Finalmente Juntos... escrita por Yeru


Capítulo 14
Capítulo 14: Do Jeitinho que Eu me Lembro


Notas iniciais do capítulo

Yo pessoas! Voltei mais rápido dessa vez, né? hihihihi É que eu fiquei muito feliz com todos os comentários e me senti motivada a continuar *-* Tudo graças a vocês pessoinhas lindas do meu coração!! Continuem assim! hihihi AH, eu sei que ainda não respondi todos os coments u.u mas não se preocupem! eu vou responder, só não tive tempo ainda!
Bom, vou deixar o resto da explicações lá pra baixo!
Espero que gostem! :3



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– Ichigo! – Surgindo do nada, alguém desceu voando do céu e agarrou Ichigo, levando-a para longe.

A garota olhou para cima, espantada e ao fazer isso seu coração pareceu pular duas batidas.

– Kisshu... – Ela sussurrou sem acreditar. Será que ela tinha morrido e ido para o paraíso?

O alien sorriu para ela.

– Eu te peguei, Koneko-chan. Agora se segure.

Ichigo colocou os braços ao redor do pescoço dele e escondeu o rosto em seu peito. De repente ela sentiu a gravidade sumir ao redor deles. Assustada, ela percebeu que eles iam se tele portar. Ela já tinha feito isso antes, mas não se lembrava de como era a sensação.

De um jeito estranho, não era desconfortável, ela se sentiu mais leve por um instante, como se estivesse no vácuo, e então ela se sentiu cada vez mais pesada até voltar ao normal.

Ao erguer os olhos ela se viu ao lado de sua casa, logo acima da janela do seu quarto.

– Está tudo bem. – Kisshu a depositou com cuidado sentada no batente da janela aberta. – Fique aqui pelo menos até amanhã de tarde. Não vá a escola. Não sei quanto tempo vai levar até eu conseguir espantá-los.

Assim que seus pés tocaram o piso frio, ela se virou e colocou a parte superior do corpo para fora da janela, na direção de Kisshu. As mãos apertavam firmemente a madeira do batente. Ela se sentia envergonhada por não ter sido capaz de se transformar em Mew Ichigo e lutar, mas ao mesmo tempo se sentia imensamente grata por Kisshu tê-la salvado.

– Kisshu... – Ela sussurrou novamente. Por que ela não conseguia dizer nada além do nome dele? Não conseguia sequer agradecê-lo... E agora ele ainda iria voltar para as garras daqueles lagartos... Tudo isso por que...? Por alguém insignificante como ela...?

Arrasada, ela abaixou o rosto, tentando esconder as lágrimas que teimavam em vir aos seus olhos. Porém, para sua surpresa, Kisshu colocou uma mão em seu queixo e ergueu novamente o seu rosto. Os orbes dourados encontraram os castanhos dela e transmitiram todo seu carinho e conforto.

– Eu vou ficar bem. – Ele sussurrou para somente ela ouvir. Seu polegar limpou carinhosamente as lágrimas e acariciou os lábios dela de leve. – Te vejo mais tarde, okay?

Ichigo não teve escolha a não ser observá-lo se afastar e se tele portar.

Ichigo fechou a janela em silêncio e então se deixou cair de joelhos no chão. Lentamente ela levou os dedos até a boca. Ela mal conseguia respirar. Ela sentia como se aquilo fosse uma versão distorcida de déjá vu.

Parecia com uma das vezes em que fora salva pelo Cavaleiro Azul. Mas também tinha sido diferente. Antes ela tinha sido capaz de se defender como Mew. Desta vez ela teria sido morta se Kisshu não tivesse chegado a tempo. Ele realmente tinha salvado sua vida.

Mesmo assim... Ela não podia ajuda-lo.

Ela começou a chorar.

Ela não estava somente grata, estava preocupada com ele.

Ela tinha visto ele lutar contra o Cavaleiro Azul dois anos atrás e sabia que ele era rápido e astuto. Mas aqueles dois inimigos pareciam demais para ele.

Acima de tudo, ela queria protegê-lo. Impotente, ela desejou ao menos poder se certificar que ele estava bem.

– Kisshu. – Ela disse com a voz trêmula, agarrando o peito desesperadamente. – Por favor... Por favor. Por favor, fique bem!

**********

No parque, Kisshu se materializou a poucos metros de distância Hayato e Hitomi.

