POV Ally

-Do que ele está falando Ally? –Austin insistiu em perguntar.

-Oi, sou o Elliot! –o moreno cumprimentou, e Austin apenas forçou um sorriso.

Ficamos nos entreolhando, permaneceu um silêncio constrangedor entre nós. Trish nesse momento já tinha sumido. Estou muito desconfortável nessa situação...

-Elliot... –quebrei o silencio- Pode entregar isso para o Dez?

-Claro! –ele pegou o presente da minha mão e sumiu no meio da multidão de pessoas

-Pode me responder agora, do que ele estava falando? –Austin cruzou os braços.

-Nada... É que ele meio que me “ajudou” a escolher minha roupa, mas não foi nada de mais... –falei apreensiva com sua reação.

-Ah, claro não é nada de mais... Um garoto que você mal conhece te diz o que vestir e ainda quando te encontra praticamente te come com os olhos, mas não é nada de mais... –ele disse irônico.

-Austin... Por favor, não fica bravo... Vem vamos dançar! –tentei puxa-lo pelo até a pista de dança, mas ele deu dois passos e parou.

-Eu não quero, por que você não chama seu namorado! –o loiro falou ainda irritado. Quem está ficando irritada agora sou eu!

-Para de falar isso! –reclamei.

-Ok, você prefere que eu o chame de seu “consultor de moda particular”? –ele falou e eu revirei os olhos.

-Olha, você está sendo muito infantil! –falo nervosa.

-Ha, eu estou sendo infantil? Sério? –ele aumentou o tom de voz.

-Sim, você está sendo um infantil com esse ciúme besta! –também aumentei meu tom.    

-EU NÃO ESTOU COM CIÚME! –ele gritou.

-ESTÁ SIM!

-NÃO ESTOU!

-Quer saber Austin... Eu não vou ficar discutindo com você ok? –falei e saí andando.

Não acredito que ele poderia ser tão infantil, e ainda gritou comigo! Estou agora andando no meio de um povo que eu nem conheço, todos se divertindo e eu aqui... Tento achar a Trish no meio da multidão e nada!

-Ally! –ouvi alguém me chamar. Me virei era o Elliot.

-Oi... –falei chateada.

-Que carinha é essa? –ele falou acariciando minha bochecha.

-Não é nada... –tentei fugir do assunto, mas não funcionou.

-Problemas com seu namorado? –ele perguntou e eu me impressionei na hora, por que ele acha isso!

-O Austin não é meu namorado... Somos só amigos! –expliquei.

-É tudo minha culpa, eu sou um idiota!

-Não, não é sua culpa, o Austin foi muito infantil... Vamos esquecer isso ok? –pedi. Esse assunto esta me deixando deprimida.

-Ok então, vamos dançar? –ele sorriu.

-Claro!

Fiquei dançando com o Elliot várias músicas agitadas, ele é bem divertido e me fez esquecer os problemas... Logo que acabou Fireworks da Katy Perry, começou a tocar uma musica, em um segundo todos já estavam dançando com seus pares. Mas eu fiquei toda sem jeito na frente do Elliot.

-Você deveria com vida-lo para dançar, quem sabe assim não se entendam... –ele falou sem jeito, se referindo ao Austin claro. Ai, que fofo!

-Sério? Você não vai ficar chateado? –me animei um pouco com sua ideia.

-Não... –ele falou, mas não senti muita firmeza nesse “não”- Anda vai lá, antes que a música acabe! –ele sorriu.

-Obrigada! Você é um amor! –o abracei rapidamente e fui procurar o Austin.

Procurei ele como uma desesperada, queria encontra-lo antes da musica terminar. Com dificuldade finalmente eu o encontro.  Dou um sorriso, mas logo o mesmo some quando presto mais atenção na “linda” cena: Austin beijando a garota mais irritante e fresca da face da terra, Kira Star. No momento o que passa pela minha cabeça é raiva. Muita raiva! Eu não vou ficar aqui assistindo isso.

