I Would Bring You The Stars To See You Smile escrita por Lithium


Capítulo 43
42. Uma Coletânea De Coisas Que Precisam Ser Ditas


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeey pessoal! A primeira coisa que eu gostaria de dizer é: CARAMBA, QUE ALEGRIA A MINHA. Cacete, eu já disse que vocês são OS MELHORES LEITORES DO UNIVERSO INTEIRO?! ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ Eu nunca pensei que isso iria acontecer, que vocês iriam ler e comentar mesmo depois de um ano de pura ausência. Vocês não sabem o quanto que isso me tocou, o quanto me emocionou, o quanto me deixou feliz ♥ Eu jamais terei palavras para agradecer vocês, porque para mim sempre vai parecer insuficiente! MUITO OBRIGADA a todo mundo que comentou, que mandou mensagem, que leu o capítulo inteiro e quem ainda não leu por falta de tempo, todos vocês sem exceção são muito especiais para mim ♥ Como eu não posso agradecer por cada acesso, vou agradecer aqui particularmente a todos os comentários e mensagens, basicamente na ordem em que forem enviados, porque não há outro critério, todos foram igualmente especiais para mim!

Grazielly: O primeiro comentário em I Would de 2015 foi enviado por você - e menos de uma hora depois de eu ter postado. Menos de uma hora! Quando eu recebi o seu review eu achei que fosse morrer do coração, e fiquei infinitamente feliz quando li ♥

Mayy Chan: Mais um surto de alegria, mais uma taquicardia quando li a sua mensagem! Eu definitivamente fiquei MUITO feliz com ela, você não tem ideia! Eu nunca vou saber dizer o quanto esse pequeno gesto me animou ♥

Lady Queen: Ash, eu já te respondi, já te mandei mensagem, mas como eu disse lá em cima, palavra alguma é suficiente. Seu review foi o segundo que eu recebi e eu literalmente tive uma taquicardia, fiquei toda trêmula e só não caí no choro por cauda da constante presença da minha mãe que poderia me colocar em um hospício a qualquer momento (e, claro, porque eu não gosto de chorar com ninguém da família por perto). Obrigada mesmo amiga ♥

Alyssa Black: Soltei fogos quando apareceu nas minhas atualizações que você tinha lido E comentado, mesmo depois de tanto tempo - e mesmo depois da minha demora fucking infernal para responder o seu comentário. Peço desculpas novamente por isso. Mas saiba que eu sempre respondo (mesmo que eu demore éons)! ♥

Prongs: Lily, você por aqui? Eu tive uma cadeia de reações com aquele comentário, mas, CARAMBA, eu jamais ia imaginar que I Would te emocionou tanto. Sério, eu fiquei tão surpresa, tão abobalhada, tão feliz, tão emocionada com seu reviews que eu ainda não sei o que dizer! Eu nunca que ia imaginar que era capaz disso tudo... Muito obrigada mesmo! ♥

Em suma, TODOS os comentários (e mensagens) de vocês me fizeram perceber outro lado da minha escrita, um outro lado de I Would, um outro lado de mim mesma. Eu postei I Would depois de um devaneio que me veio inacreditavelmente na hora do banho no dia 03/06/13, e tudo o que eu queria era fazerem as pessoas sentirem emoções ao lerem. Literalmente se emocionarem, e realizar o meu sonho: fazer um leitor chorar. Porém, eu jamais pensei que eu fosse capaz de realmente fazer isso, e eu mudei meus conceitos depois de tudo o que vocês me deram mesmo depois dessa demora. Eu percebi que mesmo que eu não trabalhe exatamente com as emoções através de palavras literais, elas estão lá, e do mesmo modo que eu me emocionei escrevendo, vocês também se emocionaram lendo. Isso é o mais importante para mim. É saber que eu realmente cheguei lá, depois de tanto sacrifício. A felicidade que eu estou sentindo é imensurável e eu só tenho que agradecer a vocês por todo esse apoio ♥

Por fim, eu gostaria de dizer: eu não vou sumir tão cedo. Vou para o ensino médio, mas vou conseguir postar aqui, nem que eu tenha que virar noites para conseguir!

