A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls!

Antes de qualquer coisa: Juh Oliveira, que recomendação linda! Sem palavras para agradecer...
"escrita de uma maneira que te toca a alma e te mostra a grandeza do amor entre Damon e Elena" - isso tudo é pra mim?! É graças a vocês que essa fic existe, ela é para cada uma de vocês que me fazem companhia e dedicam um pouco de seu tempo a ler essa história. Muitíssimo obrigada! :)))))

Então, prontas para mais um capítulo?

Espero que sim, porque esse é bem especial para Delena...

Boa leitura!



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Era inacreditável que o tempo todo ele estava bem ali. Elena sentiu um imenso alívio a invadir quando viu que Damon estava bem – não exatamente “bem”, mas estava vivo e por perto -, mas também sentiu uma fúria crescente contra quem quer que tivesse feito aquilo a ele.

Imediatamente ela testou os cadeados e correntes que vedavam a porta.

- Está trancada… Damon, o que eu faço? Como eu tiro você daí?

O vampiro andou com certa dificuldade até a porta, mas ainda se deu ao trabalho de sorrir para a garota quando chegou perto dela.

- Está bonita assim…

- Damon! – ela foi obrigada a sorrir de volta com a observação. – Eu tenho que achar alguma coisa pra quebrar isso aqui… Tem alguma coisa na casa que sirva? Um alicate, um machado?…

- Tem, mas… não temos muito tempo.

Ela estremeceu com a lembrança. Se Stefan chegasse agora…

- Elena, eu preciso que você vá lá em cima e pegue uma bolsa de sangue no freezer…

- Sangue?

- Eu não consigo quebrar essas correntes porque estou fraco, não me alimento há dias… Mas se eu beber um pouco eu consigo.

- Tudo bem. Eu vou rápido.

Focada apenas em retirar Damon de seu cativeiro, Elena se esgueirou pela casa até a cozinha e checou o freezer. Havia um único pacote vermelho escuro onde se lia “Mystic Falls Hospital”. Sem hesitar, ela o pegou e levou consigo até o porão.

- Aqui. Só tinha essa.

Elena passou a bolsa pela pequena abertura da porta e observou Damon bebendo o conteúdo. Ele não se preocupou em sair das vistas dela enquanto bebia o sangue humano, mas a garota também não desviou o olhar. Ela até esperava que fosse sentir náuseas com a situação, ou pelo menos uma repulsa, mas tudo o que passava pela cabeça de Elena era que Damon iria conseguir sair daquela jaula onde o trancafiaram.

- Será que é suficiente? – ela perguntou quando ele deu o último gole.

- Espero que sim. Afaste-se…

Ela obedeceu e ouviu as pancadas pelo lado de dentro. Alguns minutos se passaram até que as correntes afrouxaram. Ela percebeu que Damon estava tentando tirar as correntes quebradas e se aproximou para ajudá-lo, pois era mais fácil pelo lado de fora.

Finalmente conseguiram abrir a porta e Damon se apoiou na entrada, exausto pelo esforço. Apenas uma bolsa de sangue não era o suficiente para compensar todos os dias que passou sendo enfraquecido com verbena e recebendo perfurações no corpo para que sangrasse e ficasse cada vez mais fraco.

- Vem. - Elena passou um braço dele sobre o próprio ombro, apoiando-o.

- Espera só um pouco… - ele respirava com dificuldade.

- Não, Damon, nós temos que ir. Eu vou tirar você daqui…

Deixaram o porão devagar, Damon buscando apoio nas paredes pra não sobrecarregar a pequena garota que parecia disposta a levá-lo nas costas, se fosse necessário. Quando chegaram à cozinha, Damon parou e fez menção de ir até o freezer.

- Não, aquela era a única, não adianta. – Elena o alertou.

- Aquele filho da mãe… - ele quase rosnou.

- Damon, nós precisamos sair daqui. Vem, continua andando.

- Ir pra onde? Eu não posso sair enquanto for dia…

Elena olhou para a mão de Damon. O anel não estava lá.

- Ele pegou o seu anel?! Que espécie de louco é esse seu irmão?!

- Ele não é… ele não é louco, Elena. Ele só está meio perdido…

- Não se atreva a defender aquele lunático na minha frente! Não foi ele que fez isso com você?

Damon assentiu.

- Então, por favor, Damon, vamos embora daqui. Por favor… Por mim.

