A Irmã De Renesmee escrita por Thatty


Capítulo 24
De volta a Forks.


Notas iniciais do capítulo

Dois em um bebês! haha
Boa Leitura.



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PARTE 1:

Eu me lembrava vagamente de Lauren da noite em que nos conhecemos.

Hoje ela estava mais simples, como se estivesse foragida, toda de preto, de capuz, sem chamar atenção.

Mas seus olhos denunciavam suas intenções e eu nem precisava ser sensitiva para saber. Existia uma força brutal que ela carregava ao olhar pra mim.

—Eu até acreditei que você fosse humana por um tempo - ela disse me encarando de cima a baixo - Conseguiram me enganar direitinho. E olha só pra você agora, com esses olhos vermelhos.

—Não enganamos você Lauren. Não esta ouvindo meu coração bater? – Perguntei. Ela me olhou sem expressão. - Algo lá no fundo me diz que há vinda dos Volturi até Hanover, tem algo haver com você. Será que estou errada?

—Por que acha isso?

—Sinto cheiro de desespero. E ele vem de você.

—Desespero? – Pergunto rindo e se aproximando mais de mim. A essa altura eu só queria que ela falasse qualquer coisa pra mim, pra eu meter a mão na cara dela. – Porque eu estaria desesperada?

—Porque você quer algo que não é seu. Já tentou de todas as formas e obviamente fracassou, como sempre faz. Seu desespero esta falando tão alto que pensou que os Volturi te ajudariam. – falei e passei a mão no colar em meu pescoço – Está vendo? Ele é meu. Ele me escolheu. Supera isso.

Ela cerrou os punhos e eu pude ouvir seus dedos estralarem com a força que ela fez isso.

—Você não sabe o que está falando - rosnou trincando os dentes. - Eu vou te-lo de volta. Nem que eu tenha que matá-la e ter meus irmãos me odiando para o resto da vida..

—De volta? - a interrompi - Ele nunca foi seu para te-lo de volta. Ele não te escolheu, ele não quis você. E mesmo que eu morra, ele vai continuar não te escolhendo. E tudo isso pra que? Para ter um colar que não fecha no seu pescoço? E o que mais você vai ter? Nada. A única pessoa que aturava você, até onde eu sei, está morto. E depois, o que pretende fazer?

—Não é da sua conta. Não tenho tempo para mi mi mi com você...

—Mas foi você que veio até mim. E escolheu um dia bem ruim para isso. Veio me ameaçar? Me deixar um recado? - perguntei agora me aproximando dela, vendo seu rosto mudar a expressão. - Você não me assusta Lauren. Se quer me matar, tenta a sorte, não fica me cozinhando que eu to sem tempo pra você também.

Eu queria que ela entendesse que eu podia não ser uma Filha da Lua, mas eu não tinha medo dela.

—Você pode assustar qualquer um querida, mas a mim não. - ela riu - Vou ter esse colar de volta. Custe o que custar.

—Boa sorte - dei de ombros - Quando quiser tira-lo do meu pescoço fique a vontade.

—Chega! – Nícolas apareceu do nada entre as árvores e se colocou no pequeno espaço entre nós duas  – Lauren, quer o que aqui?

—Só estava conhecendo melhor minha cunhadinha  – disse irônica.

—Na verdade ela veio tentar me ameaçar e me pegou em um péssimo dia - disse irritada. - A ameaça não deu certo. Estou esperando ela ter coragem para tentar fazer o que quer de verdade.

Eu e Lauren nos encaramos medindo uma a outra.

Eu queria tanto que ela tomasse uma atitude pra eu mata-la, e por a culpa nela mesma por ter tomado a iniciativa.

—Não - Nícolas me afastou pra longe - Vai embora. Ta ficando doida? Quer morrer?

—Claro você ajudaria ela a me matar, não é? – Disse olhando pra ele com desgosto. - Vocês se merecem.

Lauren deu as costas a ele e sumiu na floresta.

Eu e Nícolas nos encaramos por um segundo antes de eu entrar em desespero total por dentro.

Algo me dizia que meus dias de paz tinham chegado ao fim. Se é que um dia eu tive alguma paz.

[...]

Pov. Aro

Depois daquela visita nem um pouco agradável as Cullen, voltamos a nossa base. Havia se passado alguns dias e estávamos à espera de Lauren, por novas notícias.

—Ela chegou – Avisou Jane entrando no salão.