– Então você finalmente apareceu. Demorou bastante! – Disse Hayato. Ele tinha arreganhado os dentes de uma maneira assustadora.

Kisshu os encarou com os olhos frios. Ele não tinha a menor dúvida. Aqueles dois já eram. Não só tinham ferido Ichigo como também continuaram atacando depois de ver que ela não conseguiria se transformar e que estava impotente.

– Você matou nossas famílias... Devia estar grato pelos últimos suspiros que tem! – Hitomi se pronunciou.

Com um leve movimento, Kisshu invocou suas armas.

– Que bom que vocês estão confiantes... – Ele refletiu cínico, segurando suas espadas frouxamente. – Medo não vai ajudar nessa situação. – Ele completou sorrindo de modo sádico.

Hitomi rosnou.

– Você não vai estar sorrindo quando cair morto e nós formos atrás da Mew. Vamos desmembrá-la e usar seu sangue em nossas máquinas.

Kisshu sentiu um rosnado surgir em sue peito e seu sangue começou a queimar com a adrenalina.

– É mesmo? – Ele segurou firme suas armas e então disparou na direção dos inimigos, gritando: - Vocês vão se arrepender de ter visto o rosto dela! Ichigo é minha e eu morrerei de novo de for para protegê-la!

**********

– O que?! Você está dizendo que eles te atacaram ali mesmo no parque?!

– Sim.

Era tarde da manhã seguinte e Ichigo estava sentada de pernas cruzadas na sua cama, tendo uma conversa coletiva com Lettuce e Mint, que estavam em seus intervalos escolares.

– E então – Ichigo continuou. – Kisshu veio e me salvou, assim como o Cavaleiro Azul fazia, só que desta vez eu não consegui me transformar...

– Você não conseguiu se transformar? – Mint repetiu. – Por que não?

Ichigo baixou a cabeça envergonhada.

– Eu não sei... – Ela respondeu. – Acho que fiquei com muito medo...

– Ichigo, eles iam te matar! – Mint exclamou espantada.

– Eu sei. – Ichigo concordou com tristeza. – Se Kisshu não tivesse chegado a tempo...

A garota deixou a frase no ar e todas perceberam que se o alien tivesse demorado um segundo a mais, uma delas não estaria ali.

– Então ele te salvou? – Lettuce comentou, tentando mudar de assunto. – Isso é tão heroico!

– Ele não precisaria ter feito isso se eu tivesse me transformado. – Ichigo lembrou, deprimida. – Mas você está certa. Ele me salvou... Eu estou muito preocupada com ele. Alguma de vocês já falou com o Keiichiro-san ou o Shirogane hoje?

– Não. – Lettuce negou.

– Nem eu. – Mint ajuntou logo em seguida.

Ichigo olhou para o relógio.

– Agora é meio-dia. Acho que vou dar uma passada no Café para ver o que está acontecendo.

– Tenha cuidado. – Alertou Mint. – Provavelmente tem mais do que dois lagartos por aí.

– Eu sei. Até mais tarde. – Ichigo desligou o celular.

Apressada, correu escada abaixo até a cozinha. Seus pais estavam fora, não tinha sido difícil convencê-los de que estava doente demais para ir à escola.

Ela escreveu uma nota dizendo que já estava se sentindo melhor e que uma emergência tinha acontecido no trabalho, por isso precisava ir ajudar. Depois de pendurá-la na geladeira, ela vestiu o casaco e saiu de casa.

Desejando poder se tele portar, Ichigo se dirigiu o mais rápido que pôde para o Café.

**********

Ichigo deu um suspiro de alívio ao avistar o Café Mew Mew. Ela tinha conseguido atravessar o parque sem incidentes, evitando o lugar por onde tinha passado no dia anterior. Enquanto se aproximava da entrada, ela olhou pela janela, mas não viu sinal de Kisshu nem de ninguém. Cada vez mais preocupada, ela abriu a porta e entrou.

Ela ficou surpresa ao encontrar todos do Café, e isso queria dizer Keiichiro, Ryou, Pai, Taruto, Tsuki, Isao, Katsuo e Yuzo, sentados nas cadeiras em forma de coração. Estas tinham sido reunidas em um círculo para que todos pudessem ver uns aos outros. Algumas vozes falavam ao mesmo tempo quando ela entrou, mas logo um silêncio estranho caiu sobre todos.

