Mutant World escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 18
Enfrentando o Desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Aqui estoooou eu de volta, com mais um capítulo novinha pra vocês!

Ouçam o soundtrack ao verem o sinalzinho *
https://www.youtube.com/watch?v=ozEUTql9NZA&index=18

(Gente, vocês ouçam só se quiserem, certo? Mas eu acho que a cena fica muito mais fácil de se imaginar ouvindo os soundtracks e as músicas - que logo virão pra complementar a história)



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– Que lugar é esse, cara.. - Cato parecia completamente surpreso e abismado.

– Essa é a tal ilha que aqueles desgraçados falaram que iriam nos trazer. - Clove comentou, tinha os braços cruzados, o vento das ondas que eram formadas no mar varriam seus longos cabelos pretos. Estavam parados em frente àquele cenário azulado, e apesar dos apesares, soava fantástico.

– Então.. - Cato olhou Clove por cima do ombro. - Você acha que eles trouxeram a gente pra aqui por qual motivo?

– Pra nos matar, claro. - Afirmou, de prontidão. Cato contraiu as sobrancelhas. - Ou isso, ou vão nos usar e fazer experiências na gente.

– Já somos experiências em carne e osso. - Retrucou, bagunçando os cabelos loiros com uma das mãos.

– É, mas eu não entendo porque a polícia iria trazer a gente pra cá, sem um motivo bem filho da puta. - A morena continuou com sua opinião.

– Pensa pelo lado bom. - Cato deu alguns passos à frente, se aproximando mais do mar. Uma pequena onda se desfez em seus pés, e o garoto chutou levemente a água gélida. - Pelo menos vamos morrer em um lugar incrível.

– Adoro pessoas otimistas. - Debochou a morena, rolando os olhos. Cato girou o pescoço, olhou-a.

– Eu também. - Ele retrucou.

– Droga. - A morena bufou, descruzou os braços e jogou seus cabelos pra trás. - Preciso achar o meu irmão.

– E eu o meu. - Cato reclamou, voltando até Clove, ficando frente à ela.

– Onde será que eles estão, hein? - Indagou, retoricamente. Estava preocupada externamente, e internamente, bem desesperada.

– Provavelmente sozinhos, assim como nós estávamos. - Cato foi sensato, viu Clove assentir.

– Ou talvez, encontraram uns aos outros, igual eu e você nos encontramos. - Disse a garota, em sua hipótese.

– Precisamos nos reunir de novo, pensarmos juntos. - O loiro olhou o mar novamente. - Tá tudo muito calmo pro meu gosto.

– É, então é melhor irmos andando antes que alguém nos mate. - Clove apressou o garoto, indo até ele e o puxando pelo braço.

Reparou no quão forte era aquele braço, Cato provavelmente era o dono do corpo mais forte de todos os garotos do grupo. Mas aquele foi um pensamento inútil, que se esvaiu no instante em que deram as costas para o mar e viram a aproximação de um homem. Um homem vestido em uma capa preta e com a barba cobrindo-lhe parte do rosto. Tinha uma aparência completamente assustadora.

– Quem é você? - Cato indagou, sua voz foi firme. Clove largou o braço do loiro, se posicionou ao seu lado. Não receberam resposta, a não ser, mais passos do homem misterioso até eles.

– Eu não gostei dele, Cato. - Avisou Clove, preocupada.

– Mutantes novos aqui pela ilha? - O homem se pronunciou, no instante em que ficou frente a frente à Cato e Clove, que recuaram dois passos. De perto, aquele homem parecia ainda mais assustador. - Ou seria apenas outros meros humanos perdidos por aqui? - O homem curvou a cabeça, tinha um sorriso sombrio sobre os lábios.

– Você é um mutante aqui da ilha? - Perguntou Cato, seu peito já subia e descia com mais rapidez que o normal.

– Pensando bem, não importa quem são vocês. - Continuou o homem dono de cabelos tão pretos que ao clarão do sol pareciam ter mexas azuladas. - Vocês vão ser meus novos brinquedinhos.

– Ninguém aqui vai ser brinquedo seu não, ôh coisa estranha. - Retrucou Clove, prontamente. Cato franziu a testa no instante em que a ouviu falar. Levando em consideração todos os perigos que estavam correndo, Clove era bem durona pra uma garota que tinha sua idade.

– Garotinha abusada.- Clove sentiu um arrepio lhe arrepiar a nuca com o tom de voz que o homem falou. - Você vai ser a primeira. Eu vou adorar torturar vocês.

