The Invasive. escrita por Melanie Prior


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Peregrina. Desculpem se tiver muitos erros e caso pareça meio confuso... De qualquer forma, boa leitura!



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Estava realmente orgulhosa de ser irmã de Melanie, como não pude me lembrar de Henry, o único familiar de Tristan? Ficamos tão preocupados com a namorada que esquecemos o irmão... Creio que esteja sendo doloroso, perder o irmão e ter que parecer bem para acolher a sua cunhada, Emily. Agora ex cunhada... Sempre acreditei que no fundo, ele gostava dela. Isso só seria pior, ver a amada sofrendo. Meus pensamentos vagam por esse triângulo amoroso imaginário enquanto arrumo a sala de jogos o mais adorável possível: estamos espalhando fitas para todos os lados da cor branca que já esta encardida mas como Jeb disse, aquilo era o charme da cerimônia. Tento pensar como ele e torço para que Mel não fique decepcionada, afinal de contas, ela não pode entrar na sala muito menos Jared, Kyle e Sunny ficaram encarregados de ficar a porta da sala e impedir que os dois tentassem algo e parece que funcionou. Seria legal ter flores mas creio que murchariam dias depois... De qualquer modo, é a primeira vez que todos estão ajudando e em harmonia. 
- Peg? - Uma voz baixa e um tanto infantil me chamou, tenho certeza de quem a pertence.
- Oi Hanna. Precisa de ajuda? - Pergunto dando uma olhada de soslaio para a mesma enquanto tento prender um laço feito por Lily. Realmente, não sei de onde tiraram essas coisas... Mas estavam impecáveis, deixava a sala menos rude.
- Não... Eu. - Sua voz falhou, voltando com força. - Eu queria falar com você.
No começo achei que era um assunto simples como gostar do Jamie. Tinha minhas suspeitas e poderia sonhar com isso, certo?  De qualquer modo, saímos em silêncio assim que acenei em concordância, passando por Sunny e Kyle e quase esbarrando em uma Melanie totalmente curiosa, que aproveitando da situação queria passar rapidamente porém Kyle agarrou-a sem dificuldade e Sunny tapou seus olhos. 
- Bom trabalho, amor. - Disse entre risos meu cunhado, deixando as bochechas de Sunny mais rosadas. 
Seguimos em frente uma do lado da outra no mesmo silêncio em que nos encontrávamos antes, me deixando preocupada. Arrisco dar uma risada baixa, olhando-a de maneira tranquila.
- Precisamos ir tão longe assim? 
Hanna me encarou de uma forma que me deu calafrios. Obviamente tinha mudado desde nosso primeiro encontro, agora usava o cabelo preso praticamente todos os dias e as roupas largas não conseguiam esconder as curvas leves que começavam a se formar. Ela tinha feito 13 anos poucas semanas atrás e só me contara ontem, fiquei triste em não poder te dar uma festa de aniversário tampouco ter desejado o famoso Feliz aniversário.
Entramos em seu quarto e ela se sentou na cama onde costumava ficar com Canção da Noite, enquanto eu me sentei de frente, na cama de Nina creio eu. Hanna suspirou antes de falar alguma coisa, desviando o olhar para baixo, tinha as mãos agarradas na blusa e torcia de maneira nervosa. 
- Melanie... Ela disse a verdade. Sobre o Tom. - A maneira pausada que falava me deixava cada vez mais nervosa. 
- Como assim? - Pergunto em tom baixo e delicado. 
Engoliu em seco antes de continuar falando.
- Cand e eu encontramos Tom antes de vir para cá... 
 Cand. Eu nem sabia que ela tinha um apelido, isso só me deixou mais deprimida entretanto, nada superava a expressão de Hanna nesse momento, como se as memórias viessem e a torturassem enquanto tentava me contar.   
- Hanna, você não precisa...
- Não. A Cand ia gostar disso... - Seus olhos chocolate encontraram-se com os meus, as lágrimas praticamente escapando de seus olhos, preferi ficar quieta. - Nos encontramos a caminho de Chicago, na estrada. Ele estava praticamente sem roupas e muito mais magro do que se encontra agora... - Fungou antes de continuar. - Nós ficamos em um hotel perto da estrada que nos trouxe aqui, Cand era muito bondosa e tratou de todos os ferimentos dele e eu a ajudei. 
