As Crônicas De Edryn - A Ascensão Dos Renegados escrita por Yume Otohime


Capítulo 8
VIII - Lágrimas da Fraqueza


Notas iniciais do capítulo

Yo Yo ;x; Onegai, não me matem ;w;
Hai, peço desculpas pelo meu sumiço repentino e sem explicações, mas isso aconteceu por causa de alguns problemas pessoais, acabei desanimando da fic e fiquei sem ideias, mas vou postar os capítulos que já havia feito e tenteira continuar com o projeto, tá?
Bem, é isso T^T
Boa leitura õ/



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Era uma tarde de verão quando eu estava debaixo do tobogã do parquinho, no Centro de Truts, próximo a casa onde eu e minha mãe adotiva, Lilian, morávamos, chorando e ela me encontrou.

- Nee, porque choras? – perguntou a pequena garotinha de olhos profundos, ela parecia ter a minha idade, oito anos, aproximadamente, apesar da baixa estatura.

Olhei para a sua face branca como as nuvens em uma manhã calorosa de primavera, seus olhos avermelhados como sangue e seus cabelos curtos e prateados que dançavam ao vento e tentei responder aquela pergunta que acabará de fazer, mas minhas lágrimas e a minha tristeza impediam que a minha boca se movesse.

- Você quer brincar comigo? – perguntou e logo após um belo sorriso branco surgiu de seus lábios rosados como flores de cerejeira.

Eu me sentia sozinha, solitária, não tinha amigos desde que Sephyron desapareceu, somente a senhorita Lilian que me acolheu como se eu fosse a sua filha legítima, mas ela não podia preencher completamente o vazio que meu pai havia deixado. Nada poderia. Por isso eu chorava. Por este motivo que lágrimas insistiam em cair.

- Por... Por que... Você quer brinc... Ar...Comigo? – tentei falar entre os soluços.

- Hum... Eu não tenho amigos para brincar, mas você parece ser legal. Quer ser minha amiga?

A-Amiga? Quem é essa garota... Porque eu? Ela não tem nada, não tem ninguem, mas ainda assim está sorrindo.

- Vamos! Vai ser divertido! – tentou me incentivar enquanto enxugava minhas lágrimas com o seu polegar – Do que você gosta de brincar?

- Eu não sei...

- Etto... Posso escolher desta vez?

Assenti como resposta.

- Tudo bem. Vamos brincar de esconde-esconde, certo?

Não pude conter minhas novas lágrimas, chorei desesperadamente como uma criança recém-nascida, mas tais lágrimas não eram de tristeza, elas significavam outra coisa.

- Nee nee, não chore! N-Nós podemos brincar de outra coisa ser quiser... Hum, deixe-me pensar...

Sorri.

- O que houve? – murmurou.

- Está boa essa brincadeira.

- Eh?

- Sim. Estou feliz.

Ela respondeu ao meu sorriso com outro.

- Hai! Vamos brincar!

E desde aquele dia eu nunca mais chorei debaixo do tobogã amarelo durante a tarde, eu troquei minhas lágrimas por um sorriso, o sorriso que aquela garotinha esbranquiçada havia me dado naquele dia de verão. A partir daí passamos a dividir nossas tristezas, felicidades, sonhos e ambições, mas, principalmente, curamos as feridas uma da outra, preenchemos o vazio que o destino insistiu em deixar em nossos corações. Daquele dia em diante troquei minhas magoas por alegrias e a minha solidão por uma amiga. Não, uma irmã.

É por isso, por este motivo que não posso deixá-la chorando. Yui foi quem trouxe a felicidade de volta para a minha vida entristecida, me salvou da escuridão e presenteou-me com a sua amizade, preencheu todo o vazio que meu novo lar não pode ocupar sozinho. Agora chegou a minha vez de enxugar as suas lágrimas.

Continuei correndo pelas ruas com a esperança de encontrá-la na próxima esquina, mas o meu cansaço começava a me impedir de prosseguir.