Minutos depois, ela adentrou em nossa sala com um olhar nada agradável. Lauren Roller era uma mulher difícil de lidar, com quem tínhamos que ter paciência e cautela.

—Como está querida? – Perguntei me levantando e indo em sua direção. Ela deu um passo para trás se afastando.

—E isso importa pra você? – respondeu ríspida.

Eu olhei seu rosto duro e tenso, e pulei a ladainha. Isso não funcionava com ela.

—Novidades?

—Nenhuma, só a confirmação do que eu já sabia. Eles ainda estão juntos. – Contou.

—Isso não está certo. - Caius disse olhando fixamente para o chão, como um lunático. - Temos que fazer algo, eles não podem ficar juntos. Ele não pode ficar com ela...

—Não podemos fazer nada - Lauren disse a ele - Ele teve um Elo por ela. Você não entende o que é isso, não temos o que fazer.

—Mas precisamos! - ele gritou de repente fazendo ecoar pela sala. 

Todos ficaram quietos, inclusive eu. A garota o olhou erguendo as sobrancelhas e se dirigiu a mim.

—Esse não é o meu objetivo. Vocês sabem muito bem o que eu quero. Só me juntei a vocês pelo colar, sabem disso...

—E você sabe do nosso acordo. Sabe o que precisa fazer.

—Eu sei e por mim já tinha feito. Aquela garota me desafia. Mas eu não posso mata-la.

Eu a encarei perdido na informação.

—Está brincando conosco? – Perguntei sem entender. – Como não assim não pode?

—Não que seja da conta de vocês, mas eu não gosto dela particularmente, porque ela tem algo que é meu. Mas acima de tudo, eu sou uma Filha da Lua. Vocês não tem noção do que é ter um Elo por alguém. Ela e meu irmão estão ligados para o resto da vida de uma maneira que vocês nunca vão entender. Eu não quero ser responsável por faze-lo sofrer pela eternidade. Ele ainda é sangue do meu sangue.

—Se Elizabeth Cullen não for minha, ela não será de mais ninguém. – Caius disse deixando seu recado.

Quando ele queria algo, ele matava por isso.

—Eu não sigo suas ordens. Não sigo ordens de ninguém – respondeu irada. - Se quer ela morta, mate você mesmo.

—Sabe, eu acho vocês duas parecidas. - disse a olhando pensativo. - Na verdade bastante parecidas. Corajosas, petulantes, intimidadoras e me tiram do sério do mesmo jeito. Só que tem uma pequena diferença entre você e ela. Que a propósito é muito significante para mim – disse sorrindo largamente – Elizabeth não é idiota como você! – gritei a assustando.

—Como é? – Perguntou irônica.

Como eu já estava vendo onde aquilo ia dar, optei por trazê-la de volta a nossa realidade.

—Deixe-me explicar novamente. Você precisa do colar, nós precisamos dela em duas hipóteses: Ou ela conosco ou ela morta. Como aceitamos a sua ajuda, optamos pela hipótese na qual ela morre. Você fica com o colar, que é o nosso acordo. Então vamos pensar juntos, você só conseguira usar o colar depois que ela morrer, se deixa-la viva, ele não funciona em você. Então trate de matá-la. Te darei mais dois dias, porque pelo contrario matamos você e daremos outro jeito de trazê-la para nós.

Lauren não se abalou com nada do que eu disse, assim como Elizabeth também fazia. Ela deu um longo suspiro me analisando como um quadro na parede.

—Você tem medo deles, não tem? – Perguntou sarcástica.

—Nos Volturi não temos medo de nada. – respondi.

Um sorriso foi surgindo em seu rosto enquanto ela balançava a cabeça

—Eu não preciso ser sensitiva para saber que vocês morrem de medo dos Cullen, e de como eles estão passando de vocês. Da importância que Carlisle está passando a ter. - ela sorriu mais ainda quando viu a cara que eu fiz - Por isso quer a garota morta? Porque fica mais feliz em ver o clã deles com menos um vampiro especial, do que ela não estar com vocês? Isso é triste.

—Você não sabe de nada! - eu gritei.

—Ah eu sei bem mais do que você imagina. Além de terem medo dos Cullen, vocês também tem medo dos Headkros.

Eu cerrei o punho quando ela disse esse nome.

—Quem são? – Josh perguntou se intrometendo – Headkros? Quem são eles?

—Não se intrometa Josh. – repreendeu Marcus.

