A Seleção - A Um escrita por LiaAlmeida, Nina


Capítulo 20
Só Estou


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, desculpem meesmo a demora, esta tudo uma correria aqui..inicio de ano bla bla....Bom aqui esta o tão desejado capitulo, esperemos que voces gostem mesmo. Desculpem novamente a demora. E pra quem começou e vai começar as aulas, tenham um ótimo inicio de aula, estudem muito hein ;P
Bom, espero que gostem, logo tem mais

Beijoos ;*
Nina



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Poderia ser só um sonho ruim. Eu estava esperando acordar em qualquer momento. Nunca pensei que eu estaria vendo uma cena como aquelas:

Maxon encarava seu pai de igual pra igual, e os dois se analisavam como se fosse se atacar a qualquer momento e só estivessem esperando o primeiro movimento. Eu não queria pensar em quem sairia mal dessa história, e desejei com todo o meu coração que alguém recuasse… Apesar de odiar o Rei, não queria que Maxon agredisse seu próprio pai, e apesar dele ser novo, o Rei era um homem forte que não parecia ter dificuldades de lidar com a situação…

– O que está acontecendo aqui?! - gritou a Rainha adentrando a sala, tirando me do meu devaneio. - Vocês estão loucos?

Nenhum dos dois pareceu recuar. A Rainha correu até eles enquanto guardas e alguns homens que só conhecia por vista entravam também na sala.

Eu vi Aspen também. Ele estava com um olhar triste ao me olhar de relance, mas depois se concentrou no ocorrido presente.

– Clarkson, o que você está fazendo?! - disse a rainha se pondo ao lado do marido e tentando afasta-lo do filho. - E Maxon…

– Você deveria ter criado melhor esse menino! - disse o Rei se afastando de Maxon quando o murmurio de todos ali começou a pesar.

– O senhor deveria ter mais respeito! - disse Maxon com raiva.

– Olha como fala com seu pai! - disse a Rainha bronqueando com Maxon.

– Eu deveria ter te educado melhor, sua criança estupida! - disse o Rei quase o indo atacar de novo.

Maxon bufou furioso.

– O senhor não tem o direito de se interferir dessa maneira em minha vida! - disse Maxon se controlando, mas sua voz saiu alta e dura.

– O que aconteceu aqui? - perguntou a Rainha, olhando de um pra outro e depois de vasculhar a sala por um momento me achou parada atras do sofá. Eu me encolhi um pouco.

– Aconteceu que seu filho fez a pior escolha que poderia ter feito - disse o rei ainda acusando Maxon. - Essa menina não tem qualificação nenhuma para ser uma Princesa…

Todos da sala olharam pra mim. Eu tranquei a respiração, tentando segurar o impulso de começar a gritar.

– Eu já a escolhi! - disse Maxon. - Não há nada que o senhor possa fazer!

– Ele está certo - se intrometeu um dos conselheiros antes que o Rei pudesse responder. - Ela já foi escolhida, não podemos fazer mais nada - ele disse medindo as palavras. - Se a moça não tem qualificação estaremos ensinando isso a ela…

– Eu não quero ficar - soltei rouca e depois arrumei a minha postura pra parecer confiante e decidida. Quem sabe com todos ali, eu pudesse convencê-los de que eu realmente não seria uma boa Princesa, o rei já era contra mesmo…

– Olhem a grande escolha que meu filho fez! - disse o Rei com um pouco de ironia, enquanto todos olhavam atômicos pra mim.

– O que a senhorita disse? - perguntou um conselheiro que estava com cara brava atrás dos outros.

– Eu disse…

– America! - Maxon chamou minha atenção. - Ela não disse nada. Nós estávamos em uma reunião particular quando meu pai resolveu aparecer e se intrometer…

– Não, vamos aproveitar que todos estão aqui… - eu disse tomando coragem. - Eu não quero ficar. Não quero ser a Princesa e se o Rei tem tando desgosto pela escolha de seu filho, podemos resolver isso de uma vez… Eu também não quero ficar!

– Isso está fora de questão! - disse o primeiro conselheiro, mais uma vez tentando acalmar as coisas.

– Essa menina merece uma bela lição! - disse o Rei. - Você acha que isso é uma brincadeira? Que você pode querer estar aqui e depois não?

– Eu nunca disse que gostaria de estar aqui! - eu respondi. - Eu não quero estar aqui! - disse segurando o choro.

– Por favor, vamos manter a calma - disse o conselheiro. - Algumas coisas não devem ter ficado bem claras pra ela. Uma vez escolhida, não há como voltar atrás - ele contou medindo as palavras. - Você não tem como escolher ir embora…

– Eu não quero ficar! - pontuei falando no mesmo tom calma que o velho conselheiro.

– Isso já não faz diferença mais! - disse o conselheiro. - Agora você é uma Princesa e terá que agir como uma, independente de qualquer coisa.

– E se eu não fizer! - eu sabia que estava agindo como uma criança mimada e birrenta, mas eu precisa ver todas as minhas chances. Eu não acreditava mesmo que eu não tivesse essa escolha de ir…

– Ora vamos! - disse o conselheiro bravo saindo de trás dos outros que só acompanhavam a conversa e se dirigindo a mim. - Ela está nós fazendo perder tempo! - disse ele. - Ou a senhorita age de acordo com as regras e se torne a melhor princesa que esse reino já teve por livre vontade, ou teremos que te obrigar a tal, o que não seria nada bom pra você ou sua família.