" De qualquer forma, em uma noite ele entrou no meu quarto dizendo que gostaria de contar uma história, sobre sua vida. Contou que teve duas esposas e era muito rico, chefe do seu negócio... Então me comparou com uma das suas esposas e começou a me... Tocar."
A partir dessa parte, Hanna começou a chorar exatamente como na perda de sua protetora e não pensei duas vezes: me levantei e sentei ao seu lado, puxando-a para um abraço. 
- Tudo bem... Eu entendi... - Sussurrei, com medo de acabar chorando junto. 
- Não... Ele não fez nada comigo. - Falou amargamente. - Canção chegou antes que ele me despisse e tratou de conversar com ele e... E ele, você sabe. - Não tive coragem de olhar seu rosto, apertando os lábios com força para reprimir o choro. 
Ficamos quietas ali, abraçadas como se fôssemos parentes em uma outra vida. Como eu gostaria de ter ajudado-as, impedido a morte de uma mulher tão inocente, impedido que Tom a traumatizasse daquela maneira. Me contou todas as noites em que as duas tiveram de aturá-lo, como Canção chorava a noite com medo de novamente levar um tapa no rosto mas engolia o choro para poder ficar com Hanna. Era por isso que Hanna ficava quieta demais, isolada. As duas largaram-o um dia e sairam em disparada pela estrada sem rumo, acabando a gasolina e se encontrando com Skandar e Nina e o pequeno quarteto de alguma forma se encontrou com Cal e Lacey, ambos em uma incursão. Foram todos bem recebidos e dias depois, Thomas apareceu. Não entendo como Canção conseguiu esconder tudo isso e manter o sorriso... Era mesmo uma Alma nobre. 
- Você precisa... Precisa ficar de olho na Melanie. - Afastou-se de mim, relutante a pequena. - Ele não vai desistir até ter ela. 
Assenti rapidamente, abraçando-a novamente. Era como ter o Jamie novamente mas esta estava eu conquistei sozinha sendo a Peregrina desde sempre, era como uma filha para mim. 
- Vamos expulsar ele... Eu prometo. - Beijei sua testa, acalmando-a. 
Não deu nem cinco minutos e Nina entrou no quarto com Skandar de mãos dadas. 
- Graças a Deus! Estávamos procurando você. - A loira direcionou os olhos nos meus, depois virando-se para Hanna. - Ah, oi baixinha. 
As bochechas de Hanna esquentaram e nós duas levantamos desgrudando de maneira lenta. 
- O que aconteceu? - Perguntei com uma sobrancelha arcada. 
- Melanie surtou novamente. - Respondeu Skandar chateado, balançando sua cabeça de leve. - E desapareceu na sala de banhos, ninguém consegue achá-la e o Jared esta ficando maluco com isso. Você pode ajudar? - Olhava para mim e depois virou-se para Hanna. - Jamie está te procurando também, quer ajuda com o véu da irmã. 
Hanna aproximou-se rapidamente de Skandar e os dois saíram da sala enquanto eu e Nina seguimos para a sala de banhos correndo. Nunca pensei que Mel poderia ficar maluca era mais forte do que isso e sempre demonstrou sua bravura... Tinha algo errado nas palavras de Nina, como se o que ela tivesse dito... Não fosse totalmente verdade. Ao chegar em frente a abertura da sala de banhos, Jared estava chamando Melanie e pragrejando baixo.
- Pelo amor de Deus, TIRE A MELANIE DE LÁ! - Implorou assim que me viu, com os olhos esbugalhados e com espuma no rosto. Provavelmente estava fazendo a barba, até seu cabelo parecia menos rebelde... Ele estava se preparando mesmo para o casamento. 
- Pode deixar! 
Me coloquei adentro do local sem pressa, tomando cuidado para não cair em nenhum buraco novo, desde que vim aqui com Kyle naquela visita indesejável... Meus pelos da nuca se arrepiam e preciso manter o controle de mim mesma sobre as rochas úmidas com o vapor.
- ACHOU ELA?! - Jared gritou. 
- Não!
Não sabia como mas encontrei a figura feminina totalmente escura por causa do breu em que se encontrava, tinha algo nas mãos e levava para a garganta. O pânico de Mel estar se matando me invadiu e sai correndo as pressas, podendo ver seu rosto se virar mas não a expressão e tirando das mãos o que quer que fosse. Uma tesoura. 
- Ai! - Resmungou Mel. - Achei que almas não fossem agressivas. 
- JARED! 