—Josh, não é? Eu te explico. – Lauren falou sorridente – Os Headkros são o conselho dos vampiros Filhos da Lua. São os segundos da nossa linhagem e na linha de sucessão. Hoje eles só carregam esse cargo porque meu irmão renunciou. Um ponto a se ressaltar, é que quanto mais velho um Filho da Lua é, mais forte ele fica com o passar dos anos. Isso significa, que eles são o clã mais forte e poderoso em nosso mundo. Séculos atrás os Volturi e os Headkros travaram uma guerra para decidir quem comandaria o mundo dos vampiros. Claro que naquela época eles não eram tão fortes, então fizeram um acordo. Eles se responsabilizariam pelos Filhos da Lua e os Volturi pelos vampiros criados, aqueles que são transformados. Agora que já se passou séculos, eles devem estar muito mais fortes do qualquer clã que a gente conheça. Inclusive, fiquei sabendo que eles deram as caras por ai dizendo que estão de volta. - Lauren voltou seu olhar áspero para mim. Ela sorriu ao continuar. - É por isso que Aro esta tão desesperado para aumentar seu clã. Ele não quer perder seu trono e nem as mordomias de ser respeitado. Ele sabe que se houver outra briga, os Headkros vão ganhar deles e comandar o mundo dos vampiros. É por isso que Aro precisa de vampiros especiais. É por isso que ele sempre quis Alice Cullen e Edward Cullen. É por isso que ele quer Elizabeth. Ela é um radar, uma bússola, uma proteção a mais. Fora que ela costuma ficar mais forte quando atingida por fortes emoções, ficando com força igual a de um recém criado. Entendeu a gravidade da situação Josh? Aro quer um exército, porque ele sabe que está chegando o dia em que vai perder o trono dele.

A sala ficou em total silêncio. Todos que não sabiam sobre isso nos encaravam.

—Nunca me contaram sobre eles. – Josh disse surpreso.

—Não é tão ruim quanto ela esta fazendo parecer. Nos ganhamos a guerra! – falei orgulhoso.

—Não, vocês ganharam o acordo - ela me corrigiu - E agora que Ícaro sabe a quantidade de vampiros especiais andando por ai, ele está de volta. – Disse rindo animada.

—Ele não ousaria. – disse cerrando o punho só de pensar nessa possibilidade.

—Na verdade ele já ousou – ela abriu um sorriso sarcástico para mim e deu de ombros. - Eu sinto muito, mas eles me ofereçam um acordo melhor. Estou aqui a mando dele, vou me juntar aos Headkros. Ele manda te dizer que há sua hora está chegando e a de todos vocês. – disse se retirando. - Se preparem, o exército dele vai acaba com todos!

Ficamos minutos em silêncio assim que ela se foi.

Ninguém esperava por essa reviravolta.

Sem saber o que fazer, ou como agir, todos estavam simplesmente mergulhados no silêncio do desespero.

—Acho que dessa vez teremos que pedir ajuda a quem mais odiamos – Sussurrou Marcus.

Ah!

Os Cullen.

[...]

Pov. Liza

Tinha se passado mais ou menos uma semana desde todo o ocorrido. Contei aos meus pais sobre a aparição dos Volturi e eles já sabiam por Alice, que tentou falar comigo no dia, mas não conseguiu.

Eu estava no quarto sozinha, pela primeira vez desde o meu aniversário. Nícolas dormia comigo todos as noites, passávamos o dia todo juntos, e Ness dormia no quarto do Jacob.

Estava indo me deitar quando meu celular tocou.

Era tia Ali.

—Oi – atendi.

—Liza, tudo bem? – Perguntou com a voz trêmula. Já fiquei desconfiada.

—Tudo, aconteceu alguma coisa? Você não me ligaria essa hora se não tivesse acontecido. – disse observando o relógio.

—Sim é que... – começou a dizer, mas alguém tomou o telefone de suas mãos e logo pude ouvir a voz do meu pai.

—Filha? 

—Pai? Já voltou do Brasil? – Disse confusa. - O que aconteceu?

—Não sabemos ao certo, mas vocês precisam voltar para Forks. O mais rápido possível.

 

//////////////////////////

 

PARTE 2:


Depois da ligação do meu pai, ele me contou o que tinha acontecido. Eu troquei de roupa correndo e fui para a casa dos Roller. Renesmee e Jacob foram comigo.

Agora estávamos todos reunidos na sala de estar deles, bem no meio da madrugada. Eles não sabiam o que estava acontecendo até eu contar. Nicolas estava do meu lado escutando tudo enquanto segurava minha mão.

Vários olhos preocupados me encaravam nesse momento.

