Dramione - Redemption escrita por Lady Luna


Capítulo 3
— chapter three


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá, me amem por eu estar cumprindo a minha promessa. Podem fazer isso. Primeiro eu quero agradecer os leitores que comentaram, mesmo que uns 20 não tenham feito isso. Esse capítulo é para vocês.
Bom, quem não comentou, eu só peço que se manifeste. Eu não gosto muito de comentários do tipo 'Amei', 'Gostei' e etc, mas o fato é que eu consigo compreender se você não sabe o que dizer ou está sem tempo. Então, mesmo se isso seja a única coisa que vocês tem a dizer, sintam-se livres.
Obrigada a todas as pessoas que estão lendo, comentando ou não. Isso vale muito para mim.
Ah, e avisando que as postagens serão periódicas, toda terça. Não postarei nem antes nem depois, pois tenho outras fics para outros dias.



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— chapter three

Slytherins don’t fall in love

Quando uma coruja de cor bege entrou pela janela aberta do seu quarto às 6hrs da manhã, Hermione Granger não pôde estar mais surpresa. Ela não conhecia essa coruja, em nenhum espaço de seu consciente. Os olhos da coruja eram vermelhos, e ela simplesmente soltou a carta elegantemente em cima de seu corpo coberto e pousou no dossel da cama em que ela estava dormindo antes.

Na parte de fora da carta o seu nome estava escrito com uma letra fina e elegante, tão desconhecida quanto a coruja. O selo era de cera, como os de Hogwarts, e tinham um brasão com dois pavões, albinos por causa da cor da cera, abrindo as asas, um de costas para o outro. Que tipo de pessoa tinha um brasão como aquele? Então, enfim, após muito observar e tentar abstrair de suas observações alguma informação, Hermione abriu a carta.

O conteúdo era, definitivamente, inesperado. E o remetente tanto quanto. Draco Malfoy — não o garoto irritante que a incomodara desde o primeiro ano, mas o garoto frágil e em busca de perdão do dia da batalha de Hogwarts — estava pedindo humildemente a sua ajuda, desculpando-se para o resto do trio de ouro e querendo um encontro com ela em King’s Cross!

Involuntariamente, na palavra encontro, o seu coração falhou no ritmo. Quantas vezes, em seus delírios infantis no primeiro ano, ela não esperara por isso? Na primeira vez em que Hermione Granger virá Draco Malfoy, ela ficara extremamente abobalhada. Ele era como uma utopia irrealizável de beleza, com seus cabelos platinados e seus olhos azuis-cinzentos. Perto dele, ela não passava de uma patinha feia, mas naquela clássica esperança de garotas apaixonadas, ela tentava crer que, quando mais velha, ficaria bonita.

Não que ela hoje estivesse feia. Era bonita o bastante até mesmo para seduzir um cara como Draco Malfoy. Mas, definitivamente, o chamado para o encontro trouxe de volta todas aquelas inseguranças bobas da infância. Inseguranças bobas que estavam vindo desde o dia em que ela o consolou. Imediatamente, ela se repreendeu. Tinha um cara como Rony como namorado. Pessoas que se importavam com ela. Não era tempo de voltar a ser a garota boba e insegura que fora antes. Não era tempo para voltar ao passado.

Mas, ainda assim, não era justo negar ajuda a Draco Malfoy. Ela sempre fora criada pelos seus pais para ser uma pessoa boa, nunca negar ajuda a alguém que pedisse. Draco poderia até mesmo não merecer, sua mente dizia, mas seu coração a mandava fazer o certo, que era ajudá-lo. E o que tornava Hermione Granger realmente boa é que ela agia com o coração.

Suspirou, levantou da cama e se dirigiu a escrivaninha. Pegou um pergaminho, uma pena e um tubo de tinta em sua mala. Seus amigos provavelmente iriam chamá-la de idiota, e ela poderia se arrepender depois. Sua bondade quase nunca lhe trouxera coisas boas.

Era tarde demais para se arrepender. O seu coração já estava mandando-a fazer aquilo. E, afinal, ela não escrevia para o Draco Malfoy que a magoara, mas sim para aquele garoto triste e arrependido que levará para o seu — até aquele momento — lugar mais secreto.

Draco, eu não esperava a sua carta, não mesmo, mas, ainda assim, sinto-me feliz por você ter vindo procurar ajuda comigo. Eu irei repassar o seu pedido de desculpas para Harry e Ron, não se preocupe.

Bom, eu acho que posso sim te ajudar com a sua Redenção tardia. Tardia, mas não impossível. Espero que você consiga achar dentro de você quem você realmente é. Pois tenho certeza que você não é mais aquele garoto arrogante que zombava de minha casa de meus amigos e me chamava de sangue-ruim. Ou, talvez, você nunca tivesse sido.