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– Está tudo aqui. - Hermione avisou, enquanto colocava a mochila de Rony sobre o sofá da sala. O ruivo bagunçava os cabelos molhados com as mãos, havia esperado Hermione tomar um banho para depois tomar o seu. - Minhas roupas, eu peguei algumas frutas e também fiz uns sanduíches, a geladeira estava cheia. Enchi duas garrafas de água, estão bem geladinhas. - Explicava tudo calmamente, enquanto olhava Rony. A garota também havia recolhido a tulipa que deixara cair ao chão, guardou a flor dentro de um vaso com água e colocou-o sobre a estante. Quem sabe poderia reencontrar aquele símbolo de carinho de Rony ali em sua casa um dia. - Eu sabia que essas roupas ficariam bem em você. - Rony contraiu os ombros, abrindo um sorriso fraco. Usava uma calça jeans um pouco surrada, na cor marrom bem forte, acompanhada de um cardigan preto cobrindo uma regata branca.

– Serviram direitinho. - Rony se sentia aliviado de estar com roupas novas.

– Agora isso vai melhorar. - A morena apontou para o braço de Rony, onde o corte em seu pulso já estava com coberto com um leve curativo, depois de ter sido cuidado com pomadas que sua mãe guardava.

– Não devia se preocupar com isso, é besteira. - Rony viu Hermione encará-lo.
– Não é besteira. - A morena sorriu levemente. - E eu me preocupo com você.

– Vem cá. - Rony se aproximou da garota e involuntariamente, a abraçou. Hermione se reconfortou naquele gesto. Já estava ficando necessitada daquela sensação de paz que os abraços dele lhe proporcionavam. Era uma sensação surreal. - Tá pronta pra ir pra ilha?

– Estou preocupada. - Confessou ela, sentindo ele afagar seus cabelos cacheados. - Mas pronta.

– Vamos encontrar Bellatrix Lestrange, e vamos desvendar todo esse mistério. - Rony falou, convencido.

– E depois disso? - A morena indagou, no momento em que separaram o contato de seus corpos.

– Depois disso a gente enfrenta essa guerra. - O ruivo foi firme. Hermione respirou fundo, enquanto assentia. No momento em que abrissem a porta daquela casa, o perigo viria à tona.

– Então vamo nessa. - Hermione disse, pronta. - Vamos pra ilha dos mutantes.
Rony pegou a mochila de cima do sofá e colocou-a sobre as costas. Estava mais pesada, mas ele não reclamou. Sorte que suas roupas que Hermione havia lavado, secara rápido, com o calor do finalzinho da manhã. A tarde já vinha. Deram as costas pra casa, mas Rony parou de girar a maçaneta da porta no momento em que Hermione o alertou:

– Tem alguma coisa errada.

– O que houve? - O ruivo se aproximou da garota, subitamente.

– Eu tô sentindo. - Ela o olhou nos olhos. - É algo ruim.

– Acha que podem ser os policiais? - Rony tirou a mochila de suas costas, deixou-a sobre o braço do sofá. Encarou Hermione, que exalava tensão pelo olhar.

– Não. - Ela alisou o peito por cima do vestido azul que vestia. - É pior. Tá muito forte a sensação.

– Qualquer coisa você foge voando, tá bom? - Ele pediu, em alerta.

– Não, eu não vou deixar você aqui! - Rebateu Hermione, com indignação.

* Olharam para a porta no mesmo instante, enquanto viam a madeira ser destruída e vir a baixo. Rony imediatamente puxou Hermione para longe, a figura de Serena Brandon surgia na casa dos Granger. Estava extremamente pálida, e seus olhos tinham uma cor de fogo. Eram como se pegassem fogo. As íris ganhavam um tom vermelho vivo.

– Rony, os olhos dela. - Hermione o avisou, estupefata. Rony tinha a boca entreaberta, respirava pesadamente, seu peito subia e descia em descompasso.

– Ronald Weasley. - A voz de Serena assustou Hermione. - Nos encontramos de novo. E agora eu sei quem é você.

– O que aconteceu com você? - O ruivo parecia pasmo.

Hermione arregalou os olhos no momento em que ouviu um som agudo e cortante escapando pelos lábios de Serena, que se entreabriam acompanhando o crescimento das presas da mulher. Rony recuou vários passos trazendo Hermione consigo, não acreditava no que estava vendo.

– Isso é.. - Hermione pareceu em choque.

