Ill Never Let You Go Again escrita por Chibiusa, SasoSakuFanClub


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

A idéia para essa fic surgiu do nada na aula de história. Enjoy! ^.^



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 Ok, apenas quero esclarecer que aquilo que for postado em ITÁLICO e entre "ASPAS" são os flashbacks. Só pra distinguir, porque é chato ficar escrevendo flashback on/off na fic toda. :)

 
-

Finalmente, estavam quase chegando ao final daquele ano letivo. Aguardavam ansiosamente pelo resultado da lista daqueles que haviam passado no vestibular ser divulgada por e-mail.
 Aquela garota de dezessete anos caminhava calmamente pelas ruas sob um guarda-chuva, ás vezes deslizando em algumas poças d'águas.
 Foi parada por algo que lhe chamou atenção. Uma loja que vendia quinquilharias de outrora. Sinceramente, aquele lugar lhe lembrava sua infância. Uma bela infância, marcada por seus pais, dos quais estava meio distante agora, e pelo seu... melhor amigo. Na verdade, ex melhor amigo. Não se falam há anos.


 "Era o aniversário de catorze anos dele, queria lhe levar um presente muito especial. Corria naquela tempestade, na esperança de chegar até ele antes do anoitecer.
 - Ei! - gritava a garota. - Sasori-kun! Feliz aniversário.
 O ruivo não estava com uma expressão feliz. Na verdade, era de melancolia. Virou-se para ela com a expressão morta e as palavras encontravam-se entaladas em sua garganta.
 - Sakura-chan... - ele se aproximava dela com tristeza no rosto. - Queria lhe contar uma novidade... na verdade, uma péssima notícia!"


 Todos os homens ruivos traziam lembranças de sua infância. Na realidade, todos os homens. Eis o motivo de não ter amigos do sexo oposto. Namorado? Nem se fala.


 "Era uma manhã de sábado em plena primavera. Estavam sentados no jardim observando dois pássaros 'namorando'.
 - Ei, Sasori-kun...
 - Hãm?
 - Você já pensou em... - ela hesitou antes de pronunciar o restante da frase.
- ... ter uma namorada?
 - Não... por que?
 - Apenas curiosidade.
 - E você, Sakura?
 - O que tem eu?
 Ele corou ao fazer a pergunta, afinal, não era todo dia que falavam sobre isso.
 - Em ter um, ér... namorado?
 - Eu já, mas acho que não tenho muita sorte com isso.
 Eles se entreolharam e ela esboçou um leve sorriso, enquanto ele mantinha a expressão corada.
 - Sakura, sua bobinha... - ele voltou a fitar os pássaros. - temos doze anos. Vamos arranjar alguém algum dia.
 - Como pode ter tanta certeza? - deitou a cabeça em seu ombro e fechou os olhos ao perguntar.
 - Ora, você vai namorar rapidinho. Já é linda com doze anos, imagina quando tiver dezessete? - ele corou novamente ao perceber as palavras que tinha dito."

 
 Sakura, que ainda olhava a vitrine da loja, fitou o chão e deu um leve sorriso.
 - Pois é, seu bobo. Parece que você não tinha tanta razão.
 Estava distraída com seus pensamentos e não se deu conta de que a chuva havia parado, e nem que a loja havia fechado. Olhou para trás e percebeu que um par de lírios brancos lhe encaravam. Aquilo fez com que sorrisse novamente.