- Meus pé...s...doem – sussurrei ofegante.

Então, parei para respirar e recuperar o fôlego, e nesse momento percebi que o céu já estava ficando escuro, eu estava em uma rua esquisita, vazia, as casas já estavam de portas e janelas fechadas, apenas o vento me fazia companhia enquanto chacoalhava as folhas das copas das arvores e aquele cenário de filme de terror me causava calafrios. Até que ouvi soluços vindos de trás de alguma arvore.

Snif Snif Snif

Do outro lado da rua, atrás de um jovem ipê roxo estava sentada no chão uma pequena figura pálida, vestida com uma saia prensada azul-marinho e camisa social branca, com um brasão do lado esquerdo do peito e justa ao corpo, o uniforme do Instituto de Magia e Conceitos Mágicos, encolhida e em pranto.

- Yui! – gritei e fui ao seu encontro – Finalmente te encontrei.

Ajoelhei-me ao seu lado e procurei por sua face que estava rosada e tristonha, então, levei-a junto a mim.

- Ei, ei, ei... Porque está chorando? – perguntei confusa e esperando uma resposta que pudesse explicar o comportamento dela.

Snif Snif Snif

- Yui...

Eu a abracei mais forte e pude sentir o seu rosto molhado em meu peito.

- Deixe-me te ajudar... O que houve?

Então, ela se livrou de meus braços e pude observar a sua expressão de raiva claramente estampada em seu rosto.

- Eu não preciso da sua proteção! – disse brutalmente, soluçando e tentando secar seus olhos – EU POSSO ME CUIDAR MUITO BEM SOZINHA! NÃO SOU NENHUMA CRIANÇINHA FRACA, LI, NÃO SOU...EU...Eu... Não sou frac... – Novamente, lágrimas escorreram por suas bochechas, ela estava sofrendo e eu também.

Aquelas palavras foram como se mil adagas estivessem sendo cravadas em meu coração. Porque...Porque disse isso? Isso dói. Yui dói te ver assim, sofrendo e chorando desesperadamente. Machuca muito.

- Encontramos vocês! – berrou Daichi que havia nos alcançado junto com os outros meninos.

Engoli meu choro que estava prestes a cair para evitar a preocupação alheia.

- Yui, porque está assim? – perguntou Daichi preocupado enquanto afagava os cabelos da branca, entretanto nada ouviu além de soluços.

- Foi o Jonny, não foi? – murmurou Jonny com um ar de seriedade – Eu vi vocês conversando na arquibancada da arena e logo depois você sumiu. O que ele te disse?

- E-Eu... Não sou... Não... N-Não sou... FRACA!

As suas lágrimas caíam como cachoeiras, às maçãs do rosto estavam a vermelhadas assim como o seu nariz, seus olhos rubros estavam pequenos e encharcados de magoas, suas mãos estavam tremulas e sua voz rouca.

- Sou fraca... Não posso proteger ninguem! Ele tem razão, o Jonny disse a verdade quando falou que eu sou tão fraca que não poderia nem mesmo proteger a mim, imagine os meus amigos. Eu apenas me escondo debaixo da saia deles e espero a poeira baixar enquanto eles lutam para me proteger. Eles são fortes, mas eu não. Eu não posso lutar, nem cuidar dos meus amigos, somente me esconder atrás deles quando estou com medo porque sou uma covarde! FRACA E COVARDE! INCAPAZ DE LUTAR E PROTEGER QUEM AMO!

- Por favor, diga para nós o que você ouviu? – suplicou Seth.

Eu estava sentada na arquibancada ainda me recuperando do estado de choque que havia ficado após ouvir a revelação de Li quando ele chegou.

- Fugindo do treino? – perguntou Jonny com um sorriso irônico marcado em sua face.

Contudo, preferi ignorar aquelas palavras venenosas porque não valia a pena discutir com alguém que foge das aulas para não ficar fazendo nada.