Hope you enjoy!

P.S: Roupas:
Angie: http://www.polyvore.com/angie_mckormick_cap%C3%ADtulo_42/set?id=148084060
Lucy: http://www.polyvore.com/lucy_weasley_cap%C3%ADtulo_42/set?id=148083357



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No capítulo anterior...

“Então, deixei o chalé, vestindo uma roupa não muito diferente da de Fred, e corri atrás da minha namorada.

Estava tudo tão bem que nem poderíamos imaginar o que nos aguardava.”

POV – FRED WEASLEY II

Geralmente, se você quer fazer um passeio de barco, não é comigo que você deve contar. Mas quando eu vi aquele veleiro, mudei totalmente de ideia.

Óbvio que não era um iate de luxo. Era basicamente feito de um corpo para boiar, uns banquinhos para você sentar, coletes salva-vidas e etc. e três velas brancas enormes. Mas o barco tinha algo em especial. Apesar de ser bem pequeno, era bonito. Fiquei automaticamente entusiasmado com ele – lá no fundo, eu sempre quis meio que fazer uma longa viagem de barco entre amigos. Uma coisa bem estilo Discovery Channel, aquele canal trouxa. Conhecer uns lugares do mundo em um barco, algo do tipo.

O doutor Roberts garantiu que todos eram seguros. Bom, ao menos foi o que Lucy contou. De uma forma ou de outra, nós quatro entramos em um veleiro, e eu não poderia me sentir mais confortável. Eu estava em um veleiro com meus amigos e vestindo as mesmas roupas desde que acordei. Dava uma sensação de comodidade. Era quase como se o barco fosse nosso – o que era apenas uma mera fantasia minha, mas não deixava de ser agradável.

Para melhorar o dia, os barcos vinham “batizados” de... comida.

Muita comida.

Comida o suficiente para alimentar um exército de James Potter e Fred Weasley – e se para alimentar um de cada já é preciso comida para caramba, que dirá um exército. E tinha de tudo ali, desde tortinhas de abóbora a delícias trouxas, e eu cheguei a me sentir quase no Paraíso por um momento.

Quase.

Como nada é perfeito, havia algo deixando tudo aquilo meio desconfortável, e esse “algo” tem nome, dois nomes do meio, um sobrenome e quatro inacreditáveis Ys: Lucilly Audrey Tracy Weasley, mais conhecida como Lucy.

As coisas entre nós andavam meio tensas desde a noite anterior. Depois que eu acordei, já mais cabeça fria, percebi que fui duro demais, mas motivos não me faltaram. LSD não é uma brincadeirinha ou uma coisa praticamente inofensiva como o Narciso. LSD é ácido, e quando você vicia nesse troço, ele é maravilhoso por um momento até levar tudo, inclusive a sua própria personalidade. Nunca tinha usado na minha vida, mas conhecia os efeitos depois de ler sobre o assunto e obviamente, fiquei preocupado quando vi aquilo. Porém, ela não estava mais certa do que eu – tinha bancado a rainha do drama.

Digamos que estávamos meio que sem nos falar.

Exceto isso, o passeio estava sendo tão agradável, mas tão agradável, que era até difícil de acreditar. Nós observávamos o lago e as paisagens, comendo e conversando banalidades. James e Angie vez ou outra se esquivavam das conversas para ficarem trocando olhares e beijos apaixonados. Você sabe, aquela coisa toda. Por um lado era uma graça, por outro, matava um diabético.

Certas coisas nunca mudam.

Quando eles finalmente paravam, Angie ia conversar com Lucy, e James vinha conversar comigo. E o que ele falava geralmente era na linha de:

– Eu nunca estive tão feliz na minha vida, Fred. Angie foi um presente que me apareceu.

– Eu sei. Você que foi tolo por não ter percebido isso antes.

