Li o pergaminho da profecia unas duas vezes para ver se era realmente verdade. COMO ASSIM? EU ERA IRMÂ DE CASPIAN? Olhei para frente, ele sorria para mim, um sorriso confortador. Voltei meus olhos para o pergaminho. Não para ler novamente, mas sim para colocar as coisas em ordem na minha cabeça que já estava bagunçada o suficiente. Até que fazia um pouco de sentido. Nunca me adaptará a nenhum lugar, por isso iria fugir. Não me encaixava a nenhum lugar, quando saia com a minha tia odiava a única vez que gostei de sair com ela foi quando fomos para um baile de caridade, que tinha uma aparência antiga. Mas e a minha vida antiga como ficaria? Tudo bem que eu quisesse fugir, mas... E agora eu percebo não tem um “mas”, nunca houve e nunca iria ter. Senti um lagrima descer pela minha bochecha, que foi limpada rapidamente por uma mão gentil e tranqüila. Olhei para Caspian. Ele se parecia muito comigo, por isso vivia nos comparando. Sorri para ele e ele continou a sorri me levantei e abri os braços.

-- Será que poderia receber um abraço do meu irmão? – Ele se levantou, abaixou um pouco, me levantou e nos girou no ar.

Colocando-me de novo no chão ele me deu um beijo na bochecha.

-- Não sabe quanto tempo fiquei procurando por você!

-- E pelo jeito não iria achar se Aslam não tivesse me trazido! – Rimos os dois juntos. Bateram de leve na porta e me virei para trás vendo quem a abria. Ripchip.

-- Desculpe atrapalhar, mas trago novas noticias para você Majestade! – ele disse indo até nós e se curvando.

-- Diga para nós o que é Rip!

-- Os Reis e as Rainhas do passado voltaram majestade! – Olhei para Caspian. Vi um brilho passa por seus olhos rapidamente. Ele pegou o meu pulso e saio correndo em direção ao salão de entrada. Não sei como ele não conseguia se perder com todos aqueles corredores iguaizinhos.

Paramos em frente a escada. No salão havia cinco jovens olhando para nós e sorrindo. Três garotos e duas garotas. As duas com os cabelos escuros. Deviam ser irmãos todos irmãos. A que parecia ser a mais velha entre elas duas tinha os cabelos nos ombros com as pontas cacheadas, os olhos azuis claros brilharam quando viram Caspian e uma pontada de ciúmes nasceu quando nos viu de mãos dadas. Será que eles tinham algum tipo de relacionamento? A mais baixa e que parecia ser a mais nova dos quatro, tinha os cabelos um pouco maiores do que o da irmã. Os olhos também azuis, mas em um tom mais escuro do que a da mais velha, mais gentis e puros também. O que parecia ser o mais novo entre os homens, tinha os cabelos escuros, os olhos tão escuros e rebeldes quanto os cabelos. Um dos loiros com o cabelo cheio de gel, com os olhos claros e arrogantes. O que parecia ser o mais velho entre os quatro, era lindo, mais do que lindo, como diria uma das minhas antigas amigas, um deus grego. Tinha os cabelos loiros que quase tampavam os seus brilhantes olhos azuis. Quando aqueles olhos encontraram os meus um raio de eletricidade passou pelo meu corpo. Desviei os olhos e olhei para Caspian buscando uma explicação para aqueles quatro parados a nossa frente. Caspian desceu as escadas me levando junto com ele, lê-se arrastando junto com ele. Deu um abraço nos quatro e se afastou pegando novamente a minha mão.

-- Há quanto tempo não vejo vocês! – Ele ri e é acompanhado pelos quatro.

-- E quem é esta ao seu lado Caspian? – Disse em um tom gentil, a que parecia ser a mais nova dos quatro.

-- O perdão. Liah estes são os antigos reis e rainhas de Narnia, Lucia, Edmundo, Eustaquio, – Edmundo e Eustaquio? Que raios de nomes são esses? Mas enfim né. Nem o meu é dos melhores. – Suzana e Pedro. Lucia, Edmundo, Eustaquio, Susana e Pedro esta é Lianah, minha irmã. – Ele disse gesticulando para cada um de nós.

-- Não sabia que tinha irmã Caspian. – Disse Eustaquio.

-- Longa historia. – Eu me pronunciei.

-- Onde estão os modos de vocês, hein? – Lucia perguntou e veio até mim. Sorrindo – É um prazer te conhecer Lianah.

-- Liah me chame de Liah. – E dei um abraço nela, que foi retribuído pela mesma. – Também é um prazer te conhecer, Lucia, não é?

-- Sim. Estes são os meus irmãos e o meu primo.

-- É um prazer Liah. – Disse o loiro, puxando minha mão da de Caspian e beijando-a. O que fez arrancar uma careta de meu novo irmão. – Pedro.

-- Edmundo. – Puxando minha mão da de Pedro. Que fez uma careta.

-- Eustaquio. – Disse puxando novamente minha mão que agora a pouco era segurada por Edmundo. Eu ri. Caspian puxou o meu braço de leve fazendo com que eles soltassem minha mão. Suzana se pos à frente.

-- Suzana. – E me abraçou.

Retribui o seu abraço e finalmente fui solta. Depois de alguns segundos, Lucia perguntou a Caspian:

-- Mas, o que estamos fazendo aqui? Pelo que pensei não poderíamos mais voltar.

-- Eu realmente não faço idéia, também pensei isso. – Caspian olhava para Lucia com um brilho nos olhos. Ok, agora é oficial, eu estou realmente estou confusa com esses três ai.

-- Iremos descobrir logo então. – Disse Pedro.

-- Caspian? – Chamei-o tirando ele de um de seus pensamentos.

-- Sim? – Ele perguntou finalmente olhando para mim.

-- Se você não se importa estou realmente cansada e com fome e deixei minha mochila na biblioteca.

-- Há Claro! Lucia poderia me fazer o favor de levar Liah a biblioteca para pegar a mochila dela e leva-la a cozinha para mim? Preciso conversar com Pedro e Edmundo.

-- Não me importo nem um pouco. Será até bom conhecer um pouco mais de Liah. – Ela sorri para mim e estende a mão. Dou um beijo na bochecha de Caspian e pego a mão de Lucia, sendo levada pela mesma. Chegamos à biblioteca e pego a minha mochila que estava em cima da cadeira que eu estava sentada agora a pouco. – Liah? Você se importaria se eu ficasse no mesmo quarto que você por um tempo? Eu dividia o meu quarto com Suzana aqui, mas briguei com ela faz um tempo e sinto que seremos grandes amigas. – Ela sorri sem jeito para mim, olhando para os próprios pés.

-- De jeito nenhum Lucia. Gostei de você e realmente vou me sentir muito sozinha aqui. —Sorri para ela e levantei seu queixo com um dedo. – Mas agora podemos, por favor, ir para a cozinha, acho que posso desmaiar de fome. – Ela ri e me puxa.

-- E a propósito pode me chamar de Lu.

Passamos a tarde conversando e rindo. Contei a ela como vim parar aqui e tudo o que aconteceu desde que cheguei. Ela me levou ao quarto que iríamos ficar. Botei a minha mochila perto da minha cama. Quando Lu teve uma idéia.

-- Tive uma grande idéia! – Ela disse se sentando ao meu lado.

-- Qual Lu? – Perguntei ansiosa.

-- Que tal fazermos um baile de boas-vindas para a nova princesa e os antigos reis e rainhas de Narnia?