– Vamos a um restaurante simples. – Ele explicou. – É aqui perto. Não precisa de preocupação. Só... Só seja você.
Confirmei e ele sorriu.
– Eu posso te buscar às 8h?
Anotei meu endereço e ele beijou minha mão depois de pegá-lo.
– Até mais tarde.
Quando Cato se foi, Annie invadiu a sala como se fosse uma flecha.
– Annie...
– Nós temos quatro horas. – Ela empurrou minha cadeira. – Você precisa fazer as sobrancelhas, o cabelo, escolher o vestido... Você vai ficar tão linda.
– Cuidado. – Reclamei, quando a velocidade ultrapassou o meu limite de conforto. – Annie, você vai me derrubar.
Me agarrei aos braços da cadeira quando ela tropeçou, mas Finnick segurou a nós duas no meio do caminho.
– Pra que tanta pressa?
– Kat vai ter um encontro.
– E quem é o felizardo? – Ele sorriu.
– Cato.
Finnick pareceu realmente surpreso.
– O gostosão malhado? Katniss, eu sempre achei que você gostava dos magrinhos.
Gargalhei e eles riram comigo.
– Vamos. – Annie me empurrou. – Não temos tempo a perder.
Continua...
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