A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 36
Inimiga da paz.




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Eu não sabia o que era dormir em paz a meses. Eu estava esgotada.

A paz definitivamente parecia ser minha inimiga

Óbvio que eu não ia esperar flores depois do que fiz. Porém essa era a primeira vez que ameaçavam meu bebê, que mal tinha tamanho e já estava sendo caçado.

Condenado pelas minhas atitudes. Que ótima mãe eu sou.

Só de visualizar em minha mente algo de ruim acontecendo com ele por minha causa, eu fervia de ódio de mim mesma por ser assim, tão irracional e impulsiva.

Sim, era minha culpa. Mas eu ia direciona-la a quem merecia.

Ícaro.

Nada disso estaria acontecendo se ele não tivesse me sequestrado. Eu não estaria sendo ameaçada enquanto estava grávida. Que no caso esse deveria ser o período mais feliz e tranquilo da minha vida. Bom, é o que dizem...

Quando Nicolas souber disso, não vai me largar por um segundo, não que eu ache ruim, mas ele tem outras prioridades agora. Não quero sua preocupação voltada para mim.

Só foi eu pensar sobre essas coisas que senti a presença de minha mãe em meu quarto. Mas eu estava tão atônita que não conseguia me mover.

Eu estava de frente para a parede ainda, encarando aquele papel como se ele fosse o culpado de todos os meus problemas.

Sem falar nada ela me encarou por alguns segundos, puxou o papel da minha mãe e o leu.

—Elizabeth! – Exclamou assustada.

—Me deixa sozinha – Pedi sem olhar para ela.

—Mas minha filha...

—Por favor, mãe.

Assim que ela saiu do quarto eu entrei em crise e tive um leve surto.

Me perdi em lágrimas silenciosas, porém que estavam doendo em todo meu ser.

Tudo isso era minha culpa.

[...]

Pov. Nicolas

Assim que voltei a Forks fui para o hotel onde minha família estava hospedada. Eles queriam saber notícias sobre Lauren.

Já faziam alguns dias desde o resgate de Elizabeth. A princípio eles foram comigo procurar por ela, mas depois voltaram e eu fiquei por la sozinho mais alguns dias.

—Nicolas, meu filho – Sarah me recebeu em seu quarto me abraçando.

—Oi mãe.

—Entre, vamos. – Pediu ansiosa.

Eu entrei no quarto enquanto ela fechava a porta. Meu pai apareceu logo em seguida.

—Demorou para voltar – disse ele – Como está Elizabeth?

—Ela e o bebê estão ótimos. Está tudo bem.

—Graças a Deus. – Sarah disse pegando um copo de Whisky. – Fiquei tão preocupada. Saber que ela lutou daquele jeito estando grávida do meu neto. Uma loucura.

—Uma loucura foi a história completa, Lauren ter ajudado ela. Isso ainda me parece estranho – Meu pai suspirou.

—Só para você? – Eu perguntei soltando um riso estressado. – Tem noção que tive que passar por cima do meu orgulho depois de anos brigando com ela, agora tenho uma dívida impagável com essa mulher?

—Ainda estou digerindo isso – Lucinda entrou no quarto batendo a porta. Ela estava de mal humor. – Achou ela?

Lucinda não estava muito animada com a situação da Lauren. Lucy era minha companheira e minha protegida também, ela sentia ciúmes e raiva da irmã e não estava disposta a perdoa-la por tudo que fez comigo tão facilmente.

Mas ela prometeu tentar.

—Não – bufei – Eu estou com a sensação de que ela está fugindo de mim.

—Talvez ela não nos queira por perto. – meu pai disse.

—Eu não estou nem aí para o que ela quer. – disse irritado. – Eu vou acha-la.

De repente o interfone tocou e minha mãe atendeu, falou por alguns segundos depois voltou preocupada.

—Disseram que tem alguém lá em baixo nos esperando. Uma mulher. – ela disse.

Todos nós se encaramos e eu fui o primeiro a sair correndo.

Nem fui de elevador, desci correndo pelas escadas e quando cheguei no saguão ela estava lá.

Toda de preto, com óculos escuros e sua típica cara de ódio olhando pra mim.

—Lauren? – Lucy a olhou assustada.

—Está brincando comigo? - Só faltei gritar com ela, quando percebi que era ela mesma. - Estou te procurando a 6 dias!