Eu senti meus peito parar quando ele citou a minha palavra, e tudo naquele homem indicava alguém que não teria nenhum problema de cumprir o prometido.

Eu olhei pra a Rainha por um momento. Ela me encarava com decepção e até um pouco de pena. As palavras de nossa conversa me vieram a mente e era como se tudo fizesse sentido para mim. Era claro que isso não se tratava só de mim, muito menos só de Maxon ou seu pai, eu tinha caído em um mundo que era muito além do que qualquer um de nós fora dele poderia saber…

– Está tudo claro agora? - ele jogou como se por um momento quisesse ser compreensivo.

Eu balancei a cabeça concordando.

– Muito bem! - disse ele. - Agora guardas, levem a nossa princesa pra seu quarto e certifiquem que ela se comporte - disse ele.

Eu olhei pra o Rei que pareceu recuperar a expressão sóbria e livida de sempre. E depois encarei Maxon com tanto odio quanto eu podia. Era culpa dele de eu estar aqui.

Se ele queria me ferir, não tinha jeito mais cruel e baixo de ter feito isso.

Desejei que Aspen me levasse até meu quarto. Quando passei por ele ao sair da sala, tive um impulso forte, quase incontrolavel de abraçá-lo, mas ele não olhou para mim, manteve sua postura de soldado impecável.

Eu abaixei a cabeça e acompanhei os guardas, imaginando que aquela poderia ser a ultima vez que eu estivesse vendo Aspen.

Eu acho que não existe palavras pra descrever como eu estava me sentindo ao andar escoltada por esse palácio que tinha realmente se tornado a minha prisão. Era como se eu pudesse realmente ver por de trás de toda a beleza aparente do palácio. Era simplesmente horrível tudo ali.

Meu coração doía, nunca achei que essa dor pudesse ser tão forte. Eu estava sufocando dentro de minha própria dor, estava me afogando em minhas próprias lagrimas… Eu tinha sido enganada. Eu tinha me enganado…

Estavamos acabando de passar por uma porta que levava até o jardim… Eu não tive escolha.

“Eu tinha que sair daqui!”, esse pensamento gritou em minha mente.

Aproveitei que os guardas estavam distraídos e corri porta a fora, nem a chuva gelada que caia me parou. Eu corri o mais rápido que podia. Eu não iria ficar prisioneira daquele lugar. Eu não iria passar minha vida trancada. Não iria me casar com Maxon, nunca!

Sabia que eles estavam atrás de mim, mas não me importei, deveria ter uma saida para mim. Eu tinha que pelo menos tentar.

A escuridão da noite me ajudou e corri por tempo indeterminado pelo grande jardim e depois quando a mata começou a surgir continuei correndo. Tropecei algumas vezes, meu lindo vestido de festa enroscou em galhos, mas não desisti.

Não sei exatamente quando senti que tinha perdido a batalha, me lembro só do muro que me parou. Como louca bati nele usando toda a minha força, como se pudesse quebrá-lo impulsionada pela raiva, mas só machuquei as minhas mãos.

Os guardas me acharam antes que eu pudesse me dar conta que não tinha futuro os socos que dava no muro. Eles me levaram de volta ao palácio sem eu nem perceber.

Eles me levaram para um quarto que não era o meu e demorei a perceber que era o quarto da princesa. Eu era a Princesa, esse era meu quarto.





– Ela não deixa que a sequemos, senhor! - ouvi Anne dizer. - Ficará doente se continuar molhada...

– America! - ouvi o que era a voz de Maxon me chamando, mas eu me recusei a olhar pra ele, na verdade não estava olhando pra mais nada além do pé de uma poltrona por muito tempo.

Tinham me sentada em minha cama e depois de eu ter chorado todas as lagrimas que tinha, um silencio me veio e eu não conseguia sair dele.

– Podem sair! - a voz de Maxon falou de novo e depois de alguns segundos ouvi a porta se fechar.

Mas uma vez voltei ao meu silencio, mas é claro que não seria por muito tempo.

– O que estava pensando quando resolveu fugir? - Maxon perguntou serio, mas sua voz estava em um tom sóbrio. - Não acha que já causou problemas demais por uma noite?

Ele era todo o problema que eu tinha. Mas é claro que eu não iria responder, estava tentando de todas as formas ignorá-lo.

– Meu pai chegou no limite com você! - disse Maxon. - Eu cheguei ao limite… Não a mais nada que eu possa fazer se…

– Não quero nada que venha de você! - murmurei com frieza.

– Não se esqueça America que não se trata só de você! - Maxon me lembrou, o que fez as minhas emoções voltarem um pouco.

– O que você pode fazer de pior pra mim? - perguntei pra ele chorando. - Você vai matar Aspen…- falei com tanta dor que pensei que iria vomitar. - Por que não me mata também! - eu escondi o meu rosto em minhas mãos, não acreditando que ainda pudesse ter mais lagrimas.

– Sua família…

– Eu odeio VOCÊ! - gritei pra ele me levantando. - Como você pode?! - eu tremia dos pés a cabeça.

– Eu estou fazendo tudo pra te ajudar - se defendeu Maxon. - Você não pode imaginar as consequencias de seus atos essa noite…

– Isso tudo faz parte de seu jogo pra se vingar de mim! - disse sem querer escutá-lo. - Você quer me torturar, quer que eu assista todas essas coisas que você esta fazendo e tenha que fingir que está tudo bem! Você é um mentiroso! Como eu pude pensar que um dia você me amou…

– Você é a falsa aqui, você que me enganou - ele retrucou.