- Eu vou queimar assim que colocar o pé lá fora, Elena…

- Não, eu dou um jeito. Confia em mim.

Quando chegaram na porta da frente. Elena deixou Damon por um instante e manobrou o carro até ficar bem perto da entrada. Damon usou sua energia na velocidade que colocou para alcançar o interior do veículo antes que seu corpo começasse a arder em chamas. Elena só respirou aliviada quando começou a dirigir em direção à própria casa.

Lá chegando, deu graças pela família ainda estar fora, embora ainda estivesse um pouco preocupada com Jeremy. Levou Damon para o próprio quarto e trancou a porta. Ele se deixou cair sobre a cama, a garota achou que ele iria querer descansar um pouco, mas o vampiro não tinha tempo a perder.

- Me empresta seu celular? Estou sem o meu…

Ela lhe passou o aparelho sem pensar, mas definitivamente não esperava ouvir:

- Stefan? Sou eu. – Damon fez uma pausa ouvindo o irmão, até que continuou. – Não importa como eu saí de lá, não vou perder tempo lhe dando explicações. Onde está meu anel?

Damon fez uma cara de desgosto, Elena observava aquilo aflita.

- Eu não… já disse que não importa. Você vai me devolver esse anel por bem ou eu vou ter que dar um jeito sozinho? … Como não pode devolver? O que você fez, por acaso o mandou pra Roma?! … Sem conversa, Stefan. Eu quero o meu anel e quero-o logo. Pegue-o de volta. – desligou o celular e o devolveu à dona. – Obrigado.

- Hey, você não vai encontrar com ele, vai?

- Claro que vou, eu preciso do meu anel.

- Mas ele te machucou!

- Porque teve um cúmplice. Quando a coisa fica entre eu e o meu irmãozinho ele não leva muita vantagem.

- Mesmo assim, Damon… Isso é arriscado, você precisa melhorar primeiro.

- Stefan não vai tentar nada de novo, Elena. Ele não é tão burro.

- Ele é um doente, isso sim! O que ele te fez… é desumano! E ainda teve a coragem de vir até mim, de me alertar sobre você, como se você fosse a ameaça…

- Ele veio até você? – Damon ficou tenso.

A garota realmente não queria fazer intriga entre os irmãos, mas era com Damon que ela se importava e se Stefan era perigoso, ele precisava saber.

- Ele disse que você tinha ido embora da cidade. Ele te acusou de tentar matá-lo e, pior, de ter matado o Zach!

- Elena, ouça…

Mas ela apenas se sentou perto dele e tocou seu rosto carinhosamente.

- Por favor, não vá encontrá-lo agora, você ainda não está bem…

Ele retirou com cuidado a delicada mão de seu rosto, mas continuou segurando-a.

- Você precisa saber que nem tudo o que ele disse é mentira.

Elena sentiu um arrepio na espinha ao ouvir essas palavras. Teve medo do que ele diria a seguir.

- Zach está morto.

O arrepio deu lugar a um choque se espalhando por todo o seu corpo. Damon não podia estar dizendo que…

- Stefan disse a verdade. Eu o matei.

- Não… - Elena disse com voz trêmula. – Você estava preso esse tempo todo, você não poderia…

Damon tinha uma explicação. Quando brigou com o irmão dias antes e poupou sua vida, ele não sabia que Stefan tinha uma carta na manga. Estava associado a Zach para neutralizar Damon assim que fosse possível. Então, quando Zach chegou em casa e se deparou com a luta entre os Salvatores, ele não teve dúvidas. Pegou a injeção de verbena e golpeou Damon. O que ele não esperava era que o vampiro ainda tivesse forças para arremessá-lo pela sala antes de cair inconsciente.

Diante de Elena, Damon se viu com duas opções. Ele podia lhe contar a sua versão dos fatos, ressaltando a emboscada que sofreu e seu instinto de autopreservação, ou podia admitir que era um assassino e que não estava arrependido do que tinha feito. Com a primeira opção ele tinha uma chance de ser perdoado, com a segunda ele tinha certeza de que Elena nunca mais iria querer vê-lo de novo. Foi pensado nela, exclusivamente nela, que ele decidiu.

- Foi antes que me prendessem. Eu matei o Zach.

- Para de dizer isso! – Elena se levantou, soltando-o e correndo as mãos pelos cabelos. – Você não pode ter feito uma coisa dessas!

- Elena, eu sou um vampiro, lembra? Essa não é a primeira vez que eu faço e com toda a certeza não será a última. Eu sou um assassino por natureza, achei que tivesse deixado isso claro.