Ela nem conseguiu responder direito, só ficou me olhando com careta como se não esperasse que eu estivesse ali.

Acho que pensou que eu estivesse com Liza.

—Eu sei – ela disse tirando os óculos. – Precisamos conversar. Mandei chamar apenas o Daniel, não vocês.

—Dane-se o que você pediu. Eu preciso falar com você. – Disse me aproximando e ela deu um passo para trás – Eu vasculhei a Itália inteira atrás de você, para chegar em Forks e você aparecer do nada?

Me sentia um idiota prestes a matar alguém.

—Não tenho nada para falar com você.

—O que veio fazer aqui? – Lucinda estranhou.

Meus pais se encararam e Daniel suspirou.

—Eu e sua mãe vamos subir. – avisou ele – Não se matem, se puderem.

Os dois subiram deixando nós três no saguão do hotel. Lauren evitava olhar para mim, ela estava irritada.

—Lauren! – Gritei seu nome quando vi que ela estava me ignorando.

—Me deixa Nicolas. – Ela me deu as costas saindo do hotel.

Corri até ela tomando o máximo de cuidado e a alcancei na pracinha de frente ao hotel.

Lucinda estava junto meio perdida sobre o que fazer.

—Você precisa me ouvir...

—Não, é você quem precisa me ouvir. – Ela se virou enfiando o dedo na minha cara. - Eu só vim até aqui porque Ícaro me deixou um recado e achei que você precisava saber. - Ela jogou um papel no meu peito com força. - Ele não vai parar, nunca. Ele vai atrás da Elizabeth assim que puder. Ele vai pegar o seu filho.

Eu senti o mundo dar algumas voltas agora ao processar aquilo que ela disse.

Peguei o papel lendo as palavras que aquele homem escreveu e senti o ódio transbordar em mim.

—A diabinha não te contou? Ela deve ter recebido um bilhete igual ao meu.

—Ah Liz... – murmurei com ódio. Ela devia ter me falado. - Vocês duas vem comigo.

—Eu não vou a lugar nenhum com você, só vim te dar um recado. – Lauren rebateu.

Eu trinquei os dentes amassando o papel e avançado na direção dela.

—Lauren eu sou capaz de quebrar o seu pescoço agora se continuar enchendo a droga do meu saco. - gritei e ela deu um passo pra trás. - Vamos agora!

—Eu não vou – bateu o pé.

Porque ela tinha que ser assim? Meu Deus que dia infernal.

—Eu não estou pedindo, estou mandando.

—VOCÊ NÃO MANDA EM MIM!

[...]

20 MINUTOS DEPOIS:

Lá estava eu, sem um pingo de paciência, carregando Lauren nos braços a força. Quando cheguei a mansão dos Cullen a maioria deles estavam la fora.

Emmett e Jasper lutavam no quintal, as meninas conversavam na varanda e Edward me esperava.

Lauren não parava de gritar chamando a atenção de todos eles e me deixando mais estressado.

—Dá para você calar essa boca? – Disse jogando ela no chão, que já estava toda descabelada e irada.

—Você é um filho da...

—Hey  – Lucy a interrompeu chegando atrás.

—Me espera aqui. - pedi a Lauren que ainda estava no chão. - Se eu voltar e você não estiver, vai ser pior pra você. Eu não estou brincando.

—Você é um idiota. – Me ignorou levantando.

Deixei ela lá e acompanhei Edward que estava me esperando na porta. Ele também não estava no melhor dos humores.

—Desde que chegou o bilhete e Bella a convenceu de virmos para a mansão, ela não conversa com ninguém - ele explicou guiando o caminho.

Esmee estava cabisbaixa na cozinha quando passei, e cumprimentei Carlisle no percurso.

Assim que entrei pude ouvir Bella tentando falar com Elizabeth na porta do quarto.

—Faça alguma coisa. – Pediu me deixando sozinho na frente do quarto dela.

Eu respirei fundo passando a mão na porta. Me encostei ali e pude ouvir seus movimentos.

—Liz. – A chamei e ela não respondeu. Mas seu coração disparou ao escutar minha voz. – Elizabeth abra a porta, por favor, não me faça derruba-la. 

Pedi uma única vez.

Ela demorou alguns segundos, mas abriu.