– Você é um monstro como seu pai! Vocês todos aqui são iguais! Assassino!

Maxon me encarou com perplexo, chegando ao seu limite de paciência.

– Calada America! - ele gritou para mim com muita raiva.

Eu me calei como se tivesse levado realmente um baque.

– Você nunca me deixa falar! - ele disse.

– Eu não quero ouvir mais nenhuma mentira sua! - gritei pra ele de novo.

– Ótimo! - ele concordou, me desconsertando. - Eu não preciso que você acredite em mim, concorde comigo, me ache uma pessoa boa, mas daqui pra frente é assim que as coisas irão funcionar : Você fingirá pra todos, que está feliz… Quero que todos pense que o que aconteceu hoje só foi uma discussão nossa, mas que já nós acertamos. Meus pais tem que ver isso e os seus que estão chegando amanhã também… Sua família não pode desconfiar que você não está feliz…

Eu estava tão triste por saber que eles estavam vindo pra cá, apesar de irracionalmente estar me sentindo mais protegida por pensar que eles estariam comigo.

– Não posso fingir isso pra eles! - disse a Maxon, era claro que eles iriam perceber que eu não estava feliz.

– Agora você pode! - disse Maxon sem compaixão. - Você não quer que eles se envolvão em encrencas por você, não é mesmo?

Eu o encarei e depois balancei a cabeça freneticamente.

– Será o melhor pra eles pensar que está tudo bem, acredite em mim! - afirmou Maxon.

– Como eu posso confiar que não irá fazer nenhum mau a eles? - perguntei tentando respirar com mais calma. - Talvez eles não devessem vir… - tentei jogar.

– Não tem por que eles não virem! - afirmou Maxon fingindo não me entender. - Você está muito feliz e quer compartilhar sua alegria com sua família!

Eu segurei a respiração para não gritar com ele.

– Prometa que eles ficaram seguros? - pedi quando consegui engolir o grito.

– Tanto quanto sempre! - ele afirmou.

Não era a melhor resposta, mas eu tive que aceitar. Não tinha como eu ignorar que minha família sofreria por minha causa, caso eu não fizesse exatamente o que Maxon queria. E eu não podia suportar a ideia de que algo pudesse acontecer com eles.

– E Aspen? - perguntei ainda desesperada com a ideia do que Maxon estava planejando.

Maxon olhou mais uma vez duro. Ele se aproximou de mim com passos pesados.

– Não quero ouvir mais você dizer o nome dele! - disse Maxon tão serio e duro quanto poderia ser, eu dei dois passos pra trás.

– Você irá matá-lo?! - foi mais uma afirmativa do que uma pergunta. - Como acha que eu posso ignorar isso?!

– Ele terá a chance dele de viver como qualquer soldado que for nessa missão… - disse Maxon parecendo estar sendo forçado a dizer isso.

Eu peguei sua resposta como uma ponta de esperança.

– Obrigada! - tive que agradecer, apesar de ser algo irracional e doentio pensar estar agradecendo a possibilidade dele não querer matar uma pessoa.

– Mas não espere que as chances dele sejam boas! - disse Maxon com raiva de minha pequena felicidade.

O ódio me subiu a cabeça de novo.

– Vou torcer a cada dia para que ele viva! - respondi pra provocá-lo, sendo tão cínica quanto poderia.

Ele concordou com a cabeça.

– Mas não espere vê-lo de novo!




Apesar de que para todos os lados que eu olhasse todos eles me pareciam escuros, eu tinha que pensar em minhas possibilidades. Não podia suportar ver Aspen morto, ou pior ver minha família toda sofrendo.

Não sabia o que o conselheiro queria dizer citando a minha família, mas sabia que as consequencias que eles diziam deveria ser tão ruim quanto parecia ser.

O que Maxon estava fazendo era cruel demais, ele não podia me castigar de tal forma, eu o amava... Amei Maxon, mudei por ele. Errei, mas ele podia ter colocado todos os erros em minhas costas, não em Aspen… Maxon estava se tornando um assassino e eu o odiaria a cada minuto a partir de agora.

Não via outra saída a não ser aceitar as ordens, já que não havia o que fazer, e era como se eu não tivesse forças pra lutar contra tudo isso… Por mais que eu tentasse pensar em algo pra me ver livre disso, mas eu consegui enxergar a profundidade do problema.

Uma das coisas da qual gostei de terem feito foi deixar minhas criadas, elas ainda eram minhas… As três adentraram o quarto, um tanto medrosas, acho que havia as deixado meio tristes com meu comportamento mais cedo, mas fiquei tão feliz com elas ali, logo elas perceberam a minha alegria e vieram ate mim.

– Por favor não comentem nada sobre ser princesa ou Maxon - logo pedi a elas, para que evitássemos um stress.

– Claro senhorita - Anne tomou a frente me respondendo.

Lucy e Clary foram arrumando a cama e meu banho.

– Senhorita ta tudo bem? Ficamos preocupadas - Sabia que Lucy não perguntava por mal, mas não iria dizer nada sobre o que aconteceu.

– Estou bem, só aconteceu o primeiro desentendimento entre muitos - eu precisava treinar minhas formas de agir, talvez agora já não devesse compartilhar tanto meus segredos com elas, de qualquer forma elas pareciam radiantes com a ideia de eu ser a nova princesa e eu podia deixar que elas pensassem assim.