- É duro saber que não é capaz de proteger nem a si mesma? – continuou enquanto sentavas se ao meu lado.

O que ele quis dizer com aquilo? Acha que não sou capaz de me defender?

- Eu vi suas notas na tabela do professor Astal. Você não se sai muito bem em duelos, não é mesmo Yui?

O-O que...? Como ele pode ver isso? Ei, ainda assim posso lutar! Só preciso me dedicar mais... Só isso...

- Espera, acabo de me lembrar de uma coisa, não era você que queria entrar para o Exercito Real junto com seus amigos quando terminasse os seus estudos? – pude sentir a ironia vinda das suas palavras – Sabe? Os seus amigos lutam bem, são fortes e muito poderosos, por exemplo, a Li e o Daichi são dois grandes talentos da nossa turma, e o Seth e o Andy são habilidosos com força espiritual, sem dúvidas, o exercito aceitaria eles sem pestanejar. Porém, você não possui habilidade física e nem mesmo espiritual. Da pra ver pela cara de pena dos professores quando olham para você, principalmente o Astal, que você não tem nenhuma capacidade para ingressar nas tropas reais. Eles devem sentir pena de você. “Pobrezinha, tão iludida” eles devem pensar.

Chega! Eu não quero ouvir mais nada! Droga... Para de tremer, Yui, pare! Você não pode chorar na frente desse idiota, não pode deixá-lo pensar que venceu! Você é... Forte...

 - Hum, deixe-me perguntar ,estou muito curioso, como pretende entrar para o exercito se não pode proteger nem a si mesma, então imagine proteger outras pessoas? O Rei, por exemplo? Ou melhor, os seus amigos? Imagine ter o sangue dos seus amigos em suas mãos.

Pude ouvir a sua gargalhada cortar o ar, a ironia nas suas palavras, o veneno, desdém... Ele deveria estar se divertindo com aquilo, com a minha cara de quem não sabe o que responder, eu estava sem palavras e reação. Apenas, imóvel.

- O que foi, Yui? Está com medo de me responder? Nossa! Fraca eu sabia que você era, mas covarde, não.

- Calado! – grunhi de cabeça baixa para que ele não pudesse ver as minhas lágrimas teimosas.

Ele riu novamente.

- Qu...

- Qual o seu problema? – interrompi – Porque faz isso com as pessoas?

Ele calou-se e a sua expressão mudou, todo o sarcasmo havia desaparecido do seu rosto, agora estava sério e me fitava confuso, parecia que nem mesmo ele sabia o que estava fazendo.

- Sinceramente, eu tenho pena de você. Sabe por quê? Porque eu sei que você faz isso porque está chateado, pois não tem amigos, não tem ninguém que possa confiar em você, alguém que te ame e converse contigo, você é sozinho, solitário. E sabe por que ninguém gosta de ti? Vou te dizer! Você é insuportável – fiz questão de que aquelas palavras chegassem até seus ouvidos da mesma forma que chegaram aos meus, cheias de veneno.

Então, levantei-me e sai daquele lugar o mais rápido que pude, sem olhar para trás e nem mesmo procurei saber se aquelas palavras havia ferido a mesma medida que as dele me machucaram, mas eu espero que sim, eu espero que ele sinta o dobro da dor que sinto agora.

Seth, que agora estava ao lado de Yui, enxugou as suas ultimas lágrimas que insistiram em cair enquanto ela nos contava o ocorrido. Então, novamente a aproximei de meu corpo e a envolvi em um abraço caloroso, logo os meninos fizeram o mesmo em um abraço mutuo.

- Escute – murmurei separando-a de meu corpo e procurando olhar em seus olhos inchados devido às lágrimas – A verdadeira força não se encontra nos punhos, a verdadeira força se encontra no amor.


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Notas finais do capítulo

Prontinho ;x;
O que estão achando? Gostaram da história da Li e da Yui? O que acharam do comportamento do Jonny? Nee, não esqueçam de comentar, tudo bem? ;33
Ja ne!



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