—Lauren com os Volturi? – Lucy perguntou surpresa.

—Isso nem é o pior – disse continuando – Que ela ainda está atrás do colar não é novidade, mas Alice disse algo como "Os Headkros estão voltando, e os Volturi estão indo para Forks" Não entendi bem. Ela disse que a visão estava embasada.

O copo que estava na mão de Nicolas, se quebrou quando ele ouviu o que eu disse. Sua mão segurando a minha ficou dura feito pedra.

Seu pai deu um pulo do sofá olhando dele para mim.

— Droga – Daniel suspirou olhando para Nicolas agora.

—Quem são os Headkros? – Renesmee perguntou vendo o clima tenso. - O que eles querem?

Houve um momento de silêncio entre eles, até Nicolas se pronunciar. Sua voz estava tão dura quanto seu olhar, que evitava me encarar.

—Eles são o conselho dos Filhos da Lua. – Explicou - Antes era responsabilidade da minha família, depois que meu pai morreu, passou para mim, eu não quis, Daniel também não. A família Headkros assumiu isso.

—O problema é que eles e os Volturi, já estiveram em uma briga séculos atrás para saber quem comandaria o mundo dos vampiros. - Daniel continuou explicando. - Eles fizeram um acordo na época. Eles cuidavam dos Filhos da Lua e os Volturi cuidariam dos vampiros transformados. Agora se passaram séculos, Ícaro deve ter tomado noção do que está perdendo com tantos vampiros cheios de dons por aí. Com certeza vai acontecer outra guerra e eles vão ganhar. Devem estar absurdamente fortes agora. Acredito que Aro já sabia que isso ia acontecer, por isso...

A minha ficha foi caindo conforme ele falava.

—Por isso ele quer os melhores com ele. Para poder ter uma chance. – Completei sua fala. – E agora, o que a gente faz?

—A pergunta que está na minha cabeça é: Se tivermos que escolher entre os Headkros e os Volturi, em que lado ficaremos? – Perguntou Ness.

Foi nesse momento que todo mundo se encarou, mas foi Tyler quem respondeu.

—Os Headkros são piores. Eles têm um pezinho na realeza, então acham que devemos algo a eles.

—Nós é que fazemos parte da realeza - Lucy o interrompeu.

—A partir do momento que renunciamos nosso legado e eles assumiram no nosso lugar, eles também fazem parte da realeza agora. – Nicolas disse.

—Respondendo à pergunta de Renesmee, eu não sei.- disse Daniel. - Qualquer um dos dois dominando completamente o mundo dos vampiros, não me parece bom.

Eu me levantei do sofá que estava sentada respirando fundo.

Isso ia ser um caos.

—Ok. Eu tenho que voltar para Forks. Nós temos na verdade. - Disse olhando para minha irmã e Jacob. - Os Volturi estão indo para lá. Carlisle precisa de nós.

—Iremos com vocês – Daniel disse e eu me assustei com a determinação dele. Toda a família Roller tinha se levantado junto com ele seguindo o que ele pretendia fazer.

Olhei deles para Nicolas preocupada.

—Não. Não quero envolve-los nisso – disse – Não posso fazer isso.

—Vocês não têm escolha. Se os Headkros realmente vierem, somos o único clã com força suficiente para combatê-los. Caso os Volturi venham pedir ajuda podemos tentar um acordo. Os Headkros não esperam nada de nós, vai ser uma carta na manga. - Daniel explicou tentando me convencer. - Somos uma ameaça para eles. Somos a família mais antiga e a que ronda o colar Lunam. E provavelmente a linhagem dele vai parar em Elizabeth.

—Desculpe, não entendi? – Perguntei boiando totalmente no assunto.

—A hierarquia do colar só ronda as famílias que fazem parte do conselho. Quando desistimos do nosso legado era para a magia do colar voltar para a família Headkros, mas ela não voltou. O colar continuo certo de que a próxima portadora seria Elizabeth, ele continuou escolhendo ela, o Elo de Nicolas. E é a primeira vez na história que uma mulher não humana tem a posse dele. Elizabeth é parte vampira, e isso piora as coisas. Lauren nunca foi a única atrás desse colar.

Eu engoli em seco passando a mão no pescoço.

—Mais problemas então? – Perguntei irônica.

—Sim, com certeza. – Lucy confirmou.

—Como se eu precisasse... – Bufei alto – Eu só não consigo entender porque eles querem tanto algo que não podem usar. O colar não me escolheu? Não faz sentido.