Eu estava debaixo das cobertas e bem aquecida quando elas se foram. Eu sentia como se estivesse doente, mesmo depois do banho quente e estar totalmente seca, calafrios passavam por mim… Elas pediram se podiam chamar um medico, mas eu sabia que minha doença não era física; minha tristeza era tão profunda e o abalo emocional tão perturbador que tinha perdido as forças…

Talvez eu pudesse ficar tão doente que Maxon me perdoaria e esqueceria essa loucura toda que ele estava fazendo… Se bem que acho que eu nunca poderia perdoá-lo depois do que ele fez.

Eu simplesmente não conseguia dormir. Girei na cama tentando me acalmar, mas eu sentia como se fosse explodir. Depois tinha a porta que levava até o quarto de Maxon o que piorava a minha inquietação. Me perguntei se tinha câmeras aqui também! E imaginei como ele havia descobrido tudo sobre mim e Aspen…

Talvez eu devesse dizer todas as coisas que eu odiava em Maxon e torcer pra que ele pudesse escutar. Talvez devesse me entregar a minha dor e deixá-lo ver como estava me fazendo sofrer… Mas nada disso parecia poder fazer algum efeito em Maxon… Se eu quisesse pertuba-lo deveria inventar coisas que o afetassem, e no momento nada que vinha de mim parecia ter esse poder…

É claro que no final eu fui vencida pela exaustão e peguei no sono, desejando que nunca precisasse acordar.



– A senhorita está belíssima! - disse Mary radiante. As três me olhavam satisfeita.

– Nem parece que teve uma má noite de sono! - comentou Lucy na inocência. Realmente na hora que acordei estava horrível, mas agora me olhando no espelho estava bem, apesar de faltar luz e animo em meu semblante.

– As câmeras já estão todas prontas… - disse Anne pela decima vez. - Vão querer gravar você e Maxon, precisa parecer feliz e…

– Foi ele que pediu pra você ficar falando isso não foi? - disse já sem paciência. Ela tinha passado a manhã me dando conselhos de como agir bem na frente das câmeras. - Diga pra ele que não precisa se preocupar eu sei muito bem meu papel! - eu sabia que tinha sido rude e me arrependi no instante que terminei de desabafar, mas pensar em andar ao lado de Maxon e parecer uma noiva feliz me torturava.



Fui levada até o jardim. Me disseram que logo Maxon estaria lá. Uma câmera ficou de longe me filmando…

Eu dei uma curta caminhada de um lado pra o outro. Isso deveria parecer ridículo pra quem filmava e nada interessante, mas eu só estava me esforçando o máximo pra não chorar… Teria que encontrar a minha família daqui a pouco também…

– América! - Maxon me chamou enquanto eu estava de costas pra a câmera, tentando limpar os meus olhos. Eu levei um segundo pra me virar pra ele.

No momento em que o vi pareceu difícil ligar a pessoa dele com a de ontem que só tinha ódio. Por um momento eu queria acreditar que tudo aquilo foi um pesadelo, que eu tinha sido escolhida e que realmente estávamos vivendo um conto de fadas. Eu ainda me sentia tão atraída por ele...Eu o odiava por isso.

Ele me olhava apreensivo e sabia que no fundo ele estava tão desconfortável quanto eu, mas ele escondeu isso e me lançou um sorriso que eu sabia que no fundo era irônico.

Eu puxei um sorriso no canto do rosto, mas não sabia o que fazer, só fiquei parada olhando pra ele e me perguntando como eu tinha sido tão cega…

– Você não está facilitando! - disse Maxon se aproximando. - Acho que não é assim que uma noiva feliz age…

– Talvez por que você nunca vai saber como é ter realmente uma noiva feliz! - disse pra ele quando ele parou a minha frente.

– América! - disse ele como se tivesse chamando a minha atenção.

– Tudo bem, eu já sei - disse armando um sorriso grande. - Só que realmente eu não sei como agir… Estou com dificuldade de saber o que as câmeras querem filmar!

Maxon segurou a minha mão, tive vontade de puxá-las de volta, mas ele segurou forte. Depois se aproximou de mim, como se fosse me beijar, eu ia protestar quando ele mudou o caminho e disse no meu ouvido:

– Eles querem ver um casal apaixonado! - ele sussurrou.

Eu tive que rir com ironia.

– Eu não estou apaixonada…

– Finja que está perdidamente apaixonada por mim e podemos fazer isso acabar logo! - Maxon tirou a boca do meu ouvido e me deu uma piscadela.

– Vamos caminhar, querido! - disse o puxando pela mão tentando usar o mesmo tom que ele usava quando me chamava de querida.

Nossa caminhada foi a mais longa de todos, tudo parecia uma eternidade. As vezes Maxon me obrigava a rir forçado, ele fazia o mesmo, mas via nele um olhar triste e maldosamente me satisfiz com isso. Se teria que ser infeliz pra sempre, não esperava nada menos pra ele.

Aonde íamos as câmeras estavam por perto e tivemos que manter a nossa falsa felicidade até a hora do almoço.

Um soldado veio e disse algo no ouvido de Maxon, o que o fez agradecer, depois ele se virou para mim com um sorriso.

– Acho que esta noticia lhe deixará feliz - Maxon realmente estava feliz mas quando me olhou perdeu totalmente a graça -, minha querida - e no final terminou irônico, como se estivesse sem graça.

– Você pode me dar a noticia se quiser, feliz aqui é o que me forçarei ficar e sera difícil - realmente eu estava muito curiosa para saber a noticia.