– Uma vampira. - Rony sibilou, seu próprio rosto empalideceu.

– Lewis ordenou que eu levasse vocês dois vivos, mas ah.. - Serena inclinou o pescoço pro lado, umedeceu os lábios e correu a língua por entre as presas afiadas, lentamente. - Estou com tanta sede.

– Hermione, foge daqui. - Rony ordenou, entrando na frente da garota quando viu a ex-doutora dar passos à frente.

– Não, eu não vou te deixar. - Rebateu Hermione, firme. Estava tão pálida quanto Rony. Então, Bellatrix havia criado vampiros?

– Que casalzinho lindo. - Debochou a mulher, sua pele mais branca que flocos de neve, seus cabelos mais pretos que o normal. - Pena que vão morrer.

– Você não vai matar ninguém! - O ruivo avançou contra a vampira, no momento em que a viu ir em direção a Hermione.

– RONY! - A morena gritou, sentiu um desespero quando viu os dois lutando em sua frente.

– Eu vou adorar morder esse pescocinho tão cheiroso. - Serena trincou os dentes ao falar, suas presas rangeram uma na outra, emitindo um som irritante.

Rony desviava seu corpo, tentava segurar a mulher pelos braços, mas ela estava muito mais forte do que uma mulher normalmente seria. Claro, era uma vampira agora. Só tinha sede de sangue. Como podia? A primeira vez que o ruivo foi até a clínica ela não parecia nem um pouco diferente daquela maneira. Não era possível uma atuação tão bem da parte dela aquela vez.

– O que aconteceu com você, he-in doutora? - O ruivo praguejou, enquanto arqueava as costas pra trás e esquivava seu pescoço da boca de Serena, que o ansiava. Hermione correu por entre a sala, Serena parecia ocupada demais com Rony para percebê-la sair dali. A morena pegou um vaso por sobre a estante no canto norte do cômodo, era um vaso pesado e de vidro. Provavelmente, a deixaria desacordada.

– Primeiro eu vou chupar todo o seu sangue. - Serena posicionou a boca rumo ao pescoço de Rony, que pareceu ter se desesbilizado na briga e perdeu o controle da situação. A mulher o agarrou pelos braços. - Depois, o da namoradinha. - E subitamente, Serena desviou-se o mais rápido que conseguiu do objeto que Hermione jogava contra ela, soltando o corpo de Rony, que estalou o pescoço e foi pra perto de Hermione. - Ah, sua filha da..

– Rony, seus poderes. - Hermione o avisou, e segundos depois, Rony sentia algo sólido se materializar sobre suas mãos. Mirou rumo à cabeça de Serena, o mais ágil que pôde, a Pistola Pt 917 que estava agora em seu poder.

– Você não é tão burro assim. - Serena cerrou os dentes e soltou um rosnado vampírico de fúria.

– Vai se ferrar, doutora. - O ruivo calou-a, no momento em que apertou o gatilho e um tiro na testa de Serena a fez perder o equilíbrio do corpo, caindo sobre o chão.

– Ela está morta? - Hermione respirava descompassadamente.

– Vampiros só morrem se tiverem as cabeças cortadas. - O ruivo olhou Hermione por sobre o ombro, completamente atônito. - Vamos embora antes que ela acorde.

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– Diz que você tem uma ideia brilhante que vai fazer a gente sair vivos dessa.. - Clove torceu por uma resposta de Cato. O homem à sua frente, que provavelmente era um dos mutantes daquela ilha, os olhava como se pudessem os matar. E, provavelmente poderia.

– Eu tenho. - Cato assentiu, sentiu sua mente se embaralhar. - A gente luta.

Tentou seguir seu próprio conselho, mas sentiu várias sensações estranhas ao mesmo tempo. Sua vista escureceu, logo não conseguia ver Clove ao seu lado. Só percebeu um grito agudo que a garota havia soltado enquanto caía de joelhos sobre a areia da praia.

– HARRY! - Clove se desesperou.

Sua mente só conseguia enxergar seu irmão sendo morto covardemente por um mutante-leão, que arrancava partes da carne de Harry. Um canibalismo cruel sendo enxergado por Clove. Ela não enxergava nada à sua volta, não conseguia ao menos mover seu corpo, tudo o que sentia era a dor que seu irmão estava sentindo naquele pesadelo. Ela estava tendo pesadelos acordada.

– Vamos. Enfrentem os seus medos. - Ordenou o homem mutante.