—Vai perceber que existem muitas coisas que não fazem sentido. – Daniel respondeu com um sorriso cansado – É mais por uma questão de status e orgulho. Para eles é como se nós nunca tivéssemos abandonado nosso legado. Porque o colar continua na nossa família, e não devia ser assim. Assim que deixamos nosso posto era para o colar voltar para eles, mas isso não aconteceu. Eles encaram como uma afronta.

Todos se entreolharam e eu estava absorvendo as informações aos poucos e percebendo a confusão que eu me enfiei.

—Acho melhor arrumarmos nossas malas. Carlisle deve ter pressa da nossa presença. – Daniel disse saindo da sala.

Renesmee me encarou com o olhar que eu já conhecia. Medo e preocupação, dei um breve sorriso para acalmá-la e voltamos para Dartmouth.

Nicolas me levou só até metade do caminho, depois voltou para se preparar para a viagem com sua família. Ele estava quieto e tenso.

Eu sabia que ele estava preocupado. Nos dois e o resto da família dele sabíamos o que significava os Headkros saberem sobre mim, sobre nosso Elo.

E em poucas horas os Volturi também saberiam. Isso estava o preocupando.

O que ele mais temia e evitou por anos, estava finalmente acontecendo.

Eu, Renesmee e Jacob juntamos todas as nossas coisas e em uma hora estávamos prontos. Antes de partimos nos caçamos para acumular energia e nos encontramos com os Roller na garagem deles.

Fui de carro com Nicolas, Jake e Renesmee. Já Daniel, Sarah, Lucy e Tyler foram no outro carro.

Minha cabeça estava totalmente fora de ordem. Eu estava com vontade de chorar, de gritar, de socar alguém, mas me mantive calada toda a viagem de volta para Forks.

Era muita informação passando pela minha cabeça ao mesmo tempo. Às vezes penso que tudo isso é culpa minha, e desse colar, que deve ter errado na hora de me escolher.

Com certeza ele se enganou.

Após horas dentro daquele carro, Renesmee se animou quando começou a reconhecer o lugar.

— Finalmente chegamos. – ela suspirou.

A estrada que estávamos já era bem conhecida por mim. As grandes árvores sombrias de Forks molhadas pela garoa fina, o tempo nublado me fez sorrir abrindo a janela e sentindo o cheiro de cachorro molhado. Jacob estava em êxtase atrás de mim por estar de volta ao lar.

Minutos depois avistei a mansão da minha família e foi como se eu pudesse respirar de novo. Meu Deus como sentia falta desse lugar, o cheiro, o clima, as sensações. Para mim Forks era perfeita, sempre seria.

Só percebia o quanto a amava quando não estava aqui. Mas a verdade, é que aqui sempre será o lar da minha família.

—Filhas! – Minha mãe saiu da mansão com toda a família atrás dela vindo nos receber.

Saímos do carro e eu nem fechei a porta direito, quando Bella me agarrou com os braços finos.

—Graças a Deus. – Ela suspirou esmagando a mim e Ness.

Depois de muitos beijos e abraços dela e do resto da família, que a propósito não fazia nem uma semana que estávamos juntos em Hanover, meu avô suspirou ao ver que eu não tinha vindo sozinha.

—Bom, porque não entramos para conversar melhor? – Pediu Carlisle.

Entramos na mansão, Alice fez questão de mostrar cada canto da casa aos Roller. Nicolas nem fez questão de acompanhá-la porque ele disse que já conhecia muito bem o lugar.

Assim que tive a oportunidade, fui ao meu antigo quarto aqui da mansão, que Esmee mandou construir depois que nascemos. Eu queria mesmo era voltar para minha casa, meu quarto de verdade, minha cama, mas não iam me deixar sair da mansão tão cedo.

Quando entrei ali, senti uma paz que há tempos não sentia. Olhei pela janela e vi aquela floresta que eu tanto amava. Ali era meu abrigo, minha verdadeira casa.

—Por que está sorrindo? – Perguntou Nicolas aparecendo de repente. Senti seus braços me abraçarem por trás e suspirei sem saber que estava sorrindo.

—Senti muita falta de casa. Muita mesmo.

—É, eu sei. – Ele disse. – Sabe que até eu senti falta daqui? Adorava ver você brincar por aqui quando era criança. Principalmente quando fugia dos seus pais. – Disse sorrindo.

—Eles ficavam loucos porque eu era mais rápida do que eles. Ainda sou, na verdade. – Disse orgulhosa de mim mesma.