Saio dali com vários e vários pensamentos na minha cabeça. O Austin só não está atrás de mim agora se fingindo de inocente porque ele estava de costas, por isso não me viu. Mas aquele projeto de Barbie queimada sem celebro me viu e ainda mandou um olhar de tipo “eu ganhei!”. Eu mereço...

Finalmente encontro a Trish conversando com o Dez.

-Oi Dez! –dou um sorriso forçado- Feliz aniversário!

-Obrigada! E valeu pelo presente! –ele sorriu.

-Não foi nada... Mas acho que já vou indo!

-Já! Mas por quê? –Trish perguntou preocupada.

-Nada, nada. Só estou cansada! –reclamei.

-Mas e o parabéns? –Dez questionou meio pra baixo.

-Foi mal Dez... Mas eu quero mesmo ir pra minha casa...

-Tá, então eu te dou uma carona. –o ruivo falou.

-E eu vou junto! –Trish acrescentou.

-Obrigada, mas vocês ainda tem muito que curtir aqui! –sorri.

-E você vai sozinha? –minha amiga perguntou preocupada.

-Eu a levo! –Elliot surgiu do nada.

-Onde você estava? –perguntei surpresa.

-Ali com meus amigos... –ele apontou para uma rodinha de garotos ao nosso lado- E não pude deixar de ouvir. Eu te levo pra casa!

-Mas... –comecei a falar, mas ele me interrompeu.

-Mas nada! Vamos! Eu estou de carro!

Me despedi do Dez e da Trish e fomos para seu carro. Explique a ele onde ficava minha casa e passamos o resto do caminho inteiro calados. Até pararmos em um semáforo e ele quebrar o silêncio.       

-Pela sua carinha... Você não se entendeu com seu amigo... –ele me olhou.

-Não... Mas eu não quero falar sobre isso... –disfarcei minha tristeza olhando para janela do carro. Ficamos em silêncio e o sinal abriu.

-Já sei! –ele sorriu e olhou rapidamente pra mim- Vamos cantar!

-Cantar?  -perguntei.

-É para aliviar a tensão! –ele sorriu e ligou o som- Vai escolhe uma música!

-Qual quer uma? –sorri.

-É!

Começamos a cantar loucamente dentro do carro, primeito Chloe - Emblem3, depois The Lazy Song – Bruno Mars, em seguida Love You Like A Love Song – Selena Gomez morria de rir na parte do “pi, pi, pi, pi, pi”!

 Logo em seguida a gente chega a frente a meu prédio, para minha surpresa, eu estava sorrindo.

- Gosto mais quando você está sorrindo! –Elliot sorriu junto comigo.

-Eu também!

-Obrigada! –falei assim que saí do carro.

-Foi só uma carona! –ele falou.

-Não, obrigado por me fazer sorrir! –sorri.

-Foi um prazer! –ele me mandou uma piscadinha.

-Tchau! –acenei e entrei no prédio.

Meu sorriso não durou muito, até me lembrar das discussões do beijo... Cheguei a meu apartamento, meu pai já estava dormindo claro. Fui para meu quarto, fiz um coque frouxo,  tirei minha roupa e entrei no chuveiro e enquanto a água quente caia em minhas cotas, lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.

Coloquei meu pijama e fui tentar me sentir melhor, escrevendo no meu diário.

“Querido diário,

Estou me sentindo, horrível, era como se meu mundo tivesse ficado cinza... Eu sei, posso estar sendo um pouco dramática, mas é meu estado! Parece que eu não aprendo! Estou com raiva do Austin, da Kira, mas principalmente, com raiva de mim por ser uma idiota.

A única coisa de bom que aconteceu de bom hoje foi ter conhecido o Elliot, ele é superdivertido, me faz esquecer os problemas, conversar com ele me faz bem!

Queria que minha mãe estivesse aqui! Ela me diria o que fazer...                                                                                                        Estou cansada, vou dormir...“

  Fechei o diário e fui “dormir”, na verdade, fui desejar coisas impossíveis e só pra variar chorar mais um pouco!