Cato tinha a boca entreaberta, gritava, mas em um tom inaudível. Ouvia tiros dentro de sua cabeça, ouvia gritos de sua mãe, ouvia gritos de seu irmão. Eles estavam todos morrendo e Cato não podia fazer nada, não conseguia. Mas sentia seu corpo cair sobre a areia enquanto policiais atiravam outra vez contra o corpo de sua mãe. Ele também sentia a dor dela.

– Enfrentem os seus piores pesadelos. - O mutante cuspiu as palavras, observando Cato e Clove caídos sobre a areia.

– Ahhh! - Um grito abafado correu por entre os lábios de Clove novamente, sua mente havia girado muito rápido, como se ela estivesse descendo correndo por uma montanha-russa. Agora, via os seus pais sendo torturados na própria ilha dos mutantes. - PÁRA! - Gritou, sabia que era aquele homem que estava a fazendo sentir tudo aquilo. Ela aquele mutante que a estava fazendo ter pesadelos a luz do dia.

– Clove! - Cato gritou, ele não sabia ao certo, mas também podia sentir a dor que a garota estava sentindo. - Deixa ela em paz! - Suplicou, mesmo inconsciente. As imagens em sua mente se embaralhavam, sentia latejos pela cabeça com os gritos de sua mãe.

– Eu adoro ver como vocês são tão fracos. - A voz sombria do homem latejou a cabeça dos dois. - Tão fracos.

Clove tentava se concentrar, tentava de todas as formas fazer com que aquelas imagens horríveis sumissem de sua mente, tentava se concentrar no poder que tinha, na importância do uso de seus poderes naquele momento. Cato também estava sofrendo e ela sentia que devia ajudá-lo. Ela sentia a tortura que ele estava sentindo.

– Vai.. - A voz da garota começou a soar fraca, mas Clove cerrou os dentes, e teve o máximo de controle possível para conseguir fechar sua mente. - PRO INFERNO! - E gritou, no momento em que conseguiu fugir daquele pesadelo e abrir os olhos. Havia voltado à realidade.

Concentrou sua mente, ordenou que ela se voltasse contra aquele infeliz. O som do grito que saiu pela boca do mutante se misturou com o som aliviado do grito abafado que Cato emitiu ao conseguir se livrar do pesadelo. O loiro caiu de costas na areia quente, mas fixou seu olhar em Clove. A morena parecia furiosa, de seu olhar pareciam soltar faíscas. A dor que o homem mutante estava sentindo podia ser percebedida por gritos e por sua expressão. Parecia desesperado.

– É você o fraco. - Clove sibilou, rangendo os dentes. - É você que vai perder.

– Desgr-graça-da. - Urrou o homem, sentia-se sem uma completa visão à sua frente, tudo parecia se apagando em sua mente. Minutos depois, o homem mutante foi ao chão, desacordado.

Clove soltou sua respiração quando voltou a si, sua cabeça latejou. Enfiou as mãos entre os cabelos, ainda estava de joelhos por sobre a areia. Sem pressa, Cato se levantou do chão e aproximou-se da garota, que tinha os batimentos cardíacos descompassados. Ele podia ouvir os batimentos do coração dela. E ela, os dele.

– Você mandou bem. - Ele confessou, enquanto esticava a mão para a garota segurar e se levantar. Quando ficou frente a frente com Cato, suspirou.

– Achei que estávamos perdidos. - Ela confessou, depois de segundos de silêncio, apenas fitando Cato.

O loiro assentiu, e mesmo sem saber porquê, abraçou a morena. Clove se surpreendeu, não entendeu porquê ele fez aquilo. Não fazia muito o feitio da garota ser carinhosa com desconhecidos, mas ele estava lá, gritando para que aquele mutante desgraçado a deixasse em paz. Cato merecia aquele abraço de volta. Quando se soltaram, se olharam, estavam bem próximos. O vento que vinha do mar os bagunçava os cabelos.

– Acho melhor saírmos daqui. - Cato sugeriu, olhando o corpo do mutante caído ao chão. - Ele pode acordar.

– É, mas eu posso lidar com ele. - A garota se gabou, vendo Cato rir.

– Seu ego chega a ser mais lindo que você. - Brincou, vendo Clove rolar os olhos.

– Cantada barada. - Ela retrucou, quando começaram a caminhar lado a lado pela praia.

