Eu estou apaixonado por você.

Eu sabia que estava congelada, meus olhos vidrados fitando os seus, tão verdes… Ah, Deus, como eu pudera viver tanto tempo sem eles?

Meu corpo definitivamente não me obedecia mais. Eu me sentia fraca e firme ao mesmo tempo, e havia aquele formigamento gostoso por todos os lados… Tudo parecia tão longe, e Niko tão perto. E minha mente seguia sussurrando a mesma frase repetidas vezes, "e eu por você", "e eu por você", "e eu por você" … E então eu sabia.

Seu olhar tenso, levemente apreensivo, me estudava. Parecia ver tudo em mim, olhando além do que qualquer um pudesse ver. Ah, droga, ele me conhecia melhor que eu mesma. Sabia como ativar a manada de elefantes no meu estômago. Sabia fazer meu corpo formigar só com o olhar. Sabia me fazer ter coragem para dizer…

— E eu por você… – tudo o que saiu foi um fio de voz falho, mas não me importei.

O vinco que vinha se formando entre suas sobrancelhas desapareceu, e por um enésimo de segundo eu vi confusão, alegria e alívio em seus olhos, mas ele logo se recuperou, ficando sério novamente. Seus lábios se moveram na intenção de dizer algo — e eu sabia, pela expressão em seus olhos, que não era algo exatamente bom — mas eu fui mais rápida. Num segundo meu corpo voltou a funcionar, de repente acelerado, e inclinei-me para frente, colando meus lábios aos seus. Seu corpo todo se retesou, muito tenso. E como se tentasse acalmá-lo, segurei seu rosto entre minhas mãos ainda dormentes e isso pareceu desarmá-lo. Sua boca, antes parada sob a minha, relaxou e abriu-se, retribuindo o beijo, e esta pequena aceitação fez os finos pelos da minha nuca se arrepiarem.

— Niko… – seu nome, que agora fluía tão familiar em minha boca, escapou quase como um gemido.

E isso pareceu provocá-lo terrivelmente.

Suas mãos firmes alcançaram minha cintura e ele me colocou habilmente sobre seu colo, sem interromper o beijo. A proximidade de seu corpo me deixou inebriada, como quem prova o mais doce e maravilhoso vinho. Eu sentia minhas pálpebras pesadas e corpo muito leve, mas todos os sentidos estavam em alerta, não conseguindo ignorar a forma delicada com que seus dedos percorriam o comprimento dos meus braços, deixando uma trilha de fogo em minha pele. Sedenta, colei mais meu corpo ao seu — como se fosse possível — e apreciei o quanto pude daquele beijo, no fundo sentindo um estranho medo de que nada daquilo fosse real.

Sua boca deixou a minha cedo de mais, e ele escondeu seu rosto na curva do meu pescoço, depositando diversos beijos ali. Quase que involuntariamente minha mãos subiram até seus cabelos, meus dedos enroscando-se nos macios fios negros. Havia uma respiração muito pesada, quase arfante, e tarde de mais percebi que era a minha.

Afastando-se um pouco, ele me segurou pelos ombros. Seus olhos visivelmente alterados, escurecidos de desejo, me encararam seriamente.

— Eu preciso que diga. – sua voz, tão grave e rouca, me fez estremecer. — Com todas as palavras.

Eu sabia o que ele queria ouvir. E sabia aonde aquelas palavras nos levariam. Sabia que, depois de tudo, teria mais perguntas que respostas, mas não me importava. O que importava era ele, ali, olhando pra mim, segurando-me como se segurasse todo o seu mundo.

Sem vacilar, digo:

— Eu estou completamente apaixonada por você.

Um gemido rouco escapa de sua garganta e ele volta a me beijar, dessa vez com uma intensidade que mal posso descrever. Num movimento rápido, ele gira-me ainda em seu colo e deita-me sobre as almofadas com calculada delicadeza, ficando sobre mim. Suas mãos exploram meu corpo sem piedade, indo desde a cintura até a coxa, e sua boca deixa beijos em meu pescoço, colo, chegando muito perto da curva dos meus seios, me fazendo arfar. Sem dizer uma palavra, suas mãos alcançaram a barra da minha camiseta, levantando-a lentamente, até tirá-la por completo. Sua atenção volta-se para o delicado sutiã de renda cor-de-rosa, e ele sorri, mordendo o lábio inferior.

— Linda. – seu olhar avaliativo sobre mim faz com que aquelas estranhas borboletas no estômago voltem.