 "Era a primeira vez que ia dormir fora de casa... na casa de um menino, ainda por cima. Apenas conseguiu convencer sua mãe pelo fato das famílias serem amigas e de ser apenas uma criança inocente de nove anos.
 - Oi, Sasori-kun!
 - Sakura-chan... olá!
 Um largo sorriso tomou conta do rosto de ambos. Desviaram seus olhares para a janela e perceberam de que uma forte chuva dominou o ambiente.
 - Sasori-kun, eu tenho medo da chuva. - disse a pequena garota, encolhendo-se.
 - Não precisa ter medo, Sakura-chan. A chuva é mais inofensiva do que eu.
 - Como posso ter certeza?
 Ele nada disse. Apenas pegou seu braço e lhe direcionou ao jardim.
 - Sasori, eu disse que tenho medo! - gritou, agarrando-se ao braço do menino.
 - Eu adoro a chuva. Ela é tão... pura.
 Ela largou seu braço e o fitou com a expressão duvidosa.
 - Por que você gosta tanto da chuva?
 - Não gosto necessariamente da chuva... mas do cheiro do ambiente depois que ela para. Tudo fica mais purificado... especialmente as flores. - disse fitando uma roseira que ali perto se encontrava. - Adoro ver as gotas de orvalho escorregando pelas folhas. A chuva me protege. E você, por que tem tanto medo da chuva?
 - A chuva me lembra de lágrimas. Lágrimas que escorrem descontroladamente dos olhos. - ela fitou o céu acinzentado. - O céu fica escuro, sinal de que quem choras está o fazendo por tristeza... não por alegria.
 Ele segurou suas mãos e olhou em seus olhos.
 - Me responda uma coisa... - disse o ruivo
- quando você chora, sente-se mal né?
 Ela apenas assentiu com a cabeça.
 -... e a sensação que vem depois que você chora? De que você se livrou daquilo que lhe angustiava... que lhe fazia chorar. Já desabafou e sente-se limpa emocionalmente. É disso que estou falando, é essa a sensação que a chuva provoca em mim.
 Estavam tão distraídos com a conversa que não perceberam que a chuva havia parado.
 - Veja, Sakura-chan... a chuva parou. Veja ...- ele apontou com o dedo dois lírios brancos que se encontravam abertos e cheios de vida. - ... aqueles dois lírios somos eu e você... Durante a chuva estavam cabisbaixos, e assim que ela passou, ficaram mais lindos do que antes.
 Ela apenas ouvia aquelas palavras tão sábias e tão doces com a mente girando."


 
 
Ainda fitava os lírios brancos.
 - Então, estamos juntos novamente, hein?
 Uma garotinha que estava ali perto com a mãe a encarava com o semblante espantado.
 - Ótimo, Haruno... - falava para si mesma. - Agora será reconhecida como a maluca que fala sozinha.
 Foi até os lírios e se agachou para observá-los melhor.
 - Ele tinha razão... os lírios ficam mais bonitos depois da chuva.
 Sua atenção foi desviada para uma melodia que vinha de um piano. Tentou localizar o lugar de onde vinha aquela bela canção. Notou, então, que era da loja de brinquedos. Aquela voz...


 "Haviam passado as férias em países diferentes. Três meses sem se verem, a saudade era muita. E finalmente, ela o avista saindo da porta do avião. Um sorriso toma conta de seus lábios.
 - Sasori-kun! - gritou ela pulando no pescoço dele. - Que saudades!
 - Sakura... - correspondeu ao abraço. - Senti sua falta.
 - Nossa Sasori... sua voz...
 Na verdade, não apenas a voz havia mudado nele. Ele tinha ficado bem mais alto que ela e mais forte. Nesses três meses ele havia se tornado um... 'gato'! Ele já era muito bonito, mas agora estava de tirar o fôlego. Ele saiu daqui como um moleque de doze anos e voltava como um adolescente de treze. E sua voz era o que mais havia mudado... estava mais grave, rouca e madura."


 
Sim, era "aquela voz".
 - Impossível, você tá delirando, mulher.
 Apenas para ter certeza, aproximou-se e viu um homem de costas. Aquele homem tinha o cabelo... ruivo!?


 "Ela estava no shopping com suas amigas, quando viu um garoto perto de uma loja de esportes. Ela não precisava ver seu rosto ou seu busto para saber quem era. Pediu licença as meninas e correu, pulando em cima dele.
 - Sua maluca, e se não fosse eu? - disse, virando-se para encará-la.
 - Eu te reconheço até de costas, Saso. Isso NUNCA IRÁ MUDAR..."