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Luna parecia viajar com seus pensamentos. Muitas coisas lhe passavam pela mente. E uma delas, era a imagem de seu pai. Onde estaria Lúcio? Será que ainda estava vivo? Ela queria acreditar que sim. Afinal, ainda era uma Lovegood. Sempre haveria esperança para os desesperados, esse era seu maior lema. Mas, confessando a si mesma, Luna estava quase sem esperanças desde que todas aquelas bombas vieram à tona. Os mutantes, o ódio dos policiais pelas criaturas, os humanos com medo de todos eles. Onde tudo aquilo acabaria, afinal? Em mortes? Era isso o que o destino havia reservado para todos eles? Afinal, Luna deveria acreditar em destino?

Despertou de seus pensamentos ao ouvir um barulho de trovão. Deveria se assustar, mas não se assustou. Estava vendo o causador daqueles raios e daqueles trovões à sua frente.

– Por que está fazendo isso? - Luna indagou, parecia agora concentrada nos movimentos que Draco fazia com as mãos, como se dirigisse os raios pelo céu.

– Cato vai saber que sou eu. - Draco a olhou por sobre os ombros, um novo barulho de trovão ecoou por entre as matas. - E então vai vir atrás de nós.

– É brilhante. - A loira comentou, sorriu fraco. Viu o loiro baixar as mãos, segundos depois, o céu do começo da tarde, que estava totalmente escuro há segundos atrás, agora limpo e azulado, sem raios e sem barulhos de trovões por entre eles.

– Minha mãe dizia isso ás vezes. - Draco comentou, se aproximando de Luna, que estava sentada sobre uma pedra. - Mas ela reclamava muito também. - Luna ergueu as sobrancelhas, sem entender. - Eu sempre molhava as roupas dela que estava secando no varal. - O loiro fez Luna rir, e acompanhou o som da risada da garota. Sentou-se também sobre a pedra, ao lado dela.

– Meu pai sempre se divertia comigo. Acho que ele ficava impressionado. - Luna disse, olhando Draco.

– Quem não ficaria? Você fala com animais! - O loiro argumentou, sorrindo de leve.

– Eu gosto disso. Eu gosto dos animais. - Luna disse, serenamente. Seus cabelos loiros caíam levemente sobre seu colo, estavam enormes.

– Você é uma garota doce. - Draco explicou, seus olhos azuis acinzentados encaravam os olhos de Luna. - É um poder que combina com você.

– Então você é um garoto frio, e por isso controla o tempo? - Luna arqueou as sobrancelhas.

– Bom, eu não faço só isso.. - Draco relembrou-se do seu passa-tempo enquanto ainda tinha uma casa.

– Não? - A loira demonstrou curiosidade.

– Me dê sua mão. - Draco pediu, e Luna franziu a testa, sem entender. - Vamos, me dá. - O loiro buscou a mão da garota e rapidamente entrelaçou seus dedos nos dela. Luna o observou fazer, pareceu prender a respiração para olhar com devida atenção. Sentiu uma leve sensação em sua nuca, ignorou aquele arrepio estranho. - Presta atenção. - Ele pediu, e Luna assentiu, com os olhos fixos nas mãos entrelaçadas. Percebeu Draco concentrado, e instantes depois, perdeu a sensibilidade dos dedos dele entre os seus. Luna entreabriu a boca, completamente surpresa, no momento em que percebeu a mão de Draco atravessada na sua. Seu corpo podia atravessas outros corpos.

– Ua-ah-au. - Ela comentou, completamente surpresa. O loiro voltou sua posição inicial, desfazendo o uso dos poderes, enlaçando os dedos nos de Luna novamente. - Você consegue atravessar pessoas.

– Não só pessoas.. - Draco olhou Luna, as mãos continuaram ligadas. - Objetos, coisas..

– Então isso quer dizer que você pode atravessar de uma bala, se alguém atirar em você por exemplo? - A loira supôs e viu Draco assentir. Luna soltou um sorriso surpreso.

– Se eu for rápido o suficiente pra me concentrar. - Ele explicou, e só então soltaram as mãos, quando Luna percebeu que já estavam com os dedos entrelaçados mesmo depois de Draco já ter feito a demonstração de seus poderes.

– Você tem poderes completamente incríveis. - Luna estava fascinada.

– Eu só espero que esses poderes nos ajude a ficar vivos. - Draco fixou-a. - É tudo o que eu espero.


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Notas finais do capítulo

Euuuu sei que estou sendo muito boazinha postando super rapidinho pra vocês, então eu poderia pedir aos meus leitores lindos um favorzinho? Será que vocês podiam dizer qual foi a cena preferida dos capítulos?

Xoxo, Jen