In Case escrita por Jiggle Juice


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Certo, a segunda parte de uma fanfic que era pra ser uma one-shot. Eu não sei se ficou bom, mas aqui está. De qualquer maneira, divirta-se :)



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            A cabeça de Rachel Berry pulsava de maneira desesperadora e ela já havia desistido de tomar remédios. Tomava-os há um mês – desde que ela se fora – e nunca faziam efeito. Já estava começando a se acostumar com a dor, o que a fez pensar que aquilo era um mau sinal; ninguém nunca deveria se acostumar com a dor, qualquer tipo de dor. Achou que deveria procurar um médico. Ou um psicólogo. Ou Quinn Fabray.

            Não sabia se Quinn havia escutado sua mensagem. Tudo o que sabia é que não teve nenhuma resposta. Rachel gostava de se agarrar na esperança de que ela ainda não escutara seu recado, mesmo sabendo que a possibilidade de ela ter escutado e deletado logo depois era maior.

            No último mês, sua vida se resumia a uma enorme quantidade de cafeína em seu organismo diariamente, chorar sobre o passado e seus erros e ignorar as ligações do diretor de sua peça. Tinha certeza que sua substituta – aquela garota parecida com ela, mas com beleza inferior e um nariz bem menor que Rachel nunca havia se preocupado em saber seu nome – estava nas nuvens, tomando seu lugar. Isso não a agradava, mas não se importava tanto quanto antes. Perder seu papel na peça era a menor de suas preocupações. Mas perder Quinn significava ter aquele mês horrível prolongado para o resto de sua vida.

            Foi então que tomou uma decisão. Não entregaria os pontos dessa maneira. Sabia que havia cometido erros, mas todos merecem uma segunda chance – ou pelo menos é isso que seu papai Leroy sempre costumava lhe dizer. Não perderia Quinn dessa maneira. Já havia se passado um mês e ficar em casa chorando e se lamentando não a trouxe de volta. Não sabia se Quinn a aceitaria, mas ela lutaria bravamente, porque Rachel Berry não desiste de seus sonhos, porque Rachel Berry é uma mulher forte e batalhadora, porque Rachel Berry ama Quinn Fabray.

            Mas quando se levantou da cama de maneira brusca, sua cabeça gritou e latejou e Rachel caiu sentada, perguntando a si mesma se aquilo era uma boa ideia. Se Quinn a quisesse de volta ela a procuraria ou ao menos atenderia a seus chamados, mas nada disso aconteceu. Talvez ir atrás dela fosse perda de tempo e mais uma oportunidade para se machucar. Talvez Quinn já tivesse seu advogado e os papéis do divórcio, uma casa nova… Ou alguém.

            Pensar na possibilidade de Quinn já estar com outra pessoa fez com que a cabeça de Rachel doesse, mas não tanto quando seu coração, que se contorceu de dor com o pensamento dela estar com outro alguém. Foi com essa desagradável ideia na mente que Rachel se levantou novamente, ignorando sua cabeça pesada, seus músculos doloridos, seus ossos gritantes e a vertigem no estômago. Tomou o que parecia ser o banho mais rápido de sua vida e vestiu-se sem muitas exigências, apenas com vestes quentes e confortáveis para o inverno cortante de New York lá fora, sem se importar se estava fora de moda ou não – o tempo corria depressa e não podia perder um segundo a mais.

            Corria desnorteada pelo seu apartamento, não sabendo exatamente o que fazia. Pegava as chaves do carro? Tomaria um analgésico ou uma dose de tequila para acalmar os nervos? Ajoelharia no meio da sala e pediria a Deus sua misericórdia? Correria até o hotel onde Quinn estava hospedada ou iria de metrô? Rachel não sabia como agir, mas notou que precisava se apressar. Ela não sabia onde Quinn estava e cada milésimo de segundo era como uma joia rara.

            Respirando fundo logo após decidir que iria de metrô, Rachel Berry correu até a porta, suas têmporas pulsando e seu coração se agarrando no último fio de esperança. Quando abriu a porta, teve certeza que seus olhos se arregalaram mais do que era possível, quando a viu parada em sua frente, com as maçãs do rosto encantadoramente ruborizadas por causa do vento frio de inverno, os olhos verdes intensos e brilhantes, salpicados de ouro.

            Rachel parecia ter perdido a capacidade de falar.

            Quinn esperou pacientemente até que Rachel se pronunciasse, mas nada aconteceu. Ela parecia paralisada, com seus grandes olhos cor de chocolate cintilando por lágrimas não derramadas. Quinn sorriu ternamente, pousando suas mãos nos ombros da morena e a empurrando gentilmente para trás, para dentro de seu apartamento – o que um dia foi o apartamento delas– fechando a porta logo em seguida. O lugar estava bagunçado e parecia que não via um aspirador de pó há semanas e a própria Rachel parecia uma adorável bagunça, com os cabelos castanhos escuros levemente desgrenhados e a nítida perda de peso.

            —O-O que você e-está fazendo aqui, Quinn? – Sua voz saiu baixa e embargada, o choro preso em sua garganta, a esperança tomando conta de seu corpo.

            Quinn a olhou durante algum tempo. Tinha a expressão suave e emocionada, mas sua falta de palavras confundia Rachel; não sabia se aquilo seria uma reconciliação ou um término definitivo.