– Abra um sorrisão e me siga, pois para o pessoal das câmeras sera surpresa, tanto para você quanto para eles - Maxon segurou minha mão e puxou em direção ao saguão de entrada do castelo.

As câmeras claro vieram atrás de nós para não perder nada, eu estava curiosa não queria surpresas, ainda mais vindo de Maxon, mas tinha de aceitar e abri um sorriso e fui atrás dele. No fundo estava realmente muito curiosa para o que poderia ser, mas também estava em desvantagem, queria mostrar curiosidade, mas estava tão mal que tudo que fazia era forçado.

Chegando ao saguão o rei e a rainha estavam la também, quem sabe eles não me mandariam embora agora.

– Até que enfim, não me agrada nada ter que esperar pessoas sem nenhuma categoria - o rei bufou.

Meu sorriso sumiu ao saber que estavam falando da minha família, mas quando a porta principal se abriu meu sorriso voltou. La estavam eles, sorrindo, cheios de energia e ar comemorativo.

Meu pai veio correndo me abraçar. A qual o recebi muito bem e feliz, vi a cara que minha mãe fez ao ver essa atitude dele. Ela sempre querendo ser certinha, foi cumprimentar o rei a rainha e o príncipe primeiro. Mary veio me cumprimentar primeiro também, como meu irmão era pequeno, minha mãe o levava para onde ela queria.

– Sabia que você conseguiria! - disse a minha mãe me dando um abraço. - Agora será a pessoa mais feliz desse reino…

Eu a abracei, mas no fundo senti raiva. Sabia que não era exatamente culpa dela, mas ela nunca quis saber o que realmente poderia me fazer feliz e errou mais uma vez.

Essa recepção me deixou muito melhor, eu realmente havia ficado feliz. A energia da minha família me fez esquecer por um tempo da minha grande infelicidade e não estava fingindo enquanto ria para as câmeras.

Mas rápido do que eu queria criadas vieram para levarem eles a seus quartos e não deixaram Mary vim comigo.

O rei chamou Maxon e ele teve de sair também, o que me deixou aliviada.

– Pelo menos sorria - disse ele ao beijar minha mão e depois minha testa.

Fui obrigada a dar um sorriso, a qual as câmeras pegaram muio bem. Assim que Maxon se retirou eu esperei um pouco e fui para o meu quarto .

Me sentei em frente de um espelho e fiquei pensando no que eu havia me metido por Aspen.Como eu havia me apaixonado por Maxon, que hoje mostrara o que realmente era.

Eu realmente amara Maxon, mas ele me decepcionou muito. Eu sentira tanto o que estava acontecendo e viajei na ideia que tudo poderia ter sido diferente.

Me olhei no espelho e não me reconheci mais. Eu havia perdido a minha essência. Estava vazia e não havia jeito de sair disso tudo. Iria fazer o que pedissem e precisava arrumar um jeito de conseguir fazer isso parecer real.

Lembrei de como agi com Maxon essa manhã e estava até surpresa de como me sai. Ser cínica e irônica era o mais próximo de bem que eu poderia ficar. Mas perto da minha família teria que ser melhor que isso, meu pai logo iria perceber esse meu desprezo e teria que me explicar…

Respirei fundo e me levantei um tanto pouco confiante. Sai da sala em direção ao salão, sabia que iria demorar um pouco para o almoço, então preferi andar devagar.

Sabia que estava sendo seguida, mas não quis olhar, isso me deixava brava e irritada deveria só ser uma câmera querendo saber como a princesa andava de uma sala pra a outra…

Quando percebi o guarda passou por mim e parou bem na minha frente, quando vi esbarrei nele. Sem perceber quem era ele agarrou o braço e me puxou para dentro de um quarto, a qual se parecia ser dos hospedes.

Eu não queria gritar, apesar de impulsivamente isso ter acontecido, mas o guarda tampou minha boca com a mão.

– América, está tudo bem! Precisava falar com você - pela voz reconheci, e me abalei, era Aspen-, antes de eu ir para a missão.

Meu mundo estava bem na minha frente eu só precisava agarra-lo e não solta-lo mais. Mais nada importava com ele ali, eu só queria poder abraça-lo e ir para casa. Ao ouvir a voz dele no impulso o abracei, e aquele abraço poderia durar para todo o resto da vida e não me importaria.

Ele me abraçou forte também, e eu me senti aquecida e em paz.

Os braços de Aspen sempre foram fortes, mas hoje estavam mais, ele estava muito melhor, muitos mais bonito que antes. Parecia uma eternidade aquele abraço até que ele me puxou pra longe.

– América, eu vim me despedir...

“Como assim?”

– Não, vamos fugir! - eu precisava dizer isso a ele, eu queria isso.

Ele sorriu de um jeito brincalhão pra mim, como se tivesse despreocupado.

– Não seja boba, America - ele falou com uma careta. - Você é a princesa agora! - Aspen parecia triste com essa ultima frase.

– Eu não sou! - disse pra ele tentando mostrar a minha urgência. - Você não viu? Eu não quero nada disso, eu cai em uma armadilha e você também! - Aspen ainda me olhava cético - Você não vê que tudo está errado?

– Eu sei que você está abalada com tudo…

– Não!

– Mas eu vim me despedir - ele continuou dizendo como se não tivesse me ouvindo. - Eu prometi que não iria fazer isso, mas eu precisava dizer o quanto vou sentir a sua falta… - Aspen estava se esforçando pra não chorar, ele era bom nisso, mas eu o conhecia bem demais.