– Verdade, eu fui um idiota. Mas quer saber? Dane-se, águas passadas. Mas e você? Está namorando?

Sorri de canto, percebendo uma oportunidade de provoca-lo.

– Antigamente você sabia a resposta sem nem perguntar.

– Sem drama, Fred.

Revirei os olhos.

– Não, eu não estou. Terminei com a Karina. Ela era uma vaca.

– Oh, você reparou! Demorou, hein?

– Cale essa boca, James.

Ele riu de leve e passou o braço por cima dos meus ombros. Ficamos em silêncio por poucos segundos até ele retomar a conversa:

– E Lucy?

Franzi a testa para ele. Como aquela conversa tinha tomado aquele rumo mesmo? Em um momento estávamos falando sobre namoradas, em outro, sobre Lucy. Mas acabei suspirando pesado e balançando a cabeça de um lado para o outro devagar.

– Eu já nem sei mais.

Foi a vez dele de franzir a testa.

– Como assim?

Dei de ombros.

– Tudo bem que eu posso ter pegado um pouco pesado demais, mas c’mon, James, não venha dizer que eu não tenho razão. É ácido, porra.

Ele ergueu a sobrancelha em um gesto de concordância e deu de ombros também. Mas ele, de certa forma, ainda parecia tenso.

– E você está falando com ela? – prosseguiu ele.

Neguei com um aceno.

– Mas você devia, Fred.

– E por quê?

– Você conhece a Lucy – ele respondeu. – Ela nunca pede desculpas.

– Estou cansado de saber – retruquei. Não pude evitar que minha expressão se contorcesse um pouco com a raiva. Era quase como se James estivesse do lado dela. – Mas eu duvido muito se ela vai continuar com essa se eu não pedir desculpas.

James revirou os olhos e balançou a cabeça irritado.

– Desse jeito você fica igualzinho a ela.

– Não fico não. Estou apenas aplicando o mesmo remédio. Só isso.

Ele provavelmente ainda iria falar mais alguma coisa, mas não pôde. Angie caminhou até nós com um sorriso, lhe deu um curto selinho e encostou-se ao veleiro, exatamente como estávamos.

– Olá, meninos.

Sorrimos para ela.

– Dia lindo, não? – falei.

Angie assentiu.

– Pena que um dia vamos ter que voltar – ela riu. – Podia durar para sempre. Nós podíamos viver aqui nesse barco, e podíamos gravar tudo...

– E então mandaríamos tudo para o Discovery Channel e entraríamos para a história por sermos os primeiros bruxos a terem documentários exibidos no mundo trouxa! – completei, rindo. – Mas você ia ter que ficar esperta, Angie, porque vadias caindo em cima do Jay não iam faltar...

Ele me deu um tapa e Angie apenas lhe lançou um olhar ameaçador, apesar de haver um pequeno sorriso no canto de seus lábios.

– Ah, ele não ousaria. Vocês poderiam se virar? De costas, eu digo. Lucy e eu vamos trocar de roupa.

Ergui as sobrancelhas, surpreso.

– Vocês trouxeram roupas?

Angie apontou para uma pequena mochila no canto do barco e sorriu marota.

– Fred, Fred, Fred, nós, mulheres, estamos sempre prevenidas. Agora virem-se logo.

– Por que eu preciso me virar? – James reclamou. – Eu já vi isso aí tudo!

Eu comecei a rir e Angie enrubesceu automaticamente.

– James! – ela repreendeu. – De uma forma ou de outra, quero que você se vire. E mesmo você já tendo visto, você não viu a Lucy. Então virem-se de costas, vocês dois, andem!

Nós dois bufamos em perfeito uníssono e nos viramos. Algum tempo depois, Angie voltou para nos cutucar.

– Agora sim. Podem virar.

Elas não tinham trago só uma blusa ou algo assim, trouxeram o pacote completo – inclusive sapatos e maquiagem. Para falar a verdade, elas estavam tão bem-arrumadas que cheguei a ficar constrangido em minha camisa e meu short. Mas no fim, não fez a menor diferença. Tudo o que fizemos foi curtir.