Ichigo passou os olhos pelo grupo várias vezes.

– Hmmm Boa Tarde... – Ela disse nervosa. – Onde está... Onde está o Kisshu?

Para o espanto de Ichigo, foi Tsuki quem respondeu.

– Ele está desaparecido.

– Desaparecido? – Ela repetiu, a voz mais aguda do que ela planejava.

Tsuki se levantou abruptamente, os olhos faiscando de raiva.

– Desaparecido! Como antes, não sabemos como ou onde encontrá-lo! Se você não tivesse sido tão fraca-

– BASTA! – Pai interrompeu a fala de Tsuki, lhe lançando um olhar que deixava claro quem estava no comando ali. Tsuki ficou em silêncio e voltou a se acomodar, mas manteve a carranca. Pai voltou-se para Ichigo. – Ontem à noite, após o Café ter fechado, vocês foram atacados, correto?

– Sim. – Ichigo assentiu.

– Bem, nós achamos que, depois de Kisshu ter deixado você em segurança, ele foi atrás do inimigo por conta própria, sem notificar qualquer um de nós. Com o tipo de tecnologia que o inimigo utiliza é quase impossível localizá-los ou qualquer coisa que esteja a certa de um quilometro deles. E como o Kisshu está, obviamente, dentro deste intervalo, não podemos localizá-lo também.

Ichigo ficou horrorizada.

– Você quer dizer que tem quase um dia inteiro que não há sinal dele?

– É claro que é o que estamos dizendo, você é burra? – Tsuki cuspiu. – Provavelmente ele está com problemas e não temos como ajudá-lo. Se ele morrer, vai ser culpa sua!

– Tsuki! – Várias vozes se ergueram em desagrado diante da indelicadeza da alien.

– É, pare com isso! – Taruto se pronunciou. – Faz muito tempo desde que ela se transformou em Mew! Não é culpa dela!

“Mas é...” Ichigo pensou se sentindo miserável. “É tudo culpa minha...”

Ryou viu a expressão de Ichigo e correu até ela.

– Ei, escute. – Ele falou em voz baixa, somente para ela ouvir, enquanto segurava seus ombros sem muita firmeza. – Vai ficar tudo bem. Ele não é suicida. Ele sabe que você está aqui esperando por ele, isso vai lhe dar forças para lutar e voltar.

– Como você pode saber disso?

Ryou não respondeu. Ele olhou por sobre o ombro para Pai e Taruto, como se precisasse de uma permissão. Pai se limitou em inclinar a cabeça de leve. Ryou voltou a encarar os orbes desolados de Ichigo.

– Existe uma razão mais específica para o inimigo ter os seres humanos como alvo e especialmente as Mews.

– Hã? E o que é? – Ela perguntou surpresa.

– O inimigo foi capaz de identificar você, Lettuce e Pudding em especial por causa do DNA no sangue de Pai, Taruto e Kisshu. É o tipo de tecnologia que eles usam. E a razão das imagens de vocês terem aparecido, - Ryou concluiu. – É porque Kisshu se preocupa com você, Taruto com Pudding e Pai com Lettuce.

Ichigo arregalou os olhos.

– Ele... Ele se preocupa comigo...? – Ela perguntou num fio de voz. – Ele está pensando em mim...?

Ryou baixou ainda mais a voz.

– Não é só isso. Kisshu te ama. A sua imagem foi a mais clara. Por isso eles conseguiram encontrar você primeiro. Ele deve estar se sentindo como o culpado por ter te colocado em perigo, não o contrário. É por isso que eu sei que ele vai voltar. Ele vai querer vê-la de novo.

Ichigo estava sem palavras. Alguma coisa estava fluindo através do seu cérebro, seu coração, suas veias... Percorrendo todo seu corpo e enchendo-a com carinho e admiração.

“Ele me ama. Kisshu me ama.”

Mesmo que ela fosse um ser humano, um fracasso como Tokyo Mew Mew e uma covarde que fugira das palavras de Tsuki, ele a amava, e ele estivera pensando nela durante os anos em que estiveram separados.

Ichigo tinha certeza de que nunca se sentira tão feliz e tão desesperada, ao mesmo tempo.

Kisshu a amava, mas ele ainda estava desaparecido. Será que ele conseguiria voltar? Será que ele voltaria para ela?