– Eu te amo Aspen, te juro amar até a morte - eu estava chorando, ele veio até mim para enxugar as minhas lagrimas.

– Não chore Meri!- ele me pediu com carinho. - Maxon cuidara de você!

Maxon? Eu iria contar a ele e ele me tiraria dali. Aspen tinha que me ouvir.

– Aspen, Maxon esta te mandando para a morte! Ele quer se vingar. Ele já sabe de tudo, sabe de nós, ele... - eu me desesperei para contar tudo - Ele não é mais seu amigo Aspen.

Aspen olhou para mim com um expressão seria.

– Meri, não é assim, duvido que ele queira fazer isso - Aspen estava cego, não queria ver as coisas que Maxon faria para se vingar.

– Como não? - perguntei sem acreditar que estava tendo que me esforçar para mostrar a seriedade de tudo isso. - Ele descobriu sobre nós, não ouviu?

– Ele te ama Meri! - Aspen disse isso como se quisesse me induzir a acreditar nisso.

– Aspen, por favor! - pedi. - O que está acontecendo? Não faz nenhuma diferença pra você o que eu estou falando? Ele está com ódio de nós!

Aspen passou o polegar pelo meu rosto e me olhou como se eu fosse uma criança.

– America, só faça o que você tem que fazer, vai ficar tudo bem! - ele me pediu com mansidão.

Eu me afastei dele, sentindo como se eu fosse inlouquecer.

– Você já sabe, né? - perguntei a ele. - Ele irá te matar e você sabe isso…Não!

Eu girei no lugar segurando a mim mesma. Era uma dor incontrolavel que eu estava sentindo.

Aspen me abraçou, tentando me manter de pé e firme.

– Vai ficar tudo bem America! - ele insistia em falar para mim.

– Eu odeio Maxon! - disse a ele com raiva. - Eu odeio tudo isso… Porque você não o mata? - perguntei com tanto odio que não consegui medir minhas palavras.

– Você não iria querer! - disse Aspen com uma risadinha boba.

– O que pensa que está falando? - disse a ele com raiva. - Você não consegue ver o quanto eu odeio? Ele está me forçando a ficar aqui, ver você morrer e fingir que está tudo bem…

– America, por mais que pareça isso, eu sei que ele te ama! - disse Aspen. - Ele não vai fazer nada de mal a você!

Eu olhei pra ele tentando entender de onde ele tinha tirado essa ideia? Ele me odiava e estava fazendo tudo pra me infernizar, mas por que Aspen insistia dizer que eu iria ficar bem?

– Esse é o preço pra você, não é? - perguntei a ele, mas ele não respondeu, em seus olhos eu já vi a resposta. - Você vai como um bom soldado a missão, com a promessa de que nada irá me acontecer… Desgraçado!

– Você ficará segura, e eu sei que não é por mim que ele faz isso… Ele realmente te ama America, pode estar com raiva de você agora, mas vai te perdoar, vão poder viver felizes se você quiser...

– Não diga isso! - disse me aproximando dele e segurando o rosto dele. - Como eu posso ficar bem vendo você ir para a morte? - questionei. - Eu amo você não quero te perder... Não sei o que me deu para dizer que amava aquele monstro - eu chorava e só queria Aspen. - Eu nunca vou ficar bem aqui! Eu te amo!

Eu olhei para a boca dele, precisava de mais um beijo, para poder me sentir melhor, talvez o beijo dele me deixasse melhor, mas ao me aproximar ele virou o rosto.

– Não Meri, eu sinto muito - Aspen queria, eu sabia que queria, então porque ele fez isso?

– O que houve? Fiz algo de errado? - Aspen dificilmente recusaria um beijo meu.

– Você esta noiva, precisamos respeitar isso - Aspen abaixou a cabeça e eu sabia que doía nele dizer isso.

Ele se afastou de mim.

– Você é … é um...idiota - eu explodi com ele - esta cego! Eu não estou noiva! Eu odeio estar aqui! Maxon não me ama, e eu nunca serei nada dele… Eu não devo nada pra ele!

– Não importa América! - ele respirou fundo olhou para mim, a fisionomia dele era de muita tristeza.

– Eu nunca mais irei vê-lo! - eu falei ainda implorando por um beijo dele.

– Meri, - olhei para ele e vi uma moeda em sua mão- cante para mim! - o pedido me desconcertou.

Fiquei sem reação, mas depois de alguns instantes fui até ele e peguei a moeda em sua mão.

Tentei chama-lo para uma dança enquanto cantava, ele aceitou. Deixamos ser levados pela minha canção, soltava uns soluços no meio da musica, mas sabia que para ele, estava ótimo. Eu poderia cantar para ele até os fins dos dias, mas sabia que essa musica teria um fim. Ao chegar no final eu olhei para ele.

– Nunca, jamais te esquecerei Meri, você sera sempre minha cantora favorita - ele me abraçou apertado.

– Não me deixe Aspen! - pedi a ele. - Por favor?!

– Eu estaria com você até o fim do mundo - ele disse segurando as minhas mãos.

– Te juro amor eterno Aspen! É a você que meu coração pertence! - eu disse lhe dando a moeda.

– Não, ela é sua! - ele recusou.

–Não! - discordei. - Todas as vezes que eu olhava para ela eu podia sentir meu coração… E meu coração é seu… - eu disse deixando a moeda na mão dele.