Para falar a verdade, aquele passeio prosseguiu tão calmo, mas tão calmo, que deveríamos ter desconfiado de algo. Afinal, estamos falando de nós. E como a nossa sorte, algo tinha que dar errado.

Era fim de tarde e o sol estava se ponto. O barco já tinha percorrido o Long Lake por completo e agora fazia sua viagem de volta, e cada um de nós fazia algo. Lucy lia. James e Angie estavam com a língua na garganta do outro. Eu estava empoleirado no mastro observando a vista. Aquele lugar já era muito bonito de dia, mas no pôr-do-sol, extrapolava todos os limites da imaginação humana. A água agora refletia uma miscelânea de cores, e eu nunca vi um sol tão grande, literalmente.

Então o barco parou. Como se tivesse travado no meio do lago ou esbarrado em algo. O impacto foi tão forte que eu quase fui arremessado na água e todo mundo abaixo de mim saltou com o susto. Depois, parou. Simplesmente parou, deixou de se mexer. E há uns bons quilômetros de nós... a praia.

Fiquei em silêncio por um tempo, absorvendo o choque. Eu quase tinha caído do mastro. Então eu fui consumido por uma raiva descomunal. Eu estava chocado, assustado, muito bravo, e o pior de tudo: preso no meio do mar. E eu tinha que achar alguém para pelo menos colocar a culpa.

– O que aconteceu? – perguntou Angie, apavorada e confusa.

– E como é que eu vou saber? – gritei, sem conseguir me conter. Eu queria gritar com Deus e o mundo.

Lucy levantou-se, irada, e me encarou com olhos flamejantes.

– Oh, merda, isso é tudo sua culpa!

Eu ri, sarcástico, sentindo minha raiva aumentar e todo o meu corpo esquentar. Tinha acabado de encontrar esse alguém.

– Não venha pôr a culpa em mim! Foi você quem disse que era seguro! – gritei novamente, com uma saraivada de palavrões queimando na minha língua. – Puta que pariu, Lucy, como você pôde ser idiota ao ponto de não checar isso? Cacete!

– O único idiota aqui é você! Não era você que foi contra a ideia da porra do barco? Ninguém te obrigou a entrar, Friederich!

– Eu só entrei porque você disse que era seguro, para variar, se achando totalmente certa, não é, Lucilly?! – devolvi, no mesmo tom.

Ela começou a me xingar dos piores nomes do mundo e eu idem, até James se levantar e começar a gritar (e xingar) também:

– CALEM A BOCA, PORRA! – berrou ele. Então respirou fundo e prosseguiu. – Gritar não vai ajudar em nada. E outra, isso não é problema. Só precisamos aparatar e voltar, ora essa. Eles que se virem para pegar o barco! Não fomos nós que encalhamos essa coisa aqui, fomos? Não. Então pronto. Agora, porque a gente simplesmente não curte?! Esse pôr-do-sol é lindo pra cacete e temos de tudo aqui. E sabe o que mais podíamos fazer? Resolver essa parada entre vocês dois.

Lucy e eu nos encaramos, fuzilando um ao outro com olhar. Ela sentou-se ao lado de James e Angie, emburrada, e eu desci do mastro para sentar-me em um espaço vago. Logo estávamos em uma roda.

Apoiei meu queixo em minha mão, entediado. Queria só ver o que James iria aprontar. Um debate?

– Isso parece bem estúpido, eu sei – disse ele. – Mas estou fazendo isso porque sinto que há muitas coisas que simplesmente precisam ser ditas.

Angie assentiu.

– Eu concordo com ele.

James também assentiu e olhou de mim para Lucy e dela para mim de novo.