Aos poucos o grupo se separou, as outras Mews chegaram e o Café abriu à tarde. Ichigo mal tinha consciência do que fazia ou do que acontecia ao seu redor. Ela deve ter derrubado mais de três pratos diferentes e esquecido uma dúzia de bebidas, mas ela não se importava.

Era tudo apenas um borrão de tempo se preocupando, esperando e rezando para que Kisshu estivesse bem. A cada hora que passava não havia nenhuma notícia dele e ela ficava mais tensa.

Finalmente o Café fechou e Ichigo pôde sentar-se a uma das mesas e se concentrar apenas em se preocupar.

As outras Mews vieram e se sentaram com ela. Taruto apareceu nas escadas e se juntou a elas também. Todos estavam quietos, até Pudding e Taruto não levantaram a voz além de um sussurro.

Lá fora o céu escurecia, mas Ichigo não deu sinal de que iria sair dali.

Após uma hora, Mint disse que tinha que ir pra casa e deixou o Café com Zakuro, ambas olhavam preocupadas para a amiga.

Meia hora depois disso, Pudding e Lettuce se foram, e quinze minutos depois Taruto foi para o segundo andar. Ele disse que só se ausentaria por alguns minutos, mas Ichigo achava que era mais provável que ele acabasse dormindo.

Mesmo que todos os seus amigos estivessem indo embora, Ichigo não iria a lugar nenhum.

Algumas vezes ela viu Keiichiro espiando-a pela porta da cozinha, mas ela não olhou para ele. Assim que Taruto subiu, ele saiu da cozinha com uma xícara de chá e uma vela acesa.

– Você está bem? – Ele perguntou depositando os dois objetos diante dela.

Ichigo apenas assentiu. Keiichiro lhe deu um sorriso encorajador, acariciou os cabelos avermelhados da garota e voltou para a cozinha. Ichigo mal percebeu quando ele apagou as luzes e ela foi deixada só com o brilho da vela.

Depois de muito tempo encarando o vazio, Ichigo verificou as horas no relógio. Era quase meia-noite. Ela percebeu que seus pais deviam estar preocupados com ela, mas naquele momento ela não se importava. Ela mal podia juntar energia para tentar explicar aos seus pais o que estava fazendo tão tarde da noite. Era melhor enfrenta-los quando tudo já estivesse acabado.

– Ele está dando seu melhor.

Ichigo olhou ao redor. Pai surgiu da escuridão, pairando um pouco acima do piso. Sua expressão era muito séria. Ichigo piscou. Pai começou a explicar.

– De todo exército inimigo, aqueles dois são seus melhores guerreiros. Se Kisshu conseguir matar um deles, será uma vantagem para nós.

– Não me importa se ele matá-los ou não. Só quero que ele volte. – Ichigo afirmou. Pai ergueu uma sobrancelha.

– Matá-los significa poupar vidas humanas. Não é parte do seu trabalho como Mew proteger o seu povo?

Surpresa, Ichigo se lembrou de que era verdade. Fazia tempo que ela não pensava sobre isso. Ela tinha estado tão envolvida com Aoyama-kun, Kisshu e tudo mais que a incomodava... Que ela se esqueceu do que era ser uma Mew. De qual era seu propósito.

De alguma forma, ela conseguiu sorrir.

– Sim. Acho que estar fora de ação me fez perder a noção do que é realmente importante.

– Nunca se sacrifique totalmente. – Pai advertiu com voz grave. – Você pode pensar em si mesma e nas pessoas que são importantes para você. Mas o equilíbrio é necessário.

– Sim.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo. Depois, se virando, Pai disse:

– Mostre-me o resultado.

– Hã? Você está falando do Kisshu? – Ichigo indagou confusa.

– Não, eu vou procurá-lo agora.

– Então você quer saber o resultado de que?

Pai não respondeu, simplesmente evaporou no ar. Ichigo ficou surpresa com o comportamento do amigo, mas resolveu deixar pra lá. Pai era enigmático por natureza, talvez aquele fosse um dos atrativos que Lettuce via nele.

Ichigo se acomodou na cadeira, cruzou os braços e continuou a esperar.

Uma hora depois, ela começou a sentir as pálpebras ficarem extremamente pesadas. A vela não passava de um toquinho e o chá já tinha esfriado há muito tempo. Arrumando a postura, Ichigo continuou a olhar a pequena chama bruxuleante, forçando-se a ficar acordada. Ela não iria a lugar algum, nem iria dormir, até que Kisshu voltasse em segurança.