            —Eu estava indo embora, Rachel – Quinn finalmente disse, com calmaria no tom de voz – Lembra que eu sempre quis ir pras Ilhas Gregas, mas você nunca tinha tempo pra me acompanhar? Então, eu estava indo. Já era pra eu estar lá, na verdade – Pausou, lambendo os lábios – Iria passar um tempo lá. Um tempo indeterminado. Já havia dado todas as instruções pro meu advogado e ele cuidaria do nosso divórcio e se precisasse de mim eu só estaria disponível por vídeo conferencia. Eu só queria sumir do mundo. Sumir das câmeras, dos paparazzi, das pessoas… Sumir, só isso. Eu iria passar um ótimo período pela Europa, bebendo e curtindo a vida com pessoas desconhecidas que eu nunca mais veria. Parecia perfeito.

            —E… – Rachel respirou fundo – Por que você está aqui?

            —Eu estava no aeroporto. Quando fui pegar minha passagem eu encontrei uma coisa no fundo na minha bolsa – Quinn enfiou a mão no bolso de seu casaco. Tirou dali uma aliança, simples e sofisticada, feita de ouro branco, com solitário diamante no topo. Rachel resfolegou, sentindo sua própria queimar em sua mão esquerda. Instintivamente, acariciou a aliança com as lembranças do passado que lhe atingiram como uma enxurrada – Quando eu vi isso… – Suspirou pesadamente – Eu não sei, Rachel. Eu só… Não consegui.

            —Por quê? – Uma lágrima escorregou pelo seu rosto.

            —Não sei. Eu estava disposta a desaparecer por um tempo, conhecer novas pessoas… No geral, eu queria esquecer você – Deu um sorriso trêmulo – Mas quando eu vi essa aliança… Eu simplesmente não consegui – Quinn se aproximou lentamente de Rachel, invadindo seu espaço pessoal. Estendeu o anel a ela, de modo que era possível ver o que estava gravado por dentro – Está escrito “eternamente”, Rachel. Porque prometemos uma à outra que seria eterno – Uma lágrima escorreu por seu rosto – E nós não cumprimos essa promessa. Nenhuma de nós.

            Rachel não suportou. Ela se jogou nos braços de Quinn, mesmo sem ter certeza se ela lhe acolheria. Para seu alívio e alegria, Quinn o fez, e a apertou firmemente contra seu corpo, enquanto ela soluçava em seu pescoço, molhando sua pele de lágrimas quentes e arrependidas. Rachel apertava Quinn contra o seu corpo fervorosamente para nunca deixa-la ir novamente. O cheiro de Quinn lhe trazia paz e aquele simples abraço fez com que o último mês parecesse apenas uma noite de sonhos ruins, onde pesadelos a atormentavam a todo instante.

            —M-Me perdoa, Q-Quinn… – Rachel chorou ainda agarrada à loira – Eu sei que eu f-fui uma idiota e eu me arrependo t-tanto por isso. Eu fui egoísta e ambiciosa e completamente estúpida, mas eu juro que nunca foi minha intenção te magoar – Sua voz saía abafada e esganiçada, não podendo conter o choro. Quinn a apertou ainda mais – Esse foi o pior m-mês da minha v-vida. E-E eu… Eu não… – Não foi capaz de terminar a frase. O choro a dominou e tudo o que conseguiu fazer foi enfiar os dedos nos cabelos dourados de Quinn, a puxando impossivelmente mais perto.

            —Tudo bem, Rachel. Você não precisa dizer nada, eu sei – Sua voz estava embargada, mas com certeza era mais controlada que a de Rachel – Eu sei, meu amor, eu sei.

            Quinn afastou Rachel gentilmente, apenas o suficiente para poder olhá-la nos olhos. Seus olhos castanhos estavam banhados e uma adorável expressão chorosa estava em seu rosto molhado por lágrimas que pareciam infinitas. Quinn sorriu docemente, limpando e secando sua face.

            —Você é tão linda – Disse, fazendo Rachel rir.

            —Não, eu devo estar horrível – Esfregou os olhos com um sorriso nos lábios – Nós… Estamos juntas… De novo? – Perguntou hesitante.

            Sorrindo, Quinn pegou sua aliança, colocando lentamente em seu dedo anelar esquerdo, sempre sob o olhar emocionado de Rachel.

            —Isso responde sua pergunta?

            Rachel avançou nos lábios de Quinn, lábios que não tocavam os seus há um mês. Fora como o primeiro beijo. Sentia a mente leve e anuviada, seu estômago dançava dentro de si e seu coração batia furiosamente. Quando sua língua encontrou a de Quinn, pode sentir gosto de cappuccino e de felicidade. Era como se o resto no mundo não existisse e tudo o que seus ouvidos podiam captar eram os sons de suas respirações descompassadas em meio àquele beijo cheio de saudade.

            Quando se separaram, fundiram-se em mais um abraço. Estavam juntas novamente. No lugar onde pertenciam e onde nunca deveriam ter saído.

            E a cabeça de Rachel nem doía mais.


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Notas finais do capítulo

É isso. Desculpe se não ficou muito bom, mas por alguma razão eu tive dificuldades pra escrever esse cap. :S
E só quero dizer que estou muito apaixonada pelo meu user, mas que vai ser temporário porque só queria algum user relacionado a 5H só pra matar minhas lombrigas ^^
E venha me amar no tumblr e nos milhões de fandoms que eu faço parte ♥
mizzdlovato.tumblr.com



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