 
Ela estava com os olhos arregalados e boquiaberta. Não acreditava que seu melhor amigo estava ali, bem na sua frente, tocando aquela linda canção. O que os separava era apenas uma parede de vidro.
 - S-s-sasori... - ela gaguejava. - ...kun?
 Ele ouviu aquela doce voz e virou-se para fitá-la. Sua expressão era uma mistura de emoção e susto. Levantou-se e foi até ela, encostando em sua mão através da vitrine. Se olhavam nos olhos.


 "Era uma noite de inverno. Era o aniversário de treze anos de Sakura, que comemorava apenas com seus amigos mais íntimos.
 - Sasori, seu chato, sempre que eu alcanço a sua idade, oito meses depois você fica mais velho que eu, seu malvado! - dizia ela abraçada ao melhor amigo.
 - Que culpa eu tenho se eu fui feito antes?
 - Toda! Quem mandou ser o espermatozóide vencedor?
 Ele fitou-a nos olhos, ainda abraçados. Ele estava muito próximo dela.
 - Se eu não tivesse vencido, haveria outro Sasori aqui. Tenho certeza que não ia ser tão lindo como eu, mas...
 - Exibido. Você sabe que a coisa mais linda em você é sua modéstia. - disse a rosada, ironizando.
 - E a coisa mais linda em você são seus olhos de esmeralda... - indagou ele, aproximando-se ainda mais dela. - aliás, você é toda linda. A cada aniversário seu, posso perceber como fica cada vez mais bela.
 Aquelas palavras fizeram com que a garota corasse. Nenhum garoto nunca havia dito nada daquele tipo para ela. De repente, olhou para o amigo com o rosto quente e corado. O coração acelerado, o suor na palma das mãos. Desejava nunca sair daquele abraço, viver para sempre ali.
 Nada respondeu, apenas enterrou o rosto corado em seu peito. Ele era seu melhor amigo. Não podia negar que era lindo, inteligente e sempre sabia o que dizer. Também não podia negar que naquele momento não o via apenas como amigo. Mordeu o lábio inferior e pensou em como seria... beijá-lo. Seu primeiro beijo. Com o amigo pelo qual apresentava uma aparente quedinha.
 - Sasori-kun... você já beijou uma garota?
 Como estava com a cabeça em seu peito, sentiu o coração do mesmo acelerar. As mãos dele que envolviam sua pequena cintura ficaram trêmulas.
 - ... na boca? - completou a pergunta, para o caso do amigo lerdinho não ter compreendido."


 
Se fitavam intensamente.
 - Sakura-chan... - disse ele, desviando o olhar para fitá-la por completo. Estava linda. Sua teoria dos dezessete anos havia dado certo.
 - Quando foi que você... voltou?


 "O ruivo não estava com uma expressão feliz. Na verdade, era de melancolia. Virou-se para ela com a expressão morta e as palavras encontravam-se entaladas em sua garganta.
 - Sakura-chan... - ele se aproximava dela com tristeza no rosto. - Queria lhe contar uma novidade... na verdade, uma péssima notícia!
 - Pode falar pra mim, Sasori-kun! - disse ela com uma expressão preocupada.
 Ele nada falou, apenas a abraçou intensamente. Não podia se ouvir nada, a não ser o som de ambos corações palpitando forte. Ela correspondeu ao abraço, ainda sem entender o que se passava.
 - O que você diria... - ele tinha dificuldade em encontrar as palavras. - ... se eu lhe dissesse que amanhã eu vou...
 - Que amanhã você vai o que?
 - ... me mudar para Londres?
 Ela sentiu as pernas tremerem. As lágrimas corriam sem pausa, a respiração desregulada, quase caiu no chão ajoelhada, sendo empedida por braços que a apoiavam."