“Ele me ama” Ela entoou em pensamento, de novo e de novo. “Esqueça Tsuki e tudo que ela disse. Kisshu te ama. Está escrito no seu sangue. Ele me ama.”

Se ele voltasse vivo, Ichigo jurou que iria dizer exatamente o que sentia por ele e nunca mais negaria aquele sentimento.

Ela repetiu as palavras para si mesma novamente.

“Ele me ama. Ele me ama. Ele me ama... Ele... Me ama... Ama...”

Se repente, a porta foi aberta com estrondo. Uma rajada de vento envolveu a garota assustada e apagou a vela, mergulhando o aposento na escuridão. Uma figura estava parada na porta, apoiada no batente. Sua respiração estava forte e entrecortada, como se tivesse um ferimento perto das costelas.

Ichigo se levantou rapidamente. Apenas pela respiração ela sabia que era ele.

– Kisshu? – Ela chamou com voz aguda e recebeu uma risada baixa em resposta.

– Ko... Koneko-chan... – Ele respondeu com voz rouca. – Você estava esperando por mim?

Antes que ela pudesse responder, as pernas dele cederam e ele foi ao chão.

– Kisshu!

Ichigo saltou por cima das mesas, dando uma pirueta e caindo milagrosamente de pé em frente e porta. Ela se agachou e tateou a procura de alguma coisa de Kisshu. Seus dedos tocaram um tecido rasgado e ensopado, provavelmente, de sangue.

– Você está ferido! – Ela exclamou tentando controlar o pânico.

Outra risadinha chegou aos seus ouvidos. Vagamente ela distinguiu um braço na escuridão e depois, muito suavemente, Kisshu roçou os dedos sobre o rosto dela. Nos lábios, bochechas, cabelos... Ao ver que o braço começou a cair Ichigo segurou a mão dele entre as suas. Com cuidado ela deslizou uma das mãos pela pele ensanguentada, mordendo o lábio inferior sempre que tocava algum machucado, até que encontrou o ombro e pôde puxar a cabeça do alien para seu colo.

– Eu sinto muito... – Ela sussurrou acariciando levemente os fios esverdeados. – Eu sinto muito. Se eu tivesse conseguido me transformar...

– Sim, é tudo culpa sua. – Kisshu afirmou, fazendo o coração de Ichigo gelar. Mas então ele colocou uma das mãos novamente no rosto da gatinha, acariciando-o levemente, e o que ele disse fez o pulso de Ichigo disparar. – Se você não fosse tão adorável, Koneko-chan, eu nunca me apaixonaria por você. – Ele tossiu, arqueando as costas no processo.

– Kisshu...

Ichigo estava lutando contra a indecisão. Será que ela devia se declarar agora? Ela devia dizer que também estava apaixonada por ele?

Kisshu começou a lutar para se levantar. Ele parecia um pouco tonto.

– Deixe-me apoiar em você, Ichigo. – Ele pediu arfante. – Um deles acertou a minha perna.

– Okay.

Lentamente, eles conseguiram se levantar, com Kisshu apoiado em Ichigo. Ela estava segurando delicadamente o pulso do braço que ele colocara ao redor dos seus ombros e com o outro braço, ela envolveu a cintura de Kisshu. Novamente ela sentiu tecido esfarrapado e molhado.

Com cuidado eles começaram a ir em direção a escada.

– Em uma escala de um a dez, - Ichigo começou. – quanto dói?

– Zero. – Kisshu riu levemente.

– Zero? – Ela repetiu surpresa. – Então você não está sentindo nada?

– Por que eu deveria desperdiçar minha energia sentindo dor, quando eu finalmente estou nos braços da minha Koneko-chan? – Ele ergueu o braço que pendia ao lado do corpo e tocou o rosto dela mais uma vez. Seus dedos encontraram os lábios dela. – São macios... – ele disse num sussurro. – Do jeitinho que eu me lembro...

Ichigo estava dividida entre as vontades de abraçá-lo e de começar a chorar. Porém, antes que pudesse fazer qualquer coisa, uma luz acendeu, iluminando a escada que eles estavam prestes a subir.

Na repentina claridade, Ichigo voltou seu olhar para Kisshu e engasgou.

