Be Your Everything escrita por Rainy


Capítulo 22
Capítulo 21 - Sequestro amoroso


Notas iniciais do capítulo

Olá, terráqueos.
Preciso falar uma coisa: eu não demorei por conta de falta de inspiração, mas porque eu fiquei completamente desanimada. Sabe, eu amo essa fic e tenho muitos planos pra ela, mas me senti super triste e decepcionada por ter recebido só 4 comentários no capítulo passado. Foi tipo um tapa na cara, porque eu sei que a estória tem potencial, mas o que me parece é que ela não é valorizada. Me desculpem as leitoras que não deveriam ler isso, mas eu precisava desabafar. Espero que as coisas mudem e que não seja necessário que eu tome alguma medida drástica :/
Enfim, tirando a parte triste, eu quero agradecer a leitora ''semiaddiction'' pela recomendação. Eu AMEI e fiquei super lisonjeada por cada elogio. Muito obrigada, flor. O capítulo vai em sua homenagem.
Bom, aqui está o capítulo. Não sei se ficou muito bom, mas eu juro que tentei.
Espero que gostem ;)



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Acordei com uma sensação de cansaço. Minhas pálpebras pesavam e tive que juntar todas as minhas forças para abri-las. Nada que adiantou muito, já que acabei por perceber que tinha um saco em volta da minha cabeça.

Droga.

Ok, Katherine. Respira devagar. Inspira. Expira. Inspira. Expira.

Sem tempo para entrar em pânico.

Tenho que sair dessa de alguma maneira.

As amarras em minhas mãos já estavam me machucando. Podia sentir o galo enorme se formar em minha cabeça por conta da pancada que tinha levado, e ainda por cima o carro em que eu me encontrava não parava de balançar, fazendo meu corpo ficar se chocando fortemente com o banco.

Percebi que o veículo foi diminuindo de velocidade, até parar por completo. Senti uma mão vindo de encontro a minha cabeça e sem pensar duas vezes, a mordi.

– AI! – gritou o dono da voz – Caralho, Katherine. Precisava fazer isso?

– Quem é você?! O que você quer de mim?! Como sabe meu nome?! – o pânico foi se alastrando em meu corpo assim que senti a mão próxima a mim de novo.

Dessa vez eu não fiz nada e esperei que o tal cara tirasse o saco de cima de mim.

Uma claridade do além invadiu meus olhos e tive que piscar múltiplas vezes até que a minha visão voltasse ao normal.

Só assim percebi que o cara era o...

– FRED?! VOCÊ ME SEQUESTROU?!

– N-não, Kath. Deixa eu te expl-...

– Como você pode fazer isso comigo? – o interrompi. – Você tem noção do quanto essas amarras estão machucando a minha mão? E o saco quase me sufocou. Já estava na beira da morte, seu idiota! – ok, talvez eu tenha exagerado um pouquinho nesse ''a beira da morte'', mas ainda sim estava completamente furiosa com o Fred. Eu queria virar um panda só pra rasgar a cara daquele loiro oxigenado.

– Calma! – colocou as mãos por cima dos meus ombros e me encarou, sério. – Eu já vou desamarrar isso ai. – passou para o banco de trás e pegou minhas mãos. – Mas promete que você não vai bater em mim.

– Tá. Prometo. – senti algo pontiagudo ir de encontro as minhas mãos, que meio segundo depois já estavam livres.

Virei de frente ao Fred e depositei um tapa em sua cara.

– Seu vagabundo desgraçado!

– Você prometeu! – Fred fez uma cara de horrorizado, como se estivesse vendo um demônio na frente dele. O que eu realmente deveria estar parecendo, já que sentia meu corpo todo suado e meu cabelo estava igual a uma juba de leão.

– Aonde nós estamos? – perguntei.

– É uma surpresa. – tirou algo do bolso e colocou em frente a minha face. – Mas eu preciso que você coloque essa venda.

– E depois o quê?! Vai me jogar no mato pros animais comerem a minha carne?

– Não exagera, Katherine. Confia em mim.

– Você me sequestrou! Como quer que eu confie em você?!

– Katherine... Se eu realmente fosse um assassino, acha mesmo que teria te soltado?

Fiquei quieta.

É... Talvez o Fred não fosse um possível Jason da vida, mas ele ainda era estranho.

– Tá. – falei, por fim. – Coloca logo esse negócio em mim. Mas olha lá pra onde você vai me levar, hein Fred.

