Pov. Liza

Tomei um banho demorado pra tirar todo meu estresse, e parar de pensar na minha briga com Leah.

Ela era uma das poucas pessoas que me faziam esquecer meus princípios pessoais e o dos quais fui criada, me fazia desejar ser uma assassina.

Mas tirei aquela loba insuportável da cabeça quando escutei a alguns metrôs os membros da minha família se aproximando da minha casa.

Sai do banho e coloquei uma roupa confortável e quando desci as escadas a família estava toda reunida na sala.

—Vocês não tem casa, não? - perguntei e minha mãe me reprovou com o olhar.

—Elizabeth. - chamou minha atenção e eu ignorei dando de ombros.

Só disse a verdade.

Eu não aguentava ficar a todo tempo com eles, se o dia tivesse 25 horas eles iriam querer ficar grudados as 25 horas por dia.

Viver com vampiros é viver sem privacidade.

—Sua mãe nos chamou aqui para contar uma novidade. - Explicou tia Rose acomodada no sofá enquanto lixava suas unhas, sem parecer muito interessada.

—Que novidade? - perguntei curiosa.

Tia Alice sorria largamente sentada no colo do tio Jess na poltrona. Pela empolgação que ela estava emanando, com certeza ela já sabia do que se tratava.

Esmee e Carlisle olhavam ansiosos para minha mãe e meu pai, que estavam de pé na soleira.

—Então como eu já estava dizendo antes de você aparecer - continuou minha mãe tirando os olhos de mim e olhando para minha família - Meu pai e Sue já estão juntos há algum tempo, e agora decidirão oficializar a relação. Eles vão se casar.

Alice deu um salto do colo do tio Jazz com um sorriso de orelha a orelha.

—Isso é tão maravilhoso - Disse quicando no lugar - Já era hora dessa família ter um evento novo! - ela voou no pescoço da minha mãe e no outro segundo seu telefone já estava grudado em sua orelha. Depois de dois toques eu podia ouvir a voz do neu avô. - Parabéns Charlie, fiquei sabendo do seu casamento, e estou muito feliz por vocês, mas vamos ao que importa... Eu estava pensando aqui eu sou a pessoa mais centrada e logicamente qualificada para organizar seu casamento, então eu já tive varias idéia do que podemos fazer...

Continuou tagarelando e sumiu de vista com o telefone nas mãos e nos deixou em completo silêncio.

— Bella é melhor você preparar seu pai para Alice furacão. - Emmett disse com um sorriso brincalhão.

Deixei todos na sala, e fui pra cozinha pegar uma jarra de suco na geladeira, ao me virar lá estava Nessie me encarando, parecendo uma estátua de cera.

—Esta feliz que o vovô vai se casar? - perguntou distraída.

—Claro, Charlie merece.

—Já pensou em como vai ser ter Leah em nossa família? - Perguntou com uma expressão divertida em seu rosto.

—Do que você esta falando? - disse bebendo meu suco.

—Leah é filha da Sue e agora vai ser tipo, irmã da mamãe... O que vai tornar-la, a nossa tia.

— QUE? - disse cuspindo todo o suco na Renesmee.

[...]

Não preguei o olho à noite toda, fiquei totalmente indignada quando minha ficha caiu que agora Leah Clearwater iria fazer parte da família. Quem diria, vampiros e lobos em uma única família. Parecia piada.

O fim de semana passou com Alice nos enchendo a paciência em relação ao casamento.

Na segunda, na escola não consegui prestar atenção em praticamente aula nenhuma de tanto sono que eu estava pelas noites mal dormidas.

Logo na saída, nem com a minha família eu falei. Fui direto para a reserva tratar de um assunto com Jacob, que estava ajudando a tirar meu sono também.

Dirigi o mais rápido que consegui e em poucos minutos eu já estava lá. Desci da moto e fui em direção à velha casa dele.

Foi Billy quem me atendeu e deu um sorriso surpreso quando me viu.