Sem pensar duas vezes levo minhas mãos até o começo da sua camisa e começo a tirá-la sem pressa alguma. Vou dando atenção a cada mínimo detalhe, desde seu abdômen definido até seu peitoral largo. Desço as mãos sensualmente, alcançando o cós da sua calça e noto um leve gemido sair de sua boca.

Sorriu triunfante.

— Algum problema, querido? – pergunto, fingindo uma falsa inocência.

— Não me provoca, Katherine. Sabe que se não parar agora, não vai ter volta. –sua voz é suave, mas sei que ele está se segurando para não fazer o que realmente quer e o que eu quero que ele faça.

Beijo-o em uma resposta silenciosa. Eu queria aquilo. Eu o queria mais do que tudo e sei só que me sentiria realmente completa quando meu corpo se fundisse ao dele.

Ainda com os lábios colados, vou invertendo as posições com Niko até que finalmente fico por cima. Dou uma leve rebolada e sinto seu membro se chocar com a minha intimidade.

Separo nossas bocas e levanto o tronco. Os olhos azuis vão de encontro aos verdes e sinto meu corpo pegar fogo. Estou entrando em combustão e suas ágeis mãos alisam minha barriga com carinho, instigando-me ainda mais.

Tenho uma ideia e não perco tempo para realizá-la.

Volto a me remexer contra seu quadril, enquanto desço lentamente as alças do sutiã.

— Tire. – Niko ordena e vejo seu olhar cheio de luxúria sobre os meus seios.

Acato o que ele me diz e logo estou sem meu sutiã. Niko inverte as posições mais uma vez e começa a depositar beijos ardentes sobre o meu pescoço. Ele o morde e chupa, e sei que marcas irão aparecer no dia seguinte, mas não me importo nem um pouco com isso. Só preciso dele. Preciso ser dele.

Seus beijos ávidos descem pelo vale dos meus seios, chegando a minha barriga onde ele a morde. Solto um gemido baixo, mas nada que Niko não possa ouvir e noto o sorriso malicioso que ele estampa em sua face.

No instante seguinte nossas roupas e peças intímas já estão jogadas em qualquer lugar e só resta dos corpos que anseiam se completar.

Não vi o momento exato, mas ele já havia colocado a camisinha e se posicionava entre minhas pernas. Seu olhar era grave e sensual ao mesmo tempo, e agora ele parecia um pouco tenso novamente.

— Você sabe… – ele murmurou, olhando-me nos olhos — Vai doer.

Levanto-me ligeiramente e coloco um beijo suave sobre seus lábios, sussurrando contra eles:

— Eu confio em você.

Ele ajeita sua posição e começa a empurrar suavemente, mas posso sentir sua hesitação. Ele está com medo de me machucar.

— Me perdoa, mas não tem um jeito mais fácil de fazer isso… – dito isso, ele empurra com o que me parece ser toda a sua força, num movimento rápido e controlado. Sei que meu grito foi alto, agudo de mais, mas Niko o abafou com um beijo.

— Tudo bem? – ele pergunta depois de alguns instantes.

Aceno positivamente, mordendo o lábio inferior. Realmente, a dor aguda que me atingiu de surpresa havia passado, deixando apenas um leve desconforto e uma dose de prazer.

Ele esperou mais um momento antes de começar a se mover, lenta e cuidadosamente, e eu já havia me esquecido da tal dor. Sua boca procurou a minha e eu a recebi com desejo, enquanto cravava minhas unhas em suas costas, fazendo-o soltar um gemido e aumentar a velocidade das investidas. Passei minhas pernas por sua cintura, tentando nos aproximar mais.

— Niko… – tentei sussurrar, mas saiu mais como um gemido.

Isso pareceu atiçá-lo, seus movimentos se tornaram mais rápidos, mais urgentes. Eu já sentia aquela tensão crescendo em mim, quase em seu limite. Entrelacei minhas mãos em seus cabelos e o puxei para mais perto, beijando-o com volúpia.

Parecíamos estar ali há anos, mas também pareceu-me cedo de mais quando chegamos ao ápice, nossos corpos trêmulos caindo lado a lado sobre a “cama” feita de tantas almofadas.

— Isso foi... – ele sussurrou depois de alguns minutos de silêncio.

— Perfeito. – concluí.

Ele fixou seus olhos verdes em mim e sorriu, puxando-me para mais perto. Aninhei-me em seus braços e escondi meu rosto em seu peito. Estava cansada, mas tive a impressão de ouvi-lo cantarolar alguma música antes de cair no sono.