- Shhh, não o chame! - Mel esticou as mãos em meus ombros, segurando-os e graças a uma pequena falha de luz, pude ver seus olhos alarmados. - Fale que me achou e pra ele ir embora.
Concordei lentamente com a cabeça, ouvindo os berros de Jared na entrada da sala. 
- Ela está bem! E... Quer conversar comigo. Em particular! Saiam todos! - Falei em bom som e não pude ouvir se tinham ido embora ou não. 
Melanie suspirou , balançando as pernas na água enquanto suas mãos agarravam a borda tão forte que me dava aflição. Seus ombros estavam rígidos e a cabeça baixa, encarava a água escura com certa fascinação.
- O que aconteceu, Mel ? - Questionei baixinho, aproximando-me dela. 
- Eu só... Queria mudar. - Respondeu cuidadosamente com os olhos ainda fixos na água. 
- Mudar o que e por que? - Voltei a insistir na pergunta. 
Demorou para responder, virando o rosto lentamente para encarar a tesoura em minhas mãos, franzindo a testa em seguida ao erguer seu olhar.
- Achou que eu ia me matar com a tesoura? Nossa... - Ela riu secamente. - Só ia aparar umas pontas. 
- Umas pontas na altura do pescoço? Você detesta isso. - Falei agora eu franzindo a testa. 
Mel bufou exatamente como seu noivo, cruzando os braços em seguida e encarando o outro lado escuro da sala.
- Você não gosta disso, não é ? - Insisto delicadamente, deixando a tesoura bem longe de nosso alcance. 
Negou com a cabeça em um movimento extremamente pequeno, fazendo um leve bico. Nunca vi Mel agir dessa maneira, mas não desisti. Aproximei mais ainda dela, inclinando o rosto para ver sua expressão em meio da escuridão. 
- Cara, eu amo meu cabelo comprido. - Murmurou Mel. Estava reconhecendo agora minha irmã, sua mão foi para uma medeixa, brincando com a mesma. - É só que... Tom gosta tanto deles, talvez seja isso que o atraia tanto. Talvez se fossem menos compridos ele deixasse de gostar. 
O sangue esquentou e a necessidade de derramar sangue, uma sensação totalmente humana, me dominou. Ninguém reprimia minha irmã, não dessa maneira. 
- O que Jared ia pensar? 
Melanie deixou um sorriso meigo dominar seus lábios por um momento, deixando sua cabeça cair para o lado de maneira sutil. Não precisei de uma resposta, seu sorriso me contagiou.
- Ele te amaria mesmo assim. - Respondo a mim mesma em tom baixo. 
Levantei com a tesoura novamente em mãos, entregando novamente a minha irmã. Ela me olhou de maneira confusa, aceitando a tesoura nas mãos e esperando o sermão que eu gostaria de dar a ela porém não o fiz.
- Faça isso se você quiser, não pelos outros. E concordo com o Jared, você fica linda de qualquer maneira. 
Mel franziu o nariz com um sorrisinho no rosto, negando de leve com a cabeça.
- Isso foi meio gay, sabia? 
Nós duas rimos juntas mesmo eu não entendendo bem o porque do Gay. Fui me afastando do local onde trocamos nossa pequena conversa e saindo finalmente da sala. Melanie vai ficar bem, vai tomar a decisão certa mesmo sendo uma coisa tão séria e eu vou poder finalmente passar um tempo com Ian. 
[...]
Chegando ao quarto de Ian, estava sentado na cama de maneira folgada e não vestia blusa, levantando-se assim que me viu. Seu sorriso era o que eu mais precisava depois desse dia cheio de revelações, mais de Hanna do que de Melanie. Suas mãos tocaram meus braços e acariciaram de maneira cuidadosa e ao mesmo tempo carinhosa, seus olhos fixos nos meus. 
- Como foi seu dia? 
- Normal... E o seu ? - Resolvi deixar quieta as coisas, mesmo não o convencendo com minha pequena mentira.
- Foi bom. - Seus olhos estavam acesos e me examinavam cautelosamente. - Tem certeza que quer isso? 
Mostrei um sorriso que nunca usara e deixando as mãos em seu pescoço, levei meus lábios aos dele com um beijo passivo, sendo transformado em algo mais intenso assim que as chamas azuis me envolveram. A última coisa racional consegui proferir foi: Eu quero você. 


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Espero que o Team O'Wanda tenha gostado desse final hahaha. Deixem comentários e obrigada por estarem lendo!