– Ontem foi um dia bem, hm, intenso, eu acho. Todo mundo estava diferente de certa forma, e eu acho que vocês não devem ficar assim um com o outro por causa de algo que aconteceu na noite passada. Qual é, gente. Vocês já pararam para pensar que esse é nosso último ano em Hogwarts? Nós não podemos perder tempo assim, afinal, nosso tempo é muito curto. – Ele parou por um momento, esperando que algum de nós disséssemos algo. Mas, como permanecemos calados, ele apenas suspirou e continuou. – Pessoal, nós crescemos juntos. Isso é besteira.

“Lucy, apesar de eu achar que Fred pegou pesado ontem à noite, quem deve desculpas aqui é você, não ele. Eu meio que fui neutro em relação a isso no início. Mas agora eu acho que você está fazendo muito drama. É sério, você também erra, Lucy. Aquilo que encontramos na sua festa ontem não era um cigarrinho ou Narciso. Era LSD. E acredito que, com sua mania de pesquisa, você tenha mais conhecimento sobre isso do que nós todos juntos. É ácido, e com ácido não se brinca. Você disse que não foi você quem trouxe, e eu acredito em você. Angie também. E sei que Fred também. Não deveria estar lá, e foi por isso que ele agiu assim ontem. Você o deixou preocupado.”

Ela desviou o olhar e deixou-o congelado na água. Bingo. Isso significava que a consciência dela estava começando a pesar.

– Não fui eu quem trouxe aquilo, já falei – disse ela, cética. – Não posso fazer nada. Ele que desconte a raiva na pessoa que colocou aquilo lá dentro, não em mim.

James não disse nada, e eu muito menos. Então ele olhou para mim, suspirou, gastou uns segundos pensando e finalmente disse:

– Fred, você também preocupou muito as pessoas ontem. Mas fui eu mesmo. E ontem eu não fazia a menor ideia do motivo, mas acho que hoje sei. É o lance do barco, não é?

Suspirei.

– Eu odeio barcos, você sabe disso. Só não queria quase morrer de novo. E eu curti o veleiro, se você quer saber. Retirando a parte de eu quase ter caído na água, claro.

Um pequeno sorriso surgiu no canto de seus lábios e ele fitou o céu.

– Eu estava relembrando um dia desses. Passando por uma espécie de sessão nostalgia, algo assim – James soltou uma curta risada. – E... eu me lembro do começo do ano. Lembro-me de você, Fred, todo animado com as setimanistas. Lucy entediada como sempre. Lysander sendo vaca... Angie na Ponte Suspensa.

Angie sorriu.

– Meu primeiro pensamento foi te empurrar! – ela riu. – E você lembra de quando a gente se conheceu, Fred?

Sorri também. Eu me lembrava como se fosse ontem.

– Friederich Weasley II, mais conhecido como Fred, melhor amigo de James Potter e ainda ao seu dispor, madeimoselle.

– Você foi menos teatral – ela riu. – Também me lembro de você, Lu, e aquela aula de adivinhação maluca.

– E sabe do que eu me lembro? – perguntei. – Do quanto você era... boca suja! Caramba, Angie, você xingava para merda.

Angie, Lucy e James riram, concordando.

– E sabe o que ela disse uma vez? – James perguntou. – Uma vez, em uma discussão com alguém... acho que com Claire... bom, não importa, sei que depois de uma saraivada de palavrões, Angie McKormick disse... a palavra com “B”.

Meus olhos se arregalaram até ficarem de um tamanho parecido com o das bolas de pingue-pongue.

– Angie! A palavra com “B”! Caramba, nem eu falo a palavra com “B”! Você está vendo, eu não estou falando a palavra com “B”! Acho que nem quando eu estou muito puto eu falo uma coisa dessas! A palavra com “B”!

– Tá legal, Fred, a gente já entendeu – ela riu.

– Mas é sério! – insisti. – Eu devo ter falado a palavra com “B” só umas duas vezes na vida. Na primeira quando eu não sabia o que era, na segunda quando eu quis ver o que a minha mãe faria comigo se eu dissesse. Não foi, James?

– Foi sim.

– Viu só!