– Não afirme por algo que você não conhece! - ele pediu me dando mais um abraço, e antes que eu pudesse fazer ou falar qualquer coisa ele se retirou, me deixando sozinha com minhas lacrimas.

Me doía muito imaginar que Aspen iria e eu ficaria. Mas eu tinha me conformado com isso, já que não sai do lugar. Devia deixá-lo ir...

Passado um tempinho me lembrei do almoço. Precisava deixar minha família segura no meio disso tudo. Enxuguei as lagrimas e sai. Ao sair dei de cara com Lucy.

– Senhorita, estava te procurando. O almoço sera servido - ela me encarou melhor - Esta tudo bem?

Olhei para ela assustada, respirei fundo e esperei que as lacrimas já tivessem saído de meu rosto.

– Sim eu me perdi no meio de tantos quartos e me desesperei - sorri para ela, eu estava sendo levada pela dança com Aspen, o que fazia me sentir melhor.

Lucy deu uma risadinha, deu a volta e ajeitou o meu cabelo, passou a mão em meu rosto, acho que foi pra tirar a marca do choro.

– Tudo bem, senhorita, eu te levo até o salão - Lucy foi a minha frente, fui logo atrás não queria conversar.

No caminho não conseguia tirar a lembrança de Aspen da mente. Estava embriagada com a sensação de solidão e desespero, e era tão injusto não ter tempo de me desfazer de tudo isso antes de cair mais uma vez na armadilha de Maxon.

– Pronto senhorita, devem estar a sua espera, - Lucy havia parado na entrada do salão - eu pedi para o guarda avisar o príncipe que você havia se perdido, então não se preocupe. - Lucy sorriu e foi se retirando.

– Obrigada Lucy - ajeitei meu vestido, ergui a cabeça.

Eu precisava estar bem, eles haviam colocado minha família nisso tudo também, mesmo Maxon tendo prometido mante-la segura eu precisava me assegurar de fazer minha parte.

Entrei no salão e Maxon veio até mim.

– Você esta bem? Fiquei sabendo que se perdeu - ele parecia mesmo preocupado, ou estava apenas tentando se mostrar?

Eu olhei em volta e vi as cameras e descobri a resposta.

– To bem sim, Lucy me encontrou e me ajudou - desviei dele e fui me dirigir até o meu assento antes que eu jogasse nele todas as novas acusações que eu tinha, mas ele segurou minha mão e colocou em volta de seu braço.

Ele me acompanhou, e nos sentamos. Vi que todos ja estavam ali, e do meu lado estava meu pai o que me deixara feliz.

– Ta tudo bem querida? - meu pai cochichou para mim, ele conhecia eu mais que ninguém, ele sim era o perigo para descobrir as coisas.

– Sim pai, eu me perdi la dentro - sorri para ele que não pareceu acreditar muito - da pra imaginar pai? - forcei uma risada.

– Estava chorando? - ele ainda perguntou, não percebendo que eu estava tentando ser discreta.

– Estou indo me casar! - joguei os ombros confirmando que estava, mas que isso deveria ser algo normal.

O almoço foi servido, a rainha conversara com minha mãe, o rei não parava de falar com Maxon, Mary conversara com meu pai, que sempre mantinha os olhos em mim.

Mary não parava de falar um só minuto

– Quando falaram seu nome, nós la em casa pulamos, mas mamãe - ela deu uma risada - nem se mexia. Você deve estar muito feliz! - ela comemorou comigo pela decima vez.

– É claro que ela está! Ela sempre foi apaixonada por Maxon! - disse a minha mãe, e eu não conseguia entender de onde ela tirava essas coisas. - Não é minha filha?

– Aah eu - senti raiva, não queria aquilo - fiquei muito feliz, também fiquei pasma ao saber, nem imaginava… - Eu olhei a Maxon e esperei que ele entendesse a minha grande felicidade pela surpresa que ele me fez.

– Aah, ele sempre mostrou gostar de você querida - papai disse olhando para ele - e você dele, não é?

Eu realmente gostei dele, mas agora o odiava… e como eu queria poder gritar para todos saberem.

– Ela vivia atrás de mim - Maxon se infiltrou na conversa - lembra querida, como você me seguia?

– Sim, claro - não acredito que ele estava fazendo eu passar por isso - Mas me lembro também de quando eu entrei aqui - olhei para ele -, bem foi você correu atrás mim.

Maxon que já me olhava, sorriu. O almoço parecia uma eternidade. Quando chegou a hora da sobremesa Mary ficou encantada, o que fez eu rir.

– Que bom ver você rindo minha querida - Maxon olhou para mim - isso me deixa muito feliz!

Depois de um tempo, esperando Mary comer o rei se levantou e pediu silencio um momento. E Maxon se levantou.

– Eu queria dar as boas vinda a minha querida América que esta entrando na família agora - ele olhou para mim e eu tive de sorrir. - E também quero dar as boas vinda a família de minha noiva, espero que estejam gostando, e se sintam em casa. Espero fazer a filha de vocês feliz - ele olhou para mim e balbuciou - Eu te amo- na intenção de só eu entender, mas ele sabia que todos estavam olhando pra ele e entenderiam.

No instante depois todos olharam pra mim, e eu tive que sorrir, como erra cansativo e irritante ser falsa.

Um guarda entrou na sala e foi falar com Maxon.

– Muito bem - ele disse com um sorriso de satisfação. - Se vocês quiserem nos acompanhar estarei indo ver os soldados partindo pra missão…

– Já? - eu tive que perguntar com uma pontada de desespero.