Eu posso me encontrar com você às 10hrs na King’s Cross, que tal? Eu até marcaria um pouco antes, já que no dia de um de Setembro minha agenda estará um pouco cheia, mas eu não estou mais em Londres. Na realidade, estou hospedada na casa da minha avó, que mora em Paris.

Até o dia 1 de Setembro, Draco Malfoy.

Sinceramente,

Hermione Granger.

Selou a carta com um feitiço, e escreveu o nome do destinatário na parte externa, assim como ele havia feito. Acariciou a coruja e deu-lhe um biscoito especial, antes de finalmente entregar-lhe a carta de deixá-la partir.

Ficou um pouco no peitoril da janela, observando a vista da Torre Eiffel que tinha do seu quarto, até descer perante os chamados da avó.

Quando a resposta de Hermione chegou, foi impossível conter sua excitação, apesar da bagunça. Era pleno jantar, com um silêncio tão comum que ninguém se importava mais. Ocasionalmente, Ignius dava algumas baforadas em um charuto — Draco sempre imaginara que aquilo era cannabis, mas aquela não era pergunta de se fazer —, e Narcisa uns suspiros, mas a calmaria predominava.

Ao menos predominou, até que Prudence entrou pela janela que se posicionava atrás de Lucius e pousou suavemente no copo de Astoria, que não aguentou o peso e se curvou, derrubando o suco no belo tecido de linho da mesa. Sua mãe tentou ralhar com ele, mas ele rapidamente cortou-a com um feitiço rápido de limpeza, que deixou a área suja mais limpa do que antes.

“De quem é, Draco?” Astoria perguntou, levantando seu copo e enchendo-o de suco novamente.

“Desde quando lhe devo satisfações, Astoria?” Draco bufou.

“Draco!” Carmem decidiu ralhar com ele, antes mesmo que Narcisa pudesse abrir a boca e corrigi-lo. “Não fale assim com a minha filha.”

“Ensine sua filha a não ser enxerida.” Draco limitou-se a dizer, negando inegavelmente a sua educação. “Me dê, Astoria.”

Astoria entregou-lhe a carta, com um pequeno sorriso malicioso. “Tome, querido.” Replicou. “É que Draco está apaixonado, mamãe, é por isso que ele quer tanto a carta.”

Lucius finalmente começou a prestar atenção na conversa. “Apaixonado?”

“Não, pai. Astoria tem caraminholas na cabeça, esse é o problema. A carta é de Pansy.” Ele tentou improvisar.

“Conheço Pansy há cinco anos, Draco. Conheço a letra dela.” Astoria persistiu no assunto.

“Ah, me cansei de ti, Astoria!” Draco irritou-se. “Vou ler minha correspondência em paz no meu quarto.”

Ele levantou-se, bufando, e seguiu em direção a antessala.

“Não vai terminar de comer, filho?” Narcisa perguntou-lhe, olhando-o preocupada.

“Quando Astoria sair eu volto.” Replicou.

“Ouch, essa doeu.” Ele ainda pôde a ouvir reclamar, antes de finalmente chegar na paz de seu quarto.

Subiu as escadas apressadamente e quando chegou ao seu quarto, sentou-se em uma poltrona do quarto e apressou-se a ler a carta. Mesmo que alguns trechos o magoassem, o trouxessem más memórias, outros o deixaram terrivelmente animado. Ela concordara é se encontrar com ele. Ele sabia que isso poderia doer nela, ter de ajudar o pior inimigo a tornar-se bom, mas ele não era altruísta o bastante para deixá-la em paz. Não depois que ela disse acreditar nele.

Seus olhos pararam em um trecho.

Na realidade, estou hospedada na casa da minha avó, que mora em Paris.

O destino estava conspirando a seu favor. Ele tinha sorte do seu lado. Ele, assim como ela, também estava na França! Poucos sabiam, mas fora naquela casa que fora oferecido o banquete em que seu avô Abraxas conhecera sua futura mulher, Lién Delacour. Lucius já pensara em vendê-la, mas devido ao valor sentimental que a casa teve para sua mãe, assim como a futura utilidade que poderia ter, a casa foi mantida.

Draco nunca agradecera tanto por terem se hospedado na Mansão da área rural de Paris, não na da Escócia.

Ele tinha que respondê-la. Dizer que estava em Paris, assim como ela. E mais do que tudo, dizer que queria vê-la. Começou a rascunhar rapidamente um bilhete.

Hermione,

Fico feliz por ter me respondido. E mais feliz ainda em saber que você está em Paris, porque eu também estou aqui. E, já que estará ocupada no 1º de Setembro, por que não nos encontrarmos aqui mesmo? Um café seria interessante.