– Mas algo que eu nunca vou esquecer foi Las Vegas – disse Lucy, olhando para os próprios pés com um pequeno sorriso no rosto. – Aquele jogo da verdade que nós fizemos? Oh meu Deus!

Nós rimo, apesar de eu ainda estar meio envergonhado pelo lance da Sarah Petterson.

– E, Jay, eu posso te dizer uma coisa? – Angie perguntou, com um sorrisinho maroto.

James olhou para ela de um modo apaixonado que me deu náuseas – afinal, eu ainda sou... bom, eu.

– Claro, meu amor.

– Você era um verdadeiro idiota quando nos conhecemos.

– OUCH. – Lucy e eu fizemos, em uníssono, por um momento nos esquecendo totalmente de que estávamos brigados.

Jay revirou os olhos.

– Você também era uma pessoa muito legal, não é, dona Angie McKormick? Na boa, você era muito chata. E nem adianta negar! – ele sorriu. – É bom estar aqui. Depois de tanto tempo, depois de tudo o que já passamos juntos... agora o ano está acabando e os N.I.E.Ms estão aí. Fred, meu amigo, pronto para viver nossos últimos dias de vida?

Eu ri.

– Prontíssimo!

– Então vamos começar a aproveitar! – ele exclamou, em tom de brincadeira. Era bom ver que, não importa quanto tempo passe, James sempre será James. – Eu gosto de estar aqui. Com vocês. Faz anos que eu reclamo de ter que acordar cedo, estudar, prestar exames... mas, no fim, eu vou sentir falta disso tudo. Vai ser ruim acordar de manhã e pensar que eu deveria estar indo para Hogwarts, ou voltando de Hogwarts. Mas pensar em tudo o que já vivemos, e em tudo que ainda vem por aí... isso sim me anima.

– Angie, traga o meu melhor amigo de volta! Na boa, isso não é legal! Eu estou ficando assustado!

Ela revirou os olhos.

– Deixa de ser bobo, Fred!

James fez uma cara ofendida na hora e colocou a mão no peito demonstrando uma espécie de ultraje fingido – mas não era para Angie, era para mim. E, claro, não posso me esquecer da vozinha feminina:

– Fred, eu só estava sendo sentimental! Eu não posso mais? Oh, que mundo cruel em que eu vim parar!

Angie, Lucy e eu caímos na risada. Até James precisou fazer um esforço para não rir da própria piada.

No meio da sessão de risos, algo realmente me surpreendeu. Eu estava me sacudindo de rir quando senti alguém por a mão de leve em meu ombro, e quando virei o rosto para ver quem era, quase caí para trás quando percebi que era Lucy.

Lancei um olhar para ela de “Oh, agora você decidiu se desculpar?”. Ela deu um sorrisinho irônico, mas depois o apagou e disse:

– Fred, me desculpe.

Eu ergui a sobrancelhas. Ora, ora, ora, quem diria, Lucy Weasley pedindo desculpas. Bom, não me julguem, mas eu meio que... decidi me aproveitar um pouco da situação.

– Por...?

– Por ter bancado a dramática maluca.

– E...?

Ela revirou os olhos azuis.

– Por ter te preocupado.

– E...?

– Vai se catar, Fred.

– Esse é o seu jeito de pedir desculpas?

– Você sabe que eu não sei como se faz para ficar brava com você por mais de vinte e quatro horas. É sério. Você me perdoa?

Eu bufei, apesar de estar sorrindo.

– Claro que sim, sua idiota.

– Seu acéfalo! – ela exclamou, rindo, e começou a bagunçar o meu cabelo já muito bagunçado.

– Minha nossa, você bagunçou tanto o meu cabelo, estou sentindo a diferença na alma – falei, irônico.

James e Angie se entreolharam e riram, obviamente da nossa cara.

– Olha que fofo, James, reconciliação!

– Sim! Uma gracinha, não é, Angie?

Lucy passou um braço pelos meus ombros e fez uma carranca para o casalzinho feliz.