 
Ainda estavam separados pela parede de vidro. Na verdade, ambos desejavam quebrar aquela vitrine inoportuna.
 - Hoje de manhã.
 Ela apenas fez questão de se pregar ao vidro.
 - Não imagina o quando eu senti sua falta. - disse a garota, de olhos fechados.
 Ele se afastou do vidro, abriu a porta e foi ao encontro da melhor amiga.
 - Não deixei de pensar em ti um dia sequer. E agora que eu tenho a maioridade, pude voltar.
 Sim, era dia dez de novembro. Dois dias atrás, Sasori fizera aniversário.
 - Sasori-kun...
 - Sim? - aproximou-se, deixando os olhares extremamente próximos.
 - Você pensa em mim... do jeito que eu ainda penso em você?


 "Ela sentiu as pernas tremerem. As lágrimas corriam sem pausa, a respiração desregulada, quase caiu no chão ajoelhada, sendo empedida por braços que a apoiavam.
 - Eu diria que...
 - ... que?
 - Eu gosto de você. Na verdade, não apenas gosto, eu estou apaixonada por você. - ela o fitou corada. - Você é e sempre será o único que faz meu coração bater forte e minhas pernas tremerem cada vez que eu te vejo. Você é aquele que faz minha voz e minha respiração falharem.
 Ele não conseguia dizer nada, apenas olhava para ela um tanto... impressionado.
 - Sasori-kun... depois disso duvido que possamos ser os mesmos amigos de antes, mas vou me arriscar.
 Ela apenas se esticou para que o seu rosto alcançasse o dele e entrelaçou seu pescoço com seus braços. Fechou os olhos e tomou os lábios do ruivo para si. Este, que lhe entrelaçou a cintura com as mãos logo correspondeu. Nunca imaginou estar apaixonado pela garota que conhecia desde os cinco anos de idade. Ela separou o beijo e o olhou nos olhos.
 - Esse foi o meu pior erro. Sinceramente, gostaria de cometer erros como esse todos os dias.
 Ela apenas se virou e foi embora, e quando estava lá na frente, virou-se para ele e o encarou, notando que ainda estava da mesma maneira que o deixara. Deu um sorriso e seguiu seu caminho."


 
Ele aproximou-se mais ainda, abraçando-lhe. Os olhares novamente se encontraram.
 - Eu apenas sei que amo você. Assim como amei você por todos esses anos. Voltei por sua causa, queria apenas te ver... mesmo que você não me quisesse.
 - Eu te amo para sempre. E dessa vez, não foi meu pior erro.
 Eles se beijaram. Um beijo de amor, de saudades. Um beijo que selou ali, tudo o que queriam ter feito há anos. O céu claro apenas começou a derramar gotículas de chuva, que logo se tornaram gotas grossas e pesadas.
 Eles se separaram.
 - Acho que você não tem mais medo da chuva. - disse ele, fitando-a com um sorriso.
 - Claro que tenho... mas essa é uma excessão. Dessa vez, o céu chora de alegria. E eu também.
 Ele olhou para sua face e viu que estava repleta de lágrimas.
 - Sua chorona. - brincou enquanto limpava as lágrimas.
 Ela apenas riu. Da mais pura alegria.
 - Esse meu melhor amigo será sempre meu melhor amigo...
 - Melhor amigo uma vírgula...
 - Tá dizendo que eu não sou mais sua melhor amiga? - perguntou a rosada, com um leve tom de preocupação na voz.
 - Isso. Você é a minha namorada, oras.
 Ela o fitou, emocionada.
 - Namorada, eu? - ela perguntou, com os olhos novamente marejados.
 - Me desculpe, não fiz ainda o pedido oficial. - ele a fitou nos olhos. - Passo na sua casa ás sete, então. É bom seus pais estarem lá.
 A emoção que a garota sentia naquele momento era indescritível. Nem mesmo ela conseguia distinguir... só sabia que queria sentir aquilo para sempre.

   Fim.


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