—Elizabeth? Que surpresa revê-la tão cedo. - disse vindo me receber com um olhar carinhoso. - Você por aqui na reserva, sem a Renesmee. Aconteceu alguma coisa?

Ele me analisava e eu não sabia decifrar seus sentimentos, ele parecia, hum... Desconfiado?

—Esta tudo bem, Billy. É só que eu precisava falar com Jake, ele esta em casa?

Seu sorriso foi sumindo e sua desconfiança se tornou preocupação. Eu podia sentir seus sentimentos confusos com minha visita e aparição inesperada atrás de Jacob.

Era raro eu aparecer na reserva sem ser arrastada pela Renesmee, eu odiava esse lugar. Cada pedaço daqui fede a cachorro.

—Eu vou chama-lo.

—Obrigada - agradeci.

Ele sumiu porta a dentro e pude ouvi-lo dizer a Jake "Você tem visita". Em menos de segundos Jacob apareceu em minha vista com suas roupas surradas e cara de quem deveria ter acabado de acordar.

Encarou-me na porta e seus sentimentos eram uma mistura de surpresa e curiosidade.

—O que aconteceu? - perguntou se aproximando como se eu fosse dar a noticia da morte de alguém.

—Oi pra você também - disse revirando os olhos. - E ah estou bem, obrigada por perguntar.

—Desculpe - ele riu - É que eu não esperava você aqui.

—Quero falar com você.

Ele pensou por um segundo me analisando, engoliu em seco ficando preocupado.

—Vamos lá fora.

Ele me conduziu até o lado de fora, senti o olhar fixo de Billy em mim pela janela da pequena casa.

Andamos em silêncio até a sua oficina. Quando chegamos lá ele me olhou tão preocupado, que eu quase ri da careta que ele estava fazendo.

Até imagino o que se passava na mente dele, pois seu coração estava acelerado demais e seus sentimentos muito confusos pra se entender.

—Pode dizer, quem foi que você matou? - perguntou com o rosto sério. - Vou deixar claro, eu não sei esconder cadáveres, sou um lobo, eu como minhas presas. Vocês vampiros é quem deveriam saber fazer essas coisas. Errou em vir pedir minha ajuda para isso...

Eu rolei os olhos da tagarelice dele.

—Jacob, não matei ninguém. - disse o interrompendo e ele parou de falar me olhando. - Ainda não... - Ele arregalou os olhos pra mim, e eu gargalhei da cara dele. Ele percebeu que eu estava brincando.

—Você é idiota - resmungou me dando as costas e começou a mexer nas suas coisas da oficina - O que fez a mocinha vir até a reserva me procurar. Está tudo bem com Renesmee? Bella?

—Tudo bem com todo mundo, pode ficar tranquilo - disse o assegurando. - Mas vou direto ao ponto. Sabe que não posso sumir por muito tempo sem acionarem a SWAT pra me procurar. - Ele me encarou e cruzou os braços esperando eu falar. - Ontem quando briguei com a Leah, ela disse algo que me deixou curiosa. Foi algo sobre você e Renesmee. Eu acho... Acho que foi... Inprinting. Isso. Quero saber o que é. - Jake se engasgou com a própria saliva de repente começando a ficar vermelho, seu coração acelerou tanto que eu achei que ele ia ter um infarto. - Você está bem?

Ele me encarou obviamente sem ar e tentando disfarçar.

—Da onde você tirou isso? - me olhou incrédulo.

—Leah comentou sobre isso ontem. Disse que você teve um Inprinting pela Renesmee. - Ele me olhou com os olhos arregalados. - Quero saber o que é. Me fala Jacob.

—Porque?

—Porque eu quero saber. - dei de ombros. - Meu instituto sensitivo me diz que vou querer saber. Agora fala.

Adorava usar meu radar para conseguir saber das fofocas.

—Não é nada. - me deu as costas de novo e começou a mexer mais uma vez nas suas coisas - Você sabe como Leah fala bobagens.

—Esta mentindo para mim.