– Calem a boca! Angie, você não tem direito de falar, é a apaixonada da história toda. James, você é tão apaixonado quanto ela e estava todo sentimental aí.

Ele deu de ombros.

– É legal ser sentimental de vez em quando. Agora vai tirando o braço daí. Propriedade minha.

Eu sorri, provocando-o.

– Mas não tem nenhuma etiqueta de identificação em mim ou nada parecido que conste que sou sua propriedade.

– Mas você é. Pronto e acabou. Agora vaza daí, Lucy, eu quero esse lugar.

– Me obrigue.

Ele sorriu de um modo quase maquiavélico, dizendo “Você não devia ter tido isso” como o olhar, e caminhou até a mochila onde estavam as coisas das meninas. De lá, ele tirou um IPod, e apontou para o lago.

Lucy captou a mensagem.

– NÃO!

– Então saia daí.

Ela bufou, contrariada, e sentou-se ao lado de Angie, onde James estava.

– Pronto. Agora me devolva o meu IPod.

James literalmente atirou o IPod na direção dela, que graças a Deus era boa em agarrar coisas, e sentou-se ao meu lado, passando um braço pelos meus ombros exatamente como Lucy fez. Ela também não deixou barato e repetiu o mesmo com a Angie, que só revirou os olhos diante da infantilidade dos dois. Aquilo tirou uma careta de James – por ambos os motivos –, mas ele não reclamou. Ao invés disso, voltou a brincar:

– A gente faz assim, Fred: roubamos as cartas com as notas dos N.I.E.Ms e incineramos.

– E se der errado?

– Bom, eu vou morrer primeiro, mas não se preocupe, vou estar te esperando na estrada para o Inferno para descermos juntos.

Como eu disse, James é James.

– É capaz de morrermos antes de sairmos da escola, se quer saber – eu ri. – Neville vai morrer do coração quando ver as nossas notas e vai entrar em contato com Harry e George imediatamente.

– E morreremos.

– Exato. A Lucy pelo menos não precisa se preocupar.

– Provavelmente vai gabaritar a coisa toda – ele completou.

Acho que qualquer pessoa normal ficaria lisonjeada em um momento como esses, mas Lucy pareceu ofendida.

– Eu não vou! E eu vou provar.

Ela pareceu tão segura de si que chegou a assustar. Lucy era assim: para defender o ego, ela era capaz de barbáries – inclusive zerar os N.I.E.Ms ou coisa parecida.

– Lucy, nós estávamos brincando – falei, com os olhos arregalados.

– É – James disse. – Não precisa zerar os N.I.E.Ms, errar de propósito nem nada assim.

Ela não respondeu, não deu sequer um mínimo sorriso; apenas permaneceu impassível, com um olhar característico no rosto. Um olhar indecifrável, mas característico. Ela então olhou para o céu acima de nós.

– O pôr-do-sol já acabou. É melhor aparatarmos e voltarmos antes que deem por falta de nós.

Era verdade. A parte bonita já tinha acabado; era questão de tempo para que tudo escurecesse. Então nós demos as mãos e aparatamos de volta para a costa.

Acho que não é necessário dizer que ficamos surpresos ao ver que não éramos apenas nós que tínhamos voltado sem o barco. Um grupo de cinco alunos da Lufa-Lufa estava em uma situação parecida com a nossa, mas a julgar pela aparência, eles não deram a mesma sorte e caíram no lado com o baque.

E, tal como James dissera, não tivemos maiores problemas. Apenas explicamos nossa situação e pronto.

Todos os outros alunos ficaram nos chalés, mas para nós, o dia ainda não havia acabado. Sacamos as varinhas e começamos a andar pelo local, explorando todos os lugares, enquanto Angie literalmente filmava tudo. Lucy e ela conversavam animadamente e andavam muito à frente de nós, praticamente saltitando. Elas falavam sobre tudo o que você imaginar, conseguindo saltar do tópico “o quanto esse lugar é bonito” para o tópico “eu não gosto dessa cor de esmalte”.

Vá entender.