Ele estava muito pior do que ela pensara. A camisa estava em pedaços. O sangue escorria de todos os lugares, principalmente das costelas e da um corte profundo na coxa direita, mas haviam muitos outros cortes por todo o corpo. A garota se arrepiou ao ver a quantidade de hematomas que deveriam ter sido causados por várias pedras, um em especial na mão dele, a fez querer chorar. Um filete de sangue seco tinha escorrido por entre os lábios e um dos olhos estava machucado e inchado.

Ele viu o olhar aterrorizado de Ichigo e riu novamente.

– Não estou sentindo nada. – Ele falou em tom tranquilizador. – Prometo.

– Você é o pior mentiroso que eu já vi... – Ela respondeu sem sorrir.

Do alto da escada vieram Pai e Taruto. O pequeno parecia tão horrorizado quanto Ichigo, já Pai parecia incrivelmente calmo, embora suas sobrancelhas estivessem firmemente franzidas.

– Kisshu! – Taruto gritou. – Você está bem?!

– Quanta insensatez... – Pai disse com um tom seco. – Por que não tentou entrar em contato conosco antes de começar a lutar contra eles?

Kisshu sorria alegremente.

– Eu queria toda a diversão para mim. – Ele riu e então piscou para Ichigo. – Você pode ajudar a me limpar se quiser. Prefiro ficar sob seus cuidados do que dos desses dois.

Como já era esperado, Ichigo ficou extremamente vermelha com a insinuação de Kisshu. Mas não poderia dizer que não tinha gostado da cena que lhe veio à cabeça...

Pai revirou os olhos.

– Acho que ele já está bom.

– Não faça isso nunca mais, tá bom Kisshu? – Taruto implorou limpando algumas lágrimas que escorriam.

Cuidadosamente, Ichigo passou Kisshu para os braços de Pai.

– Eu vou fazer algo para você comer. Sopa está bom?

– O que é isso? – Kisshu perguntou curioso.

– Nada. – Ela suspirou. – Vou subir e ajudar a enfaixá-lo depois que você estiver limpo.

Ichigo observou eles se afastarem por um segundo para ter certeza de que Kisshu não ia cair e então foi até a cozinha. Às suas costas, Ichigo teve certeza de ouvir Kisshu praguejando baixinho.

Ao adentrar a cozinha, a garota acendeu a luz e passou a procurar os ingredientes para fazer uma sopa de miso. Ela se sentia como se tivesse acabado de correr uma maratona. Suas pernas tremiam ligeiramente. Mas ela já não estava tão preocupada. Ele ia ficar bem. Kisshu tinha chegado em casa e mesmo que estivesse gravemente ferido, estava seguro.

Mas ela ainda não tinha dito que o amava. Quando ela estava prestes a dizer, Pai e Taruto tinham chegado e o momento escapara.

Ela sabia que tinha que fazer isso logo. Ficou claro que ele queria que eles fossem mais do que amigos esse tempo todo e ela tinha certeza de que Tsuki já tinha notado isso há muito tempo.

Mas agora ela sabia. E ela sabia, com uma certeza cada vez maior, que o amava também. Ela não queria ser só amiga dele. Queria ser sua namorada... Nyah...

– Bem... – Ela saiu de seus devaneios colocando a sopa em uma tigela. Pensativa ela olhou para um pedaço de torta de amoras que tinha sobrado da tarde. – Nada melhor para animar uma criancinha do que um doce, não é?

Sorrindo para si mesma ela colocou a tigela de sopa, o prato com a torta, uma colher, um garfo e um copo d’água em uma bandeja e começou a subir as escadas.


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Notas finais do capítulo

Bom... É isso! Será que nossa Ichigo irá se declarar? Kisshu vai se recuperar? Descubram no próximo capítulo! kkkkkkkk Okay, isso ficou muito estranho XD
Agora, voltando as explicações, como eu disse antes não tive tempo para responder todos os comentários e sinto muito por isso, mas eu ainda vou responder tá! Só acho que não nesse final de semana pois eu vou viajar *-*
Foi por isso que resolvi postar o cap agora, assim vocês podem passar o findi sem me xingar pois eu já postei o cap kkkkkkkkk MAS quando voltar quero um monte de comentários, tá?! Não pensem que só porque eu não estou de olho vocês vão se safar huahahaha

Enfim, é isso!
Até mais meus leitores e leitoras :3
Kissus da Yeru