Maxon ignorou a minha pergunta.

– Será uma honra conhecer os soldados que estarão indo pra essa missão! - disse meu pai se sentindo honrado.

Eu segurei a minha vontade de chorar, enquanto via todos se levantando da mesa e se retirando.

– Vamos, minha querida! - disse Maxon parando atrás da minha cadeira, quando eu não conseguia levantar.

– Pare de me torturar! - eu resmunguei pra ele, com muita raiva.

– Pare de mostrar que se importa - ele murmurou com um pouco de raiva.

Eu arrastei a cadeira com força, não me importando se ele estava atrás dela e sai a frente.

Fomos pra a pista de pouso. Lá um hélicoptero, já estava ligado e preparado pra levar os soldados que iriam pra a missão.

Vi Aspen a frente de uma fileira de homens, todos eles esperando pra partir.

Eu queria correr e lhe dar um abraço, fazer qualquer loucura pra não deixa-lo partir, mas minha mãe parou ao meu lado e começou a falar comigo:

– Como o jovem Aspen ficou bonito e poderoso - ela o elogiou. - Vocês pareciam se dar bem… Se não fosse para ser Rainha poderia ter ficado com ele…

“ Eu escolheria ficar com ele em qualquer circunstancia!”

– Sim - concordei. Realmente ele tinha se tornado alguém importante; ele estava lindo com suas roupas militares e parecia tão intimidador que eu nunca poderia imaginar alguém vencendo dele em nada… Ele poderia sair dessa, ele era esperto… Ele não iria morrer!

Apesar de minha esperança, não conseguia expressar confiança. Estava de todas as maneiras tentando evitar chorar...

– América, sei como deve estar se sentindo - eu ouvi Maxon sussurar, agindo como se nem estivesse falando comigo -,mas pelo menos melhore essa cara.

– … Estes são os soldados da missão, acompanhado pelo comandante Leger - o rei citou ele como um grande soldado. Ele estava falando com meu pai, e de certa maneira estava o tratando bem, o que não era mais do que a obrigação dele.

Mary veio ao meu lado e pegou a minha mão quando Maxon foi rapidamente se despedir dos soldados, ele olhou para mim e de repente era como se ela soubesse como eu estava me sentindo.

– Os soldados vão ficar bem! - ela me disse com um sorriso que eu me forcei a retribuir.

Maxon voltou rapidamente ou meu lado e depois de uma continência, os soldados começaram a embarcar. Algumas lagrimas escorreram pelo meu rosto quando o ultimo olhar de Aspen passou por mim.

– Fiquem a vontade, - Maxon disse para todos quando o avião partiu.- Vocês estão em casa.

Eu sequei as lagrimas rapidamente e sorri pra minha família.

– Vai ficar tudo bem! - disse pensando em Aspen.

– Preciso resolver umas coisas, depois nos vemos - Maxon anunciou beijando a minha mão. Seu pai e os outros conselheiros estavam saindo.

– Eu também irei descansar um pouco e deixar que matem a saudade de America! - disse a rainha com simpatia a minha mãe.

Logo que eles saíram, minha mãe veio falar comigo.

– Parabéns querida, nem acredito você é uma princesa de verdade, eu disse ao seu pai que você seria escolhida, eu sabia - ele me abraçou tão apertado que precisei empurra-la um pouco - O que podemos fazer agora? Temos tudo só para a gente - ela realmente estava feliz.

– Podemos pedir mais sobremesa - Mary disse rindo, a qual não pude deixar de rir também.

– Menina vê se você se comporta - minha mãe ainda era a mesma depois de tudo.

– Tudo bem mãe, eu vou me trocar e já volto - eu iria por uma de minhas roupas que me sentiria confortável. - Ai podemos conversar…

– Eu vi a grande picina que vocês tem aqui! - disse Mary com muita expectativa.

– Você não sabe nadar - eu a lembrei, ninguém em casa saia nadar.

– Mas agora eu vou poder saber! - ela disse como se fosse algo simples. - Temos essa picina só pra nós! - ela comemorou.

Enquanto a minha mãe tentava colocar um pouco de juízo na cabeça de Mary olhei pra meu pai.

Ele estava olhando o castelo em volta, procurando detalhes, como se fosse pintar o castelo inteiro em seus mínimos aspectos.

– America, vamos por favor! - pediu Mary. - Vamos usar a picina!

– Vamos mais tarde, acabamos de comer! - disse a ela me distraindo do meu pai.

Então eu me retirei. Queria muito ficar com minha família, mas isso significava mostrar estar feliz e eu estava acabada por dentro. Ver os guardas no castelo só faziam aumentar a minha dor, porque, por mais que eu quisesse ver Aspen, procurar seu rosto em cada soldado que passasse por mim eu nunca mais iria vê-lo nesse palácio…

– Senhorita America! - Silvia me alcançou no corredor, enquanto eu estava me dirigindo ao meu novo quarto…

– Não esqueça do baile de noivado de hoje a noite! - ela disse um pouco ansiosa e preocupada.

– Não estava sabendo de nenhum baile - disse a ela achando estranho.

– Bem, são coisas de ultima hora - ela disse como se tivesse pego a si mesmo em uma armadilha. - Resolveram falar de ultima hora. Vai ser o seu baile de noivado…

– Já? - perguntei frustada.

– Hora, temos que oficializar o noivado.

– Que seja!


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