James e eu íamos logo atrás, a passos bem lentos, praticamente as seguindo. O interessante é que, ao contrário do modo como estava no barco, James estava bem calado. Não tinha dito uma palavra desde que tínhamos saído do chalé, e já estávamos bem longe. E óbvio que ali tinha coisa.

– O que foi? – perguntei.

– Nada.

– Claro que há alguma coisa. Você não diz uma palavra há vários minutos.

Ele suspirou e olhou para baixo.

– É só que... eu meio que me sinto culpado.

Uni as minhas sobrancelhas.

– Culpado? Mas pelo quê?

Ele suspirou novamente, dessa vez bem mais pesado.

– O lance da Jessica... Fred, eu sinto muito, mesmo, você não faz ideia. Eu jamais pensei que aquilo fosse acontecer, nem que as coisas fossem acabar assim. Claro que era a minha intenção machuca-la quando eu vinguei você, mas jamais pensei que ela levaria isso tão longe, nem que eu acabaria passando da conta, e...

– Está tudo bem.

– Eu se... espera, o quê?

Eu meio que sorri pequeno.

– Está tudo bem.

– Oi? Como assim “está tudo bem”?

– James, eu não tenho mais raiva disso, nem mágoas nem nada – falei, sorrindo e revirando os olhos. – Eu gostava mesmo dela, mas e daí? É passado. E depois de refletir um pouco, percebi que a culpa não foi sua, de um modo ou de outro. E sinceramente, acho que mesmo se você não tivesse pedido ajuda com o lance da Angie e tudo, nós teríamos voltado a se falar. Afinal, não estamos falando de qualquer um, estamos falando de eu e você. Fred Weasley e James Potter, James Potter e Fred Weasley, a dupla dinâmica, não importa a ordem.

A luz era pouca, mas dava para perceber perfeitamente que ele estava embasbacado. Acho que ele esperava que eu dissesse qualquer coisa, menos isso.

– Fred...

Eu sorri novamente.

– Não faz diferença os erros do passado, James. Nem os meus, nem os seus. Você é meu melhor amigo, e não vai ser alguma mulher que vai mudar isso.

Eu apenas passei meu braço pelos seus ombros, e nós sorrimos um para o outro. Algumas pessoas encontram fortes ligações nas outras. Esse é o caso de Angie, que entrou na nossa vida e se tornou uma grande amiga, além de namorada de James. Lucy é nossa prima, mas não éramos assim tão próximos na infância, então não foi o sangue. Era algo diferente. E com James principalmente.

No sangue, ele era meu primo. Mas em nossas almas não. James Potter não era apenas meu primo – era meu melhor amigo, era meu irmão.

No próximo capítulo...

“– Nós já passamos por tanta coisa, e eu fico realmente embasbacado por isso. Às vezes eu não consigo acreditar que ainda estamos aqui, juntos, e que ainda estamos aguentando firme. Mas eu queria que você soubesse que você tem um lugar no meu coração. E não importa o quanto eu erre... você nunca vai perde-lo. Ele será sempre seu.”


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Notas finais do capítulo

TENDO ATAQUES DE FOFURA COM O CAPÍTULO EM TRÊS, DOIS, UM, MORTA.

AMEI isso aqui, na boa, demorei um tiquinho para escrever mas ficou perfeito ♥ Fred mata todo mundo de fofura (e tesão) u-u Gostoso para merda, que fofurinha ♥

Sobre o próximo cap: acho que vai ser mais curto que esse, então deve sair mais rápido, mas ele vai ser um pouco mais... complicado.

"Como assim, complicado?" Essa parte que eu passei é tão fofinha... dá até para pensar que ele vai ser fofinho, não é? Mas não. Eu estou é apavorada, porque eu estou com medo de fazer uma grande merda '-' Enfim, vocês podem ficar tranquilos que um ano eu não demoro, kkkk' ~sem graça masok.

Mas então, gostaram? Mereço reviews?

Beijos,

♥ Mel ♥