Não me surpreendi quando ele deu um soco na mesinha de madeira.

—Sabia que às vezes essa sua coisa de sensitiva irrita?

—Eu acho bem conveniente pra mim - disse e ele não se mexeu. - Mas não muda de assunto, quero saber o que é isso, o fato de você não querer me contar só me deixa mais curiosa.

—Ok - disse depois de um longo suspirou ele virou para me encarar - Vou dizer, mas só porque eu sei que você não vai sair do meu pé enquanto eu não contar.

—Que bom que está ciente disso. - disse sem poder conter um sorriso.

—Mas tem uma condição - disse apontando a chave de fenda pra mim - Você precisa jurar que não vai contar a ninguém que eu te disse.

—Te dou a minha palavra. E sabe como isso é valioso pra mim.

Ele suspirou derrotado.

—Ainda consegue esconder seus pensamentos do seu pai?

—Sim, consigo subir a barreira.

—Quem bom, porque ele não vai ficar feliz de você saber disso. - ele suspirou de novo, andando de um lado para o outro, como se pensasse nas palavras certas pra me contar. - Inprinting é... Como se fosse amor à primeira vista. Como se a pessoa fosse feita sob medida pra você. É quando você olha para ela e vê que ela é tudo na sua vida, e que vai passar a ser tudo que você precisa até o dia em que você morrer. O seu mundo gira em volta dela, tudo que acontecer de ruim com ela vai ser como um buraco aberto no seu próprio corpo. Inprinting significa que a pessoa vai passar a ser a sua vida e nada mais vai importar a partir dali. É uma coisa de lobo. A gente não escolhe por quem sofre o Inprinting, ele simplesmente acontece. E não é algo que de pra desfazer.

Fiquei um tempo olhando para ele e absorvendo a intensidade com que ele disse aquelas palavras, e como ele realmente se sentia com aquilo.

Me senti um pouco invadindo sua privacidade, quando ele deixou vazar suas emoções para mim.

—Ok - falei um pouco perdida naquelas sensações que não eram minhas. Eu sabia como era amar alguém incondicionalmente. Não porque eu já tinha amado alguém além da minha família, mas eu convivia com esse amor todos os dias vivendo com meus pais, meus avôs e meus tios. Quando você é vampiro é tudo mais intenso. Meu pai morreria pela minha mãe e ela por ele. A história deles era intensa e eu sentia isso na pele, pois eu era fruto dela. Me perguntava as vezes se um dia ia sentir isso por alguém. Sinceramente achava que não. - Como aconteceu?

—Não sei explicar direito como acontece ou aconteceu. Mas depois que você encontra a pessoa, tudo começa a fazer sentido.

—Quando aconteceu com a Nessie?

—No dia em que vocês nasceram, foi a primeira vez que eu há vi. - disse suspirando, perdido em pensamentos.

—Desde aquela época você já nos conhecia? - perguntei encostando em uma mesa.

Jacob riu pela primeira vez no dia.

—Eu já conhecia os Cullen e a Bella há muito tempo antes de vocês nascerem - disse ainda rindo como se lembrasse de algo. - Eu conheço sua mãe desde que ela era humana, na verdade, eu só conheci Renesmee por que queria... Matá-la.

—Que? - perguntei embasbacada.

—Isso tudo é complicado demais Liza, esquece. - falou se afastando, mas eu fui mais rápida e o puxei pela camisa e o fiz sentar em uma cadeira.

—Agora que começou termina.

—Seu pai vai me matar, você não deveria saber sobre essas coisas - falou realmente preocupado.

—Já disse que não vou deixa-lo descobrir que sei disso.

Ele respirou fundo esfregando o rosto incomodado.

—Antes de a sua mãe virar vampira eu era... Ham... apaixonado por ela. - o que? - E quando ela engravidou de vocês, todos nos achamos que ela havia morrido. Com raiva de vocês duas terem sido o motivo da possível morte dela, eu quis mata-las, mas quando vi Renesmee... Tive um Inprinting por ela no mesmo segundo.