- Por que está dizendo isso assim? Você não é desse jeito frio!

- Não, você é que não me viu dessa forma. Até agora.

- Está dizendo que mentiu pra mim?! Era tudo mentira?

- Não. Cada palavra que eu já te disse é a mais pura verdade, Elena. Mas você esteve ignorando as partes desagradáveis. Eu te amo sim, eu te amo como um louco! Mas isso não faz de mim esse bom moço, incapaz de ferir alguém. Acho que você esteve idealizando uma pessoa que eu não sou e na qual não pretendo me transformar. Eu sou esse monstro que você está encarando assustada agora e não vou mudar.

- Você não pode ser um monstro!

- Eu matei Zach e não lamento. Esse sou eu, Elena.

Damon foi na direção dela e, como ele imaginou que seria, Elena recuou. Ele não insistiu.

- Assim que escurecer eu saio daqui, não se preocupe.

Damon sentou no chão perto da janela, onde a luz do sol não podia tocá-lo. Passaram-se vários minutos antes que Elena quebrasse o silêncio.

- Por que você fez isso?

Damon se virou para olhá-la. Elena estava sentada na ponta da cama, seus olhos ainda estavam assustados, mas pareciam controlados.

- Que parte exatamente?

- Zach.

- Não faz diferença.

- Responda.

- Elena, o que quer que eu diga não muda o fato de que eu fiz. Se quer saber, eu não lamento. Stefan está certo, eu não sou bom pra você. Se pelo menos tivéssemos nos conhecido em 1864… mas agora é tarde. As coisas não vão mudar.

Ela deitou na cama, sentindo-se psicologicamente exausta e não disse mais nada. Tentou imaginar Damon em 1864, um jovem de vinte e cinco anos, lindo, inteligente, apaixonado… Seu coração se apertou quando passou pela sua cabeça a ideia de que esse rapaz que ela imaginava não existia. Mas ao mesmo tempo, lá estava Damon, congelado na sua juventude eterna. Será que apenas o físico havia resistido ao tempo, será que esse homem por quem o coração dela estava batendo descompassadamente era somente fruto da sua imaginação?

O sol estava se pondo quando Damon se levantou. Elena sentou-se imediatamente.

- Está tudo bem, eu não vou te machucar. Estou indo.

- Pra onde?

Damon estranhou a pergunta. Não era pra ela estar se importando.

- Pra casa, eu tenho que pegar meu anel.

- Mas… ainda está claro.

- Daqui a pouco escurece. Daqui que eu chegue lá, já será noite.

- Damon… eu não passei dias morrendo de preocupação, pra finalmente te achar e você sair assim. Isso é perigoso… e se ele estiver preparado?

O vampiro não entendeu o que ela estava fazendo. Elena continuou:

- Você não se alimentou, ainda está fraco.

- Eu posso me alimentar no caminho.

Ela engoliu em seco.

- O que pretende com isso? – perguntou. – Quer se livrar de mim tanto assim?

- Eu só quero pegar a droga do meu anel de volta, Elena.

- Não, você está fazendo de propósito. Está dizendo essas coisas pra fazer com que eu me afaste…

- Quando é que você vai acreditar que esse sou eu?! Não estou fingindo pra te assustar.

- Que bom, porque não está funcionando.

Damon se perguntou aonde era que estavam os instintos de defesa daquela menina.

- Que seja… Eu tenho que ir.

- Eu vou com você. - Elena levantou-se rapidamente e abriu a porta do quarto. – Vamos.

Damon teve que fazer um pouco de força com ela pra fechar a porta:

- O que pensa que está fazendo?

- Você não vai até lá sozinho – ela insistiu.

- Eu não vou te arriscar…

- E por que eu deveria arriscar você?

- É totalmente diferente.

- Por quê?!

- Porque eu te amo!

- Então não é diferente.

Damon respirou fundo. Tinha entendido certo?

- Eu quase fiquei louca com a possibilidade de não te ver mais, eu não ligo se você é um vampiro, não ligo pras coisas que você já fez. Você pode dizer que não é bom pra mim, mas o que seria? Ficar sem você? Quando estamos juntos, isso me consome… mas eu não vejo outra maneira de ser feliz, eu não quero outra maneira… Eu quero a paixão, a aventura e até mesmo o perigo. Eu quero você!