– Relaxa, gatinha. Você vai me agradecer depois. – senti a venda ir contra o meu rosto e tudo ficou preto.

(...)

– Só mais uns degraus... – Fred me guiava por um escada que, sinceramente, parecia não ter fim.

– Que droga, Fred. Essa porcaria de venda já tá me incomodando e estou com frio.

– Que menina irritante.

– Oh, palhaço, eu estou bem aqui do seu lado.

– Eu sei. Era pra ouvir. – que menino insolente! Nossa... Falei igual a minha tataravó agora.

Parei de ligar para aquele sequestrador em potencial e tentei me concentrar em tropeçar, fato que era muito difícil já que não conseguia enxergar nada.

Presumi que estávamos na praia, já que sentia o cheiro característico do mar e podia ouvir as ondas se quebrando. A brisa era leve, porém muito gostosa e já deveria ser fim de tarde.

Depois de um tempo nós finalmente paramos de andar e os braços de Fred se desprenderam de mim.

– Fred? – o chamei. Nada. – FRED!

Ai, que droga. O filho de capeta me deixou aqui sozinha e sem a mínima ideia de onde eu estou.

– Eu juro por Deus que ainda te mato, Fred... – rosnei.

Estava pronta para tirar aquela venda estúpida de mim, quando senti um par de mãos ir de encontro as minhas. Era mãos firmes, macias e quentes. O dono delas estava consideravelmente próximo do meu rosto, já que eu podia sentir sua respiração bem perto.

– Fred? Assassino? Estuprador? Jason? – perguntei, assustada.

– Não.

Um minuto e trinta e sete segundos de silêncio. Acho que meu coração batia tão rápido que ele podia ser ouvido até no Japão. Minhas mãos tremiam e minhas pernas começaram a fraquejar. Só não cai no chão porque as mesmas mãos firmes e quentes foram de encontro a minha cintura.

Oh, droga.

A venda foi tirada suavemente dos meus olhos e assim que os abri, dei de cara com um par de órbitas verdes me encarando.

– Oi. – disse e sorriu abertamente.

Calma. Elefantes em minha barriga agora não, por favor.

– Quero te mostrar uma coisa. – Niko foi dando uns passos à frente e eu o segui.

Estávamos em um farol e a vista era incrível. O sol já estava se pondo e era possível vê-lo sumir pouco a pouco entre as ondas do mar. A vista era uma combinação perfeita de vermelho, amarelo e azul. Perdi o fôlego só com aquela cena.

– Isso... Isso é lindo. – murmurei.

– Igual a mim. – me virei para Niko e ele me encarava.

Ploft.

Acabou momento fofo.

– Vai se ferrar. – resmunguei e voltei a olhar paisagem.

Percebi o sorriso estúpido que se formou nos lábios do Niko e antes mesmo que eu o arrancasse dali, vi que o babaca estava atrás de mim envolvendo os braços ao redor do meu corpo e pousando a sua cabeça na minha.

Na hora eu nem sabia o que fazer, então só fiquei congelada ali mesmo, vendo umas gaivotas passarem.

Num movimento rápido, Niko me virou para frente dele e colou sua testa na minha.

– Sabia que você fica muito sexy quando tá brava?

– Sabia que eu vou dar um soco na sua cara se você continuar com isso? – bufei e passei minhas mãos por seu pescoço.

Ah, qual é né... A carne é fraca.

– Tenho uma surpresa pra você.

– Espero que não seja nada que envolva amarras. – falei e sorri.

– Bom... – notei seu olhar malicioso sobre meu corpo.

– Niko! – o repreendi.

– Desculpa. Só foi uma sugestão. – ergueu os braços como se estivesse rendido e depois pegou minha mão.

Só agora pude perceber a enorme toalha vermelha que estava estendida pelo chão e nela se encontrava vários tipos de comidas, velas e alguns balões com.... Girafas? Mas que droga é essa?

– Não pergunte. – Niko disse, meio que adivinhando o que eu estava pensando quando vi aquilo.

Sentamos e nos aconchegamos. Peguei um cobertor leve que estava ao meu lado, já que a noite tinha chego e o tempo ficou um pouco frio.

Niko se sentou à minha frente com um violão a mão. Ele me encarava de forma tão séria, mas ao mesmo tempo parecia que ele tentava me dizer algo. Começou a dedilhar algumas notas e reconheci a música.