Meu Deus. Jacob foi apaixonado pela minha mãe...

Alguém deveria tirar uma foto da minha cara agora, porque meu queixo estava no chão.

—Você foi apaixonado pela minha mãe?

—Elizabeth você não entende. Eu amo sua mãe porque ela é como uma irmã para mim. Eramos melhores amigos na adolescência, me apaixonei perdidamente por ela e tentei até o último minuto impedir a relação dela com seu pai. Depois que tive o Inprinting pela Renesmee, logo que vocês nasceram, eu entendi tudo. É como eu disse, o Inprinting fez tudo ter sentido. Eu via na Bella o que ia existir no amor da minha vida. Me apaixonei pela semelhança da Renesmee na sua mãe, sendo que ela nem tinha nascido ainda. Meu lobo interior sabia que não era Bella, mas sabia que era ela quem me daria Nessie. A minha metade. Hoje entendo isso, mas na época não foi bem assim.

Eu estava até meia tonta. Não consegui absorver tudo na velocidade com que ele disse.

—Eu não esperava por isso - sussurrei perdida nessas informações - Agora entendo porque meu pai te odeia tanto - disse e ele assentiu. Agora era eu que ficava andando de um lado para o outro - Meu Deus, por que nunca disse sobre o Inprinting para Nessie?

—Você é tão curiosa quanto sua mãe - falou se levantando.

—Responde. - falei sem paciência.

—E impaciente quanto seu pai - ele rolou os olhos e eu bufei. -Nunca falei por causa do seu pai, na verdade por causa da sua família. Eles queriam que Renesmee tivesse escolha, e não se sentisse obrigada a ficar comigo.

—É loucura, ela é louca por você - falei e ele sorriu - Parece que não adiantou muito todo o segredo.

—Você não vai contar nada a ela, não é? - perguntou preocupado.

—Todo mundo já sabe?

—Sim, menos ela.

—Não vou dizer nada, dei a minha palavra. Só que tem um problema. - ouvi seu coração falhar umas batidas de preocupação - Renesmee esta todos os dias com Jasper tentando aperfeiçoar seus don, se isso acontecer ao invés dela apenas mostrar seus pensamentos aos outros, ela vai poder sugar os seus. Um dia ela vai acabar sugando isso de alguém, seja de você, de mim, dos meus pais...

—Isso não é bom. - ele disse distraído - Isso é péssimo.

—Se eu fosse você começava a criar coragem pra falar com ela logo. Uma hora alguém vai acabar contando, e você imagina o choque que vai ser para ela ouvir da boca de outra pessoa a não ser a sua.

—Sei disso. - ele sussurrou.

Meu celular apitou e quando fui olhar tinha três ligações perdidas do meu pai e uma mensagem da minha mãe.

"Onde você está? Seu pai está doido atrás de você. Venha logo para a mansão, seu avô está aqui e quer te ver. Não demore."

—Jake, vou ter que ir agora.

—Ótimo. Depois de me sugar tudo que queria... - disse brincando.

—Relaxa, minha boca é um túmulo. E minha mente também será. - falei me distanciando - A gente conversa depois, tchau.

Tinha começado uma garoa fina bem típica de Forks, subi em minha moto e sai dali cantando pneu.

Minha cabeça estava à milhão, ainda não consegui absorver tudo que Jake me contará hoje. Eu esperava ouvir qualquer coisa menos aquilo.

Fiquei o caminho todo imaginando a reação de Renesmee quando descobrir. Eu tive que parar um pouco e bloquear minha mente, meu pai era esperto, mas eu sabia dribla-lo e mante-lo fora da minha cabeça.

Não era fácil, mas também não era impossível.

Carlisle considerava isso um don, ele dizia que era uma variação do escudo da minha mãe, que eu possa ter adquirido na genética dela.