- Elena…

- Eu te amo, Damon…

Em um milésimo de segundo seus lábios estavam unidos no mais apaixonado beijo de suas vidas. Damon segurou o esguio corpo da garota o mais perto que era possível, sentindo cada pulsação do sangue dela nas veias, sentindo cada respiração, cada prova de que ela existia e que estava ali com ele. Como era possível que um autodeclarado vampiro assassino pudesse ser agraciado com o amor de uma mulher tão especial? Elena, por sua vez, se agarrava com toda a força que tinha aos braços fortes daquele vampiro, daquele homem, que a tinha feito questionar tudo, que tinha lhe dado uma nova perspectiva de mundo, tão assustadora quando atraente.

Logo estavam sobre a cama, incapazes de se separar um milímetro sequer. Os tecidos não foram obstáculos por muito tempo. Ela riu nos lábios dele quando teve uma das peças rasgada pelo impaciente vampiro. Damon cobriu Elena de beijos, sentindo a garganta arder de desejo pelo seu sangue, mas ignorando isso em favor do desejo pelo seu corpo.

Foi quando, para seu espanto, Elena enrolou os dedos nos cabelos dele e passou a guia-lo pelo seu pescoço, incentivando suas carícias. Sentindo as presas querendo emergir de tanta sede e desejo, Damon voltou para os lábios dela. Elena, porém, deitou a cabeça de lado, fazendo com que Damon novamente tivesse os lábios em seu pescoço.

- Elena… - ele repreendeu num sussurro.

Era maravilhoso que ela confiasse tanto na sua garantia de não machucá-la. Mas também era bom que ela se lembrasse de que ele estava extremamente necessitado de sangue e o que ela estava fazendo era a maior das tentações.

- Tudo bem, Damon… - beijou-o intensamente, então expôs o pescoço outra vez. – Tudo bem…

- Mas…

- Você não quer?

- Eu não quero te machucar…

- Não vai. Eu confio em você.

Damon assentiu e deixou que suas presas viessem. Elena tocou-o no rosto, deixou que a mão deslizasse pela face transformada até ir se enrolar nos cabelos negros, e puxou-o para mais um beijo.

O vampiro roçou a pele frágil com os dentes afiados em um gesto que mais lembrava uma carícia. Então deixou que as presas afundassem na garganta de Elena e sugou. O sabor que ele experimentou era sem dúvida nenhuma o melhor de toda a sua existência. Não apenas porque ele estava precisando se recuperar dos dias de inanição, mas porque era, de fato, incrivelmente delicioso. A sensação de suas forças voltando se misturaram à sensualidade da situação. Seu único receio era de que Elena estivesse sofrendo, mas para deixá-lo ainda mais maravilhado, o som que escapou dos lábios dela era um gemido de prazer.

A garota inicialmente ficou apreensiva com a situação, embora seus institos lhe dissessem que era isso o que ela queria. Não era sobre ser mordida por um vampiro, era sobre entregar-se a Damon de todas as formas possíveis. Era sobre dar a ele o que ele queria e precisava. Se o sangue dela podia ajudá-lo a melhorar, como não entregá-lo ao homem que amava?

Nos primeiros segundos, ela sentiu dor com a pele sendo perfurada. Mas logo a dor deu lugar a um prazer indescritível, um prazer que lhe deu a certeza de que aquilo era a coisa mais acertada que podia ter feito. Com essa consciência, Elena se deixou levar pela sensação e não teve dúvida: alimentar Damon era como fazer amor com ele. Uma fonte infinita do mais completo prazer sexual.

Damon parou a mordida, para tomá-la de outra maneira. Uma vez no seu interior, ele se concentrou em compensar a dor que ela com certeza havia sentido quando ele se alimentou, embora ele tivesse motivos para acreditar que tinha sido prazeroso para ela também.

Ele deu o melhor de si, enquanto Elena ficou abandonada nos seus braços, incapaz de formular uma frase coerente, tamanho era o êxtase que a inundava. Ela queria dizer novamente que o amava, que o queria de todas as formas, que tinha sido incrível poder alimentá-lo com seu sangue, mas no momento tudo o que ela podia fazer era gritar o seu nome enquanto chegava ao clímax.

Damon então cobriu os lábios dela com o seus, ao que Elena retribuiu sem hesitar.

O delicioso beijo tinha gosto de sangue.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Comentem, preciso saber como foi pra vocês esse "eu te amo", o bloodsharing... Não economizem palavras! rsrs

Até o próximo!
Xoxo ;)