Aguardo réplica,

Draco Malfoy.

Sua letra estava péssima, mas o bilhete parecia bom o bastante para uma situação tão estranha. Enrolou-o cuidadosamente e amarrou-o com um pequeno pedaço de barbante. Prudence estava lá embaixo, o que significava que ele também teria de descer.

Saiu do quarto e desceu as escadas apressadamente, torcendo para não encontrar Astoria no caminho. Chamou a coruja ao chegar na antessala, mas Prudence nem mesmo dava sinal. Assobiou. Prude parecia ignorá-lo.

Passou para a sala de jantar, continuando a sua busca pela coruja albina. Seu pai, Lucius, ainda não tinha subido como todos. Cumprimentou-o educadamente, como um filho pródigo que nunca pensaria em se apaixonar por uma sangue-ruim. Alguém que ele não era.

“Draco.” O pai respondeu-lhe. “Preciso falar com você.”

“Não pode ser depois?” Inquiriu, mesmo sabendo que estava abusando da sorte. “Estou a procurar Prudence.”

“Narcisa está usando Prudence.” Ele objetou. “Parece obcecada em voltar a falar com Andrômeda. E não, não pode ser depois.”

“Tudo bem.” Suspirou, sentando-se na cadeira de frente ao pai. “O que quer?”

“Saber se o comentário de Astoria estava certo. Está apaixonado, Draco?” Lucius foi direto.

“Não.” Mentiu habilmente, com uma risadinha desdenhosa feita especialmente para despistar o pai.

O pai sorriu verdadeiramente para ele. “Que bom, Draco. Você sabe que Sonserinos não se apaixonam.”

Talvez eu nunca tivesse sido um Sonserino de verdade então. Replicou mentalmente. “Pois é.” Disse em uma voz plana.

“Mas ainda assim quero saber de quem é a carta. Sua reação me despertou a curiosidade.” Seu pai retorquiu.

“Isso, pai, não é do seu interesse.”

“Olhe como fala comigo, garoto.” Lucius advertiu-o. “Tudo bem, não me diga. Mas eu tenho notícias.”

“Que tipo de notícias?” ele perguntou.

“Um casamento.” O patriarca Malfoy ampliou o sorriso. “Ignius me ofertou hoje mesmo um casamento entre você e Astoria.”

“O quê?” ele cuspiu. “Você não aceitou? Ou aceitou?”

“Ora essa, é óbvio que eu aceitei!” Lucius exasperou-se. “Astoria é a garota perfeita para você. Sonserina, puro-sangue, bem criada e rica! E além disso, é bonita. Você deveria me agradecer.”

O Malfoy mais novo engoliu em seco. “Eu não quero me casar com ela.”

“Acabou de me dizer que não está apaixonado, meu filho. Ou será que mentiu?” O pai apontou.

“Não estou, mas... eu... mal conheço Astoria!” gaguejou.

“Ora, vocês parecem dar-se muito bem. Não negue. E vocês terão tempo livre em Hogwarts para se conhecerem.” Lucius instruiu, se levantando. “Eu não vou andar para trás, Draco. Deve fazer o que é certo, honrar seu nome. Dá-o para Astoria, ela é, provavelmente, a única que o merece.”

Ele não concordava. “Oh, certo.” Resmungou, antes de subir novamente as escadas até o quarto de seus pais. Bateu na porta chamando o nome da mãe. Por pura sorte, ela ainda não havia enviado a carta para Andrômeda Tonks.

“Empresta-me Prude, mamãe?” perguntou após ele gritar um ‘entre’ abafado para ele.

“Eu iria usá-la, querido.” Replicou.

“A minha entrega é do outro lado da cidade.” Insistiu. “Por favor.”

“Tudo bem, Draco.” Ela suspirou vencida. “Mas vá rápido. E não venha reclamar comigo depois por ter se enrabichado com uma francesa.”

“Certo, mamãe.” Ele riu. “Saiba que eu te amo.”

Tirou o bilhetinho do bolso e amarrou-o no pé de Prude. “Você sabe para quem.” E a coruja saiu voando janela a fora, em direção a um amontoado distante de indústrias.

Era incrível como Hermione Granger podia estar perto, mas ainda assim tão distante. Talvez, ele devesse esquecê-la e dar seu coração a alguém mais próximo, como Astoria. Mas ele estava, por enquanto, atrelado demais a ela para fazer isso.

“Enviando uma carta para Voldemort, filho?” sua mãe brincou.

“Mais ou menos, mãe. Mais ou menos.”


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Notas finais do capítulo

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