Scarlet Blood I - One Last Heartbeat escrita por Léo Prime


Capítulo 32
Capítulo 31




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  Mason adentrou a rua, assobiando como sempre. Caminhava calmamente. Já estava de noite e uma brisa fresca preenchia o ar noturno.

  De súbito, sentiu o cheiro inconfundível de sangue. Vinha de algumas centenas de metros adiante. Ele parou por alguns instantes e, poucos segundos depois, já estava à porta da casa de Drew. Sem cerimônias ou formalidades, meteu o pé na fechadura que se arrebentou.

  Primeiramente, Mason ficou indignado pelo cena. Depois sentiu orgulho de sua criação.

  Mason entrou na casa e fechou a porta atrás de si. No pequeno corredor que se dispunha da entrada até a cozinha, estavam os corpos dos pais de Drew e uma enorme possa de sangue - agora quase seco - manchando o carpete. O vampiro recém-transformado se encontrava entre os cadáveres dos falecidos pais. Seu corpo estava todo sujo de sangue. Drew se assustou quando Mason entrou, mas depois, não teve reação de dizer nem fazer absolutamente nada. A tristeza não o permitia.

 - Vejo que aconteceu uma bela festa por aqui...

 - Vá embora!

 - Não seja mal-educado, Drew... Seus pais não te ensinaram que isso é feio?

  No instante seguinte Drew já tinha avançado em Mason, mas o outro torceu o braço do vampiro mais jovem. Drew gritou.

 - Não tente lutar comigo, Drew, é tolice! Eu sou mais experiente e muito mais velho que você...

 - Mas, cá entre nós, você apanhou aquele dia na escola... – retrucou Drew.

 - Simplesmente por que eu quis! Ou você realmente achou que eu apanharia de um mero humano daquela forma? Drew, até hoje, desde quando me transformei, só teve uma pessoa que conseguiu me "derrotar" e, com absoluta certeza, eu posso te garantir que essa pessoa não foi você. Até por que, se fosse, você não seria um vampiro hoje!

  Mason soltou o braço de Drew e o empurrou. Ele caiu no chão.

 - Diga-me, quando matou seus pais?

 - Ontem... - respondeu Drew com pesar na voz. Voltou seu olhar desolado para o chão.

 - Estranho o sangue ainda não estar seco, mas é um mero detalhe, certo? Enfim, se isso foi ontem, quer dizer que logo precisará de mais sangue. Você já deve estar se sentindo fraco...

 - Estou muito bem, obrigado! - falou Drew irado.

 - Sabe, você devia sair para caçar. É muito inexperiente ainda, então, como seu criador, devo lhe ajudar! - Mason deu um sorriso. - Ah, claro, só não se esqueça de vestir suas roupas antes de sair de casa, não dá para ir à rua assim... - disse irônico.

 - Como você ousa? - gritou Drew irado. - Jamais sairei para caçar, muito menos com você!

 - Drew, querido, não é como se fosse tivesse escolha... Ou o quê? Pretende ficar trancado aqui nessa casa até morrer desidratado?

 - É exatamente isso, Mason!

  Mason riu exuberantemente.

 - Oh, Deus, como você é inocente, Drew... - Mason cessou com sua risada. - Então façamos o seguinte: você pode ficar aqui e morrer a míngua e, de dias em dias, eu te trago sangue. Que achas?

 - Tanto faz...

  Assim, a conversa acabou. Mason saiu enquanto Drew permaneceu deitado no chão. De alguma forma quase mágica, Mason conseguiu uma maneira de fechar a porta da entrada sem parecer que a fechadura havia sido destruída. E funcionou muito bem, pois nos próximos quatro dias, Annie, Kathy, Lizzie e Matt tentaram incontáveis vezes ir lá. Bateram na porta, mas ninguém atendia.

  ---

 - Eu olhei pela janela e vi que estava tudo destruído lá dentro. Quando fui à polícia, ninguém quis se dar ao trabalho de, pelo menos, ouvir o que eu tinha para dizer...

 - Não fique assim, Annie. Todos nós estamos preocupados com Drew.

 - Não fale comigo, Matthew!

 - Ai, Annie, está na hora de você superar essa tola briguinha com o Matt! - falou Kathy.

  Annie olhou de lado para ela e ignorou o comentário da amiga.

 - Enfim, voltando ao papo... Gente, mas o que será que aconteceu? Desde o dia em que os pais do Drew falaram que iam entrar no quarto dele, os dois desapareceram!

 - O Drew está muito estranho... - falou Lizzie. - Além do mais, não sei se posso olhar para a cara dele de novo, caso ele decida aparecer. Achei o cúmulo ele não ter se dignado nem a ir ao enterro do melhor amigo. Chris jamais o perdoaria...

  ---

  Já era o quarto dia após a primeira visita de Mason a Drew. Agora, finalmente, o vampiro voltou.

  Ao entrar na casa, encontrou Drew pálido e sem forças. Seu corpo estava estirado no chão, com dificuldades para respirar.

 - Drew! - gritou Mason animado e levantando os braços. - Como vai, parceiro? Você está ótimo, sabia?

  Em resposta, Drew apenas deu uma olhada feia para Mason.

 - Aqui está...

  Mason jogou uma bolsa de sangue para Drew. Ele pegou num rápido reflexo e, quando percebeu, já estava bebendo todo o conteúdo com o maior afinco que podia, como se sua vida dependesse daquilo. E de fato dependia.

 - Sabe, Drew, eu entendo como é ser um novo vampiro. Isso pode ser difícil. Mas, cedo ou tarde, você terá que aceitar sua condição.

 - E olha quem está me dando conselhos...

  A bolsa de sangue já estava vazia. Drew olhou, perplexo. Mal tinha suprido suas necessidades. Então, de repente, Mason jogou-lhe outra. E outra.

 - Hoje eu lhe trouxe três bolsas, Drew. Será suficiente por agora. Mas, depois de amanhã, você já estará precisando se alimentar de novo. Na melhor das hipóteses, isso te sustentará pelos próximos três dias, o que acho bem difícil, considerando seu estado atual - Mason fez uma pausa. - Pelo fato de que você é ainda um recém-transformado, lhe trarei bolsas de sangue até o final do mês. Porém, eu virei com menos frequência a cada vez... Portanto, me espere daqui a apenas dez dias. Isso lhe dá duas escolhas: ou sai e caça sua própria comida nesse intervalo de tempo, ou pode apenas ficar aqui me esperando e morrer de fome...

  Mason já ia dando as costas quando Drew chamou-lhe a atenção.

 - Por que você está fazendo isso conosco, Mason? Não bastava ter destruído a vida de todos nós, você ainda foi...

 - É tudo um jogo, Drew. Um mero jogo. E vocês são os meus meros peões...

  Mason foi embora.


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