—Convencida – ele rolou os olhos - Lembro até hoje do dia que sua mãe pediu para que você deixasse a casa brilhando como castigo de alguma coisa que você fez, se lembra? – Perguntou e eu assenti rindo. – Você jogou purpurina na casa toda.

—Ela disse que queria a casa brilhando, mas não especificou que era pra eu limpar. - dei de ombros - Eu nunca vi ela gritar tanto na minha vida, como naquele dia.

—Ela atingiu notas vocais que um dia eu achei ser impossível – Ele disse e começamos rir ao lembrar.

Era estranho relembrar algo com ele que tecnicamente ele não estava presente comigo no momento. Porque eu não o via, não o conhecia ainda.

Eu não consigo senti-lo como sinto as outras pessoas. Quando ele está por perto e quando não está. Mas mesmo assim, agora faz sentido certas coisas que aconteceram antes de eu ter consciência dele.

Nicolas me virou de frente para ele. Mesmo brincando e lembrando essas coisas ele ainda continuava tenso. Toquei a ruga de expressão que tinha na sua testa com a ponta dos dedos.

—O que acha que vai acontecer se os Headkros vencerem os Volturi? – Perguntei.

—Eu não sei – sussurrou fechando os olhos - Não sei o que vão fazer quando virem o quão... Sobrenatural você é. E o quanto eu quebrei as regras entregando o meu coração para você.

Eu suspirei perdida.

—Eles podem fazer alguma coisa?

—Te matar... – sussurrou abrindo os olhos e eu senti um arrepio percorrer meu corpo. Então ele abriu um sorriso torto para mim. – Mas eu não vou deixar acontecer.

—Como pode ser tão seguro disso?

—Mulher depois de tudo que já passei por você, ainda dúvida da minha capacidade de dar minha vida pela sua? - perguntou com um sorriso enquanto acariciava minha bochecha com os dedos. -  Foi minha escolha te amar Elizabeth, mesmo sabendo as consequências. Você não vai sofrer por isso. Não por uma escolha minha.

Eu me arrepiava toda só de pensar em algo do tipo acontecendo.

—Não diga isso, nem de brincadeira.

—Eu cuido de você desde que nasceu. E vai continuar sendo assim até o dia em que eu morrer. – Eu não sabia ter reação quando ele me dizia essas coisas. Meu coração acelerava tanto que eu tinha até vergonha, porque eu sabia que ele estava ouvindo esse ritmo descompassado que vinha do meu peito. – Eu te amo. E nada vai acontecer com você.

—E nem com você. Porque eu também escolhi te amar. Mesmo depois de tudo que me contou, eu ainda o quis. Eu quero. Ter você e ser parte sua é uma escolha minha. – Disse jogando meus braços envolta do seu pescoço.

Nicolas me abraçou, e eu me aninhei nele como uma criança. Aquilo estava tão bom, mas como sempre, tudo que é bom dura pouco.

—Vocês dois. – Lucy apareceu na porta do quarto - Carlisle e Daniel estão chamando todos.

Suspirei frustrada por ter sido interrompida do meu momento com Nicolas. Nos 3 descemos as escadas e todos estavam na sala aguardando.

Quando todos fizeram absoluto silêncio, Carlisle se pronunciou.

—Já sabem por que eu os chamei de volta. Fico feliz pelos Roller terem vindo junto. – Ele deu um sorriso a Daniel - Bom, os Volturi estão chegando. Os Headkros também e nenhum de nós faz ideia do que eles querem. Será que você poderia nos explicar Daniel?

—Claro. – Daniel se levantou.

E então ele contou para eles, toda a história que contou a nos.

A briga de séculos atrás entre os dois clãs, contou sobre a história do meu colar, sobre Lauren, sobre meu Elo proibido com Nicolas, ou seja, tudo que eles precisavam saber.

No final, quando Daniel acabou de falar todos me olhavam, até porque como sempre, eu era o pivô do problema.

—Então quer dizer que lá vai outra guerra! – Disse tio Emm batendo palmas.

—Vamos tentar evitar, mas acho bom estarmos preparados. – Falou Nicolas.

—E de que lado ficaremos? –Jasper perguntou.

—Acredito que a vinda dos Volturi até aqui é um ato de desespero. Vamos tomar proveito disso e poderemos ter vantagem... – Carlisle disse olhando para Daniel.

Um olhar cúmplice de quem tinha um plano. Gostei disso.

 


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Notas finais do capítulo

(E)