(n/a: Por favor, coloquem essa música para tocar: https://www.youtube.com/watch?v=BJlmoRzzmP4)

I know your inside, you're feeling so hollow

And it’s a hard pill for you to swallow

But if I fall for you

I'll never recover

If I fall for you

I'll never be the same

Sua voz era rouca e extremamente apaixonante. Nossas trocas de olhares não se quebravam nem um segundo e fui engatinhando até ele, quase como se estivesse hipnotizada.

I really wanna love somebody

I really wanna dance the night away

I know we're only half way there

But you can take me all the way

You can take me all the way

I really wanna touch somebody

I think about you every single day

I know we're only half way there

But you can take me all the way

You can take me all the way

Meu coração parecia pular para fora do meu peito e minhas mãos tremiam sem parar. Eu já não me importava mais com o Nate, com a Ashley ou com o Iván. Naquele momento bem clichê, éramos só eu e ele. O resto do mundo parecia ter evaporado e eu queria passar todos os meus minutos ali, com ele.

You’re such a hard act for me to follow

Love me today don't leave me tomorrow, yeah

But if I fall for you

I'll never recover

If I fall for you

I'll never be the same

Eu sempre achei impossível essa ideia de me apaixonar e largar tudo pelo pessoa. Sempre que alguma amiga minha dizia que estava ''perdidamente apaixonada'' por um garoto, eu sabia que aquilo ali não teria futuro. Amor, em si, eu pensava que não tinha futuro. Não depois da decepção que eu passei e por conta disso fui levada a acreditar que amor não existia, mas... Mas depois que nós encontramos aquela pessoa, ai sim percebemos que ele existe. Existe com suas falhas, seus acertos, qualidades e defeitos, mas existe. Ele vem imperceptível e sem nenhum tipo de aviso. Não bate na porta, só entra e bagunça tudo que vê pela frente. Cabe a nós aceitarmos essa bagunça e aprender a conviver com ela.

Não posso mentir e dizer que já amei o Niko de cara. Não mesmo. Eu o odiei quando ele implicava comigo ou colocava o pé na minha frente só para me fazer cair. Odiei o seu jeito idiota, cafajeste e orgulhoso de ser. Odiei aquela mania irritante de morder os lábios e mexer no cabelo. Odiei sua indiferença com qualquer forma de vida, mas eu o odiei tanto que acabei me acostumado com o seu jeito. Esse jeitinho irritante que agora eu não consigo viver sem.

Esse que é a graça do amor. Nós aceitamos a pessoa, independente do que ela faz. O que importa não são suas atitudes do passado, mas sim o que ela vive com você no presente.

É por isso que eu amo o Niko. É porque no meio de tantas intrigas e incompatibilidades, nós encontramos pedaços que se encaixavam.

Eu e ele. Só eu e ele.

A música foi chegando ao fim e quando tudo terminou, ficamos naquele silêncio gostoso, só nos entendendo por meio dos olhares apaixonados.

Pousei minha mão em sua face e Niko fechou os olhos. Sua expressão estava serena e, como num impulso, colei meus lábios nos seus. Não era aquele beijo urgente e agressivo, mas algo terno e calmo. Não precisávamos ter pressa, até porque nenhum de nós queria se desgrudar. Obviamente que uma hora o maldito ar se fez necessário, então o Niko me virou e me fez encostar minhas costas em seu peito.

– Eu tenho que te falar uma coisa... Só escuta, beleza? – assenti e entrelacei minhas mãos nas suas. – Eu nunca fui bom com palavras e me desculpa se eu falar alguma besteira aqui. É que pra falar a verdade eu nem tô raciocinando direito, mas é que... Cara, de uns tempos pra cá eu não sei o que tá acontecendo comigo. Parece que um nó se forma na minha garganta quando eu te vejo perto de qualquer outro cara que não seja eu e quando você tá longe eu me sinto incompleto. Sabe, tem dias que eu quero te puxar pelos braços e te beijar o tempo todo e tem outros que eu fico puto contigo, mas foda-se. O fato é que sem você não dá, Katherine... Passou dá hora de admitir isso.

Eu não conseguia acreditar no que ele estava dizendo. Se ao menos ele soubesse o quanto eu esperei para ouvir aquela declaração... Quantas noites eu não consegui dormir porque ficava criando diálogos e mais diálogos, imaginando quando esse dia chegaria e agora tudo é tão real que se eu fosse capaz, congelaria o tempo só para ficar ali.

Juntei qualquer força que restava em meu corpo e me virei para encará-lo.

– Admitir o quê, Niko?

– Admitir que eu estou apaixonado por você.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Ficou chato? Legal? Clichê?
Comentem e até o próximo XD