Eu entrei no quarto fechando a porta atrás de mim. Ela não disse nada, mas estava com cara de choro e parecia irritada.

—Quer me deixar ver o bilhete?

Ela engoliu em seco e depois estendeu o papel para mim. Eu o li e era parecido com o de Lauren.

Só que o dela falava especificamente sobre o nosso bebê.

Lauren estava certa. Ele não ia parar até se vingar do que aconteceu.

—Liza...

—Isso é culpa minha – me interrompeu olhando para a janela – Se eu não tivesse feito nada, só ficado na minha na porcaria daquela cela, nada disso estaria acontecendo agora.

—É claro. – Disse fazendo ela me olhar – Porque no caso você estaria morta. Ele teria te matado Liz, não é sua culpa. Ele te prendeu em um cativeiro. Toda ação tem uma reação, ele esperava o que?

Ela pôs as mãos na cabeça parecendo transtornada e visivelmente ela estava meio fora de si.

Sua respiração não estava normal.

—Pela primeira vez na minha vida, eu não sei o que fazer. – Então ela já estava chorando – Eu estou condenando a vida do nosso filho. Ele está sendo ameaçado por minha causa. Isso não é justo.

Me aproximei tentando abraça-la, mas ela não deixou. Estava surtando.

—Não diga isso. – Tentei acalma-la - Eu estou aqui. Sua família está aqui. Sabe que eu daria a minha vida para proteger vocês dois. Vai ficar tudo bem.

—Não sei se consigo viver pensando que a qualquer hora alguma coisa vai acontecer. Comigo. Com esse bebê. Com você, ou com nossas famílias Nicolas. Não suportaria ver ninguém sofrendo por minha causa.

—Nós vamos ter essa criança, e depois sumimos se isso te deixa melhor. – Finalmente ela me deixou encosta-la. Estava toda tensa. - Esqueça isso, agora Ícaro está com medo porque está sozinho e quer te assustar. Mas é a gente que tem minha família, a sua, os lobos e até os Volturi. A única coisa que ele tinha, você matou. Ele está com raiva, só quer assustar você.

—É, ele conseguiu. – Sussurrou.

—Promete para mim que não vai pensar mais nisso? Você vai ter uma gestação normal e saudável. Nosso filho vai nascer e seremos uma família. Quando o problema chegar e só quando ele chegar, nós iremos nos preocupar. Agora não. – Pedi e ela não disse nada. – Elizabeth, prometa para mim.

—Ok, eu prometo! – Disse contra sua vontade.

Eu me inclinei sobre seu rosto emburrado e a beijei tentando deixa-la menos tensa.

Eu queria poder ficar e tirar toda sua tensão. Abraça-la por horas até isso passar. Mas eu não podia.

—Eu tenho que resolver um problema agora. – Disse soltando-a – Mas volto para passar a noite com você.

—Que problema?

—Lauren está aqui.

Quando disse, vi seus olhos saltarem e um certo brilho aparecer nele.

Era uma situação que eu não imaginava viver. Lauren e Elizabeth se aliando.

Uma se preocupando com a outra no nível de Lauren vir me contar as ameaças de Ícaro, e Liza me fazer rodar a Itália para encontrá-la.

Se anos atrás alguém me contasse isso, eu juro que riria uns dois dias seguidos.

—Sei que quer falar com ela, mas no momento ela não quer nem falar comigo. – Disse frustrado. – Então vai fazer coisas de grávida, tipo descansar. Você está com cara de quem não dorme a dias.

Ela suspirou e me puxou para mais um beijo antes que eu saísse.

—Boa sorte. – Me desejou quando eu sai pela porta.

Fui em direção a saída da casa. Todos esperavam lá fora, principalmente Lauren que estava encostada a uma árvore um pouco distante de todos, me encarando com ódio.

—Pronto – disse a Edward.

—Como consegui? – Perguntou enciumado.

—Eu tenho o dom. – brinquei dando de ombros.

—Vamos ver se ele funciona com aquela ali. – Bella apontou para Lauren que poderia me matar com o olhar agora.

—Com aquela ali, só um milagre mesmo. – Deixei-os conversando e fui até ela. Olhei bem para a cara irritada dela e tentei trazer o último resquício de paciência que me sobrou. – Agora, é a sua vez.

 


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Notas finais do capítulo

(E)