Eu precisava de um nível de concentração absurdo e até dolorido, então conseguia subir uma barreira na minha mente, uma vez que eu conseguia levanta-la poderia me afundar nos meus pensamentos em paz que eu sabia que eles não vazariam para a mente esperta do meu pai.

Mesmo que me rendesse uma boa enxaqueca.

Antes mesmo de chegar na mansão eu já podia sentir o cheiro horrível de lobo. Ótimo, temos visitas.

—Olá querida - Esmee me recebeu na porta - Por onde andou? - sussurrou no meu ouvido como se ninguém fosse ouvir.

—Dando uma voltinha - sussurrei de volta.

—Liza é você? - Ouvi me chamarem da sala. Era Charlie vindo em minha direção. - Pensei que não fosse vê-la hoje.

—Oi vovô - disse o abraçando - Meus parabéns pelo casamento, estou tão feliz por vocês.

—Obrigada querida, é importante ouvir isso. - falou acariciando meu rosto.

—Se o senhor estiver feliz, eu também estarei - disse devolvendo o gesto de carinho - Onde esta Sue?

—Lá em cima com Alice, explicando a decoração do casamento.

—Sinto muito por ela. - Disse e ele riu.

Tadinha da Sue, deveria estar sofrendo com Alice.

—Elizabeth Marie Cullen. - Ouvi a voz grossa do meu pai e revirei os olhos. - Onde estava a tarde toda?

—Por ai. - disse indiferente.

Ele me pegou pelo braço e me levou até a cozinha, onde não tinha ninguém por perto.

—Como assim por ai? - perguntou cruzando os braços. - Porque está me privando de ver seus pensamentos? Já disse que não gosto disso...

Respirei fundo antes de responder, tentando não quebrar minha barreira mental e deixar escapar tudo pra ele.

—Pai, não sou a Renesmee para você achar que pode controlar a minha vida. Sou grande o bastante para sair sem ter você e a mamãe pendurados no meu pé. E outra, eu acho a privacidade necessária na vida de um ser humano, então fica longe da minha cabeça.

—Esta escondendo alguma coisa de mim - falou exalando nervosismo.

—Sou uma eterna adolescente, sempre vou estar escondendo algo de você - disse debochada e sai da cozinha sem esperar por sua resposta. Ao chegar à sala acabei dando de cara com Leah. -Virou perseguição agora nessa merda?

—Já tomou seus calmantes hoje? - perguntou provocativa.

—Fica longe de mim que eu estou com a mão coçando desde aquela festa...

Meu pai surgiu do nada atrás de mim, não gostando do que estava ouvindo.

—Pare com isso Elizabeth. Somos uma família agora. - disse educado - Devemos tentar ser cordiais.

—Prefiro tentar o suicídio, obrigada.

Logo Alice desceu as escadas com minha mãe e Sue, ela mais gritava do que falava.

Santa empolgação, acho que ela esta mais animada do que os noivos.

[...]

Horas depois...

—Ah, por favor, vai. Prometo que não vamos demorar. - Implorava Alice.

—Você sabe que eu odeio fazer compras com você. - disse sentada no sofá emburrada - Você diz isso toda vez que me leva pra um shopping. Isso é muito chato, fora que não tem necessidade de comprar os vestidos agora.

—Ah Liza, Sue quer que o casamento seja bem rápido, em um mês. Se sair tudo como o planejado teremos que nos apressar e eu quero comprar os vestidos logo, e você ira junto.

—Não, quando eu for comprar eu vou sozinha, não se preocupe com isso.

—Bem louca você. - disse pondo as mãos na pequena cintura - Você vai junto comigo sim, sem mais nem menos. Eu não estou nem doida de deixar você comprar seu vestido sozinha.

—Quantos anos eu tenho? 5? - perguntei incrédula - Vê se entende, Eu-não-quero-ir - falei pausadamente.

—Agora vê se você me entende, Eu-não-quero-saber. - falou - Amanhã depois da escola nos vamos fazer compras e você vai por bem ou por mal.

Agora seria uma boa oportunidade pra alguém me matar. Sério, me matem por favor.